— Por que não posso ir?! – perguntou a loira, indignada.

— Flandre... – a vampira colocou a mão na testa. – Eu te levaria se você não destruísse tudo...

— Não vou destruir nada dessa vez... Prometo! – pediu, cerrando os punhos.

Remilia suspirou.

— Você sempre diz isso... Sempre que te levo, você acaba destruindo alguma coisa. Dessa vez não, Flandre.

A mais velha deu as costas e saiu do porão. Sem conseguir entender a razão daquilo, a outra caiu de joelhos no chão. Não era a primeira vez que a irmã não permitia sua saída, e isso a angustiava.

Ocorreria uma festa no Templo Moriya, e todas os habitantes de Gensokyo foram convidados. Obviamente Remilia iria com o resto da mansão Scarlet, mas a pequena Flandre era destrutiva demais para uma festa assim. Talvez fosse melhor ficar em casa naquela noite, mesmo.

Mal se moveu ao ouvir o barulho da porta se abrindo novamente. Ela não se importava com quem aparecesse naquele momento.

— Imouto-sama? – a doce voz de uma mulher foi ouvida.

Flandre sentiu seu coração acelerar, e então virou-se para ver a linda empregada de cabelos prateados. Ela sorriu e correu para abraçá-la.

— Sakuya! – enterrou o rosto no peito da mulher. – Eu sabia que viria!

— Claro... – ela afagou os cabelos da loira. – Eu não deixaria de visitá-la.

— Você vai ficar comigo hoje? Vai, Sakuya?

O rosto delicado da mais alta expressou surpresa. Logo, ela afastou-se da vampira e coçou o braço.

— Ah, me perdoe, Imouto-sama... Sua irmã me pediu para acompanhá-la, então...

Aquele belo sorriso no rosto da jovem foi desfeito ao ouvir aquilo. Então, ela ficaria totalmente sozinha naquela noite. Até mesmo Meiling sairia, deixando a mansão oca e vazia, apenas com a loirinha de asas de cristal.

— Mas... Sakuya...

— Quando voltarmos, você já estará dormindo, então... Por favor, Imouto-sama, espere até amanhã.

Flandre se remexeu e abaixou a cabeça.

— Certo... Divirta-se...

Relutante, Sakuya levantou-se, e se dirigiu até a porta do porão.

— Boa noite... Por favor, cuide-se. – e saiu.

Novamente, sozinha no porão, apenas com seus brinquedos destruídos. A rotina era sempre a mesma. Ficar trancada o dia todo, ver sua irmã e brincar um pouco com Koakuma. Quando haviam festas, ela geralmente ficava com Sakuya quando não podia ir. Mas dessa vez, era diferente... Sakuya não estaria na mansão com ela naquela noite, por uma simples ordem de Remilia.

Zangada, a pequena saiu correndo do porão e foi até o salão principal da residência. Lá, encontrou sua irmã colocando um casaco, com as outras.

— O que foi, Flan? – perguntou, confusa.

— Onee-sama, deixa a Sakuya ficar comigo hoje... Deixa, por favor!

— Desculpe... Ela vai comigo hoje. Quem sabe na próxima...

Flandre empurrou um vaso no chão, quebrando-o. Seu corpo tremia, soluços podiam ser ouvidos dela. Abaixou sua cabeça e alguns pingos caíram de seus olhos, atingindo o tapete escarlate.

— Vocês não se importam comigo... – sussurrou.

A loira sabia que Remilia podia ouvi-la. Já que era uma vampira, podia escutar os mais baixos sons, principalmente à noite. E mesmo sabendo que possivelmente estava sendo egoísta, não voltaria atrás com sua decisão. Entretanto, ela não gostava de ver sua irmãzinha chorando. Aproximou-se da menor e fez carinho em seus cabelos.

— Claro que nos importamos. Prometo que vou deixar você passar o dia com a Sakuya amanhã...

— É sempre assim... Não posso ficar perto de vocês sem permissão! Não posso sair sem permissão! Preciso pedir permissão até para ver a Sakuya!!

A maga violeta Patchouli apenas observava as duas vampiras brigando, Koakuma voava ao seu redor. O semblante sério da moça escondia um certo incômodo. Chamou pelo demônio ruivo e deu as costas.

— Remi. Koakuma e eu vamos esperar lá fora. – abriu a porta e saiu.

A empregada ajoelhou-se na frente da vampirinha solitária, e afagou seus cabelos.

— Não se preocupe, Imouto-sama. Estaremos juntas quando você menos perceber. – sorriu.

— Sakuya, vamos? Meiling, Patchy e Koakuma já estão lá fora.

— Vamos, Ojou-sama. – levantou-se. – Até amanhã, Imouto-sama.

— Até, Flandre.

Enfim, a loira ficou sozinha. Ajoelhou-se no chão e agarrou o tapete com as duas mãos.

