Prague delicious

Capítulo 18: Descobertas e ameaças.


Pov.: Bryan.

Eu estava muito irritado, com tudo! Por que a minha mãe insiste em não me entender? Eu tenho ódio de mim... Se não fosse pela Avery, eu já tinha me matado. E se eu ficasse longe dela... Acho que eu morreria. Sai do escritório, batendo os meus pés.

–Calma amor!- Avery tentou me tranquilizar. Fomos até o quarto dela. Entrei, e tranquei a porta.

–Meu anjo... Eu estou desconfiado que isso seja uma armadilha da Evellyn...- falei, com algumas lágrimas nos olhos, insistindo em cair.

–Amor... Nada vai nos separar, você acha que eu estou feliz, em ter que olhar para a cara da Kristen todos os dias?- ela se aproximou de mim, e limpou uma lágrima que caia dos meus olhos.

–Eu sei, que não...- respondi, ela pendurou as mãos dela em volta do meu pescoço, e me beijou.

–Eu...Te...Amo- ela disse, entre o beijo, até eu separar as nossas bocas.

–Você vai arrumar as suas malas agora?- perguntei.

–Sim.

E então, ela retirou de cima do armário dela, uma mala. A mesma que eu peguei quando ela tinha chegado de Houston. Aquilo me trazia maravilhosas lembranças. Eu notei, que caiam lágrimas do rosto dela.

–O que foi?- perguntei, como se eu não soubesse o porquê, ela me abraçou, apertado, que deu até para sentir os seus batimentos cardíacos.

Ela ficou em silêncio, me soltou, e voltou à arrumar as coisas dela.

–Nada!- ela levantou a cabeça e me deu um sorriso, tentando disfarçar a dor. Eu me deitei, e caí em um sono profundo, enquanto ela arrumava as coisas dela.

***

Pov.: Avery.

De repente, Bryan dormiu, e eu fiquei ali arrumando as minhas coisas. Eu fiquei sete meses na casa da minha tia, ninguém me aguenta, não consigo parar um ano em uma mesma casa, (devo ressaltar que, antes de eu ser mandada para cá, eu parei em mais uns três lugares diferentes), e nem conseguia ficar dois meses com um mesmo namorado, agora que eu estava com Bryan, tudo parecia querer me atrapalhar. Eu estava tão feliz com ele.

Quando acabei de arrumar as minhas coisas, deitei ao lado de Bryan, e acariciei os cabelos castanhos dele. E caí, também, no sono.

***

Quando eu acordei, já era de noite, meu pai iria me buscar no outro dia de tarde, e me levar para a minha nova "casa". Eu não fazia nem ideia que dia era hoje, depois me toquei que ainda era quarta-feira. Bryan ainda estava dormindo, mexi no braço dele, e ele despertou assustado.

–O que foi?- depois ele se espreguiçou e me deu um beijo.

Não paramos com o beijo, até ficarmos sem ar, nos afastamos um pouco, ainda ofegantes. Depois retornamos ao beijo, ele beijou o meu pescoço cuidadosamente, e retornou novamente à minha boca, mordiscou a minha orelha de leve.

–Você é linda.- sussurrou ao pé do meu ouvido.

Ele se livrou da minha blusa, e eu da dele. Agarrei em seus cabelos, e estiquei o meu pescoço para alcançar a sua boca, fazendo com que as nossas línguas travassem uma guerra interminável, ele afastou as nossas bocas, a fim de tirar o meu short, e jogou-o no chão, e meu celular estava nele, mas nem me importei, estávamos vidrados olhando um para o outro, fitando com os olhos, eu percebi que o meu rosto havia esquentado, e eu estava totalmente corada quando me tocou. Quando ele me penetrou, senti que voltei à ficar corada, mesmo que aquilo já fosse algo normal para mim, mesmo eu me sentindo à vontade com ele ao meu lado, mesmo com os meus olhos fechado, senti que ele me observava. Enquanto eu dava gemidos incoerentes, à cada vez em que ele aumentava a velocidade.

