Pollyanna

Capítulo 25 - reencontro


POV Tom

Bellatrix Black ainda respirava com dificuldade ao meu lado na cama, ela era a minha mais fiel e competente comensal da morte, mesmo sendo tão jovem com apenas 17 anos. Era também muito bela, com olhos e cabelos negros contrastando com a pele alva, mas ainda não era ela quem eu queria, não era sua pele que eu desejava, não era com seus olhos negros que eu sonhava e sim com os olhos ingênuos e doces de Pollyanna Whittier, a única que um dia fora minha amiga de verdade e que agora é minha inimiga.

- Vá para seu quarto. - eu disse frio e mesmo que magoada e frustrada ao entregar-se mais uma vez a mim e não ter seus sentimentos correspondidos, Bellatrix vestia suas roupas e se retirava sem se demorar, lançando apenas um ultimo suspiro ao sair pela porta.

Levantei-me colocando meu roupão que assim como minhas outras vestes era negro, fui até a escrivaninha pegando o exemplar do Profeta Diário que chegara a mim naquela manhã. Eu mal conseguia conter minha fúria ao ver aquela foto, Pollyanna sorria e acenava ao lado de Alastor Moody, ao lado da foto lia-se a manchete: Pupila de Alvo Dumbledore faz discurso de boas vindas ao novo ministro.

Eu ainda não tivera coragem de ler a matéria, já me bastava saber que Pollyanna não era mais minha e que ainda tivera gêmeos, dois mestiços nojentos do auror que foram este ano para Hogwarts, mas eles iriam pagar, Moody iria pagar por me roubar Pollyanna e os pirralhos morreriam, Pollyanna seria apenas minha e de mais de ninguém, por bem ou por mal.

Acariciei Nagini que subia por meu ombro e sorri sombrio enquanto olhava pela janela o jardim mal cuidado da abandonada mansão Riddle, meus planos estavam se concretizando, eu teria o mundo bruxo e trouxa em minhas mãos.

[...]

A mansão Riddle estava muito diferente do que era antes, seu ar aconchegante e familiar fora substituído por um ar majestoso e sombrio, com cortinas negras e lamparinas verdes lembrando a sala comunal da sonserina, a lareira estava quase sempre apagada deixando a casa muito fria e um quadro de Salazar Slytherin decorava a sala principal da casa, um andar subterrâneo fora acrescentado por meio de magia, para abrigar meus inimigos nas masmorras.

Naquela manhã, eu tomava uma dose de Fire Whisky enquanto lia o discurso de Pollyanna no Profeta Diário quando ouvi um estalido em minha sala de estar e Abraxas apareceu tirando o capuz e fazendo uma reverencia.

- Milorde. - cumprimentou. - A que lhe posso ser útil?

- Abraxas Malfoy, um nome de muita influência no ministério da magia, sim, você pode me ser muito útil. - eu sorri sombrio e Abraxas olhou-me curioso. - Creio que possa enfeitiçar o secretário Sênior do ministro sangue ruim, John Umbridge.

- Meu senhor, quer que eu o enfeitice com a maldição Imperius para matar o ministro?

- Exato.

- Não será fácil milorde, o ministro está repleto de aurores ao redor, os outros bruxos de família de puro sangue também não foram a favor de seu mandato, imagine um sangue sujo como ministro.

- Por isto que usará sua influência no ministério para conseguir isto Malfoy, faça o que lhe mandei e teremos o controle do ministério da magia.

- Sim milorde, mais alguma coisa?

- Não estarei presente aqui esta noite. - eu disse esvaziando o copo em minhas mãos e me levantando. - Irei a Floresta Negra de Hogwarts.

- Se me permite milorde, o que fará na Floresta Negra?

- Recrutarei criaturas das trevas que nos serão muito úteis, isto é tudo, pode ir Malfoy.

Abraxas fez uma reverência e desaparatou.

Naquela noite, preparei-me para sair, coloquei minha capa de viagem e minha varinha aparatando para a estação de Hogsmeade. Entre as criaturas das trevas eu era conhecido como Senhor das Trevas e entre as criaturas mais fracas e bruxos que me temem, eu sou conhecido como Você-sabe-quem. Há muitas criaturas na Floresta Negra que me seriam muito úteis em uma guerra, como lobisomens, centauros, embora eu ache realmente difícil estes se juntarem a mim e aracnídeos.

Naquela noite fiz um acordo com Fenrir Greyback, o mais temido lobisomem, ele se aliou a mim, mesmo que não se tornasse de fato um comensal da morte, mas lutaria ao meu lado, outros lobisomens também se juntaram a mim e muitos outros seres mágicos se tornariam meus aliados por medo de serem atacados por Greyback, satisfeito com o que tinha conseguido naquela noite, eu voltei para o vilarejo de Hogsmeade, onde poderia aparatar, no entanto uma forte chuva começou e eu achei melhor tomar uma bebida quente no Cabeça de Javali.