Quantas vezes chorou por não poder acompanhá-las? Perdeu a conta. Mas não podia reclamar. Sempre que Remilia a levava, causava problemas. Sempre pensava muito antes de leva-la para algum lugar, mas para deixá-la em casa, sequer pensava duas vezes.

Ela se levantou e voou até o segundo andar, onde ficava o quarto de Remilia. Entrou pela porta branca e se deparou com paredes escarlates, uma cama de lençóis claros e um criado-mudo com três retratos.

Flandre aproximou-se e olhou-os atentamente. Um dos retratos carregava a foto da vampira com Patchouli e Koakuma. O outro, com Meiling. E o último carregava uma foto de sua irmã sentada no colo de Sakuya, beijando sua bochecha.

Olhou em volta, procurando por mais fotos, mas não encontrou nada. Voltou para a foto da vampira e sua empregada.

— Por que, onee-sama...?

“Elas não se importam comigo.”, pensou. Mais algumas lágrimas caíram de seus olhos, manchando seu rosto, e então, deitou-se na cama da irmã, dando início a um longo pensamento.

Patchouli sempre está lendo e treinando magias. Meiling não pode sair do portão da mansão. Sakuya serve Remilia vinte e quatro horas por dia. Remilia, ou está tomando chá, ou tem alguma festa para ir. E Koakuma... Bom, Koakuma só se interessa por Patchouli.

Mas e a pequena Flandre? Ninguém se importava com ela? A única coisa que queria era ficar perto delas, mas seu poder destrutivo sempre estragava suas oportunidades.

A vampira foi envolvida por uma aura vermelha fraca. Ficou deitada brilhando, enquanto via as horas passarem. Acabou por cochilar.

Quando acordou, Flandre saltou da cama, ofegando. A aura havia se fortalecido enquanto estava dormindo.

— O que é isso...?

Ela se jogou contra a parede, agarrando o próprio peito com a mão. Uma dor de grandes proporções a atormentava. Seu pânico aumentou quando começou a ouvir risadas ecoando em sua mente.

— Você sempre estará sozinha. Não importa o quanto chore, ninguém se importará.

Flandre abraçou seu próprio corpo, tremendo. Já havia escutado aquela voz antes. Atordoada, ela perdeu o equilíbrio e se jogou contra outra parede, encontrando-se com um espelho. Mesmo no escuro, ela fitou seu reflexo. Diferente de sua expressão sóbria e desesperada, seu reflexo sorria de forma maligna, encarando-a.

— As que vivem nesta mansão não se importam com você. A sua solidão será eterna. Então, destrua este lugar e mate-as.

— Não! Eu me importo com elas!

— E é por isso que você não para de sofrer. Porque você se importa.

Os olhos da loira se encheram de lágrimas, suas mãos tremiam como suas pernas. O reflexo riu e levantou sua mão.

— Venha comigo... Abrace a solidão e destrua o que lhe causa sofrimento. Comigo, você não precisará ficar presa aqui para sempre. Mate-as... E seja livre.

No Templo Moriya, Remilia mexia seu copo de sakê, enquanto olhava para o teto, distraída. Patchouli e Koakuma conversavam com a jovem Marisa, Meiling bebia sakê com Yuugi, e Sakuya ajudava Sanae a servir as mesas.

Após um longo tempo olhando para o nada, a vampira sentiu seus olhos ardendo. Suas mãos emanaram uma aura escarlate. Levantou-se e chamou pelas quatro.

— O que foi, Remi? – perguntou a maga violeta.

— Vamos para casa... Sinto algo ruim prestes a acontecer na mansão.

A porteira ruiva cerrou o punho.

— Mas a mansão fica muito longe da Montanha Youkai... Não vamos chegar a tempo!

— Sem pânico, Meiling. Eu posso resolver isso. – disse a empregada, levantando sua mão, mas foi impedida por sua senhorita. – Eh?

— Não pare o tempo, Sakuya... Precisamos checar uma coisa.

As cinco saíram do Templo. Meiling era a única que não podia voar, mas isso foi resolvido graças à magia de Patchouli. A maga e o demônio voavam próximas da porteira, enquanto a moça de cabelos prateados ia na frente com a menor.

A viagem voando demorou menos tempo do que o previsto, por causa do clima agradável e favorável daquela noite. Logo, todas chegaram à mansão. Remilia fitou as janelas e viu que, por dentro, algo estava emanando uma forte aura vermelha.

As moças entraram e encontraram o salão principal destruído. O tapete rasgado, vasos quebrados. Tudo coberto pela estranha aura vermelha.

— O que aconteceu aqui?! – exclamou Koakuma, segurando o braço da maga ao seu lado.

— Como pensei... – a senhorita Scarlet abaixou a cabeça. – A insanidade da Flandre. Temos que impedir isso.

— Santa Kanako... Devemos nos separar e procurar por ela, Remilia-sama? – perguntou a porteira.

— Não, Meiling. Será mais seguro se estivermos juntas. – ela segurou a mão de Sakuya e começou a caminhar. – Vamos. Não saiam de perto, por favor.

