“Eu adoro tanto ficar sozinha, mas por que estou com esse sentimento de solidão horrível? Não porque estou sozinha em casa, pelo o que será? Deve ter sido pelo o sonho dessa noite, aquelas pessoas não me viam, eu me senti sozinha, mas esse sentimento deveria ter passado quando acordei, por que continuo com isso? Isso é horrível eu quero que pare, eu não agüento mais, por que eu? Por que eu?!”

Mariko sempre tinha esses pensamentos durante um banho, dizem que banhos servem para as pessoas esquecerem os problemas e se acalmarem, mas para Mariko só servia para pensamentos ruins ou só fazia os problemas ficarem ainda maiores e difíceis de resolver. Para ela entrar no banho era como quando ela se deitava na cama após todos esses sonhos começarem, ela sabia que teria pensamentos ruins e lembranças desagradáveis. Foi assim naquela noite, ela apenas pensou em seus amigos morrendo e gritando, o banho se tornou ruim para ela após aquela noite. Não a culpo.

Apenas depois que ela terminou de se trocar ela pensou direito e começou a refletir sobre o sonho. “O que ele quis dizer sobre eu me arrepender? Não tem algo que eu me arrependa, a não ser que quem está fazendo isso esteja apenas brincando comigo e tentando me deixar louca com essas perguntas. Mas se não for isso, sobre o que eu deveria me arrepender? Algo recente? Se eu continuar pensando nisso sozinha vou ficar mais maluca. Vou ligar para o Joe e contar tudo, depois discutimos junto.”

– Joe? Você pode vir aqui em casa, tive mais um sonho.

– Bom eu estou indo pegar minha carteira de motorista ela ficou pronta ontem, agora podemos ir de carro para a faculdade, mas quando eu sair de lá dou uma passada ai.

– Isso é ótimo, mas venha logo to ficando meio maluca aqui pensando nesses sonhos sozinha.

– Está bem – respondeu Joe em um tom muito feliz.

Os dois tinham feito exame para a habilitação juntos, mas Mariko tinha reprovado só Joe passou, era algo que os dois estavam esperando à um tempo, pois não agüentavam mais ir a pé até a faculdade e fazer todo o resto ou de ônibus ou a pé mesmo. Agora Mariko poderia explorar ele ainda mais, mesmo que ela sentisse remorso por isso, mas ela não podia fazer nada já que conseguia tudo dele facilmente.

Joe chegou meia hora depois de ela ter ligado para ele, foi rápido. Logo que ele chegou Mariko já contou o seu sonho, e começaram a discussão sobre a pergunta feita no pesadelo.

– Você fez algo que deveria se arrepender?

– Estou pensando nisso a manhã toda, quase fiquei maluca pensando nisso, mas não encontrei nada.

– Não foi algo que tenha acontecido naquela noite?

– Claro que não! – respondeu Mariko muito nervosa e completou – por que seria algo de lá? E também não fiz nada naquele dia que pudesse gerar esse tipo de coisa!

– Calma não precisa ficar tão alterada assim – disse Joe assustado.

– Eu não gosto de lembra aquela noite. Você sabe.

– Bom vamos ficar aqui discutindo sobre isso e não vamos sair do lugar, você tem que conseguir mais pistas sobre isso e você sabe o único jeito de se fazer.

– Sei – respondeu Mariko com um olhar desolado.

Joe foi embora, pois queria mostrar a habilitação para seu pai e depois ir trabalhar no seu carro. O dia passou como num piscar de olhos após ele ter saído da casa de Mariko, ela ficou no computador e foi mais um dia entediante na sua vida. Logo o sono veio e ela não podia mais suportar o sono e teve que deitar-se para dormir, quem sabe ela não teria um sonho mais útil que o ultimo. Ela estava pegando no sono e já sabia que logo estaria em um pesadelo e deu um pequeno sorriso sarcástico e pensou consigo mesma, “Desde quando quero sonhar?”