–Abra os seus olhos Avery...- ele pediu, em um tom calmo e apaixonado, ainda assim arfando.

Abri os meus olhos novamente, mas não resisti em fechá-los novamente, ainda corada, senti que ele tocou uma das minhas bochechas, e acariciou-a.

–Abra os seus olhinhos meu amor.- ele pediu novamente.

Abri de novo, olhei em seus olhos verdes, marejando em um pleno brilho, de prazer. Até ele me fitar, como eu o fitava, dando um grande e profundo suspiro, já havíamos chegado no ápice do prazer. Ele caiu ao meu lado, arfando.

–Vamos tomar um banho?- perguntei ainda sem fôlego, dei um meio sorrisinho, e ele abriu um enorme sorriso.

–Vamos.- respondeu, igualmente sem fôlego.

Entramos no banho, não demoramos muito.

–Amor, vou correndo ali no meu quarto para pegar algumas roupas.- ele me avisou, e eu assenti.

***

Pov.: Bryan.

Fui até o meu quarto, com somente uma toalha enrolado na cintura. Quando cheguei, me deparei com a Evellyn, sentada na beirada da cama, com dois papéis na mão.

–Evellyn?- assustei-me com a presença dela.

–Bryan...- ela se aproximou de mim, e me entregou um dos papéis.

COMO ASSIM PASSAGENS PARA NOVA IORQUE? Era disso que se tratava os papéis, eram passagens! Eu fiquei em estado de choque.

–Como assim Nova Iorque?- perguntei, com os meus olhos arregalados.

–Nós vamos nos mudar, meu bem!- ela disse, e sorriu ironicamente.

Eu elevei a minha passagem na altura da minha testa, e rasguei.

–Sabe pra onde eu vou? PRA LUGAR NENHUM!- decidi, e joguei a passagem rasgada na cara dela.

–Meu querido, você não tem escolha. Ou você vai, ou você vai. As suas opções são essas.

–Cala a sua boca. EU. NÃO. VOU. PARA. PORRA. NENHUMA.- falei pausadamente.- Agora se me dá licença...

Peguei minha mala, e coloquei todas, LITERALMENTE, todas as minhas roupas. Enquanto eu organizava-as, ela me fitava apavorada, ao ver a minha decisão.

–O que você pensa que você está fazendo?- ela me perguntou, ainda me fitando.

–Arrumando as minhas coisa.- falei, ainda com a pouca paciência que me restava.

–Para?...

–E te interessa?- acabei sendo rude.

–Claro, agora sou sua noiva.

–Você sabe o que você é minha... E não é muito bem a minha noiva...

–E vamos supor que eu esteja grávida de um filho seu?

–Hãm?

Por um segundo, eu morri, e ressuscitei. Como assim um filho meu? Essa garota está me irritando...

–Sim, um filho seu, estou grávida há um mês de você!

–E minha mãe sabe?- perguntei, encarando ela.

–Ainda não...

–Pode ficar sabendo, que esse filho não é meu...

–E é mais de quem?

–De qualquer outra pessoa... Menos minha!- falei, fechando a minha mala, e colocando-a em pé, para qualquer momento eu sair correndo.

–É seu sim!- retrucou, agora em um tom mais firme.

–Ai, tchau Evellyn, me poupe dos seus ataques...- falei, e fui em direção à porta, ela entrou na frente, e esticou os dois braços na frente da porta, impedindo a minha saída.

–Você não vai à lugar nenhum!

–Se você puder me dar licença de boa... Caso ao contrário, vai ser à força.

–Me bate então.- desafiou-me.

–Me bate o caralho, sai dai porra!- pedi mais uma, e última, vez.

–Não vou sair, você vai ficar aqui comigo!

Eu estava com medo, de que eu saísse de mim, e fizesse alguma coisa com ela.Como por exemplo, matá-la.