As três seguiram Sakuya e Remilia até a sala de jantar, de onde a vampira sentia uma energia mais forte. E sua intuição estava certa. Lá estava a pequena Flandre Scarlet, em cima da mesa destruída, ofegando. Seus braços estavam com cortes ensanguentados, seu rabo de cavalo havia se soltado, seu vestido estava rasgado.

A empregada soltou a mão de sua senhorita, permitindo que ela se aproximasse da irmã. Depois de fitá-la por um tempo, enfim falou algo:

— Flandre.

As asas de cristal da jovem se agitaram e ela se virou para ver quem a chamava. Ao ver a irmã, a mais nova das Scarlet rugiu e gritou.

— Todas vocês são inúteis! Não preciso de vocês... Porque vocês só fazem meu sofrimento ser maior!!

— Flan... O que está dizendo? – perguntou o demônio ruivo.

— Sempre... Sempre me mantendo presa naquela maldito porão... Eu raramente posso ver vocês... – destruiu um pedaço de madeira que estava em suas mãos. – Eu sei que vocês me odeiam! E eu não vou mais permitir que façam meu sofrimento ser ainda maior!!

A vampira loira levantou voo e armazenou energia vermelha em seu corpo, principalmente em suas asas, e então, avançou contra as cinco. Se defenderam, pensando que seriam atingidas. Quando Patchouli abriu um de seus olhos, olhou para Meiling, e apenas a viu com um buraco na região da barriga. As outras olharam para a porteira, arregalando os olhos.

— ... Meiling... – sussurrou a Scarlet mais velha.

— MEI!! – gritou a maga, abraçando a ruiva antes que caísse no chão.

Mesmo que estivesse acordada, sua barriga doía muito. Tentou se levantar, mas não conseguia se mover.

— Você não vai poder lutar com essa ferida, Meiling... – disse Sakuya, tentando segurar as lágrimas. – Fique aí, cuidaremos da Imouto-sama...

— ... Certo... – tossiu sangue ao responder.

A loira reapareceu na frente delas, com a mão ensanguentada.

— Quem é a próxima? – perguntou, lambendo os dedos.

Olhando atônitas para ela, as moças se colocaram em posição de ataque na frente da porteira. Flandre sorriu e o brilho vermelho que emanava ficou mais forte. Dessa vez, olhou para a maga que tremia com um livro nas mãos.

— Patchy... – lambeu os beiços.

— Eh...?

Patchouli sentiu algo acima de sua cabeça. Algo grande e poderoso. Seu corpo tremeu quando olhou para cima: a lança de Flandre! Ajoelhou-se no chão e pôs o livro sobre a cabeça, tremendo.

— PATCHOULI-SAMA!

A maga violeta apenas esperou que a lança lhe perfurasse e lhe matasse, mas nada a atingiu. Olhou para cima de novo, receosa, e encontrou o demônio ruivo sobrevoando-a.

— Koakuma...?

— Ah... Patchouli-sama, eu consegui. Eu te protegi. ♥ – ela sorriu.

— Me... Protegeu?

— Sim! Chutei a lança para longe. Veja. – Koakuma apontou para uma parede, onde a lança estava fincada.

Patchouli, surpresa, levantou-se e continuou a olhar para o demônio, até abraçar suas pernas. Derramou algumas lágrimas e enterrou seu rosto nos joelhos de sua ajudante.

— Obrigada, Koakuma...

— Não há de quê, Patchouli-sama.

A vampira loira fez um “tsc” com a língua. Remilia deu um passo à frente.

— Flan... Por favor, pare... Não há necessidade de lutar. Vamos parar.

Flandre abaixou a cabeça e começou a rir.

— Eh...?

— Acha mesmo que vou parar agora? Vocês só me fazem sofrer! Se eu parar agora, vocês vão me prender no porão de novo! É sempre assim... Mas dessa vez, eu não vou!!

Ela voou até a parede e pegou sua lança.

— Quero brincar de pega-pega. – a lança começou a emanar uma forte luz vermelha. – Eu sou a pegadora! Corram porque eu vou pegar vocês!!

Remilia conhecia aquela habilidade. Era Lavatein. Não era difícil de desviar dela, mas se você fosse pego, poderia perder um braço. A vampira invocou uma chama em suas mãos e levantou voo.

— Sakuya, cuide da Meiling. Eu, Patchy e Koakuma vamos distraí-la.

— Mas...

— Sem mas! Por favor, faça isso por mim! – exclamou a Scarlet. – Por todas nós.

A empregada recuou. Não queria obedecer àquela ordem, mas se importava com todas que viviam naquela mansão. Meiling era sua colega de trabalho, sua melhor amiga.

— Certo. Vá, Ojou-sama.

Patchouli emanou energia azul e começou a flutuar. Foi para o lado de Koakuma, enquanto Remilia estava na frente das duas. As três saíram voando em alta velocidade da sala de jantar, e Flandre não demorou para começar a segui-las com sua lança.

