Por isso me apaixonei por você

Intuição ou implicância?


— Amiga? Amiga? Ei? Acorda... - Cami me chamava mas minha cabeça doía muito, por isso não senti vontade de abrir os olhos.-
— Hum? - Falei ainda de olhos fechados.
— Acorda rapidinho. - Cami pediu.
Alguns minutos depois tomei coragem e abri os olhos após um longo bocejo.
— O que você está sentindo? Tá melhor? - Questionou ela.
— Já que perguntou, não, não estou. Minha garganta tá um lixo! Olha, até babei. - Apontei pra cama.- Agora que acordei parece pior. -Ela colocou a mão em minha testa. - Me deu febre mais cedo, foi horrível, mas passou. Minha cabeça também dói muito, meu corpo, nossa... Nem quando eu mudo de treino na academia me sinto tão cansada.
— Poxa, o melhor a fazer é continuar tomando o antibiótico certinho, caso não der melhores resultados, vamos te levar para consultar com a mãe do Vinicius, está tudo certo, já até troquei uma palavrinha com ela. Por enquanto você precisa permanecer descansando, se alimentar direitinho e tudo vai ficar bem. - Disse Cami na tentativa de me confortar. - Bem que eu queria ficar aqui cuidando de você... - Comentou tristonha.- Mas daqui a pouco preciso ir, porque tenho aula de anatomia no laboratório, e você sabe que se eu faltar perco ponto.
— Tudo bem, amiga, eu entendo. Não se preocupe, eu dou conta de me cuidar sozinha. - Disse à ela com o intuito de tranquiliza-la.
— Que? Tá maluca, garota? Sozinha? Nem pensar! - Cami esbravejou.- Já tenho uma pessoa para ficar aqui com você.
— Lucas? - Perguntei animada.
— Era pra ser, mas infelizmente ele também tem aula. - Esclareceu ela.
— Quem então? - Que não seja Vinicius! Que não seja Vinicius! Que não seja Vinicius! Que não seja Vinicius! Repeti mentalmente na tentativa do meu desejo se tornar real.
— Vinicius. - Respondeu me gerando total decepção e desapontamento. - Ah, qual foi Samantha?! Eu não tô entendo porque você tá implicando tanto com ele. Ele é o melhor amigo do Lucas e foi super gentil a todo momento. Qual o problema em você não dar mais uma chance pro cara?
— Camila, você não conhece o cara, nem eu. Estamos nos baseando num acontecimento aleatório em que ele não fez mais do que a obrigação dele, que é ter me ajudado. Então, bem menos. Ainda não dá pra saber se ele realmente é um cara legal. - Justifiquei bem puta da vida. Eu nem acredito que estou gastando o pouco da energia que tenho pra tentar abrir os olhos de Camila em relação à Vinicius, mas tá, tá ok.
— Mesmo que eu sempre concordo com você, ainda acho que você está exagerando. - Camila disse dando de ombros.
— Não estou. - Disse segura da minha opinião.
— Você tem o direito de achar o que quiser, mas você não pode negar ajuda nesse momento. Se quer ficar com o pé atrás, fique. Mas de verdade Sammy, se você não der espaço nunca vai realmente saber se você não está se equivocando no seu julgamento. O que você tá sentindo é intuição ou é só implicância sua? - Questionou ela por fim.
— Vou dormir. Depois a gente conversa. - Disse enquanto me ajeitava na cama para voltar a dormir, ainda puta da vida por Camila ter me colocado contra parede e por ter que aceitar Vinicius na minha casa.
— Não, negativo. Pode sentar aí, garota. Agora você vai tomar o remédio e comer. - Advertiu ela.