–Me dá licença...- falei entre dentes, e empurrei ela para o lado, ela bateu em uma cômoda, (que nem eu sabia o que estava fazendo ali, mas foda-se).

–Me machucou seu covarde!- ela falou, colocando a mão na barriga.

–Eu pedi para que você saísse, mas você preferiu não me ouvir.- sorri e me retirei.

Quando eu estava no corredor, ela começou à chorar. Eu não estava entendendo o porquê, nem me cansei em entender, simplesmente sai andando em direção ao quarto de Avery, e larguei ela pra trás.

***

Pov.: Avery.

Eu ouvi alguns barulhos, e alguns gritos, mas não consegui entender muito bem. Bryan chegou um pouco irritado, e trancou a porta.

–O quê aconteceu?- perguntei, olhando diretamente para ele.

–Evellyn...- ele respondeu, e em seguida soltou um suspiro.

–E...- gesticulei para ele continuar.

–Ela disse que está grávida de mim e...- ele começou, com uma voz e uma feição de descontentamento, mas fui obrigada à interrompe-lo.

–Ela o quê?- fiquei literalmente boquiaberta.

–Sim... Bem... Ela disse né... Não posso confirmar nada.

–Você transou quantas vezes com ela?

–Duas... Mas...- ele parou.- Impossível.- ele sussurrou para ele mesmo, mas pude ouvir.

–Ela estar grávida?

–Sim...- ele continuou à sussurrar, como se isso fosse proibido.- E tem mais uma coisa... A casa que eu vou morar não vai ser aqui, em Jacksonville...- fui obrigada à interrompe-lo novamente.

–AONDE?- dessa vez eu gritei.

–Em Nova Iorque... Mas eu não vou para lá não... Eu não quero, eu rasguei a minha passagem na cara dela.

–Tá, e se você não for pra lá, vai pra onde?- perguntei, o que fez ele pensar, uma coisa que ele não havia pensado.

–Não sei... Ah eu vou pra qualquer lugar.

–Eu nem sei se meu pai, realmente está aqui em Jacksonville...

–Como assim?

–Sei lá... Espero que esteja. Alguns dias atrás estava vasculhando a caixa de entrada do celular da sua "noiva"- fiz as aspas com a mão, e ele riu- e era ela que estava me enviando aquelas mensagens...

–Ai esquece disso... Estou com fome, vamos comer alguma coisa?- ele me perguntou, passando a mão na barriga.

Descemos, comemos, e fomos para o meu quarto, assistimos um pouco de televisão, e conversamos um pouco, logo depois eu dormi. Por mais que eu estivesse me esforçando ao máximo para me manter acordada, como se fosse a última vez em que ficaríamos juntos...

***

Quando acordei, ainda era de manhã, ainda assim, me dei a liberdade de acordar Bryan.

–Amor, amor... Acorda.- cutuquei ele.

–Ah...Não, hm...ai, para me deixa dormir!- resmungou.

–Se você contar que eu vou embora hoje, acho que você levantaria agora!- ameacei. Como sou má.

–Tá, tá... Acordei!- falou, esfregando os olhos.

Dei um beijo nele, feroz, com vontade.

–Assim você me enlouquece, e eu sumo com você, e nunca mais vão te ver.- ele disse, e soltou uma risadinha. E eu dei outro beijo nele.

–E porquê você ainda não fez isso?

–Não sei...

Alguém bateu na porta do meu quarto, interrompendo a fala dele.

–Quem é?

–A sua tia, é para avisar que o seu pai está aqui embaixo, lhe esperando, para ir.

–Amor...- sussurrei.- Você ainda tem o meu número de telefone né?

–Claro né.

Me lancei para fora da cama, peguei as minhas malas, de repente senti uma tontura, me apoiei no criado-mudo. Bryan correu para me ajudar.

–Não precisa... Estou bem.

–Percebi...- ele falou sarcasticamente.

–Você pode me ajudar à levar as malas lá pra baixo?

–Claro meu amor!- ele disse, em um tom dócil.

