Poemas sobre o fim

28 de Outubro de 2018


Ver ver e não enxergar
correr e correr e tropeçar
Não chego em lugar algum
Não há ponto final
Você e eu não estamos na mesma reta
Não dividimos o mesmo angulo
Somos diferentes
Somos estranhas

Eu vejo o belo no feio
Você vê o feio no belo
Eu tenho os pés fincados na ilusão da realidade
Você insiste em voar
Enquanto eu permaneço estagnada na minha penúria de lucidez
Você prossegue queimando lenha na fogueira da minha demência

Por que voltar depois de tanto tempo?
Por que mexer comigo e partir?
Meu sol não pode mais cintilar contra meus olhos úmidos
Porque ele se encobriu com as nuvens soturnas do desespero
Seu toque ainda me apavora
Seu cheiro ainda me comove
Meu rosto se pinta de vermelho quando a visão cai em ti
Meu amor você não me deixou escolha
Meu corpo reage aos seus desejos
Quando você está por perto
Ele sabe
Ele avisa
A mente sempre dispara os avisos de perigo
Aqueles que eu já havia esquecido
Você me deixou de novo, meu amor
E de novo vai deixar se eu não te parar
Quando que vai me amar?
Você vai me amar?
Algum dia
Algum dia você vai voltar?