Lavatein destruía as paredes onde esbarrava. A vampira loira não tinha muita coordenação quando se tratava de usar aquela habilidade. Errou seu alvo muitas vezes, atingindo vasos e estátuas que haviam espalhadas pela mansão.

O demônio voava mais rápido do que as vampiras e a maga, e isso dificultava as coisas para Flandre. Remilia desviou de Lavatein dando uma pirueta e olhou para sua amiga de cabelos violetas.

— Patchy!

Patchouli compreendeu o que ela queria.

— Certo.

Em um corredor, a vampira virou para a esquerda, a maga virou para a direita, e o demônio continuou indo para o norte. A Scarlet mais nova parou naquela divisa, bufando. Patchouli era a mais lenta das três, por isso resolveu eliminá-la primeiro. Virou para a direita e voou rapidamente, até conseguir alcançá-la.

A maior olhou para trás e viu que a lança já alcançava suas vestes. Flandre começou a rir e levantou sua arma para desferir um golpe profundo, que provavelmente iria cortar a adversária no meio. Mas ela estava enfrentando Patchouli Knowledge, e devia se lembrar disso. Quem a via, achava que ela era uma maga fraca, mas não se deve subestimar quem viveu por tanto tempo e dedicou vários anos de sua vida ao estudo de magias. As magias elementais eram sua especialidade, e isso a favorecia muito.

Sua mão brilhou em verde-água, e o brilho serpenteou pelo braço, até dançar pelo corpo da moça. A aura verde-água expandiu-se. Patchouli voltou a voar, e dessa vez, estava muito mais rápida do que antes. Flandre parou por um momento, surpresa. Como uma simples maga conseguia ser mais rápida do que uma vampira que destruía tudo? Era inaceitável para ela!

— PATCHYYYYYYYYYYYYY!!!

Cansada de carregar a lança pesada, a loira cancelou Lavatein e voltou a voar mais rapidamente. Sem a energia excessiva de sua habilidade, ficava mais fácil voar. Mas mesmo com sua velocidade normal, não conseguia alcançar a outra. Seus olhos vermelhos brilharam em fúria e portais surgiram atrás de si. Destes, começaram a sair luzes rosas e azuis, que se entrelaçavam. Era outra de suas habilidades, Cranberry Trap.

As luzes alcançaram Patchouli. Ela odiava aquela habilidade. Realmente era uma armadilha. A moça perdeu a coordenação enquanto voava e acabou sendo atingida por várias luzes ao mesmo tempo, o que a fez cair contra o chão. Começou a ofegar, e aquilo não era bom. Patchouli tinha uma saúde frágil, não podia se mover demais. Tentou se levantar, mas seu peito já estava começando a doer. Colocou a mão na cabeça e respirou fundo.

Tremeu ao ouvir o som dos passos da vampira. Logo, as duas estavam uma de frente para a outra. Um sorriso sádico estampava o rosto de Flandre. Ela levantou sua lança para perfurar a maga caída.

— Peguei você, Patchy.

Patchouli arregalou os olhos e se encolheu, apenas esperando sua morte. Quando a loira ia desferir o golpe, sentiu alguém chutando-a para longe. Flandre gritou e ultrapassou a parede do corredor. A maga abriu um olho para checar o que havia acontecido após ouvir o barulho, e se deparou com Koakuma novamente.

— Por que você me protege, Koakuma? – perguntou, sem entender o demônio.

— Porque você é importante para mim, Patchouli-sama. – ela sorriu.

Remilia apareceu ao lado da ruiva.

— O chute da Koakuma não vai atordoar a Flandre por muito tempo. Vamos, Patchy!

Com a ajuda das duas, a maga voltou a flutuar e todas continuaram a voar em alta velocidade. As asas de Flandre começaram a brilhar quando ela destruiu outra parte daquela mesma parede. Rugiu e voltou a voar atrás das moças.

Quando alcançou-as, percebeu que as três voavam lado a lado agora. Um golpe poderoso poderia eliminar todas elas de uma vez. Ela riu alto, chamando a atenção de sua irmã mais velha.

— Ali está ela! Koakuma, Patchy, tomem cuidado!

— Certo, Remi!

As mãos de Remilia emanaram uma aura vermelha. Flandre pegou sua lança que começava a carregar energia elétrica escarlate, e a atirou contra as três moças. Poeira levantou. A vampira loira sorriu, mas seu sorriso desmanchou-se ao ver a lança fincada no chão e as adversárias em volta dela.

— Como?!

— Como? – respondeu a mais velha. – Você esqueceu que está lutando contra uma vampira que manipula o destino, Flandre.

Ela bufou. Odiava a habilidade de sua irmã. Remilia Scarlet não podia ser subestimada, pois o destino estava nas mãos dela, e sempre estaria. O destino de qualquer ser de Gensokyo poderia ser alterado para a morte, por isso a maioria dos youkais temiam a vampira.

