Com as mãos trêmulas eu abri a pequena bolsa. Fechei os olhos com força e peguei aqueles palitinhos do demo, deixando-os sobre a bancada da pia. Respirei fundo e abri os olhos lentamente.

Eram cinco testes.

Quatro estavam dando vermelho.

E vermelho queria dizer...

Oh droga, positivo.


– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – gritei, me jogando contra a parede fria do banheiro.


COMO EU FUI TÃO BURRA? NÃO, ESPERA AÍ, COMO O EDWARD FOI TÃO BURRO? CUSTAVA LEMBRAR DE COLOCAR UMA CAMISINHA?! MERDA! E NÓS JÁ TEMOS DUAS CRIANÇAS PARA CUIDAR, E A MELANIE ACABOU DE CHEGAR E...

– Bella, o que houve? – o ouvi perguntar do outro lado da porta, parecendo preocupado.

Bufei e abri a porta rapidamente. Edward arregalou os olhos para mim e eu comecei a desferir socos em seu peito PORQUE EU QUERO QUEBRAR ELE INTEIRO!

– ENLOUQUECEU?! – ele perguntou, segurando meus braços. – O QUE ACONTECEU?!

– O QUE ACONTECEU? ACONTECEU QUE VOCÊ SÓ PENSA COM A CABEÇA DE BAIXO E AGORA EU ESTOU GRÁVIDA!

Isso sim é um jeito ótimo de dizer que está grávida. Eu recomendo, pessoal.

Edward arregalou os olhos, e seu corpo travou. Engoli em seco, me acalmando aos poucos. Edward não piscava apenas me olhava atônito.

Ai caramba, agora ele morre.

– O-O quê? – gaguejou.

– Isso aí que você ouviu, Sr. Cullen. – praticamente rosnei.

Puxei meus braços de suas mãos com violência e fui para o outro lado do quarto, respirando pesadamente. Céus, isso não pode estar acontecendo...

– Mas nós... – ele murmurava.

– Nós nunca usamos preservativo. – falei, bufando em seguida.

Edward engoliu em seco, deixando seu corpo cair sentado na cama. Ficamos em silêncio por alguns minutos. Edward digerindo a informação e eu pensando em uma forma de levar a minha vida.

Eu não vou abortar. É óbvio que não. Eu não seria capaz, jamais, de matar um filho meu por menos desenvolvido que ele esteja. E a irresponsabilidade fora minha e de Edward... Essa criança não tem culpa de nada. Suspirei.

Mas e agora? Eu ainda trabalhava, mesmo que Edward tivesse me obrigado a tirar algum tempo de descanso, até para cuidar das meninas. Mas eu precisava voltar à ativa, eu tenho que ganhar meu dinheiro... E eu ainda tinha planos...

Agora toda a minha vida vai ser resumida ao bebê. E, definitivamente, eu estou presa a Edward para sempre a partir de agora. Céus, no que eu fui me meter...

– Bella, vem cá. – Edward disse baixinho, e eu mal escutei.

Ele ainda tinha o olhar fixo no chão, mas sua mão repousava ao seu lado na cama, sinal de que era para eu sentar ali. Caminhei ainda meio vacilante até a cama, e me sentei ao seu lado. Edward envolveu meu corpo em seus braços, e senti seus lábios no topo da minha cabeça. Ele fechou os olhos, respirando fundo, e de repente senti uma vontade absurda de chorar.

CADÊ A BELLA LOUCA E SURTADA? EU ESTOU VIRANDO UM POÇO DE SENSIBILIDADE!

– Você pensa em... – ele murmurou, com a voz falha. – Você quer tirar o bebê?

Arfei, envolvendo sua cintura com meus braços e afundando meu rosto em seu peito. Neguei com a cabeça, e senti o corpo de Edward tremer levemente com sua risada rouca. Levantei um pouco a cabeça, tentando olhar seu rosto, e vi que ele sorria abertamente. Seus olhos pareciam ainda mais verdes, e brilhantes.

Ele estava feliz.

Seus lábios vieram de encontro aos meus rapidamente, e ele depositou vários selinhos em mim.

Nosso bebê, Bella. – ele murmurou, ainda sorrindo e repousando uma mão sobre meu ventre ainda liso.

Suspirei, sorrindo levemente.

– Você parece radiante. – falei.

– Esperava o quê? Que eu gritasse com você e mandasse você abortar? – perguntou.

– Mais ou menos isso... – murmurei envergonhada.