Tomei o remédio e comi com a ajuda de Camila, eu mal sentia o gosto da sopa, parecia não ter sabor algum. Eram tantas coisas que estavam me incomodando naquele momento, mas a pior era me sentir vulnerável e dependente, sempre tive dificuldade de lidar com minha vulnerabilidade diante das outras pessoas. Escovei os dentes e pensei mil coisas durante o banho, à posteriori vesti uma calça de pijama azul, uma blusa branca de alça e um cardigan de linho, calcei meia e pantufas.
— Se Vinicius espera me encontrar com camisolinha de renda, ele vai cair feio do cavalo. - Disse dando gargalhada enquanto ia me deitar.
— Engraçado você pensar nisso né...
— Lá vem você... -Disse revirando os olhos.
— Garota, sinceramente, se depois disso tudo ele ainda se interessar por você... eu tiro o chapéu. Porque te contar ein, chata pra caralho. - Debochou ela.
— Camila, de que lado você está? - Questionei incrédula com o que havia acabado de escutar.
— Eu tô brincando amiga! - Ela afirmou rindo. - Você já foi mais bem humorada viu...
— Queria culpar meu estado de saúde, mas sei lá o que tá acontecendo comigo. - Comentei realmente sem saber o que estava se passando comigo.
— Bom, quando descobrir me conta. Ouviu? - Perguntou após a porta ter feito barulho.- Deve ser o Vinicius. Vou tomar um banho rapidinho e vou pra faculdade. Descansa tá?!
— Ok, boa aula. Não demora muito não, por favor. -Implorei fazendo cara de choro.
— Pensa no que eu te falei, ok?
— Tá Camila. Tchau.
— Beijo. -Mandou o beijo com a mão e saiu.- Fica bem!

Eu realmente não estava entendendo o que estava acontecendo comigo, porque eu estava tão na defensiva??? Já não bastava me sentir mal fisicamente, passei a ficar angustiada com os questionamentos de Camila. Por que é tão difícil pra mim acreditar que Vinicius é um cara legal? Nunca foi tão difícil ser honesta comigo mesma, não sei colocar em palavras o que exatamente está me incomodando. Intuição ou implicância? Não faço a menor ideia! Por enquanto gosto de pensar que é intuição... Fechei os olhos na tentativa de tamponar todos os pensamentos que rondavam minha mente, mas o sono não vinha de jeito nenhum.
— Oi Sammy. -Vinicius entrou no quarto todo alegre e tive que abrir os olhos para cumprimentá-lo. Já somos íntimos o suficiente pra ele me chamar de Sammy? Pude perceber que ele havia trocado de roupa, agora usava boné pra trás, blusa lisa branca, calça jeans de lavagem clara com a barra dobrada e all star preto. Nos braços tinha uma mochila e no rosto seu lindo sorriso.- Tá se sentindo melhor?
Balancei a cabeça negativamente e me encolhi na cama enquanto ele colocava sua mochila no chão e para vir até a mim. Colocou a mão na minha testa e logo após no meu pescoço.
— Melhorou a febre. -Observou ele.- Já tomou remédio?
— Sim. -Assenti.
— Lucas te mandou um beijo e te desejou melhoras, quando ele veio aqui você estava dormindo. -Contou ele.
Apenas assenti e fechei os olhos querendo dormir pra não pensar mais em tudo que estava sentindo.

Um tempo depois acordei de repente com muito frio, não conseguia parar de tremer, meu corpo estava em chamas, meu pulmão queimava a cada vez que eu respirava, minha garganta ardia e por consequência disso acabei entrando em pânico.
— Vi..Vinicius... - Tentei chamá-lo, mas minha voz mal saía. Ele se virou para me olhar, deixou o notebook no puf e veio até mim com o olhar preocupado.
— O que foi? - Sentou-se na beirada da cama.
— Tô..com..Fri..fri..frio!
Ele se levantou, abriu o guarda-roupa e pegou outro edredom, me cobriu rapidamente e ficou me olhando, parecia tão em pânico quanto eu.
— Talvez seja melhor te levar pro hospital. -Disse ele em desespero.
— Só estou com frio. -Vinicius se sentou na cama e me acolheu em seus braços nos cobrindo com o edredom. Continuei tremendo por um tempo e ele desesperadamente me abraçava mais forte para conter o frio enquanto alisava meus braços.
— Calma Sammy, vai passar! -Disse enquanto uma de suas mãos descia pela minha cintura me deixando confusa. O que ele estava fazendo? Por um instante ele me olhou nos olhos e em seguida colocou a mão por dentro da minha blusa, sua mão fria tocou minha pele quente me fazendo sentir um choque. Não sei dizer se foi pelo toque dele ou pelo encontro entre frio e o quente. Ele se assustou arregalando os olhos, se remexeu e tirou o celular do bolso já discando alguns números. Ainda não sei dizer com que intenção ele colocou essa mão por dentro da minha blusa, só sei que ele foi muito abusado e eu fiquei sem reação.
— A gente vai pro hospital agora! Você está queimando de febre novamente! -Pegou um moletom dentro de sua mochila, e algumas coisas das quais colocou em seu bolso. Veio até mim pra me ajudar a sentar a colocar seu casaco por eu estar sem o o meu.