Koakuma invocou orbes azuis gigantes e os lançou contra a jovem distraída. Flandre foi atingida e gemeu. Aquele demônio de fato era forte. Quando a poeira abaixou, ela viu que as adversárias já não estavam mais lá. A loira gritou, agarrou sua lança e voltou a voar.

Enquanto a ruiva voava na frente, Remilia e Patchouli ficavam atrás, lançando luzes contra a pequena para atrasá-la. Mas dessa vez, a vampira estava mais atenta. Escolhia seus alvos e simplesmente os destruía. Porém, eram muitas luzes para ela destruir sozinha, então desviava da maioria.

Houve um momento em que Koakuma parou e virou-se para Flandre, sorrindo. A maga olhou para trás enquanto voava e exclamou:

— Koakuma!

— Não se preocupem comigo. Vou atrasar a Flan. – fez um positivo com a mão.

A vampira parou de voar na frente do demônio e sorriu maniacamente para ela.

— Oi, Koakuma.

— Olá, Flan. O que acha de brincarmos de luta? Corpo-a-corpo.

Os olhos da loira brilharam e ela fincou sua lança no chão. Abraçou o próprio corpo para conter um riso baixo, porém insano. Voltou a olhar para a bibliotecária, com olhos arregalados.

— Vamos! – dizendo isso, ela partiu para cima da ruiva.

Flandre tentou socá-la na barriga, porém o demônio logo desviou. Seguiu o movimento da adversária, tentando chutá-la na sequência, mas ela logo desviou de novo.

— Eh?!

— Ai ai, Flan... Você é muito lerda. – riu Koakuma, indo até as costas da vampira.

— ...!!

— Com quem pensa que está lutando?

O demônio chutou as costas de Flandre, atirando-a contra a parede, a qual criou rachaduras. Atordoada, a loira pôs a mão na cabeça, sem perceber que Koakuma estava se aproximando novamente. A ruiva começou a desferir chutes e socos no corpo desta. Flandre gritava por causa da dor. Koakuma era um demônio muito poderoso, tanto com magia como com lutas corpo-a-corpo. Era a primeira vez que a via lutando e demonstrando sua força.

Ao levar um chute no rosto, a loira caiu no chão, segurando a cabeça entre suas mãos ensanguentadas. A adversária pousou em sua frente. Sorriu.

— Acho que venci. – ela voltou a flutuar. – See ya, Flan!

Koakuma saiu voando pelo corredor com sua velocidade incrível e anormal.

A garotinha, parada no mesmo lugar onde havia sido derrotada, começou a emanar a forte aura vermelha outra vez. Os cristais coloridos de suas asas adquiram a cor de sangue. Levantou-se devagar e caminhou até sua lança, arrancando-a com força do chão. Seus olhos perderam o brilho, ficando opacos. As presas da vampira cresceram. Flandre ergueu sua mão e do nada, ela desapareceu.

O demônio enfim alcançou Remilia e Patchouli, que continuavam a voar sem rumo pela enorme mansão.

— Eu a atordoei em uma luta corpo-a-corpo. Mas não devemos relaxar. – disse a ruiva, séria.

— Não mesmo. – a vampira acariciou o queixo. – Estamos falando da Flandre... Mesmo que seja fácil atordoá-la, não devemos baixar a guarda.

As três chegaram na biblioteca da mansão. À noite, ficava ainda mais sombria. Remilia foi envolvida por uma aura escarlate para servir de lanterna. Ela e Koakuma podiam enxergar no escuro, porém, Patchouli não. Elas sobrevoaram as estantes, checando a área.

Pararam ao ver um ponto azul distante, que ficava mais próximo a cada instante. Começaram a voar de costas, prestando atenção no ponto que já se tornara uma esfera, deixando um rastro azul por onde passava.

Remilia engoliu seco, era a única habilidade de Flandre que ela temia, “And Then There Will Be None?”. Uma habilidade proibida que a vampira loira adquiriu durante os anos em que esteve confinada ao isolamento. A Scarlet mais velha a temia, pois era a única coisa que não era afetada pela manipulação do destino. Enquanto sua irmã estivesse usando-a, seu destino não poderia ser alterado.

A esfera passou a voar com velocidade atrás das três. Logo, elas começaram a cruzar a biblioteca inteira. Nenhuma das habilidades de Flandre era páreo para a velocidade de Koakuma, e por isso ela não se preocupava muito. Porém, Remilia e Patchouli estavam em desvantagem. A maga poderia simplesmente prender Flandre com uma de suas magias aquáticas, e a vampira mais velha poderia mudar o destino da irmã. Mas como, se “And Then There Will Be None?” não pode ter o destino alterado, e a loira desaparecia quando esta habilidade era ativada?

