O Resgate de Luna

A primeira parada de Celestia e Fluttershy foi em uma lanchonete ali perto, onde foram recebidos por uma animada garota de cabelo cacheado, de um rosa muito mais escuro que o das outras duas e olhos azuis.

"Olá meninas! Bem vindas ao Torrão de Açúcar! Flutter, que surpresa! O que te tras aqui? Quem é sua nova amiga?"

Ela usava uma camiseta branca com o desenho de três balões, dois azuis e um amarelo, por baixo de uma jaqueta rosa, mais clara que seu cabelo, uma sai da mesma cor da jaqueta, com um bordado na lateral igual ao de sua camiseta e um short por baixo da mesma cor de seu cabelo, além das botas de cano alto da mesma cor da jaqueta e com o mesmo desenho do resto de suas roupas. Ela também usava um cinto branco, com a fivela na forma de um único balão azul, de onde pendia uma cauda de pônei que fazia par com seu cabelo.

E a tiara com as orelhas cor-de-rosa.

"Pinkie!" Celestia exclamou, ainda um tanto surpresa.

"Como sabe meu nome?!" Pinkie perguntou, quase tão surpresa. "Você é vidente?!"

"Não. Você já foi a uma de minhas festas de aniversário quando eu era pequena."

"Ah, eu me lembro. Celestia, não é? Feliz de te ver de novo!" Pinkie lhe deu um abraço apertado. "O que a traz ao nosso jogo, princesa?"

"Princesa?!" Fluttershy voltou-se para Celestia, surpresa.

"Não me chamem assim, por favor. Não há sentido em insistir nisso."

Quanto ao porque estou aqui, estou tentando salvar minha irmã que foi capturada durante a festa ontem."

"Ela vai com a gente no torneio." Fluttershy acrescentou. "Estávamos à caminho para ver a Rarity mas paramos para um lanche e saber notícia das meninas."

Discord, Fluttershy, Pinkie, Rarity... Celestia se perguntou quantos mais ela encontraria antes de conseguir encontrar sua irmã. O estranho era serem tantos em um único jogo... Até hoje ela só conhecera oito half-mirrors de cinco jogos diferentes, só ali ela já encontrara ou ouvira falar de quatro complete-mirrors desde que chegara.

"Twilight passou aqui mais cedo." Pinkie respondeu à Fluttershy. "Parece que chegou na cidade ontem e está ficando na casa do irmão dela. Não tenho notícias das outras ainda mas ligo assim que souber. Então, o que vão querer?"

"Eu realmente adoraria um copo de cinnacolate agora." Celestia murmurou baixinho, embora soubesse bem que não ia conseguir aquilo ali. "Só uns dois cupcakes." Ela disse em voz alta.

"Bem, pode ser o mesmo para mim, Pinkie." Fluttershy murmurou. "E, se você não se importar, você sabe, os doces favoritos do Angel..."

"É pra já!"

Enquanto Pinkie saiu para buscar os pedidos, Celestia não pode evitar pensar no garoto da armadura de gelo no laboratório. Ele lhe lembrava muito de seu tio, Jack. O estilo da armadura e tema de gelo só acrescentavam razões para manter aquela linha de pensamento. A maneira como ele falara, como se a conhecesse, também não ajudava Celestia a rejeitar a ideia, por mais maluca que ela soasse.

Quando elas saíram, Celestia ainda estava um pouco distraída em seus pensamentos. Tinha sido uma semana difícil antes do incidente. Os pesadelos constantes quase não a deixavam dormir e ela não sabia o que teria feito sem sua irmã ao seu lado. Mas ela percebera o quanto aquilo tudo estava abalando Luna também e agora que pensara nisso, se perguntava como sua irmã estaria agora.

Luna acordou atordoada. Não sabia o que tinha acontecido quando as criaturas atacaram. A última coisa de que se lembrava era de ter levado um estranho tiro no braço, mas não havia nada de errado ali.

Ela estava em uma pequena e escura cela, sem a menor ideia de onde. Várias criaturas faziam barulho em volta, provavelmente presas também, chamando ajuda ou lutando para se libertar.

Pobres criaturas. Se ao menos ela conseguisse sair dali, poderia solta-las.

Luna se concentrou em seus poderes até sentir seu corpo se dissolvendo. Tentou atravessar a porta, mas uma corrente elétrica a atingiu, desfazendo o feitiço e atirando-a alguns metros atrás.

Então ela ouviu passos se aproximando e se levantou. Os olhos molhados de lágrimas, o corpo todo dolorido.

O que tinha acontecido com sua irmã? Estaria procurando por ela? Teria sido pega pelos AVs?

Então uma homem apareceu. Tinha cabelos negros, olhos vermelhos e vestia um terno cinza.

