Ele não quis nem saber se Benigno estava bem apenas saiu de dentro do estabelecimento e as duas se olharam. Elas sabiam que se não fossem ele ia voltar e elas não gostavam de vê-lo bravo como estava naquele momento porque ele era capaz de tudo, elas caminharam para fora e Cristina achou melhor ir embora.

Inês foi até ele que estava sentado na praça comendo seu sorvete, ela sentou a seu lado e sem conseguir segurar ela perguntou.

— Você é mesmo virgem?

E ele a encarou com os olhos pegando fogo... Que maldita pergunta era aquela? Como ela tinha coragem de perguntar uma coisa daquela para ele? Eram amigos mais ele não iria contar a ela se fosse virgem, era sua intimidade e ali passava dos limites de onde ela poderia chegar. Respirou fundo estava enganado, ela era sua melhor amiga e tinha sim o direito de saber se ele era virgem ou não.

— Victoriano...

— Inês, a coisas que eu não estou pronto pra conversar ainda!!! - falou sério. - Eu não quero saber de vocês perto daquele cara. - voltou ao assunto principal.

— Victoriano, ele é um cara legal!!! - falou com calma para não deixá-lo mais bravo.

— Ele quer comer vocês duas, como comeu a escola inteira!!! - falou com raiva. - Eu estou falando para o seu bem. - tinha o tom rude, mas baixo.

Victoriano era tão cuidadoso com as duas que ele não as queria na boca do povo, não as queria na boca da escola inteira como outras meninas já estavam por causa daquele maldito. Benigno era um safado com fama de comedor e elas não precisavam de rótulos como as outras, elas tinham uma carreira pela frente e serem as novas "vagabundas" da escola não era preciso naquele momento.

Inês entendia o cuidado dele, mas não sabia se conseguiria ficar longe de Benigno já que ele tinha um papo bom e sabia como conquistar uma garota apenas com um sorriso. Era o garoto mais popular da escola e todos queriam estar ao lado dele ou até mesmo em sua cama, Inês era jovem e tinha desejos que nem ele sabia, mas saberia em breve porque ela não escondia nada dele.

Não escondeu quando perdeu sua virgindade e ele ficou muito bravo por ela não contar antes, era um "irmão" mais velho que a policiava sempre quando não estava fazendo as coisas erradas juntos, como matar aula para ir tomar cachaça numa gruta que somente os dois conheciam. Eram pequenas coisa que a fazia admirá-lo como homem e como pessoa, mas as vezes ele pegava no pé dela demais a fazendo se irritar.

— Victoriano, você não pode sair por aí batendo nas pessoas e muito menos falar desse jeito!!! - o corrigiu depois de alguns minutos em silêncio.

— Você quer transar com ele? - falou de uma vez sentindo a veia do pescoço estufar somente de imaginar. - Vai fazer essa besteira mesmo eu te alertando? - ficou de pé.

— Victoriano, é a minha vida e se eu quiser me deitar com ele, eu vou fazer!!!! - falou com raiva já da atitude dele.

Ele jogou o resto do sorvete longe e a encarou por alguns segundos se era assim que ela iria resolver as coisas, ou melhor, se era assim que ela o comunicava que iria para a cama de Benigno ele não tinha mais nada para fazer ali e se virou para ir embora, mas antes pode ver Benigno sair da sorveteria com um pano no nariz para conter o sangramento ao lado dos paramédicos. Os dois se encararam com ódio e de longe Benigno o ameaçou e logo entrou na ambulância.

— Você vai me deixar aqui sozinha? - Inês ficou de pé para ir atrás dele. - Você me prometeu carona pra casa!!!

Ele suspirou e passou as mãos no cabelo, virou o rosto e a olhou por um momento.

— Vamos logo que não quero mais falar com você!!! - mesmo bravo ele não a deixaria para trás.

Inês estava brava com a atitude dele, mas sorriu porque sabia que era somente cuidado e ela o seguiu e ambos foram para o carro. Ele como prometido não falou nada e ela o respeito até a entrada da fazenda onde ela o encarou depois de tirar o cinto e ele ficou olhando para frente.

— Você é um idiota às vezes!!! - quebrou o silêncio e ele a olhou.

— E você uma assanhada!!!

Ela gargalhou com as palavras dele e o agarrou beijando muito na bochecha.

— Eu também te amo seu ranzinza!!!

Victoriano nem se quer retribuiu porque quando estava com raiva era assim não passava com facilidade e o que ele queria mesmo era socar tudo que via pela frente. Ela sorriu mais ainda e depois de mais uns quantos beijos nele desceu e caminho para casa, ele suspirou e ligou o carro saindo dali enquanto dizia para si mesmo.

— Um dia você ainda vai me agradecer por cuidar de você!!! - eram palavras com tanto poder que mesmo Inês sem ter o ouvido falar se arrepiou enquanto caminhava rumo a sua casa.

Quando entrou em casa sorriu para os pais que a esperavam e os agarrou depois de largar a mochila e ficou ali sendo chamegada como gostava pelo resto da tarde. Victoriano por outro lado entrou bufando em casa e subiu direto para o quarto sem nem se quer dar a benção a sua mãe que sorriu sabendo que a raiva dele tinha um nome e um sobrenome, negou com a cabeça e foi fazer seus afazeres deixando que aquele dia se fosse…

(…)

DIAS DEPOIS…

Benigno não tinha esquecido o soco na cara e ali estava retornando as aulas depois de dias em casa se recuperando de um quase nariz quebrado, ainda tinha um pouco do roxo no rosto, mas não podia mais perder aula e ali estava ele voltando a escola. Foi cumprimentado por alguns de seus amigos e algumas meninas, mas o que queria mesmo era se vingar de Victoriano e quando o viu junto a Inês e Cristina não pensou apenas foi até lá alertando a escola inteira para uma possível briga.

Victoriano quando o viu se manteve na mesma posição e apenas o encarou esperando que ele dissesse algo ou avançasse nele para uma nova briga, briga não porque ele não teve nem chance da outra vez e não teria agora. Benigno o olhou e sorriu, não era com briga que iria acabar com a raça dele e pensando assim ele olhou para Inês e sem pensar duas vezes a puxou beijando em sua boca…