Ele me abraçou e quando o elevador chegou no estacionamento me pegou no colo para me levar até o carro. Aliás, aquele não era o meu carro. Sério que o carro dele estava na minha garagem? Ok, não importa. Vinicius abriu a porta, deitou o banco e eu me deitei encolhida no banco. O clima havia esfriado sem eu nem perceber, agora estava nublado e frio. Ao chegarmos ao hospital e ele conversou com a secretária completamente aflito, nos sentamos na sala de espera e ele começou a ficar agoniado por esperar sua mãe terminar de atender um paciente.
— Pelo amor de Deus mãe, quase tive um surto aqui! - A mãe dele o olhou reprovando sua atitude de impaciência e me olhou com um olhar de espanto e ao mesmo tempo compaixão. Eu estava tao pálida assim?
— Samantha, vamos lá? -Me chamou. Eu juro que a mãe dele conseguia ser ainda mais bonita do que eu esperava. Tinha a pele bronzeada assim como a de Vinicius, o cabelo castanho escuro estava preso num coque muito charmoso, os olhos cor de mel, com um belo sorriso, quadril largo e alta. Vinicius me ajudou a levantar e me apoiei nele para irmos.
— Olá Samantha, sou a doutora Aline. Preciso te examinar ok? Pode se sentar ali, por gentileza. -Apontou pra maca e fui até la com o maior desânimo do mundo. Me sentei e minha feição de dor já me entregava. Ela me examinou, fez algumas perguntas e logo depois voltei a me sentar na cadeira ao lado de Vinicius.
— Não dá pra fazer diagnóstico sem fazer alguns exames, mas vejo que você está com muita dor. Informalmente falando, acredito que esteja com amidalite. Vou passar uma injeção pra acabar com a inflamação e irá te deixar boa em alguns dias. Só que tem um detalhe, vai ser no bumbum e dói um pouco, porque a vacina é em pó. Você decide, enquanto isso vou fazer a receita de remédio pra dor, febre e dor de cabeça. - Disse enquanto prescrevia.- E você vai precisar tomar soro com dipirona na veia.
— Ai meu Deus... - Disse imaginando a dor que passaria e já querendo amarelar. Sim, sou uma cagona!- Se a injeção pode resolver, tudo bem, eu aceito. Não dá pra passar mais um dia assim...
— Foi bom o Vinicius ter te trazido logo no começo da inflamação, se você fosse esperar só ia piorar e seria mais tempo com você se sentindo mal. Com a injeção que você vai tomar esse final de semana mesmo você ficará bem. -Assenti e ela me olhou sorrindo. -Vai ficar tudo bem, querida! Só peço que volte para fazermos alguns exames.
— Ok. Muito obrigada por me atender! -Sorri e ela me deu um abraço apertado. -Espero poder te ver novamente em outras ocasiões. -Disse ela toda alegre e o Vinicius ficou no canto com a maior cara de taxo. Que mulher simpática e amorosa! Socorro.
— Com certeza! - Concordei sabendo que isso nunca aconteceria. Risos. Nos despedimos e ela nos entregou as folhas com as prescrições.