"Tentando escapar, não é, pequena princesa?" Ele zombou. "Subestima minha inteligencia e meu conhecimento de seus poderes, pirralha." Ele respondeu maldosamente.

"Quem é você? Que lugar é esse? O que quer comigo?" Ela perguntou, assustada.

"Não é ele quem quer." Uma outra voz respondeu. "Sou eu."

A nova personagem que surgiu Luna reconheceu dos desenhos de sua mãe. Chrysalis, a rainha dos changelings.

Espera! Como ela estava ali? Aquela tempestade... A história estaria acontecendo ao contrário dessa vez?

"É uma surpresa que não saiba meu nome, princesa." O homem comentou. "Mas imagino que sua mãe também tenha me subestimado e imaginado que eu tivesse desistido."

"Mas tem gente que não aprende mesmo." Zombou uma terceira voz e uma figura de armadura prateada, pela voz era um garoto, não muito mais alto que Luna e dificilmente mais velho que ela, saltou de algum lugar.

"Quem é você?" O homem perguntou.

"Surpresa que não me reconheça. Mas não tenho tempo pra vocês agora." O garoto puxou sua espada, pela qual corriam ameaçadoras faíscas. Luna não viu onde a espada atingiu, mas ouviu uma explosão e várias criaturas do tipo que Luna jamais havia visto, dispararam na direção de Chrysalis e o homem misterioso.

A batalha mais confusa de que Luna já havia ouvido se seguiu. Raios, labaredas de fogo, jatos de água e os mais diversos tipos de poderes explodiam para todos os lados. Algumas das criaturas volta e meia se voltavam contra o garoto e a onde de fugitivos, os olhos adquirindo uma luz estranha. O garoto finalmente usou sua espada para explodir a fechadura e soltar Luna. Antes que ela pudesse agradecer ou fazer perguntas, ele a puxou para cima de um cavalo com crina de fogo e os dois dispararam pelo lugar, desviando de poderes, subindo escadas e procurando uma saída.

Finalmente eles conseguiram sair ao ar livre, mas ainda não estavam em segurança. O cavalo disparou na direção do portão, que estava sendo fechado naquele momento.

"Não vamos conseguir!" Luna gritou assustada.

"Vamos sim! Confie em mim!" O garoto respondeu, puxando o que parecia ser uma anel prateado com uma pedra verde.

Já não parecia ter espaço para passarem, Luna fechou os olhos, esperando o cavalo parar, mas isso não aconteceu. Ela sentiu uma sensação estranha, como um puxão forte, e quando abriu os olhos eles corriam por uma floresta.

Em algum tempo de corrida ela adormeceu, só acordando quando o cavalo parou.

"Ainda estão atrás da gente?" Ela perguntou ao cavaleiro, ainda meio sonolenta.

"Não. Estamos seguros agora." Ele ajudou-a a descer e o cavalo disparou pela floresta.

"Quem é você?" Ela perguntou, recuando um tanto desconfiada.

"Meu nome é Link. Mas todos aqui me conhecem por Thunder." Ele tirou o capacete.

Luna não podia acreditar no que estava vendo.

"Você não..."

Antes que ela pudesse terminar a pergunta, Link lhe fez sinal, pedindo silêncio.

"Eu sei. Estou feliz de ver você, minha princesinha." Ele a abraçou, à beira das lágrimas. "Mas vamos manter isso em segredo por enquanto. Estamos sendo vigiados. Aqueles dois não são nossos únicos problemas e você sabe do que os Changelings são capazes, não sabe?"

Ela assentiu e ao pensar nisso olhou em volta, mas parecia que estavam sozinhos.

"Como me encontrou?" Ela perguntou.

"Estamos de olho em tudo desde a tempestade. Muito antes, na verdade. Estávamos na festa quando aconteceu. Tentamos proteger você e sua irmã, mas nos pegaram de surpresa, então os AVs invadiram, quando vimos já era tarde de mais."

"Celestia está bem?"

"Ela foi levada de volta pelos AVs, mas duvido que ainda esteja lá. Houve uma agitação hoje mais cedo e não foi causada por nenhuma de nós. Estou esperando notícias agora."

"Quem eram eles?" Luna perguntou. Na verdade ela não estava muito interessada, tudo que ela queria era voltar para casa. Queria que não precisasse fingir que aquele não era o momento pelo qual ela esperara a vida inteira. Queria que aquela confusão toda acabasse.

"Bem, imagino que você deva conhecer Chrysalis," Link respondeu, ela assentiu. "O outro é..." Ele parou, olhou em volta por um momento, então disse: "Agora não. Temos que sair daqui. Me siga, conheço um lugar seguro."