Prague delicious

Capítulo 2: Primos... Ninguém merece.


Vou confessar, a minha mãe não me tirou de Houston, da minha casa, do meu conforto, puro não. Tipo, eu mudaria de escola, de amigos, de casa... Eu ia para Jacksonville. Mas também vou confessar, eu não sou santa, faço muita merda! Não sou fácil não. A minha tia é uma executiva muito importante, na época em que fui visitá-la ela não era muito rica... Não que eu me importe com isso, mesmo meu pai dando uma pensão de merda, um lixo, a minha vida era de um padrão muito bom! Eu tinha um closet com tudo de roupas, sapatos, maquiagem... Tudo, literalmente tudo!...:

–CHEGAMOS- gritou a minha mãe, interrompendo os meus pensamentos- desce, está quase na hora do vôo.

Admito que, quando sai do carro e peguei as minhas malas eu não sabia se dava um tapa na cara da minha mãe e um "vai tomar no cu", ou, se dava um abraço e dizia um "muito obrigado". Para a minha surpresa só conseguiu sair um "tchau" e um aceno, que foi o máximo em que consegui! Fiz o check-in, peguei as minhas passagens, e faltando quinze minutos para o vôo. Entrei no avião, como era vôo doméstico só tinha uma classe, eu pedi de preferência a minha cadeira mais na frente. A viagem foi tranquila sem estresse. Bem, quando cheguei no aeroporto de Jacksonville (que a propósito, um puta aeroporto), eu esperava a minha tia chata com a placa escrito o meu nome todo, eu não gosto do meu nome! Pois não, quem me esperava era o meu primo...:

–Olá Avery!- disse ele, arrancando-me dos meus pensamentos, aliás, tentando lembrar o nome da desgraça. Nesse "Olá Avery" ele me agarrou de forma surpreendente que chegou a me levantar do chão- meu nome é Bryan- Bryan esse era o nome da desgraça.

–Não me aperte assim nunca mais, nunca, nunquinha mesmo! Vamos? Quero sair dessa merda!- falei enquanto pegava as minhas malas e me dirigia até o estacionamento do aeroporto.

–Atá, desculpa priminha! Não queria te machucar.- disse ele em um tom sarcástico, enquanto entrávamos no carro.

Entrei no carro, e seguimos o nosso rumo. Até que ele dirige bem, mas ai tinha que vir a série de perguntas. Sobre a vida dele é claro:

–Para conseguirmos ter uma convivência suportável terei que te fazer algumas perguntas, de preferência responda a verdade! Quantos anos?

– Dezoito, e você tem dezesseis certo?- perguntou ele, me olhando fixamente, com aqueles lindos olhos verdes, até que meu primo estava bonito, bonito não, lindo de morrer.

–Certo, você bebe?

–Sim, às vezes, e você?

–Às vezes também! Namorando ou solteiro?

–Pegando! Pra quê essa pergunta? Já está interessada? Vamos com calma, você é muito feinha para o meu gosto!

–Obrigado pelo sincero elogio, eu não estou interessada em nada- depois que eu disse isso, eu dei um sorriso de leve, e ele retribuiu dando outro de volta.

–E você? Solteira né!

–Como sabe?- perguntei, olhando para ele sem parar.

E então o silêncio começa a reinar:

–Chegamos- ele me deu um puta susto, mas para a minha surpresa, aquilo não era uma casa, e sim uma mansão, uma bela mansão.

–Quantas empregadas tem nessa porra?- perguntei em um tom de assustada.

–Em torno de vinte a vinte e cinco empregados ao total.- ele disse de uma forma que parecia, super normal ter vinte e cinco empregados em casa.