Estava eu e Vinicius aguardando a enfermeira preparar a injeção. Nem sei dizer o quanto eu estava nervosa, mas ao mesmo tempo esperançosa para que eu melhorasse logo. E surpreendentemente no meu coração naquele momento tinha muita gratidão pelo cuidado de Vinicius.
—Vinicius... -Segurei sua mão.- Obrigada por estar aqui comigo. Tenho que confessar que tenho uma má impressão de você e por conta disso estava um pé atrás com você. Provavelmente você já deve ter percebido... - Sorri sem graça e ele deu risada concordando com a cabeça.- Mas enfim, eu te dei um voto de confiança e quero manter isso. Sou grata por ter cuidado de mim. -Ele apenas sorriu e levou nossas mãos entrelaçadas até sua boca beijando-as. Fiquei sem graça com tal gesto. Ele deve ser fofo nas horas vagas. Permaneci ali sentada por uns vinte minutos tomando soro, com Vinicius me distraindo com os assuntos aleatórios dele.

A pior parte mesmo foi o constrangimento de abaixar a calça e me debruçar sobre a maca enquanto a enfermeira aplicava a vacina em meu bumbum. Eu juro que doeu pra caralho! E na real, nem sei com o que comparar a dor. E ainda por cima, antes dela aplicar, me disse para não me mexer pois corria risco da veia entupir com o pó e iria doer mais ainda. Foi aí que bateu o desespero e as paranoias rolaram soltas. Mas deu tudo certo, só estava um pouquinho dolorido no local da vacina. Sai da cabine de enfermagem e o Vinicius do lado de fora me esperava com sua cara de deboche.
— E aí? Como foi? - Perguntou ele se divertindo e fiz bico misturado com cara de choro para a enorme diversão de Vinicius. - Pela sua cara, não sei como conseguiu não fazer um escândalo. Dramática do jeito que é...
— Você me respeita que nem tem intimidade o suficiente comigo pra dizer que eu sou dramática, ok? - Vinicius continuou me encarando com sua cara de deboche como quem diz que havia acabado de ser dramática. Eu só ri.

No caminho pra casa minha febre baixou, só sentia mal estar, e as dores haviam cessado após tomar o soro com dipirona. Só a garganta que demoraria um pouco para sarar, por ser mais complexo.
— Finalmente! - Disse Camila se levantando aflita do sofá e vindo em nossa direção.- Você tá melhor amiga? O que falaram? Você tá bem? Sua mãe ligou, ficou louca imaginando como você estava.
— Tô muito melhor! Amanhã estarei perfeita novamente. - Disse confiante.
— Oba! Que bom! - Disse animada. Fiquei olhando com cara de paisagem pra alegria da Camila e fui pro quarto ligar pra minha mãe. Eu não sei de onde vem meu mal humor, é isso.

Juro que tentei ser o mais breve possível, mas ela não parava de puxar assunto, sem falar que ficou perguntando sobre Vinicius. Por que a Camila tinha que ser tão bocuda e falar dele??? Ela sabe que homens é o entretenimento que a minha mãe quer na minha vida e eu não tenho me saído muito bem. Fui tomar um banho quente com sal recomendado por mamis (minha mãe diz que tomar banho de sal tira toda dor no corpo, não sei se existe pesquisas científicas que comprovem ou é só lenda de mãe), sequei o cabelo com secador e vesti moletom.