Edward sempre me surpreendia.

Ele balançou a cabeça e riu novamente, encostando a testa na minha. Ele suspirou, me deitando na cama lentamente. Sorri ao sentir seus lábios dando um singelo beijo em meu pescoço, e logo seu olhar vidrado no meu novamente.

– Eu te amo. – ele disse, acariciando meu rosto.

– Eu também te amo. – murmurei de volta. – Mas será que isso basta?

Edward me olhou confuso, e eu suspirei, focando meu olhar no teto branco acima de nós.

– Ainda somos jovens, Edward. E mais saímos no tapa do que tudo... – falei, revirando os olhos. – E Mel acabou de chegar e...

Edward me calou, colocando um dedo levemente sobre meus lábios. O olhei, e vi que ele me observava seriamente.

– Somos jovens sim, e não, não saímos apenas no tapa. Na maior parte do tempo estamos bem, como agora, e eu pretendo manter isso. Mel é tão tranquila quanto Nessie, e sim, eu acredito que apenas nosso amor baste para que tudo dê certo. – falou tudo tranquilo, e ao fim sorriu. – Nós vamos dar conta de cuidar dos nossos quatro bebês.

Arqueei as sobrancelhas, um sorriso bobo nos lábios por suas palavras.

– Quatro? – perguntei risonha.

Edward riu e encheu meu rosto de beijos, e logo parou, me olhando novamente ainda sorridente.

– Esse que está por vir... – ele disse, colocando a mão sobre meu ventre novamente. – Nessie, Melanie e Alice.

Ri alto quando ele mencionou Alice.

– Que ela não te ouça chamando-a de bebê! – falei, e ele riu também.

– Mas ela é mesmo já sendo maior de idade. – falou, se tirar o sorriso do rosto. – Eu já amo vocês, Bella. Como sendo as minhas meninas, minha família.

Suspirei, acariciando seu rosto.

Esse cara... Dá vontade de mata-lo, e depois encher ele de beijos. Esse é Edward Cullen: extremamente confuso e irritante.

– Desde quando? – perguntei baixinho.

– Desde quando o quê?

– Desde quando você... Nos considera sua família?

Edward semicerrou levemente s olhos, parecendo pensar, e seu sorriso aumentou.

– Desde o Natal. – falou convicto. – Quando eu saí por Nova Iorque ao seu lado atrás de um peru, porque você não queria decepcionar Alice e Nessie. Naquele dia eu percebi que também queria... Participar. Não só de um Natal, mas de todos. Não só com você, mas com Alice e Nessie também. Até com Rose e Emmett se pegando no sofá! – falou, arrancando uma risada minha. – Nós começamos um pouco errados desde o início, mas eu sempre quis, Bella. – ele murmurou, acariciando levemente meu rosto com seus dedos quentes. – Sempre quis estar assim com você, mesmo quando você revirava os olhos para mim no escritório, ou saía da minha sala a passos duros, irritada.

Sorri, e selei nossos lábios. Edward gemeu baixinho e pôs seu corpo em cima do meu, me acariciando. Sorri contra seus lábios ao sentir sua mão em meu ventre novamente, acariciando-o carinhosamente.

– Vai dar certo, você vai ver. – ele sussurrou.

Assenti, sorrindo. De certa forma, eu sabia que daria certo.

(...)

– ROSALIE HALE, O QUE VOCÊ FEZ COM A MELANIE?!

– Bella, fica calma, não vai me dizer que ela está feia?

– A MENINA PARECE UM PROJETO DE BARBIE!

– Ai sua escandalosa, não grita!

Bufei, me jogando no sofá e passando as mãos no rosto. Mel se sentou ao meu lado, vestida de rosa dos pés à cabeça. Mas ela estava linda.

– Me desculpe pelos gritos, eu... – murmurei incerta.

– Essa gravidez vai animar a casa, já estou até vendo. – Alice disse risonha, se jogando no meu outro lado no sofá.

Rose sentou na poltrona, com um sorrisinho nos lábios.

– Quem diria... – ela começou, ainda sorrindo. – Isabella Swan grávida de Edward Cullen. Só falta o casamento, quando será?

Revirei os olhos, me levantei e fui andando até a cozinha. Rose, Alice e Mel me seguiram.

– Nem tão cedo. – falei, procurando um doce na geladeira.

– Vocês estão esperando um bebê juntos, e não terá casamento? – Alice perguntou, murchando.

