Nasuada relutara em chamar Murtagh, mas se Angela estivesse certa eles precisariam da ajuda. Logo após a bruxa ter terminado de explicar elas contataram Eragon, o Cavaleiro se mostrou do mesmo jeito que Nasuada, meio relutante, mas sabendo que deve ser feito algo. Os dois sabiam que quando Angela dizia que era importante sempre valia a atenção.

Fazia uma semana que Nasuada mandara uma mensagem para os líderes de cada uma das cidades de seu reino para que procurassem por Murtagh. A rainha sabia que demoraria a descobrir o paradeiro do Cavaleiro e isso a dava tempo para se preparar. Já se completavam dois anos que ela não via o antigo possível amor e até agora não tinha certeza se havia superado sua partida.

A rainha acabara de se banhar e vestir, pronta para deitar, quando bateram em sua porta. Rapidamente colocou um grande robe por cima de suas vestes e deu permissão para entrar.

– Fora avistado um dragão vermelho se aproximando pelo norte, Majestade – disse o guarda após fazer uma reverência.

– Avise que o deixem entrar, obrigado soldado – falou a rainha.

– Sim Majestade – o guarda fez mais uma reverência e saiu do aposento apressadamente.

Sozinha novamente Nasuada colocou a mão sobre o peito e se concentrou na própria respiração. Esperou um minuto e depois se pôs no caminho do pátio norte. Quando saiu do castelo e parou no meio do campo aberto o dragão já estava bem visível. A rainha ajeitou o cabelo e alisou o robe, ela odiava se sentir assim, sem saber o que fazer com os braços ou como se portar, eram raras as vezes que isso acontecia e agora isso era resultado da dúvida de como esse encontro se tornaria.

Thorn pousou alguns metros de distância, mas não o suficiente para que o vento produzido não atingisse Nasuada. A rainha viu o Cavaleiro descer e vir em sua direção. Era estranho olhar para Murtagh novamente. Ao vê-lo a rainha percebeu que a dor que sentiu há dois anos ainda estava teimosamente ali, mas não tão grande quanto o esperado. Ela percebeu que Murtagh estava mais musculoso e talvez houvesse crescido poucos centímetros. Ele vestia roupas pouco nobres, desleixadas e bagunçadas, um grande contraste do que era quando ele vivia sob a asa do antigo ditador.

Murtagh parou perto de Nasuada, ele a encarou com olhos verdes sombrios. Após um tempo de silêncio em que o ar parecia estar carregado de energia o Cavaleiro fez uma pequena reverência que fora imitada pela rainha.

– Chamou? – ele disse simplesmente, sem qualquer sentimento na voz.

– Sim, mas se desejar pode descansar e conversamos amanhã, a viagem deve ter sido longa –Nasuada respondeu com o tom diplomático que usa em suas negociações.

– Se a Majestade fez questão de me chamar então deve ser importante o suficiente para que seja discutido agora – Murtagh falou, mas rapidamente continuou – Mas se estiver cansada podemos fazer como sugeriu, vejo que estava pronta para se deitar.

– Não é necessário – Nasuada pediu para um guarda se aproximar – Chame minha conselheira Angela e diga que o Cavaleiro Murtagh chegou.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.