Alguns instantes depois, duas corujas (uma das torres e outra do campo) irromperam pela cozinha e depositaram uma carta cada uma, defronte a Matt e Guga.

Os garotos abriram as cartas simultaneamente e leram:

ESCOLA DE MAGIA E BRUXARIA DE HOGWARTS

Diretora: Minerva McGonagall

Caro Sr. Weasley

Temos o prazer de informar que o senhor foi aceito para a escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos enviando em anexo uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começará em 1º de setembro...

— Pois bem – disse a Sra. Weasley, pegando as cartas antes dos garotos terminarem de ler e mostrando-as ao Sr. Weasley. – A lista está grande como sempre... Só há um lugar onde se acha tudo isso: o Beco Diagonal.

Nesse instante, todos os ocupantes da mesa, exceto Matt e Guga, se levantaram.

— Meninos, vão se arrumar – disse a Sra. Weasley. – Em cinco minutos, estaremos indo para o Beco.

— Como iremos vovó? – perguntou Guga, curioso.

— Pó de Flu – respondeu a avó. – Vistam suas capas, e Matt, tente pelo menos endireitar esse seu cabelo.

Louis se adiantou e apanhou uma torrada do prato do distraído Albus, mastigando-a apressadamente enquanto abria sua mochila à procura de uma capa. Matt e Guga se levantaram e correram para seu quarto.

Cinco minutos depois, os dois desceram as escadas e encontraram o restante da família defronte à lareira apagada (Matt não fizera nada com o cabelo). A avó ralhou com o menino por não ter penteado o cabelo, mas Matt respondeu que o cabelo jamais ficava arrumado, por mais que ele tentasse. A avó deu-se por satisfeita e disse:

— Muito bem, estão todos aqui? Então, quem quer ser o primeiro a...

— Eu – disse Matt rapidamente, se adiantando.

— E eu depois – disse Guga, ficando ao lado do primo. Victoire e Dominique trocaram olhares que diziam claramente “sem noção”; Louis, James e Hugo assobiaram a atitude corajosa dos primos, e a Sra. Weasley disse:

— Têm certeza, meninos? Afinal, vocês nunca viajaram no Pó de Flu antes...

— É só nos dizer o que fazer, então – disse Guga. – A gente aprende rápido.

— Ótimo – disse a Sra. Weasley um tanto contrariada. – Não vou me responsabilizar se vocês se perderem. Matt pegue um punhadinho de Pó de Flu e vá pra dentro da lareira. Jogue o Pó no chão dizendo com bastante clareza o seu destino. Cuidado para não engasgar.

Matt apanhou um pouco do Pó e foi até a lareira. Guga observava o primo com atenção. Matt se curvou para entrar na lareira, virou-se ficando de frente para todos os presentes e disse em voz alta:

— Beco Diagonal!

E jogou o pó com força no chão. Na mesma hora, a lareira se encheu de chamas verdes, que não queimaram Matt, mas que o envolveram e o absorveram; ele vislumbrou a sala de estar da Toca por um instante, em seguida estava rodopiando entre diversas lareiras de casas bruxas que ele não conseguiu visualizar direito; até que ele escorregou pra fora das chamas e caiu no chão de uma estalagem com alguns ocupantes. Alguns notaram a súbita aparição de Matt, mas logo voltaram a suas refeições e afazeres. O garoto não teve tempo de notar todo o ambiente ao seu redor quando as chamas irromperam novamente da lareira do bar, e Guga saiu do meio delas, tossindo.

— Matt! – ofegou ele, ao avistá-lo, ainda no chão. – Então, nós estamos no lugar certo, não é?

— É, é sim – disse Matt, se levantando; Guga o acompanhou. O bar não era muito grande, mas era espaçoso. Os garotos já o conheciam; já haviam acompanhado a família nas compras de ano letivo dos outros primos, mas nunca tinham usado o Pó de Flu para chegar ao Caldeirão Furado. Às vezes, iam nos carros do Ministério (o Sr. Weasley era chefe da Seção de Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos e Objetos de Proteção Forjados), outras de vassouras, pousando já dentro do Beco Diagonal, outras com os tios Harry e Rony. Porém, antes que pudessem visualizar todo o bar, alguém disse:

— Ora, Matt e Guga Weasley, aqui no Caldeirão Furado!