– Gente, estamos no século vinte e um. – falei, pegando a bandeja de brownie na geladeira.- Teremos o bebê, o criaremos, continuaremos sendo um casal, mas sem casamento. Acho que não tem necessidade.

– Uma hora você vão casar. – Rose disse, pegando uma barrinha de cereal. – E quem vai cantar?! Aliceeee!

Alice crispou os olhos para Rose a fulminando. Não aguentei e ri. Eu me sentei à bancada e Mel se sentou ao meu lado. Servi um pedaço de torta para ela e um pedaço gigante para mim. Céus, a torta parecia maravilhosa...

Ficamos conversando amenidades enquanto nos empanturrávamos de comida.

Já havia se passado um mês. Eu havia ido ao médico e constatei estar com dois meses de gestação. Alice e Nessie ficaram radiantes com a notícia, e Mel, após entender que ganharia um irmãozinho, ficou tão animada quanto Nessie e Alice. Rose vivia me zoando, dizendo que chegaria a hora que eu não entraria nem nas minhas calcinhas, mas eu sabia que ela estava feliz... Hora ou outra eu a pegava observando minha barriga ainda lisa com um sorriso carinhoso.

Seu namoro com Emmett estava indo de vento em poupa, e ele já a havia apresentado à família Cullen como sua namorada. E quando Esme e Carlisle souberam que um netinho estava por vir... Bom... Eu pensei que nunca sairia da casa deles, porque Esme começou a preparar um banquete e a me prender no sofá da sala me perguntando sobre tudo o que eu sentia, me contando histórias de como fora a gravidez de Edward, Emmett e Jasper e falava do quanto o bebê que estava por vir seria lindo.

Eu estava começando a me acostumar com a realidade, pouco a pouco. Eu seria mãe. Quando foi que eu me imaginei sendo mãe aos 23 anos? Ah sim, nunca. Mas era algo interessante. Bom. Lindo, na verdade. Imaginar que daqui a poucos meses... Eu teria um pedacinho meu e de Edward nos braços. Eu sorria só de imaginar.

Alice... Bom, seu álbum seria lançado daqui a 4 meses. Quase todos os dias ela ia à gravadora, após a faculdade, e segundo ela, cada dia era uma tortura diferente. Jasper não a tratava mal, mas diferente. Mais distante. Mais frio. E isso a machucava, é claro. Como o lançamento do álbum de Alice estava próximo, o casamento de Jasper e Maria fora adiado para o ano seguinte. Mas Alice estava melhor... Ela parecia mais tranquila. Disse que não era muito agradável ficar perto de Jasper, preferia ficar sempre junto à banda que tocava com ela e com Jéssica, a assistente, mas que de certa forma não se sentia tão agoniada como antes, quando ela mantinha seu sentimento em segredo. Mas tudo iria se ajeitar, com o tempo.

Aí vocês perguntam: MAS BELLA, E AGORA, COMO FICA A SUA VIDA COM O EDWARD?!

E eu respondo: vai continuar a mesma coisa de sempre.

Edward veio com um papo sobre: “morarmos na mesma casa”, mas eu sempre mudo de assunto. Antes que vocês me xinguem entendam bem: somos namorados.

Namorados.

Na-mo-ra-dos.

Não estamos casados.

Não já necessidade de morarmos juntos. Eu estou mais do que ótima com meu apartamento a duas quadras do Central Park, aconchegante, meu lar. Eu sei, Edward é o pai do bebê, então o certo seria eu me mudar para a casa (palacete) dele... Mas eu não me sinto pronta ainda. Ele anda insistindo muito sobre isso, e fica me chantageando emocionalmente dizendo:

“Nessie gosta tanto da minha casa.”

“Nessie amou a piscina.”

“Nessie e Mel amam ficar juntas.”

“Já estou preparando um quarto para Alice, vai mesmo desperdiçar meus esforços?”

Dá vontade de manda-lo à merda, sério mesmo. Mas aí eu penso: “awn, que fofo”. Mas continuo com vontade de bater nele.

Acho que isso é algo que NUNCA irá mudar, porque Edward é tão irritante, e ao mesmo tempo tão lindo e fofo, que dá vontade de quebrar a cara dele.

Eu sei, eu sou um doce.

Ah, eu também havia voltado à ativa, após muita insistência. Voltei a ser secretária de Edward, e até estava sendo bem mais calmo do que antes, já que ele insistia para que eu resolvesse tudo sentada.