Mais esferas azuis começaram a surgir pela área. Um total de quatro esferas perseguia as moças pela biblioteca. O demônio tentava atrasar a habilidade, lançando orbes violetas contra as esferas, sem sucesso. Preocupada com a situação, Remilia fechou os olhos e procurou o destino de Flandre em sua mente, porém, não o encontrava.

— Remi... – sussurrou Patchouli. – Você sabe que o destino da Flandre não pode ser alterado enquanto ela estiver usando essa habilidade...

— Mas eu nunca entendi... Por que isso acontece? Por que eu não consigo alterar o destino disso?! – perguntou ela, indignada.

— Eu estive estudando sobre isso desde que vi a Flandre usar essa habilidade pela primeira vez. – a maga olhou para o chão. – “And Then There Will Be None?” é um feitiço proibido que quando ativado, faz com que o usuário desapareça. É daí que vem seu nome. Porém, é algo muito mais complexo do que imaginamos. Quando a Flandre ativa esta habilidade, é como se ela fosse mandada para outra dimensão. E é por isso que você não consegue alterar o destino dela, Remi. É como se não existisse destino, ou seja... É como se a Flandre tivesse morrido.

Os olhos da vampira se arregalaram.

— Então...

— Sim. Enquanto ela usar essa habilidade contra nós, nada que usarmos funcionará. Temos que sobreviver aos truques do feitiço e esperar que seu tempo de duração acabe.

— Como a Flandre conseguiu aprender uma habilidade proibida tão perigosa?

— Isso eu não sei... Mas devo admitir, é fascinante.

As esferas azuis enfim desapareceram da área. As moças se uniram no centro da biblioteca, olhando para os lados. Koakuma foi a primeira a perceber que o próximo ataque do feitiço estava se aproximando. Luzes vermelhas que vinham de todas as direções iam de encontro a elas.

— Vamos ser esmagadas se ficarmos aqui paradas... – sussurrou o demônio.

Koakuma esquivou-se das luzes vermelhas, saindo do alcance delas. Levantou a mão e chamou pelas outras duas. Logo, Remilia e Patchouli começaram a se esquivar. A maga tinha mais dificuldade por não estar acostumada com armadilhas como aquela, porém não demorou para conseguir passar.

A próxima horda de luzes se aproximava, e desta vez, eram paredes feitas de pilares de luzes azuis. Assim como a horda anterior, vinham de todos os lados. Não teria como se esquivar se as paredes as prendessem. Então, a vampira logo procurou um canto por onde pudessem sair. Ao encontrar um do lado esquerdo, apontou para ele.

— Ali, podemos passar! Rápido! – exclamou, voando até o canto indicado.

As bibliotecárias a seguiram. Elas conseguiram passar pouco antes das paredes as prenderem. Remilia suspirou de alívio, mas perdeu o ar quando viu mais uma horda de luzes vindo. Luzes amarelas voavam em grande velocidade até as três.

— AARGH!! – reclamou a Scarlet. As luzes brilhavam como o Sol, o que a atordoava.

— Remilia!

Koakuma a agarrou pelo braço e a puxou para fora do alcance da horda.

— Remi, o que aconteceu? – perguntou Patchouli.

— Argh... Aquelas luzes amarelas pareciam o Sol, de tanto que brilhavam...

— Então, a horda de luzes amarelas brilham como o Sol... – a maga coçou o queixo. – Interessante...

— Interessante?! Eu quase fiquei cega por um momento, Patchy!

— Er... Não quero interromper, mas... – sussurrou a ruiva.

— ... Hã?

As três hordas de luzes se aproximavam delas em conjunto. Remilia engoliu seco outra vez e começou a procurar brechas.

— Aaaah, não tem saída!! O que faremos?! – exclamou ela.

— C-Calma, Remi!!

O demônio suspirou e segurou a maga e a vampira pelos braços.

— O jeito é nos esquivarmos loucamente! Vamos!

Com a ajuda da velocidade de Koakuma, as três conseguiam passar pelas hordas de luzes sem preocupação. Era uma grande armadilha, porém, toda armadilha pode ser evitada. A ruiva jogou-as para fora do alcance das luzes ao encontrar duas brechas, e enfim, saiu do meio da armadilha.

Patchouli caiu contra uma estante de livros, quebrando-a. Como um avião, Remilia foi de encontro ao chão, deslizando. Agarrou o tapete da biblioteca com suas garras para poder parar. As duas estavam atordoadas devido à velocidade.

— Vocês estão bem? – perguntou Koakuma, pousando na frente das duas.

— S-Sim... Obrigada, Koakuma. – disse a vampira, com a mão na cabeça.

— Obrigada... – sussurrou a outra, que sentira seu rosto esquentar.

A ajudante sorriu e ajudou sua mestra a se levantar.

— Estarei sempre com você, Patchouli-sama.

— Nós conseguimos driblar a habilidade toda? – questionou Remilia, enquanto voltava a flutuar.

— Sim, Remi. E saímos vivas. Estou impressionada conosco... E com a Flandre também.