Voltei pra sala e encontrei Vinicius e Camila num papo super animado.
— Que demora ein! - Disse Camila.- Te falar, combinamos de ver filme aqui. Íamos todos no cinema, mas como você não está em condições para sair vamos ficar por aqui mesmo. - Disse enquanto se levantava.-
— Pode ser. - Dei de ombros. - Aproveitando o momento, gostaria de comentar que estou com fome e preciso ser alimentada.
— Você sabe que eu não sei cozinhar. - Camila sempre mente que não sabe cozinhar só porque tem preguiça, mas no momento eu estava sem saco para discutir sobre isso.
— Vinicius? - Interroguei e me virei para olhá-lo.
— O que você quer comer? - Perguntou ele.
— Sei lá. - Dei de ombros. - Qualquer coisa gostosa, eu tô querendo.
— Risoto? - Sugeriu ele.
— Oh meu Deus. Arrepiei. Quero! - Falei animada e ele riu.
— É a única coisa que eu sei fazer. - Comentou ele envergonhado.
— Vai ser isso então, fechado! - Camila disse.- Mas sinto em lhes informar, que estamos com a geladeira zerada. Precisamos ir ao mercado. Sammy, você acha que consegue ir?
— Acho que sim.
— Vinicius você poderia acompanhá-la? - Camila perguntou e ele assentiu.- Ah, esqueci de comentar, o Lucas vem pra cá hoje com a namorada, finalmente vamos conhecê-la.
— Mentira! Não acredito que esse evento está realmente acontecendo. - Debochei. Eu e Camila desatamos a rir enquanto Vinicius não entendia nada.
— Amiga... tenho nem roupa pra isso! - Camila disse entre gargalhadas.
— Ai miga... - Falei passando mal de rir.
— Era pra eu estar rindo também? -Questionou Vinicius com a maior cara de sonso me fazendo rir ainda mais.
— Deus! Não! Amém que não! - Camila disse e respirou fundo para conter o riso. - Piadas internas entre eu e Sammy que não vem ao caso.
— Hammm. Eu nem sei se quero entender...
— Melhor não entender... - Comentei.
— Vamos ao que interessa. Amiguinha que adora fazer a compra do mês, atualiza a lista aí.
— Ah, tá me zoando? Eu tô doente!
— Mas eu já vou limpar a casa, vou ter que fazer tudo hoje????? - Questionou ela debochando aos gritos.
— Sim???!!!
— Mas você adora fazer isso! -Afirmou ela indignada.- Vinicius, eu juro por Deus que ela é mestre da lista de compras e de ir ao mercado. Ela sempre sabe de tudo, dos melhores preços, das melhores marcas, dos produtos de qualidade. É extremamente irritante. Ela não deixa passar nada. - Disse à Vinicius que dava risada.
— A Camila é pior que criança em supermercado. É sério! Eu já perdi as contas das vezes que ela foi colocando escondido no carrinho as porcarias se utilidades que ela queria comprar. Eu fico indignada! - Falei irritada.-
— Você é tããão sistemática... Bleh. Mas nem vem que você também tem seus momentos de deslizes, principalmente quando tá ansiosa sempre sai pegando vários doces, aí depois pensa melhor e sai despejando tudo aleatoriamente. Essa cena me traz paz, porque me lembra que você é uma pessoa normal. - Disse Camila se desatando de rir.
— Cara! Para de inventar! - Reclamei dando risada sabendo que é verdade.
Vinicius estava se divertindo com nossa discussão besta e eu não fazia a menor ideia da forma que ele estava nos interpretando. Não me importo, mas fico curiosa.
— Vocês se conhecem há muito tempo? Com todos esses detalhes que vocês sabem uma da outra parece que passaram uma vida toda juntas. - Comentou Vinicius.
— Realmente, é uma vida toda. -Concordei.
— Amigas de infância, nossos pais são amigos desde antes de nascermos. - Explicou Camila.
— Ah, que legal! Eu com os caras é a mesma coisa. - Contou Vinicius. Eu deveria saber quem são os caras que ele se refere? - Então... vou lá em casa tomar um banho e volto pra irmos no mercado.
— Você vai demorar muito se for em casa! Lucas disse que você mora longe. - Camila disse.
— Enquanto isso vou ficar aqui morrendo de fome, aff. - Lamentei.
— Ah, mas o que que eu posso fazer? Só se eu for com a Sammy no mercado e na volta passar em casa e pegar minhas coisas.
— Ótimo, perfeito. - Camila aplaudiu.- Vão logo!