Cafés? Mande Alec comprar e trazer. Não quero minha princesa e meu rapazinho se esforçando à toa.”

Aí vocês pensam: “AI, QUE LINDO, PRINCESA E RAPAZINHO, QUE FOFO!”

E eu penso: “EU NÃO ESTOU DOENTE.”

Eu suspirei, ouvindo o telefone tocar. Era o Sr. Smith, novo cliente. Anotei seu recado para Edward e voltei a organizar alguns documentos de Edward. Meu trabalho agora se resumia a atender telefonemas e a organizar papéis. Tudo sentada.

Assim que terminei de organizar os documentos, ouvi meu celular tocar. Era uma mensagem de Tanya.

“VENHA NA MINHA SALA, RÁPIDO, É URGENTE!” – a mensagem dizia.

Arregalei os olhos e rapidamente fui para o andar de Tanya. Sua secretária disse que eu poderia entrar, pois ela já estava à minha espera. Entrei em sua sala receosa. O que aquela louca tinha agora?

– A mamãe chegou! – ela disse quase gritando e me assustando. – Eu comprei umas coisas tão lindas! OMG!

Tentei dar meia volta e sair, mas Tanya me abraçou pelos ombros, rindo, e me conduziu até o sofá que havia no canto de sua imensa sala. Em cima da mesinha de centro, várias sacolas, rosas e brancas e de roupas.

– O que é isso? – perguntei, apontando para o amontoado de compras.

Tanya me obrigou a sentar no sofá, ainda com um sorriso de orelha em orelha, e pegou uma sacola que estava mais próxima. Assim que ela tirou o macacãozinho de bebê de dentro da sacola, eu gemi, me encostando no sofá.

– Não é lindo?! – perguntou com os olhos brilhando.

– Tanya, eu disse que você não precisava comprar nada agora! – falei.

– Mas eu queria, poxa. – ela murmurou, fazendo biquinho. – É um bebê a caminho, ele tem que ter roupinhas lindas!

Ri de sua empolgação.

– Você está mais animada do que eu! – falei rindo. – Por que ainda não tem filhos?

O sorriso de Tanya falhou um pouco, e ela baixou os olhos.

– Eu não posso, Bella. – falou, forçando um leve sorriso. – Eu e Laurent já tentamos diversas vezes, mas... Nunca deu certo. O problema é comigo.

Engoli em seco, me sentindo uma idiota.

MUNDO ME ENGULA!

– Eu sinto muito, eu não sabia. – falei.

Tanya revirou os olhos, voltando a sorrir para mim.

– Você não tinha como saber, Bella. Está tudo bem! Eu e Laurent já entramos com um pedido de adoção! – falou, sorrindo ainda mais.

Vê-la radiante novamente me deixou feliz, e eu não me importei quando ela começou a me mostrar roupinha por roupinha comprada. Eram realmente lindas, e eu me peguei babando por várias. Como ainda não sabíamos o sexo do bebê, Tanya havia comprado tudo branco, amarelo, cor de creme e bege. E não eram somente roupas, havia também alguns livros para gestantes e sapatinhos.

Sim, Tanya é louca.

Mas é uma louca que eu adoro, definitivamente.

(...)

– ... e aí eu disse “Emmett, para quê essa boca tão grande?” e ele me jogou na parede e disse “É pra te come...”

– ROSE, CHEGA!

Rose riu alto, e eu senti meu rosto pegar fogo.

Eu realmente não precisava saber das promiscuidades dessa tarada com o meu cunhado. Definitivamente não.

Ouvimos a porta do apartamento ser aberta e, quando olhamos, vimos Alice com um sorriso todo bobo nos lábios.

– Boa noite, minhas deusas inspiradoras! – ela disse, jogando sua bolsa na poltrona e sentando entre eu e Rose no sofá.

Arqueamos as sobrancelhas para ela. Que sorrisinho era aquele?!

– Nessie e Mel já dormiram? – Alice perguntou.

– Sim, elas brincaram muito hoje. – falei, observando-a atentamente.

– Ah que pena, eu trouxe alguns doces para elas e...

– Eu como! – falei rapidamente, já sentindo minha boca salivar.

Cara, eu preciso de doce. Não tinha doce nenhum em casa, eu já havia acabado com os que Edward havia comprado para mim e já estava me sentindo em abstinência e eu realmente precisava de algo doce e...

– Querendo comer os doces das crianças, credo. – Rose disse me zoando. – Eu acho que não tem um bebê aí, tem é uma anaconda!

