Muita coisa mudou desde que eu e a Roberta ‘’assumimos’’ nosso namoro. Passamos a ser o alvo preferido das fofocas do rádio-corredor. Quando passo pelos corredores juntamente com ela, posso ouvir os comentários maldosos. Mas o que me incomoda não são as fofocas, o que me incomoda mesmo são as pessoas magoadas com esse namoro. Não consigo mais conversar com o Diego, muito menos com a Carlinha.

Não que eu tenha tentado falar com algum dos dois, pois eu não consigo nem sequer olhar nos olhos deles. Só de pensar que eles descobriram da pior forma, e a reação de cada um deles, eu... eu nem sei como me sinto. Culpado, frustrado, talvez.

Mesmo que não consiga mais conversar com eles, tenho recebido notícias sobre eles. Pedro sempre me mantém informado, mas as notícias não são muito boas. Diego voltou a beber, e dessa vez ele não quer parar. Ele foi forçado a ir para uma clínica de reabilitação á força. E a Carla, se fechou. Simplesmente não fala com ninguém, mal abre a boca. Estou preocupado se ele voltar a ser bulímica, mas pelo visto ela não voltou. Ela não é mais aquela garota extrovertida que conheci.

E eu e a Roberta ? Estamos namorando desde então. Ela é meu porto-seguro. É como se quando segurasse na mão dela, o mundo não existe mais. É só olhar no fundo dos olhos dela, que eu esqueço tudo que está acontecendo ao nosso redor. Quando nos beijamos, sinto algo que nunca senti antes.

E a banda... A banda simplesmente não existe mais. Os fãs acham que estamos trabalhando no novo cd, mas não conseguimos ter um ensaio sequer sem que fique um clima tenso no ar.