A aura vermelha acendeu-se acima delas, revelando a vampira loira que olhava seriamente para as demais. Sua irmã voou para o alto, para que pudesse ficar de frente com Flandre. Examinou-a e percebeu que ela estava inexpressiva.

— Vocês são boas... Nunca pensei que fossem driblar todo o meu feitiço.

— Não foi fácil... Mas conseguimos.

— Incrível, onee-sama. – deu um pequeno sorriso. – Incrível...

Confusa, a Scarlet mais velha continuou fitando-a. Porém, a voz de sua amiga a tirou do transe.

— REMI!! ATRÁS DE VOCÊ!!

A vampira virou-se no mesmo instante, mas tudo o que conseguiu ver foi um braço ensanguentado atravessando a região de seu coração. Tremendo, Remilia levantou as duas mãos e agarrou o braço. Ergueu a cabeça e viu dois olhos vermelhos que brilhavam com fúria em sua frente.

— Flan...dre...

Ela havia baixado a guarda e caído em mais uma das armadilhas de sua irmã mais nova. Remilia também conhecia aquela habilidade. Era “Four of a Kind”. Com ela, Flandre podia conjurar três clones de si mesma, que agiam exatamente como a verdadeira.

Como havia sido pega por uma habilidade que sempre conseguiu driblar? A loira retirou seu braço de dentro do peito da outra Scarlet, enquanto ria.

— E com isso... Eu peguei duas de vocês.

Koakuma, que estava distraída, não percebeu a lança de Flandre caindo sobre si, e perfurando seu coração. Ela gemeu baixo de dor, mas logo silenciou-se. De seu peito perfurado, sangue começou a jorrar para fora. O corpo do demônio caiu morto no chão, ainda com a lança em si.

Patchouli arregalou os olhos ao ver sua ajudante caída. Virou-se para ver as vampiras e seu desespero se tornou maior quando notou que Remilia estava ajoelhada no chão, com um buraco oco na região do coração. Com os olhos repletos de lágrimas, a jovem de cabelos azuis soltou o corpo e caiu contra o tapete, manchando-o com seu sangue.

A maga levou suas mãos trêmulas até a cabeça. Agarrou seus cabelos violetas e começou a gritar enquanto lágrimas incontroláveis caíam de seus olhos.

— REMILIA!! KOAKUMA!!

A dor e o desespero eram tantos que a moça começou a perder o controle de suas magias de fogo. Logo, as magias começaram a se espalhar, incendiando a biblioteca e o resto da mansão aos poucos.

Os passos de Flandre ficavam mudos diante os gritos da maga. Colocou-se na frente dela, e acariciou sua cabeça, rindo. Patchouli parou por um momento para fitá-la nos olhos.

— Peguei você também, Patchy.

A loira abriu sua boca e mordeu o pescoço da outra, o que a fez berrar de dor. As presas de Flandre possuíam veneno escondido, que fora injetado no sangue da maga. Aos poucos, o coração de Patchouli passou a bombear mais devagar. Seu sangue estava sendo sugado com precisão e velocidade.

— FLANDRE! FLANDRE! PARE!

Não importava o quanto ela gritasse, a vampira não lhe escutava. Seu sangue era sugado apenas por dois pequenos buracos, e a pressão do líquido excessivo fez com que sua pele se rasgasse. Patchouli sentiu seu coração falhar uma batida quando ela perdeu a voz. Soltou o peso do corpo, que estava sendo segurado por Flandre.

A vampira libertou o pescoço da maga ao perceber que já não havia mais sangue para beber. Fitou a expressão desesperada da moça morta e deu um sorriso. Logo, soltou o corpo dela no chão. Observou as três caídas enquanto o fogo consumia a mansão por inteiro.

Ela logo sentiu um choque em seu corpo. Agarrou a cabeça com as mãos, trêmula.

— Não! Eu não vou embora!!

Houve um momento de silêncio. Flandre ergueu a cabeça, confusa. “O que aconteceu?”, pensou. Seu coração começou a acelerar quando ela viu fogo cobrindo a área, e os corpos de sua irmã e das bibliotecárias caídos no chão.

A vampira levou suas mãos até a boca para segurar um grito, seus olhos se arregalaram.

— Eu... Eu fiz isso?!

Uma fraqueza tomou conta de suas pernas, o que a obrigou a se ajoelhar. Flandre escondeu o rosto com suas mãos e passou a soluçar. As lágrimas começaram a cair rapidamente de seus olhos.

Que tipo de irmã ela era, afinal? Mal consegue controlar seus sentimentos e seus poderes. Sempre que está solta, causa problemas. Quando a insanidade ataca, ela mata e destrói tudo ao seu redor.

“Agora eu entendo porque me mantém presa no porão. Porque eu sou um monstro, e elas sabiam disso o tempo todo. Elas sabiam que se eu saísse, tudo acabaria em desgraça. Elas só queriam proteger a todos do monstro que eu sou. Até me proteger de mim mesma. Então, eu acho que realmente mereço passar a eternidade trancafiada naquele porão.”