– Rose, abra a boca só se for para me oferecer comida. Ok? Ok. – falei, crispando os olhos para ela, que riu.

Alice sorria e foi até sua bolsa, me entregando uma caixa de bombons. Mas eu reparei que os bombons já haviam sido comidos até a metade, e era uma daquelas caixas de bombons de marca que se dá como presente... Tinha a fitinha vermelha e tudo...

– Alice, isso foi um presente? – perguntei como quem não queria nada, já colocando uma das trufas para dentro.

– Sim. – ela respondeu, sorrindo levemente.

– Hm... E quem te deu? – Rose perguntou, pegando uma das trufas da caixa também, inocentemente.

– Ah, foi o Stephen. – ela disse, nos olhando confusa. – Por quê? O que foi gente? Vocês estão me assustando.

– E quem seria esse Stephen, hein dona Alice? – Rose perguntou maliciosa, e eu não aguentei e ri.

Alice riu da cara de Rose e revirou os olhos, pegando sua bolsa novamente à procura de algo, enquanto dizia:

– É um novo cantor contratado pela gravadora. Ele também está gravando um álbum, então acabamos nos tornando amigos. Durante os “intervalos” conversamos bastante. – explicou. – Parem com essa cara maliciosa, vocês duas!

Eu e Rose rimos, e Alice finalmente pareceu achar o que procurava na bolsa: seu celular.

– Eu tenho uma foto dele aqui... Tirei ontem quando ele estava escrevendo alguns trechos para uma música nova.

– E ele é como? Alto, baixo, magro, gordo, quente, magricelo? – Rose perguntava ansiosa.

Alice revirou os olhos, enquanto mexia no celular.

– Ele é meu amigo, Rose. Ele é bonitinho. – falou.

Bonitinho? – Rose perguntou, parecendo decepcionada. – Deve ser um molecote, estilo Justin Bieber então?

Alice a olhou por alguns segundos e mordeu o lábio inferior. Não respondeu. Apenas clicou na foto e, como estava entre eu e Rose, pudemos ver...

E eu me engasguei com o chocolate.

QUE PORRA DE HOMEM É ESSE?!

– ALICE, ME DÁ ISSO AQUI! – Rose gritou, arrancando o celular da mão de Alice, que a olhava de olhos arregalados. – Senhor, de onde ele saiu?! Do Olimpo?! – Rose perguntava com os olhos fixos na tela do celular, na foto.

SABE, TEM UMA GRÁVIDA PRESTES A PARIR O FILHO PELA BOCA JUNTO COM O BOMBOM, TEM COMO ALGUÉM DAR UMA AJUDA?!

– Rose, fica calma. – Alice murmurou lentamente.

– FICAR CALMA?! – Rose gritou, com os olhos arregalados. – Alice, o que você viu no Jasper tendo um homem desses... Ao seu lado? OMG!

Alice suspirou, mas riu.

– Eu não sei. – falou dando de ombros. – Mas Stephen é um amor de pessoa. Não é só beleza... Ele é delicado, é tranquilo, é engraçado e tem uma voz linda. E as músicas dele... São espetaculares! – Alice dizia, com uma clara admiração nos olhos.

– Se joga, garota! – Rose disse. – Se eu estivesse no seu lugar já teria me trancado com ele no primeiro lugar vazio que eu visse e...

– Rose! – recriminei finalmente conseguindo me livrar do chocolate preso na garganta. – Me dá isso aqui, deixe-me ver direito!

Rose riu e me entregou o celular. Observei atentamente a foto, e engoli em seco.

Rapaz, o homem tinha uma coisa que parecia que prendia os seus olhos. ESPERA AÍ, EU NÃO POSSO!

– Tira isso de perto de mim, argh! – falei, virando o rosto e jogando o celular de Alice em seu colo.

– Resistindo à tentação?! – Rose perguntou risonha. – Eu te entendo, Bella.

– Que Edward e Emmett nem sonhem que vocês estão babando por outro! – Alice disse, entre risadas.

– Não babei por ninguém! – falei, colocando duas trufas na boca e as engolindo rapidamente, sem mal mastigar. – Ainda prefiro o Edward.

– Eu também só tenho olhos para o meu ursão, mas temos que confessar que esse Stephen é um tremendo de um tesudo. – Rose disse seriamente.

– Quem é tesudo?