Entramos na casa, a casa era toda enfeitada com os melhores móveis, a minha tia Kelly estava fazendo biscoitos doces para mim, ela me parecia diferente, mais alegre, mais bonita, divertida, engraçada... Para a minha surpresa! Quando entrei na sala de entrada, Bryan me empurrou até a parede e me encostou nela, pegou na minha mão e colocou embaixo da blusa dele... Nossa que corpo dos deuses, com a mão dele na minha ele pegou e ficou alisando a barriga dele:

–Cuidado para não se apaixonar em!- e deu um sorriso encantador, um sorriso safado. E vou admitir gosto de homens assim, amei demais o sorriso dele, e aqueles olhos verdes penetrantes, amei mais ainda.- Amei sua blusa mas seria melhor você sem ela.- não acreditei nas palavras que tinha acabado de ouvir.

Ele era o tipo do pior cafajeste que existia no mundo, ele era do tipo que pega mas não se apega. Que larga a garota na pista, apaixonada. Ouvi o grito da minha tia da cozinha:

–Venham os biscoitos estão prontos, estão deliciosos.

–Já estamos indo.- gritou Bryan- Gostou né priminha, você não viu nada ainda.

Me dirigi até a cozinha ainda atordoada:

–Você está bem gorda para comer esses biscoitos não acha priminha?!

–Muito divertido você, seu cu deve ter inveja da sua boca né, de tanta merda que você fala!

–Senso de humor magnífico, me surpreendeu Avery!- disse a minha tia, ops, esqueci que ela estava ali presente ouvindo tudo.

–Me desculpa tia!

–Nada, Bryan é meio ridículo às vezes!

–Sou nada- ele disse com uma voz de bebê assustador, medonho!

A minha tia Kelly, serviu os biscoitos, me encheu de abraços e fez támbém uma coisa que eu odeio, APERTOU A MINHA BOCHECHA! Inacreditável como ela pode fazer isso.

–Como você cresceu minha querida!

–Verdade cresceu para os lados e para frente, pra cima que é bom nada né priminha.- eu estava cada vez mais odiando esse garoto, por mais que ele fosse um Deus grego!

–Bryan, e sua língua cresceu bastante também né, já está quase batendo no pé, aproveita e enfia nesse seu rabo arrombado!

–Ui, como a minha prima é agressiva- disse ele sarcástico.

–Mas enfim tia, você está bem diferente!

–É todos dizem a mesma coisa! Bryan faça alguma coisa para agradar a Deus, leve a sua prima até onde ela vai dormir, por favor!

–Tá bom, vamos Avery, só não me mate.

–Vai ser difícil!

Subimos a escadaria toda, chegamos em um corredor extenso e o meu quarto era um depois do dele, que bosta de sorte!

–Olha aqui seu quarto minha prima! Foi todo preparado para você, do jeitinho que você gosta!- ele disse, abrindo a porta do quarto. Que para o meu espanto era um quarto gigante, com tudo, televisão, computador, cama de casal, tinha até banheiro com uma banheira gigante. Amei, eu pensei "Meu Deus perfeito demais!". Acho que Bryan percebeu os meus olhos brilhando, e então ele já foi entrando, tirou a blusa, e se atirou na cama- Olha que cama grande priminha, dá para nós dois, dá também para fazermos várias coisa aqui, não acha?

Vou dizer uma coisa, quando ele tirou a blusa, veio um fogo, alguns sentimentos mistos, de amor e ódio. Nunca pensei que iria pensar isso, fiquei estátua na porta,

nem consegui entrar:

–Pode retirando sua bunda suja da minha cama, AGORA!- exaltei-me

–Tá bom priminha, não precisa me matar- ele soltou um sorriso safado, de novo!

–E para de me chamar de priminha, pelo o amor de Deus!

–Tá bom- ele fez uma pausa, enquanto se levantava- PRIMINHA!- ele gritou rindo, saiu correndo e bateu a porta.

