Esse negócio das pessoas chamarem o coração de músculo mais forte do corpo humano é papo furado! Eu todas as objeções para dizer que não sinto nenhum vestígio de sentimento por Will Bloom. Que eu já senti? Senti sim. Acho que não é possível esse sentimento está voltando a aflorar. Se aquela cólica infeliz era borboletas no estômago, eu era apaixonada por todos quando estava naqueles dias.

Infelizmente não eram só as borboletas no estômago que denunciam que você está sentindo algo, a dor pode está tentando dizer algo. Não gostaria de está com dor de cotovelo por um garoto que estava no passado. Não gostaria de atrapalhar a relação daqueles dois, eles pareciam felizes juntos. Como muitos dizem: não faça aos outros aquilo que você não gostaria que eles fizessem a você.

Eu iria deixá-los de lado.

XXX


Um dia nublado para a cidadezinha. Um dia mais próximo do baile. Ir ao colégio estava se tornando algo mais chato, com a aproximação do baile as pessoas não paravam de comentar sobre o acontecimento. Minhas amigas que não costumavam conversar tanto nas aulas, haviam mudado de hábito. Conversando bastante sobre o baile durantes as aulas. Acontecia que eu era sempre deixada de lado, por desconhecer o assunto por completo.


Naquela espécie de solidão as horas pareciam passar mais rápido, e logo havia chegado o horário do intervalo. Já prevendo um provável desentendimento com as garotas, preferi ficar de lado. À mercê da boa sorte para encontrar uma mesa vazia.

— Marni! Aqui! — uma voz me chamara. Era Danny Underwood e Angie Bloom. Ótimo.



Meu próprio ego reclamava para largar de ser ignorante. Segurando minha agenda do Lonely Hearts Club, me aproximei das garotas com um sorriso no rosto. Eu não tinha lá muita intimidade com elas, portanto, não costumava nada ser simpática.



— Olá garotas! Posso me sentar? — perguntei já sentadas. Ambas apenas assentiram com a cabeça e riram baixinho.



— Marni, é que eu queria saber se você irá ao baile? — perguntou Danny. Olhei-a com uma careta. Não tem pergunta melhor, não? Seria melhor se ela perguntasse eu era uma total forever alone.



— Sou lésbica! — ok, não foi isso que eu disse, mas gostaria de ver a reação da Danny. — Sou forever alone, mesmo. — sorri tentando parecer amigável.



— Esse negócio de ter um par para bailes é ultrapassado! Eu mesma irei sozinha. — Angie falou meio risonha. Eu a admirava pela sua personalidade. Angie não era o tipo de garota que dependia de garotos para viver. Como sempre falava, ser solteiro não é somente um status de relacionamento, também era uma palavra que define uma pessoa que consegue encontrar a felicidade sem depender dos outros.

— Você não iria com seu irmão, não? — indaguei virando-me para Angie.



— Não, ele irá com essa senhorita aqui. — ela apontou para Danny.

— Alguém falando sobre mim e a Danny? — chegou Will carregado de livros. Eu apenas me encolhi, permanecia receosa desde aquela tarde indesejável.



— Sim, estávamos falando sobre os pares do baile. Eu e Marni iremos sozinhas. — ela arqueou as sobrancelhas significativamente...



— MENTIRA! — gritei. — Estava enganada, irei com aquela cara ali. — apontei para um estudante do último ano que estava só. — Inclusive irei lá. — falei determinada, apesar de nunca ter visto aquele jovem.



Caminhava toda determinada em perguntar as horas para ele, talvez pudesse iludir Danny, Angie e Will, fazendo-os pensar que aquele estudante realmente era meu par. E para até melhorar, poderia soltar algumas risadas para melhorar minha performance.



— Olá? É que.. — infelizmente, o estudando virou-se, ele estava no telefone.

— Eu gostaria de saber.. — ele virou-se para mim fazer uma careta. Nota em mente: nunca tente fazer uma performance de mentira para seus amigos!



Quando voltando para a mesa, Will logo empertigou-se e me puxou pelo braço para fora do refeitório.

— Você não o conhecia, né? — sua voz saíra como uma afirmação.



— Isso deveria ser uma pergunta? É, eu não o conheço. — eu findei desmentindo minha mentira. — Por quê?



— Aquele era Jeremy Brandshaw, não preciso explicar né? — ele disse calmamente. COMO ASSIM? ELE ESTAVA DE VOLTA?



— Mas ele saiu do colégio três anos atrás! — eu disse.