A pequena arrepiou-se quando ouviu passos vindos de um dos corredores da biblioteca. Suas asas se agitaram por um momento e ela sorriu, virando-se para trás. “Nem tudo está perdido?!” Ao enxergar a silhueta da empregada, seus olhos brilharam com uma intensidade maior. Era ela. Ela estava ali, viva. A pessoa que mais amava.

— Sakuya?!

Três facas surgiram entre os dedos da mulher de cabelos prateados. O sorriso de Flandre foi desaparecendo enquanto ela via Sakuya levantar seu braço, se preparando para lançar suas armas.

As facas voaram na direção da pequena, e a empregada gritava mais do que suas cordas vocais a permitiam. Flandre, horrorizada, encolheu-se e gritou. No fundo, sentia que merecia aquelas facadas. A loira apenas esperou as armas de Sakuya a atingirem. Porém, nada a feriu.

Levantou sua cabeça para ver a situação, e sentiu seu coração acelerar ainda mais ao ver sua irmã parada em sua frente. Ambas eram envolvidas por um escudo escarlate.

Remilia virou-se para ver a jovem trêmula. Deu um leve sorriso para ela e mostrou as três facas paralisadas em sua mão, deixando-as cair no chão.

— Olá, Flandre.

Completamente confusa, a Scarlet mais nova arregalou os olhos. A outra vampira ajoelhou-se em sua frente, ainda sorrindo, e fez carinho em seu rosto.

— Está tudo bem...

Sem pensar duas vezes, Flandre pulou em cima da irmã e a abraçou com força.

— Onee-sama! ONEE-SAMA!!

— Estou aqui. – ela retribuiu o abraço. – Calma, Flan... Está tudo bem agora.

Remilia ficou na mesma posição com a pequena até que ela se acalmasse. Enfim, quando a loira conseguiu parar de chorar, ela recompôs-se e fitou a irmã nos olhos.

— Mas eu vi você, a Koakuma e a Patchy mortas no chão, onee-sama... Como você está viva?

— Foi uma ilusão. – a voz da maga foi ouvida.

Flandre virou-se e viu as duas bibliotecárias em pé, sem ferimentos. Um sorriso foi estampado no rosto da mesma, e ela correu para abraçá-las.

— Vocês estão vivas! Vocês estão vivas!

— Sim, Flan. – sorriu o demônio, acariciando os cabelos da pequena.

Patchouli ergueu o rosto da jovem com o indicador, para que pudesse fitá-las nos olhos.

— Sua insanidade acordou, Flandre. Por um momento, pensamos que não conseguiríamos te parar. Mas eu e Remi criamos uma ilusão para que você pudesse descarregar a raiva que você guardava aqui. – a maga apontou para o coração da loira. – Desculpe o comportamento da Sakuya, ela não estava ciente da ilusão.

— Eh? Então, tudo o que eu fiz...

— Você atacou a ilusão o tempo todo. Todos os ferimentos também fizeram parte da ilusão.

Flandre sentiu um peso ser tirado de seus ombros. Seu peito estava leve, já não havia mais raiva ou ódio dentro de si. Ela sorriu. Remilia aproximou-se com Sakuya ao seu lado.

— Já conversei com a Sakuya, e ela compreendeu que era apenas uma ilusão.

— Me perdoe por atacar você, Imouto-sama... Perdi a noção do que estava acontecendo...

— Está tudo bem, Sakuya! Eu também perdi a noção. – a vampira acanhou-se por um momento. – Me perdoem por pensar que vocês não se importavam comigo... É que é difícil passar a vida toda presa em um porão...

— Eu decidi que você pode sair, Flan. – disse a outra Scarlet.

— ... Eh...?

— Sim... Eu sinto que sua insanidade já fez o que queria, e com isso... Ela se foi. – ela sorriu. – Me perdoe por prender você, Flan... Eu fui uma péssima irmã, e admito. Mas, de agora em diante, estaremos sempre juntas. Todas nós, como uma família.

Houve silêncio. Os olhos da loira passaram a derramar lágrimas novamente. Ela abraçou sua irmã com força, molhando as vestes brancas que ela usava.

— Obrigada, onee-sama...!

— Calma, Flan... Já está tudo bem. – sussurrou Remilia. – A única que realmente se machucou foi a Meiling.

— Preciso me desculpar com ela...

— Então, Imouto-sama...

Sakuya apareceu ao lado das vampiras e estendeu sua mão para Flandre, sorrindo.

— O que acha de me ajudar a cuidar da Meiling?

A loira abriu um enorme sorriso e pulou para abraçar a mulher que tanto amava.

— Vamos, Sakuya! Quero te ajudar no que for preciso! – ela deu um beijo na bochecha da empregada. – Agora podemos ser uma família... Eu amo todas vocês!

The end.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.