Estaquei com a voz atrás de mim. Olhamos ao mesmo tempo para trás e vimos Edward parado, nos olhando desconfiado. Ainda estava à porta, havia acabado de chegar.

Tesudo? Que tesudo? Rose falou ossudo! – falei, rindo nervosamente.

– Ossudo? Quem é ossudo? – Edward perguntou, retirando o paletó e me olhando com os olhos crispados.

– Ai, ai, está na minha hora. Boa noite a todos. – Alice disse, pegando sua bolsa e saindo praticamente correndo para o seu quarto.

– Ossudo é o... O... – Rose gaguejou, me olhando com olhos levemente arregalados. – O Puro-Osso, daquele desenho do Billy e Mandy, já viu? Estávamos aqui relembrando a infância, assistindo ao desenho novamente.

Boa Rosalie. Muito boa. Relembrando a infância. Que merda, hein.

– Mas está passando o Jornal de Notícias. – Edward disse, apontando para a TV.

Eu e Rose nos olhamos, e Rose levantou de repente, bufando.

– Apareceu sobre um acidente em que morreu um cara, isso nos lembrou a Morte, Morte nos lembrou o Puro-Osso e Puro-Osso nos lembrou o desenho, raios! Não podemos mais relembrar a infância vendo notícias?! Hein?!

EITA, AGORA A BICHA ENLOUQUECEU DE VEZ!

Edward arregalou os olhos para ela, assentindo.

– Tudo bem, Rose. – ele murmurou.

Rose suspirou, jogou seus cabelos para trás e pegou sua bolsa.

– Eu já vou. Tenho que ver meu ursão. Boa noite, mamãe. – ela disse, vindo até mim. Rose me abraçou apertadamente e, perto do meu ouvido disse: - Joga ele na parede que ele esquece o assunto.

Revirei os olhos, rindo. Rose mandou um beijo para Edward e saiu do apartamento quase saltitante.

Edward veio até mim, e me beijou.

– Senti sua falta. – murmurou, me envolvendo em seus braços.

(...)

O aniversário de Alice estava chegando. Eu já estava completando o terceiro mês de gestação, e adivinha quem era o meu médico?

Jacob Black.

Para a felicidade de Edward, desespero meu e quase morte de Jacob.

Jake quando soube da notícia quase teve um troço. Conversei com ele, e o tranquilizei. Ele percebeu o quanto eu estava feliz, e disse que estava feliz por isso. Ele era um ótimo amigo, afinal.

Mas enfim, voltando ao assunto... O ANIVERSÁRIO DE ALICE ESTÁ CHEGANDO E EU NÃO SEI O QUE FAZER!!!

Suspirei, enfiando a cara no travesseiro talvez pela décima terceira vez nessa manhã. Rose já estava planejando algo, mas não quis me dizer o que era. Suspirei. Alice faria 20 anos... Já era uma adulta. Sorri.

Minha garotinha estava crescendo. Minhas garotinhas, aliás. Nessie também já estava enorme, e daqui a uns meses seria seu aniversário também...

Suspirei, me preparando para me levantar e espantar a preguiça. Edward havia saído para comprar algumas coisas para o almoço. Eu ia com ele, mas senti um mal estar terrível, então ele me fez ficar em casa porque logo voltaria. Estiquei os membros, sentindo-os estalar, e quando me sentei na cama pronta para ficar de pé a porta do quarto é aberta com um estrondo.

– EU JÁ SEI O QUE FAREMOS PARA ALICE! – Rose gritou, cheia de revistas nas mãos.

Eu não devia ter dado uma cópia da chave do apartamento para essa louca. Não mesmo.

– Ai Rose, lá vem você... – gemi, me jogando no meio das cobertas novamente.

– Levanta a cara daí, criatura! Eu estou cheia de ideias! – praticamente gritou, se jogando na cama e quase esmagando minha cabeça com aquela bunda gigante dela.

– E que ideias são essas? – perguntei meio grogue.

Eu me sentei novamente na cama, sentindo que parecia um leão com meus belíssimos cabelos em liberdade. Rose revirou os olhos ao olhar para a minha cara de sono, mas sorriu abertamente.

Não disse nada, apenas pegou uma grossa revista entre as muitas que havia jogado sobre a cama e a abriu na página exata em que, ocupando duas páginas, estava escrito em letras garrafais:

“COMO PREPARAR UMA FESTA SURPRESA”

Mundo...

Vai se foder você e essa sua maldita mania de dar ideias à Rosalie Hale. Ok?

Ok.