— Parece que ele está de volta e mesmo assim você irá com ele? — ele pergunta coçando a nuca.



— Vou.



— Tem certeza?



— Está insinuando para não ir como ele?



— Estou!



— Você não manda em mim!



— Não, mas o Jeremy não é a melhor escolha!



— Então quem é?



— Não sei. Ninguém talvez.

Como ele pôde dizer uma coisa daquelas? Minha irritação era tanta que não Me dei o luxo de respondê-lo. Apenas lhe dei as costas e saí caminhando com firmeza. Que perfeito! O cara que havia me dado um fora estava de volta e o garoto que não era um total canalha, era um canalha! Ninguém poderia me entender naquela hora, eu tinha certeza. Minhas amigas estavam ocupadas discutindo sobre aquele baile idiota. Danny era namorada do próprio Will, Angie era sua irmã. Ninguém!

XXX



Eu havia ignorado todos durante todas as aulas. O que importava era o Lonely Hearts Club, não deveria me abalar por causa de garotos idiotas.

— Cheguei. — gritei ao passo que adentrava no 4320, o sino tocou enfatizando minha chega.



— Olá querida! — meus pais disseram em coro, ambos conversavam com um casal de adultos, que por algum sentido os reconheci. Tanto faz.



Enquanto não havia ninguém do Lonely Hearts Club, eu fui ao encontro com o Jukebox e coloquei Dizzy Miss Lizzy dos Beatles. Sou uma pessoa relativamente tímida, entretanto não consegui me controlar e apenas escutar a música como qualquer pessoa. Tinha que dançar feito uma louca e cantar bem alto. Que eu iria chamar atenção? Poderia até. Mas não chamar atenção dele.



Lógico que não iria reconhecê-lo, todavia, eu conseguia identificar o garoto que olhava-me com braços cruzados e expressão suspeita. Típico de um canalha, típico de Jeremy Brandshaw.

— Olha ela aí. — meu pai disse apontando para mim. Em seguida, aquele casal (pais do Jeremy) se viraram para me encarar. Droga!Confie em mim, aquela não fora a pior parte da minha tarde, eu senti um arrepio em minha espinha quando percebi que haviam mãos em minha cintura, e o dito cujo era o Jeremy Brandshaw. Dançando comigo? Eu apenas lhe dei um olhar zangado e irritado, todavia não iria causar mais um problema aos meus pais.



No ano que Jeremy me dera um fora e eu chorei durantes muitas noites, meus pais diziam odiá-lo. Portanto, atualmente, eles e os pais de Jeremy apenas apontavam para nós, suspirando e sussurrando sobre nós.



— Os dois juntos tem tanta sintonia. Parecem até namorados! — após escutar isso da boca da minha, logo me soltei de Jeremy. Já traçando meus passos para lembrar a minha mãe, tudo que aquele canalha fizera comigo. Infelizmente fui impedida com um canalha puxando meu braço e me dando um abraço.



— Quando tempo, minha M. — ele sussurrou para minha na maior cara de pau. MINHA M? Já poderia quebrar a cara daquele canalha?



— Me solta, Jeremy! Agora! — eu disse ácida.



— Também senti sua falta, minha M. — ele permaneceu com aquela voz galante e sedutora. Eu em um gesto de raiva, rompi o abraço de forma bruta.



— Tem medo de ser seduzida? — perguntou o pateta. — De novo?



— Meu bem, não tem nem mais perigo. Eu tenho repelente contra canalhas! — eu rebati arqueando a sobrancelha.



— Certeza?



— E aliás, tenho coisas melhores para fazer. Eu tenho que cuidar do meu clube. — falei virando as costas e caminhando para a gerencia, no propósito de pegar o cartaz do LHC e colocar no quadro.



Ao passo que já caminhava já para o salão de mesas, fui surpreendida por Jeremy me prensando na parede.



— Sou tão importante para até mesmo ter sido o motivo de você ter criado o Lonely Hearts Club. E você ainda diz que eu sou inofensivo? Vamos ver. — ele finalizou dando-me um beijo no canto da boca e saindo.

XXX



Fiquei um tanto irritada pelo fato das garotas estarem se atrasando cada vez mais para os encontros do clube. Felizmente, pouco mais de uma hora quase todas já estavam presentes, só minhas melhores amigas não havia dado sinal de vida.

Tudo corria bem, de vez enquanto percebia que Jeremy encarava-me de uma mesa próxima, sempre com aquele olhar sexy e galante.



— Quem é aquele? — perguntou Angie.



— Só um canalha.