Música do Capítulo

Eu estava amordaçada e ainda ouvindo cada insulto, deboche e ameaça dela sem poder falar nada ou reagir a isso.Meu celular começou a vibrar no bolso, fazendo um barulho alto contra o assento da cadeira.

– Que barulho é esse ? – Blanda me olhou suspeita

Tentei falar mas falhei devido a mordaça. Ela tirou o pano da minha boca.

– Meu celular

Blanda deu a volta e pegou o celular no meu bolso. Era Damon.

– Olha se não é o seu outro namoradinho. Gosta de um e viaja com o outro, ou será que você gosta dos dois, Demi? – Blanda não se cansava de ser petulante.

**

– Celular da Demi – ela atendeu debochada e depois caiu na gargalhada.

– Quem tá falando ? – ele perguntou parecendo preocupado

– Adivinha, vai ! Você não é tão burro assim – riu

– Blanda ? – seu tom de preocupação se tornou ainda maior

– Parabéns – riu

– O que você tá fazendo com o celular da Demi ? E cadê ela ?

...

Uns minutos depois Olivia chegou.

– Aonde você a deixou ? – Blanda perguntou tapando o telefone.

– Em frente a uma sorveteria de esquina próximo a casa delas – respondeu.

– ÓTIMO – ela sorriu vitoriosa e voltou a falar com Damon.

...

– Voltando...

– Blanda, eu juro que vou fazer você se arrepender amargamente assim que te encontrar.

– Olha, que machão – gargalhou

– Cadê a Demi ? O que você fez com ela ? – ele perguntava aflito e impaciente

Ela colocou o telefone no meu ouvido

– Damon, me desculpa

– Demi, aonde você tá ? você tá bem ? o que ela fez com você ?

– Damon avisa o pesso... – eu ia terminar de falar mas ela tirou o telefone

– Viu ? ela tá ótima – ela riu e desligou o telefone.

**

Parece que você é importante pra muita gente – ela rolou os olhos vendo que meu celular tocou novamente e virou o visor pra mim... era o Joe.

**

– Oi amorzinho – ela atendeu

– Blanda ? – ele parecia nervoso

– Reconheceu minha voz ? Mas era mesmo comigo que você queria falar ? – e mais uma vez ela debochou

– Solta ela, Blanda. O que você quer para soltá-la ? Eu faço o que você quiser, mas deixa ela em paz.

– O que eu quiser ? Essa é uma boa oferta, Joe.

– Eu falo sério, Blanda... O que você quer para soltar ela ?

– Tudo bem... Eu quero que você vá até a praça em frente a escola, SOZINHO – ela enfatizou – e nem pense em envolver a policia nisso... – ela terminou e desligou

**

Fez sinal para Olívia ir busca-lo.

– Parece que o casalzinho vai se juntar novamente – ela debochava – você não sabe a sorte que tem de ter ele, Demetria – ela me olhava e eu podia ver raiva e inveja em seus olhos – eu pedi para se afastar dele – ela agarrou meu cabelo fazendo meu pescoço curvar-se para trás – você tá lembrada ? – ela ria

– Você está me machucando, Blanda ! ME SOLTA ! – era humilhante estar naquela situação, mas meu sangue fervia.

– EU NÃO VOU SOLTAR VOCÊ, SUA VADIA ! É PARA MACHUCAR MESMO – ela soltou meu cabelo e deu um tapa na minha cara

A cada segundo eu sentia meu ódio por ela aumentar, eu nem sei o que seria capaz se não estivesse amarrada a essa maldita cadeira.

– ELE NÃO ERA PRA SER SEU, DEMI – e me deu outro tapa – VOCÊ NÃO O MERECE – ela deu um chute na cadeira fazendo-a virar para trás.

Senti o impacto nas minhas costas quando a cadeira virou.

– Até mais ver, Demetria

– VOCÊ TÁ LOUCA ? NÃO PODE ME DEIXAR AQUI – eu entrei em desespero – O QUE VOCÊ VAI FAZER COM O JOE ?

– Pode ficar tranquila, queridinha. – ela veio até mim e riu me olhando daquela forma, sentada na cadeira de ponta a cabeça – eu queria ser corajosa como você pensa que eu sou – ela sussurrou e saiu do local.

Eu permiti as lágrimas rolarem, finalmente, permiti vir a tona todo meu desespero e humilhação.

– Blanda ? – era a voz de Joe

– Joe, Joe – eu comecei a gritar e ouvi uma porta batendo ao fundo

– Demi, meu Deus o que essa louca fez com você ? – ele veio até mim e levantou a cadeira

Olhei em volta e o local estava vazio – Onde elas estão ? – eu perguntei aflita

– Eu não sei – ele dizia enquanto me desamarrava da cadeira

– Como você não sabe ? A Olivia te trouxe até aqui – eu estava confusa

– Ela me vendou e me amarrou, quando chegou na porta ela desmarrou minhas mãos e me empurrou pra dentro desse lugar, aí eu tirei a venda e ví você na cadeira – ele disse enquanto terminava de me livrar das cordas.

– Eu não acredito nisso – eu abracei ele e desabei de chorar...