- Uma cerveja amanteigada, por favor. - ouvi aquela voz conhecida quando adentrei o estabelecimento, Pollyanna sorria docemente para o dono do Cabeça de Javali, pegou sua bebida e pagou. - Obrigada Sr. Aberforth.

- Não a de que querida. - respondeu, mas Pollyanna já havia lhe dado às costas, quando virou e me viu, por um momento ficou estática antes de deixar que o copo de vidro escorregasse pelas mãos e se quebrassem em mil pedacinhos no chão espalhando cerveja amanteigada por todo lado, ela abriu a boca, porém parecia não conseguir dizer nada, fechou-a novamente e prendeu a respiração quando peguei minha varinha, com um aceno de varinha o chão ficou novamente, se não ainda mais limpo do que estava antes.

Pollyanna passaria direto por mim indo em direção à porta para sair do estabelecimento, mas eu a segurei pelo braço e com a varinha em seu queixo a fiz olhar para mim.

- Quanto tempo miss.

Eu podia ver em seus olhos a indecisão, seguir seu coração ou a razão? Quando seu coração dizia para nunca mais se separar de mim agora que tinha me encontrado e a razão dizia para se afastar, lutar contra mim, por que sei disso? Sinto a mesma coisa.

- Tom. - ela sussurrou, seus olhos fugindo dos meus.

- Por que não toma uma bebida comigo? Vai se resfriar se sair nesta chuva. - eu sugeri.

- Eu tenho escolha?

- Não. - ela suspirou e me seguiu até uma mesa mais afastada, não havia quase ninguém no Cabeça de Javali, o estabelecimento não era muito frequentado nem mesmo nas visitas de Hogwarts ao vilarejo.

Conjurei dois copos e Aberforth nos trouxe mais cerveja amanteigada, Pollyanna não olhava para mim, passava o dedo indicador pela boca do copo fazendo um barulho irritante, eu a fitava como se nunca a tivesse visto antes, passaram-se anos desde que fui embora e que não nos víamos e ela continuava tão linda e radiante quanto antes.

- Seus olhos... - ela sussurrou quebrando o silêncio e eu a olhei curioso. - Sinto falta dos teus olhos, me passavam calma e... Só vejo ódio neles agora.

Ela pousou as duas mãos na mesa entrelaçando-as, eu pude ver em seu dedo o meu anel, minha horcrux, ela ainda o usava, toquei sua mão, mas ela a puxou.

- Está zangada comigo? - ela riu e me olhou perplexa.

- Zangada? Eu estou magoada, enfurecida, perplexa, chocada com as coisas que tem feito e ainda assim... - ela se interrompeu cruzando os braços e evitando olhar para mim.

- Dumbledore está te colocando contra mim, eu senti sua falta miss. - eu segurei sua mão e desta vez ela não afastou, resmungou alguma coisa e sua careta me fez querer rir, mas eu não podia rir, ela apenas me odiaria mais se eu o fizesse.

- Você disse que ia voltar. - ela disse chorosa olhando para baixo.

- E eu voltei.

- Infelizmente voltou tarde, agora eu estou com o Alastor. - ela engoliu em seco quando eu soltei sua mão e a fitei furioso.

- Ah claro o auror, e você o ama?

- Sim, nem metade do que eu te amava, mas sim.

- Você é minha. - eu disse feroz, Polly terminou sua bebida pousando o copo na mesa e me olhando desafiadora.

- Não sou mais.

- Eu não vou te dividir com o auror e seus filhos, você é só minha Pollyanna.

- Eu não sou sua boneca de pano Tom Riddle, eu não pertenço a você, não sou um objeto e Mary e Christopher, eles... - ela se interrompeu e estava tremendo. - Eles são...

- Eles são? - eu a incentivei, estava curioso quanto ao que ela ia falar, mas ela apenas bufou e levantou-se.

- Não sei por que perco tempo falando com você, você é meu inimigo Voldemort.

Ela me daria às costas, no entando, eu me levantei puxando-a pelo pulso trazendo-a para perto de mim, ela prendeu a respiração a se ver tão próxima a mim.

- Sou teu inimigo e ainda assim, sou quem você quer Pollyanna. - sussurrei próximo a sua orelha, ela se arrepiou enquanto meus lábios traçavam uma trilha de beijos até seus lábios, mas nossos lábios não chegaram a se tocar, pois ela virou o rosto. - Eu a terei por bem ou por mal.

Pollyanna não respondeu correu para fora do Cabeça de Javali e um estalido do lado de fora me fez perceber que ela havia aparatado, mas eu a teria de volta em breve.