Ele nem parecia ter dezoito anos, parecia ter três. Eu era mais madura do que ele! Mas ele é um gato! Eu fui direto para o banho, tirar inhaca de aeroporto, mas dessa vez eu não estava com "inhaca de aeroporto", eu estava com o cheiro do Bryan, um delicioso perfume masculino que não me recordo no momento. Depois do banho, vesti um short, uma blusa e calcei um chinelo, e entrei no meu email um pouco, foi cerca de dez segundos depois que deitei a minha tia me gritou:

–AVERY, VENHA CÁ MINHA QUERIDA!- parecia a minha mãe me chamando, tirando a parte do "MINHA QUERIDA". E então desci para ver o que era! Quando cheguei lá, estava o meu primo e minha tia um do lado do outro, minha tia logo me falou:

–Avery, vou te falar os horários, seis horas da manhã é servido o café seis e meia é para vocês levantarem para comer, se arrumar e ir para a escola. Quem irá te levar vai ser seu primo, ele estuda na mesma escola que você, só pra te avisar. Três horas da tarde vocês chegam da escola, sete horas da noite é servido o jantar. Não existe toque de recolher, mas espero que tenham responsabilidade!

–Mãe, hoje vai ter uma festa dez horas da noite, vai rolar até amanhã. Posso?

–Só se levar a sua prima!

–O quê?

–Isso mesmo, sem reclamação. A Avery vai amar, não é mesmo Avery?

–Claro, ainda mais na companhia do meu queridíssimo primo!- fui sarcástica, peguei pesado na mentira.

–Que bom que já estão se dando bem! Agora Bryan, leve sua prima para dar uma volta!

–Ah mãe, não acredito! Tá, tá, já vou com ela!

–Vou adorar dar uma voltinha com você priminho!

Depois de uns vinte minutos, veio ele com uma tromba enorme, com a maior má vontade do mundo ele abriu a porta principal para mim. Quando finalmente saímos:

–Prima, Como você, mente bem, e é bem sarcástica!

–Você ainda não viu nada!- balbuciei- Seus amigos são gatos?

–Não, eles são seres humanos.

–E você é um ser alienígena né! Eu estou perguntando se eles são bonitos!

–Ah... Não como eu, sou o mais boni...- ele foi interrompido pelo o celular que tocou- Oi, quem fala? Ah, estou ocupado agora, depois te ligo. Ah é uma coisa muito importante! Tá, tchau.

–Quem era?- perguntei curiosa.

–Ah, a minha ex! Ela é um saco, fica me ligando toda hora, ela quer porque quer voltar comigo. Mas eu não quero!

–Ah entendi! Por que vocês terminaram?

–Eu traí ela!

–Que feio- repreendi ele, nós dois começamos a rir.

Conversa vai conversa vem...

–Vish, vamos voltar já são cinco horas da tarde!

–Então vamos fazer uma aposta, quem chegar primeiro em casa vai ter uma noite de bebida à vontade paga pelo perdedor!- eu propus.

–Já sei quem vai beber todas hoje- ele riu- EU!

Adivinha quem ganhou! Claro que fui eu!

–Ahá, vou ter bebida à vontade hoje! Vai preparando o bolso.

–Vai dividir comigo pelo menos?

–Talvez! Vou subir para me arrumar.

–Okay.

Tomei outro banho. Decidi ir de azul, azul-turquesa! Coloquei uma saia alta preta com algumas lantejoulas, uma blusa azul-turquesa, e um scarpan azul-turquesa também. Me maquiei, e eu já estava pronta. Mas não foi tão rápido assim, demorei mais ou menos duas horas! Quando desci, Bryan já estava pronto, sentado na sala a minha espera, ele se levantou e quando me olhou...:

–Nossa, como você está... Está...

–Linda? Maravilhosa? Perfeita? Deslumbrante?- tentei.

–Hm, vai arrasar em. Olha já vou avisando, se algum amigo meu vier de gracinha pra cima de você, vai ser só um soco de esquerda!

–Está com ciuminho?

–Vamos?

–Ai, que fofo, você está com ciúme!

–VAMOS!- gritou ele.

–Vamos, cacete!

Entramos no carro, aliás ele abriu a porta para mim:

–Avery, você não acha que esta saia está curta demais não?

–Não, por que você acha?

–Só não quero nenhum engraçadinho, cheio de graça contigo!

–Querido, eu quero ficar com alguém, não ficar quieta em um canto!

Estou vendo no que essa festa vai dar, mas eu só acho. VAI DAR É MERDA!