Please, don't leave me — capítulo único

Dizem que o importante na vida não é o destino, é a viagem. São os desafios que nos são lançados ao longo da caminhada e de como os enfrentamos, de como somos moldados por eles para sermos melhores que nossas versões passadas. A vida, acaba sendo uma efêmera caminhada de renovação pessoal, onde compreendemos a nós mesmos para assim, entendermos o nosso próximo, a sociedade e o mundo.

Mas isso é pensar amplamente, aqui provavelmente a viagem acaba contando mais.

A história que Misaki e Saruhiko dividiam era algo especial. Um laço vermelho vivo criado pelo destino especialmente para eles. Era algo que não poderia ser tocado por ninguém e que somente eles conheciam seus pequenos detalhes e ironicamente, foram eles que a tornaram complicada.

Tudo poderia ter sido resolvido com uma conversa franca, mas ambos optaram pelo caminho mais difícil.

O laço que os unia jamais se desfez ou arrebentou, mas acabou se enroscando em vários outros lugares. Em pessoas e lembranças que não escapavam de suas cabeças facilmente.

Foram muitas brigas desnecessárias até que as peças caíssem em seus devidos lugares.

Até que Misaki entendesse os motivos de Saruhiko tê-lo deixado.

No fundo, ambos só haviam crescido em estatura pois em seu cerne, ainda eram os garotos que se conheceram no banheiro masculino do primário.

— Curioso como sempre voltamos ao ponto de partida, por algum motivo - murmurou o rapaz de óculos bebericando um pouco de seu café, seus olhos treinados sobre sua companhia.

Misaki soltou um riso fraco, cúmplice do comentário. O questionando com um olhar forte em seguida.

— E sempre voltamos juntos, não é?

— É - Saruhiko balançou a cabeça afirmativamente — gosto dessa constante.

Uma constante que causara grandes dores de cabeça no passado mas que ao menos agora, não se prolongava por muito tempo. Caso brigassem, era questão de dias para fazerem as pazes e continuarem sua rotina cotidiana - sem comoções ou móveis quebrados.

Essa era apenas uma reticencia da viagem que eles tiveram até então. Pois ao menos no presente, eles tinham a certeza de que os próximos capítulos seriam escritos por duas mãos unidas, não separadas.