Ele pegou algumas nécessaires, e colocou-as no ombro, e foi descendo.

–Só vou trocar de roupa, rapidinho.

–Tá bom...- Bryan respondeu do inicio das escadas.

Coloquei uma roupa simples, e desci com a mala maior.

–Oi minha filha...- disse o meu pai.

–Oi pai.- falei o mais fria o possível.- Leva isso pro carro por favor...- pedi.

–Tá bom, vou te esperar no carro...

–Tá, tá...- encurtei o assunto.

Fui em direção de Bryan, para abraça-lo, e ele me deu um sorriso, aquele sorriso que me encanta.

–Garoto, não sorri assim...- eu sussurrei, e ele deu uma risadinha.- Senão eu te beijo, na frente de todo mundo.

–O que você está esperando?

–Estarmos à sós, porque ai né, eu aproveito e arranco logo a sua roupa.- sussurrei.

Nós rimos. E para finalizar, dei um beijo na bochecha dele. Bem, para despedir da minha tia, acenei somente. E a Evellyn, ah... A Evellyn, bem, dei o dedo do meio para ela, e sai.

Quando entrei dentro do carro, virei para trás e fiquei olhando Bryan, cada vez mais distante de mim. Estava tudo ótimo (só que não) até a Kristen vir falar comigo.

–Então minha querida, está feliz por estar vindo com a gente?- ela perguntou, e deu um sorriso cínico, provavelmente ela já deve saber o porquê de eu ter saído da casa da minha tia, ou melhor, sido expulsa.

–Ah, super feliz! Estou tão feliz, mas tão feliz, que eu estou saltitando aqui. Não está vendo?- ironizei.

–Infelizmente, não.

–Ai pai, você está com tanto dinheiro, mas não leva a sua "queridinha" para o oftalmologista...- fiz as aspas com os dedos, que com certeza, deu para ver pelo retrovisor interno.

Ele simplesmente ficou em silêncio. E foi assim, o tempo todo.

Quando cheguei na minha nova "casa", meu pai me guiou para o meu mais novo quarto, que de acordo com ele, estava do jeitinho que eu gosto... Já estou imaginando como que deve ser o quarto.

–Vem com um Bryan de brinde?- perguntei, antes de abrir a porta.

–Por que?

–Porque só ter ele, para mim já é mais do que suficiente...

–Não, não tem um Bryan.

Quando eu abri a porta do quarto, notei que de fato o quarto era do jeito que eu gosto, só faltava Bryan mesmo.

–Tá, obrigado. Agora, tchau!- falei, e bati a porta do quarto.

Enquanto arrumava as minhas coisas, percebi o quanto eu tinha mudado, eu já não era mais aquela Avery, bagunceira, que gosta de sair, se embebedar, e fazer merda. Eu tinha guardado esse meu lado, acho que depois de dezesseis anos usando ele, decidi armazena-lo em algum lugar, que de preferência eu jamais encontraria.

De repente meu celular apitou, avisando que havia chegado uma mensagem, do meu amor! Dei pulinhos de alegria.

"Meu anjinho, já estou morrendo de saudade da sua boca, de você... Me passa o endereço, que mais tarde vou passar ai, para fazermos um reprise de ontem, hahaha :) te amo!"

Logo respondi.

"Amor, não é muito longe as sua casa, é no condomínio Ocean Beach. Estou morrendo de saudade do seu cheiro, da sua boca, do seu corpo, enfim, de você. Olha, olha, vou ficar te esperando... Estou ansiosa para um reprise... Hahaha :) I love you so much."

Não demorou muito para chegar outra.

"Pode deixar, onze e meia, vou estar ai, sem falta! I love you too :))"

Ai ai, eu já estava morrendo de saudade dele! Espero que ele aqui onze e meia.

O meu estômago se revirou, e de repente me deu uma imensa vontade de vomitar, não só deu vontade, como eu fui. Eu estava passando muito mal mesmo, deitei para descansar um pouco... E cai em um sono profundo, com alguns sonhos...