Era tudo tão louco que quando ela percebeu a área da festa estava completamente lotada de gente e um som vindo da área de dança chamou sua atenção e ela virou seu copo e levantou com um lindo sorriso e foi para a pista, seu fiel amigo Artêmio a puxou para dançar aquela canção e ela não se negou. Riram enquanto se moviam com emoção aquela musica que eram deles e num giro duplo a mão dela escapou e com a tontura que deu nela pela bebida a festa "trombar" em um grande peitoral e ela conhecia muito bem aquele cheiro e seus olhos foram aos dele que sorriu.

— O que está fazendo aqui? - falou logo de uma vez e ele sorriu ainda mais por saber que aquela festa seria pequena para os dois...

Inês sentiu as mãos dele em sua cintura a firmando em seu corpo sabia que ele estava ali para afontá-la assim como aquela festa era pra "agredi-lo". Pareciam duas crianças e a música parou sabendo que os dois poderiam sair no tapa ou no tiro como já tinham presenciado muito dos que estavam ali na festa.

— Você faz uma festa pra comemorar a nossa vitória e não me chama? - falou afrontoso.

Inês o encarou e como era mais afrontosa que ele disse:

— Se não foi convidado não deveria estar aqui!!! - os olhos pegavam fogo olhando os dele.

Victoriano aproximou ainda mais seu corpo do dela como se fosse possível e seus rostos ficaram ainda mais próximos podendo sentir a respiração um do outro.

— Eu posso estar onde eu quiser!!! - sorriu mais a provocando.

— Já curou sua bebedeira? - não se acovardava perto dele e não iria nunca.

Ele apenas sorriu e sorrir para ela era mais que uma afronta e a fazia estremecer. Inês não tinha controle quando se tratava daquele sorriso, Victoriano era um homem lindo e enorme, fazia com que ela se sentisse pequena e ela não gostava disso.

— Curei pra vir comemorar com você!!! - Se afastou dela e olhou a todos. - Voltem a música que vou dançar com minha prenda!!! - gargalhou e pode-se ouvir grito de algumas pessoas.

A música voltou e ele a segurou novamente dançando como se fossem amigos de longa data ou até mesmo um casal. Inês se moveu no ritmo dele e nada falou apenas o olhava nos olhos enquanto ele sorria, sabia que seriam o comentário pelo resto da semana e isso não a agradava em nada.

— Por que não vai embora? - falou com raiva depois de alguns minutos.

— Você quer mesmo que eu vá? - a girou e logo voltou a segurá-la pela cintura.

— Eu quero você longe de mim!!! - falou logo. - Acha que pode vir aqui depois do que fez mais cedo? Acha que pode vir e dançar comigo como se fossemos dois amigos ou qualquer outra coisa depois de quase me atropelar? - o empurrou se soltando. - Você não é bem vindo aqui e quero que vá embora agora!!!! - sem mais ela saiu de perto dele sumindo entre as pessoas.

Victoriano não iria ficar com a palavra na boca e saiu atrás dela a pegando pelo braço no momento em que entrava em casa para tomar algo. Ela o olhou e bufou ele realmente estava ali para tomar um tiro ou coisa pior da parte dela.

— Cadê meu filho? - ele falou logo.

Inês puxou o braço e cuspiu fogo naquele momento.

— Ele não é seu filho!!!! - quase berrou com ele.

Ele sorriu para seu ódio mais uma vez.

— Você sabe que é e eu também sei!!! - Se aproximou mais dela. - Posso te dizer o momento exato em que ele foi colocado aí dentro da sua barriga.

Ela novamente o empurrou com ódio batendo em seu peito e ele a segurou pelos braços a prendendo contra a parede.

— A cinco anos naquela cabana, você e eu fodendo como dois loucos em cima da mesa porque você não aguentou esperar chegar a cama, seu desejo era maior e o meu também...

— Cala a boca!!!! - gritou.

— Eu estou cansado de esperar que você assuma Inês!!!!

— Eu não posso assumir o que não é verdade!!! - rosnou sentindo ele duro em sua barriga. - Me solte seu tarado!!!!

— Eu vou a justiça e vou conseguir o direito de ver Emiliano...

Ela o empurrou com força, nunca iria permitir que aquilo acontecesse e se precisasse daria um tiro bem na cara dele para que não fizesse nada contra ela ou seu menino. Emiliano tinha apenas cinco anos e era um bebê que precisava de paz em sua infância e ela não iria permitir que ele estragasse tudo.

— Você não tem direito algum sobre ele!!!! - empurrou mais uma vez. - Ele é filho do meu falecido marido e você sabe bem disso!!!! - respirou pesado.

— Eu não vou cair mais nesse jogo de palavras!!!! - levou as mãos ao bolso da calça. - Cinco anos em que eu vejo meu filho crescer sem mim, cinco anos em que eu o vejo escondido de você para não arrumar problema, mas isso acabou porque eu tenho direito sobre ele e a manchinha na perna dele é a prova!!!

Inês ficou sem palavras naquele momento e ele piscou para ela saindo dali, já a tinha perturbado bastante e apenas foi curtir aquela festa que era totalmente dele. Victoriano se juntou a algumas pessoas e Inês correu para o andar de cima e entrou em um dos quartos, lá estava seu pequeno "bichinho" adormecido como o anjo que era.

Tinha chegado no meio da festa depois de um dia no parque com seus padrinhos Diana Maria e Vicente, deitou na cama com ele e o encheu de beijos. Era a sua vida o seu pedacinho de amor e se Victoriano achava que iria conseguir alguma coisa ali não iria porque ninguém mexia com sua família e ele que ficasse bem longe de seu menino e se limitasse somente a seu filho Alejandro.

Tinha tanta raiva dele por ter aquele filho, um filho que demonstrava o "amor" que ele sempre jurou sentir por ela já que logo ao término deles dois ele engravidou a irmã gêmea de Diana Maria. Diana Elisa estava em um sanatório internada por loucura já que nunca foi correspondida por ele fazendo assim com que sua mente vagasse por um mundo sombrio e escuro, uma realidade distorcida em que ela era feliz com sua "família".

— Você é só meu e de mais ninguém!!! - respirou fundo e ele suspirou dando um pequeno sorriso em busca de sua mamadeira que ela deu a ele e se levantou da cama. - Vamos resolver isso do jeito certo Victoriano Santos. - e sem mais saiu do quarto depois de olhar seu menino.

Passou pelo escritório e pegou sua arma, saiu de lá pronta para a "guerra" e quando chegou ao lado de fora, parou no meio da festa e apontou para o alto dando dois tiros para cima alarmando a todos que ali estava e Victoriano a encarou com um sorriso grandioso enquanto terminava sua bebida.

— Vamos resolver nossos problemas, Santos!!!