— Diga logo o que quer e vá embora! - não o queria por perto.

Amaro sorriu com os olhos de maldade e começou a falar.

— Você sabia que Emiliano não é o único filho que Inês te escondeu?

Victoriano no mesmo momento sentiu a garganta secar e ficou de pé e praticamente gritou.

— Do que está falando?

Ele tomou ar e sem pena do estrago que iria fazer disse:

— Estou falando que Cassandra vai se casar com o meio irmão dela!

Victoriano sentiu seu corpo todo tremer com aquela insinuação dele e de súbito deu uma gargalhada alta o deixando sem ação por vê-lo rir não entendia do porque daquela risada já que falava algo tão sério. Amaro era tão venenoso mais naquela briga Victoriano era mais ardiloso e não permitiria que ele insinuasse aquele tipo de barbaridade e ficou de pé para encará-lo como deveria.

— Sério mesmo que dois irmãos vão se casar? - debochou. - Precisamos impedir então!

— Você não acredita? - o encarava sem reação.

— Amaro, Inês foi sim minha mulher antes de se casar, a pureza dela foi minha e eu não me arrependo disso nunca na minha vida! Porque por sua culpa não pudemos ficar juntos lá trás, mas a gente se cuidou, eu cuidei dela e Cassandra infelizmente não é minha filha ou acha mesmo que se duvidasse disso os deixaria juntos? - sorriu. - Você nunca mais vai nos separar e muito menos estragar a felicidade de nossos filhos. - foi firme.

Victoriano sabia que ele ficaria possesso com suas palavras e pior ainda por não conseguir envenená-lo como queria.

— Você deveria tomar vergonha nessa sua cara e parar de tentar destruir seu próprio sangue! - seguiu já que ele não dizia nada. - Uma guerra que nunca foi sua e sim de seus pais, eu tenho certeza que seu pai nunca prejudicou ninguém do seu sangue como você faz sempre! Família para seu pai era sagrada e eu ouvi toda essa história e posso afirmar que você é somente um egoísta que somente pensa em você mesmo! - tirou a carteira do bolso e deixou o dinheiro para o dono do bar. - Passar bem Amaro e continue longe da minha família e da sua!

Victoriano saiu pela porta o deixando ali com seus demônios, mas ele não era homem pra ficar com a palavra na boca ainda mais se tratando de seu inimigo e ele saiu atrás de Victoriano.

— Não terminamos de falar! - rosnou e ele virou o encarando.

— Nunca tivemos nada pra conversar e agora com o que ouvi de você, tenho certeza absoluta que o assunto acabou!

— Eu não vou permitir que minha neta se case com seu filho! - estava com ódio.

— Eu sinto muito por você pensar assim, Amaro, mas sinto em te informar que eles já estão casados no civil e só estamos esperando um dia que você não vai saber pra que eles possam ter um dia lindo! - sorriu vitorioso e viu seu amigo chegar. - Até breve Amaro! - caminhou o deixando ali enlouquecido de raiva.

Amaro bufou o vendo ir e caminhou para seu carro, entrou e bateu a porta com tanta força que fez o maior barulho chamando a atenção de algumas pessoas, ele saiu dali cantando pneu e no meio do caminho ligou para seu comparsa e adiantou os planos, não iria mais esperar. Ele estava cego por seus desejos de vingança e se fosse preciso mataria a todos pra que ninguém fosse feliz.

(...)

Victoriano fez tudo que tinha pra fazer e logo foi pra fazenda precisava falar com seu amor e seus filhos, ligou e pediu a ela que o esperasse junto a eles e assim ela fez. Ele entrou em casa e os cumprimentou como sempre e sentou na frente dos três, Inês sentiu como se a notícia fosse ruim e segurou a mão da filha.

— O que vou dizer a vocês dois é algo sério e antes que venha da boca de outra pessoa, prefiro eu mesmo dizer! - olhou pra Inês que entendeu que ele falava do pai. - Amaro está por aí insinuando que vocês dois são irmãos e antes que isso chegue a vocês de um modo ruim, eu estou aqui pra dizer que não tem a menor chance de isso ser verdade e sua mãe está aqui pra confirmar! - olhou o seu amor.

Eles olharam para ela também que respirou fundo, estava cansada daquele inferno com o pai e ficou de pé.

— Mamãe? - Cassandra a chamou sentindo medo pelo silêncio dela.

— O que ele disse é verdade! - confirmou pra que não causasse medo neles. - Você veio logo depois que eu me casei com seu pai! - a olhou.

— Mas você e Victoriano... - se limitou a falar.

— Algumas vezes, mas sempre com proteção, éramos jovens e não tolos! - passou a mão no cabelo. - Tínhamos muitos problemas e o maior deles era não poder ficar juntos e um belo dia meu pai me disse que tinha arrumado um marido pra mim e que casaríamos rapidamente, eu não queria e briguei dizendo que amava Victoriano e foi aí que tudo se complicou.

Victoriano levantou e foi até ela e a abraçou por trás.

— Mas eu não deixei que ela casasse virgem! - riu a cheirando.

— Os detalhes a gente não precisa saber! - Alejandro falou rindo.

Inês olhou para a filha que estava em silêncio ainda e disse:

— Meu amor, não tem o porquê de ficar assim, as coisas aconteceram muito rápidas, mas depois que me casei com seu pai, eu e ele nunca mais nos encontramos!

— Sim, eu passei muito tempo longe com a mãe de Alejandro e nosso último encontro foi quando Emiliano foi feito! - Victoriano completou.

— Quando vamos ter paz pra ser realmente feliz?

— Quando seu avô foi internado em uma clínica para loucos! - Lupita veio dando a solução para eles.

Eles a olharam.

— Você acha que é possível? - Inês questionou.

— É só olhar o que ele já fez com você, com os pais de Victoriano, entre outras coisas! - sentou e tocou a barriga da neta. - Cassandra precisa dar a luz num ambiente tranquilo e com Amaro a solta não vai dar! - foi sincera.

— Começo a pensar que é melhor voltar pra onde estávamos! - falou com temor. - Eu não quero meu filho em perigo!

— E ele não vai ficar! - Inês afirmou. - Vamos resolver isso juntas, mamãe!

— Sim, vamos parar Amaro de uma vez por todas!

Olhos de justiça foram vistos em todos daquela sala...