Pollyanna

Capítulo 11 - Férias de natal (parte 2)


- Diga-me Tom, quando faz aniversário? - perguntou Mary.

- 31 de dezembro. - ele respondeu frio, mas ao menos respondeu, Mary era sem dúvida a pessoa mais agradável naquela mesa, à mesa estava linda, repleta de pratos deliciosos e bem decorados.

- Oh é perfeito. - disse Mary. - Podemos fazer uma grande festa, apresentar-lhe aos nossos amigos mais próximos e aos vizinhos, afinal, você faz parte dessa família.

- Não há motivos para comemorar meu aniversário.

- Ora, mas por que não?

- Nunca comemorei, aliás, lembro-me apenas do aniversario de morte da minha mãe. - Tom lançou um olhar desafiador a seu pai.

- Mas há sempre uma primeira vez e não vamos falar de coisas tristes, afinal é natal.

- Tem razão. - disse Megan, Megan Kopelson ela é linda, tem cabelos negros em contraste com sua pele branca e olhos claros, trajava uma roupa tão elegante que eu quase sumia em meu simples vestido lilás. - E você vai adorar Tom, os Riddle fazem festas fantásticas.

Era tão linda quanto desprezível, os olhares que lançava a Tom, parecia que estava prestes a comê-lo com os olhos e os olhares de desprezo que lançava a mim, só me fazia desgostar mais dela.

- Faltam cinco minutos. - disse Sr. Riddle se levantando, todos se levantaram, fizeram seus votos de feliz natal, brindamos e tomamos a champanhe, era uma delicia e eu estava muito feliz.

Por fim, as convidadas foram embora, Tom foi despedir-se delas com o pai.

POV Tom

Cecília e Srta. Kopelson foram embora, meu pai e eu ficamos sozinhos na sala. Eu me aproximei da lareira, eu não precisava olha-lo para saber que seus olhos estavam em mim.

- Garoto... - ele começou. - Eu sei o que acha de mim, mas...

- Você abandonou minha mãe não foi? - perguntei ainda a fitar o fogo crepitando alto na lareira.

- Bem, eu era um garoto e estava assustado...

- Isto por ela ser uma bruxa, eu estou certo?

- Exato, mas... Eu estava assustado, ela tinha, ela tinha me enfeitiçado e...

- Por sua culpa ela está morta, por sua culpa eu passei 16 anos em um orfanato, sua culpa, você devia estar morto, não ela. - eu o acusei olhando-o com raiva e saí da casa batendo a porta.

O jardim era realmente bonito, sentei-me em um banco branco que ficava de frente para as roseiras, se não fosse por Pollyanna... - eu pensava cerrando os punhos.

- Eu sinto muito. - ele disse sentando-se ao meu lado. - Você tem razão Tom, mas amanhã nós vamos ao orfanato assinar a papelada e eu serei o responsável por você.

- Você não precisa fazer isto.

- Eu quero fazer isto e é meu dever. - me perguntei se ele não estava falando daquele jeito por causa da grande quantidade de vinho tomada naquela noite. - E eu sei o que você é, que é como ela.

- E não tem medo? - perguntei com um olhar desafiador pra ele, meu pai engoliu em seco.

- Acho que devemos nos conhecer melhor, eu vou tentar, não tenho muita experiência como pai de um... Bem um garoto como você. - apenas dei de ombros. - Acho melhor entrarmos agora, dona Mary está muito animada e, por obsequio Tom, tenha paciência com meu pai.

- Mary é legal, quanto a ter paciência com o velho, vai depender se ele vai merecer. - eu disse a contragosto.

- Pois bem, vai gostar de minha mãe como avó, sua amiga também me parece muito legal, quando quiser me falar dela... - ele dizia com um sorrisinho idiota.

- Não exagera, eu não vou lhe chamar de pai e pedir conselhos amorosos.

- Foi o que pensei, vamos. - nós dois entramos.

- Que bom que os encontrei, eu quero mostrar o quarto de vocês, afinal já está tarde. - disse Mary, Pollyanna e eu subimos as escadas e Mary nos mostrou nossos quartos. O meu ficava de frente para o dela.

- Boa noite Mary.

- Boa noite querido. - ela saiu do meu quarto, o quarto era enorme e muito bonito, tinha uma cama de casal e uma penteadeira, as cortinas eram azuis escuras e as paredes brancas, havia também uma escrivaninha com alguns livros, eu fiquei imaginando aquele quarto com cortinas verdes, objetos de prata na escrivaninha, meus livros de magia e lençóis verdes e negros, isto me pareceu uma ótima ideia.

Fui para frente da escrivaninha onde arrumei o cabelo e comecei a abrir a camisa, Pollyanna entrou no quarto, ela sorriu.

- Não foi tão ruim, não é? - perguntou se aproximando de mim. - A ceia estava deliciosa e Mary é muito boa.

- É eles ainda me serviriam mais mortos, mas... - eu disse divertido e ela semicerrou os olhos.

- Obrigada por fazer isto por mim. - ela disse num sussurro enquanto terminava de desabotoar os botões de minha camisa, eu segurei seu queixo fazendo-a olhar para mim e colei nossos lábios num beijo intenso fazendo-a se sentar na penteadeira enquanto minhas mãos apertavam sua cintura e as suas unhas arranhavam de leve meu pescoço, ela desceu um dedo para meu peitoral despido fazendo-me arrepiar, escorreguei minha mão para sua cintura por dentro da blusa, ela se arrepiou, nos separamos em busca de ar, ela estava corada e desviou os olhos para o chão me fazendo rir.

- Desculpe. - eu disse me afastando e me deitando na cama, ela se deitou ao meu lado olhando para o teto. - Amanhã eu vou fazer uma visita a meu avô por parte de mãe, ele mora aqui perto.

- Quer que eu vá com você? - ela perguntou, seu olhar fixo em mim.

- É uma boa ideia, afinal quem mais vai me impedir de fazer alguma bobagem? - eu sorri lhe beijando a testa.

- Você é a pessoa mais importante para mim sabia, desde que perdi meu pai... - ela fez uma pausa, pela primeira vez via seus olhos marejados e os lábios trêmulos ao falar de seu pai, ela sempre ficava contente de ele ter se juntado a sua mãe e os seus irmãos. - Eu só tenho você, eu te amo.

Eu queria conseguir dizer que a amava também, mas eu não entendo isso, não sei o que é amor, o mero som da palavra nada me causa além de desprezo, mas com Pollyanna é diferente, sem saber o que dizer eu a abracei e afaguei seus cabelos tão louros, tão lindos assim como ela.

- Acho melhor eu ir para meu quarto. Estou a ficar com sono. Boa noite Tom. - ela disse se desvencilhando de mim, beijou meus lábios com delicadeza e se afastou.

- Boa noite minha ciumenta.

- Como é? - ela olhou por cima do ombro.

- Os olhares que lançava a Meg eram de dar medo.

- Meg? Está a falar de Megan Kopelson? Eu não estava com ciúmes. - mentiu orgulhosa, eu sorri da careta que ela fez.

- Aham. Boa noite Miss Ciumenta.

- Boa noite Mr. Chato.