Medo

Não importa para onde eu vá

Ou o que eu faça para não te ver

Você sempre consegue me encontrar

Onde quer que eu estiver nesse mundo

Mesmo que seja no lugar da Terra mais profundo

Você aparece, com seu olhar perverso

Pronto para me atormentar e rir de minha tristeza

Como se minhas lágrimas tivessem alguma beleza

Que te atraíssem loucamente

Tento correr, me esforço para fugir

Para o canto mais isolado desse universo

Fazendo com que você nunca mais me ache

Mas, caro medo, você sempre arranja um jeito

Já coloquei minhas mãos em cima de meu peito, assustada

Ao ver que você estava de volta

Já rezei para todas as entidades divinas, fiz de tudo

Porém, quando abro meus olhos, lá está você

Com sua lâmina para me machucar, abrir feridas em mim

Que nada é capaz de curar

Por que você me persegue tanto, medo?

Com tantas pessoas nesse planeta, por que me escolheu?

Não mereço ser sua vítima favorita, sou responsável, sou correta

Às vezes penso que eu deveria tentar ser mais discreta

Para que você não perceba que tenho muitas qualidades

E resolva me destruir, me corroer, como ama fazer

Com diversas pessoas que tem bom caráter

E que também sempre tentam fugir de você

E que sempre tentam escapar de suas torturas

Vá embora, medo! Não tenho nada a ver com suas amarguras!

Parece que quanto mais tento escapar

Você começa a se multiplicar

Como se você se fortalecesse com meu sofrimento

Às vezes consigo esquecer de você por alguns instantes

Mas você em poucos segundos volta a perturbar minha mente

Como uma assombração muito insistente

Que não se importa em incomodar os que não se importam com nada

E gosta de atormentar os que tentam dançar conforme a música

E que se esforçam para serem ótimas pessoas