Por Que Estou Sonhando?

04 – Não quero morrer no sonho


“Foi quando ele se aproximou com um machado, e então vi seu rosto e me vi sobre o controle do meu corpo, ele quase me atingiu com o machado. Foi por pouco. Então comecei a correr desesperadamente sem destino algum, só queria me ver longe daquele homem sem rosto. Sim ele não tinha rosto, sem olhos, boca ou nariz. Eu corri por varias ruas quando parei cansada e como por milagre estava em frente a um beco onde eu poderia me esconder. Foi o que fiz.

Eu me sentei atrás de um grande latão de lixo e peguei uma barra de ferro que estava ali perto, mas como eu tinha chegado ali? Eu estava em casa... Espera! Isso é um sonho, só pode ser um pesadelo, eu estava dormindo. Mas parecia tão real... Foi então que ouvi passos, e logo prendi minha respiração tendo certeza que era o homem. Mas poderia ser alguém que iria me ajudar. Sentimento de duvida. E os passos pararam, sim estava parado em frente o beco, ele sabe que estou aqui, vou morrer, vou morrer, vou morrer! Ele começou a andar novamente em minha direção, eu tinha que acertá-lo com o ferro. Foi o que eu fiz. Acertei bem no rosto dele, ou onde ele deveria estar. Eu vi sangue, que espirrou no meu rosto. Caiu. Estava morto, mas eu não quis ficar ali para conferir, sai correndo novamente, para lugar nenhum, não queria vê-lo novamente. Mas se isso é um sonho por que está tão longo. Talvez não seja. Mas como? Eu não tinha escolha, continuei correndo para ficar o mais longe dele o possível.

Depois de algum tempo eu estava sentada em um banco olhando para o céu, cansada, muito cansada. Por que não acordo? Por que ainda estou sonhando? Quando baixei a cabeça eu vi, eu o vi de novo, estava na minha frente, parado com aquele machado, sem nenhum arranhão, como era possível? Então eu gritei, tentei, mas não ouve som, ele me acertou no braço. Dor, muita dor, meu braço tinha sido decepado e eu comecei a correr, mas logo caí resultado de tanto cansaço e dor. Então me virei para ele, e ele já tinha armado outro golpe com o machado quando disse: ‘ Aly’ e me acertou”

Levantou desesperada da cama como nunca havia feito, passou a mão em seu braço para ver se ainda estava ali. Estava.

– Mais um sonho... – disse ela com alivio e preocupação ao mesmo tempo. Esse tinha sido pior que o outro, ”Era o mesmo homem?” isso seria difícil de responder, pois ela não tinha visto o rosto dele da ultima vez.

Ela olhou para o relógio como sempre fazia. “Três horas da manhã... de novo”. Como na ultima noite, ela acordou nesse horário, era apenas coincidência? Sendo ou não, ela se levantou e foi até o banheiro para lavar o rosto, ao chegar lá ela parou em frente o espelho e viu seu reflexo. Sangue?! O mesmo sangue que havia espirrado nela durante o sonho. “Não pode ser!”