Please Dont Ask Me Why
Beyond the will to fight
Acordei do meu cochilo com minha mão sendo apertada por Larissa. Ela suava, e tremia a pálpebra angustiada, virava a cabeça de um lado para o outro como se tivesse tendo um pesadelo. Passei a mão pelo seu rosto tentando acorda-la, ela falava algumas coisas que não eram possíveis de serem ouvidas. Larissa chorava e acordou em um susto. A abracei e beijei sua cabeça enquanto ela chorava. Johnny dormia no sofá, achei melhor nem acordá-lo, já era milagroso ter pegado no sono.
– Ela não pode morrer. – Disse em prantos enquanto chorava encostada em meu peito.
– Ela não vai morrer meu amor. Eu prometo que não vai. – Disse afagando seu cabelo. Vi Johnny acordar do outro lado da sala com seu telefone tocando. Ele atendeu e pareceu preocupado, mas mudou a feição logo em seguida, passou o celular para mim e assumiu minha posição com relação à sua irmã.
– Fala. – Disse ao telefone. Do outro lado era Jimmy.
– Cara, tu não vai acreditar. Nós descobrimos o paradeiro da Lu, agora falta pouco para termos a pequena de volta. – Essa era a melhor notícia que eu poderia ter. Logo me animei e falei ainda mais feliz ao telefone, só não gritei porque estava em um hospital e isso me traria problemas.
– Sério? Cara, sério que vocês sabem onde a minha filha está?
– Sim, só tem um problema. Ela está com uma pessoa que... bem decepcionou a Val. – Decepcionou a Val?
– Como assim cara?
– Brian, quem buscou ela no colégio se passou pela Val, a única que conseguiria isso era a Michelle, a única com a cara da Val ao contrário. A Luísa tá na casa da Michelle. – Disse concluindo, eu não acredito que aquela vadia conseguiu fazer isso, tirar minha filha de mim e da Larissa é covardia.
– Mas ainda não encaixa uma coisa. Por que ela fez isso? E quem era o cara que estava com ela? Por que quando eu atendi era um homem e não uma mulher. – Falei tentando assimilar tudo.
– Brian, eu não sei, o fato é que foi a Michelle, nós optamos por acreditar que ela queria separar tu e a Larissa. De novo.
– Não dá para descartar essa hipótese, eu vou ir aí quando der, quero estar junto para invadir a casa da vadia. – Jimmy assentiu e desligamos, eu estava agora com raiva. Acima de tudo com ódio.
– O que houve? – Johnny perguntou.
– A Michelle se passou pela Val e sequestrou a Luísa, foi isso que houve. – Eu disse irritado. Larissa me olhava atenta com lágrimas nos olhos, já estava mais calma, mas ainda chorava. – Eu vou buscar ela meu amor. E ela vai pagar pelo que fez nós sofrermos. – Disse dando um beijo na sua testa. O médico me chamou e fui conversar com ele.
– Então Sr. Haner, como a sua mulher passou a noite?
– Nada de Sr, por favor. – Falei sorrindo e ele assentiu também sorrindo. – Então, ela dormiu muito bem, mas teve pesadelos e essa manhã ela acordou assustada, chorando e suada.
– Tudo bem, vamos mantê-la aqui hospitalizada por mais um ou dois dias, até ela se acalmar e temos que ver se ouve alguma coisa mais séria com ela.
– Tudo bem, eu até prefiro assim, desse jeito ela não vai ficar mais preocupado com a nossa filha. – Disse concordando e o médico assentiu, conversamos um pouco mais, ele me explicou algumas coisas sobre o estado de Larissa. Descobri que o mesmo era fã da banda e tinha apenas 26 anos, achei jovem para ser médico. Tinha o nome de Oliver. Me despedi dele e fui para o quarto de Larissa, avisei Johnny que estava de saída e pedi para que o mesmo permanecesse ali junto dela. Dei um beijo nela.
– Eu vou buscar a nossa pequena, amor. Fica calma tá? – Disse sorrindo e ela assentiu. – Eu te amo.
– Te amo também, se cuida. – Falou me abraçando.
Fui até a casa de Larissa onde estava a maioria das pessoas. Chegando lá encontrei Val sentada com as mãos dadas com Matt, Jimmy e Leana sentados em outro sofá, Zacky atento junto aos dois policiais que planejavam a invasão e Wendy que conversava com Val e Lea. As três vieram até mim.
– Como ela está? – Wendy perguntou preocupada.
– Ela tá bem, mas vai ficar em observação por mais um ou dois dias.
– Nós vamos ficar lá com ela no lugar do Johnny, para ele ajudar vocês com a Michelle.
– Brian, me desculpa, eu juro que eu quero matar a minha irmã depois disso eu... – Ela começou, mas eu a interrompi colocando minhas mãos em seu rosto.
– Val, você não tem culpa da irmã que tem. Não fica se culpando pelas merdas que ela faz ok? – Disse e ela assentiu, dei um beijo em seu rosto para conforta-la e então continuei. – Eu acho bom vocês irem lá, talvez ela precise do apoio das amigas nessa hora.
– Nós vamos para o hospital cuidar da Larissa, e vocês esperem o Johnny chegar pra ir atrás da Luísa. – Wendy falou e elas seguiram até o carro.
– E aí pessoal, mais alguma notícia? – Perguntei
– Até agora só o que nós sabemos. – Jimmy falou e os outros chegaram mais perto, para planejar.
– Eles não têm como fugir. Perto da casa dela há policiais, ou seja, todas as saídas estão trancadas e eles nem desconfiam. – Um dos policiais falou.
– Mas têm certeza que eles estão lá? Quer dizer, ela seria tão burra de sequestrar alguém e deixar na própria casa?
– A vimos saindo de lá e a seguimos, ela foi até o supermercado e voltou, sem nenhum passo a mais, ou seja, ela está lá e faremos confessar. – Disse o outro policial. Logo chegou Johnny e planejamos tudo. Fomos em direção ao local, eu fui com o meu carro e parei em frente à casa de Michelle estacionando ali para que ela não desconfiasse. Os demais carros da policia ficaram próximos para a invasão. Toquei a campainha da casa e logo ela atendeu.
– Brian? – Ela disse um pouco falha.
– Olá Michelle, tudo bem? – Disse a ela segurando a vontade de bater naquela cara de puta.
– Tudo, mas o que você veio fazer aqui? – Perguntou um pouco nervosa. Antigamente ela me convidaria para entrar. Era óbvio que minha filha estava ali.
– Conversar, sabe? – Falei em seguida piscando um olho para ela, tentei ser o mais convincente possível.
– Nós não temos mais nada para conversar, e eu não sou um brinquedo. – Falou ainda um pouco insegura.
– Claro que não é gata, não disse nada disso. Só queria me divertir com você hoje, como nos velhos tempos. – Ela parecia que não ia ceder. Plano dois.
– Não quero mais me divertir com você. – Ela falou e meu celular tocou, ótimo, eles perceberam a demora para entrar na casa.
– Só um segundinho Mich. – Falei tentando não pular em seu pescoço. – Alô?
– Ela não vai ceder, nós vamos aí e prender ela. – O policial que comandava a operação falou.
– Ah tudo bem, acho melhor mesmo, temos como marcar a reunião o mais rápido possível. – Falei tentando fazê-la não perceber nada.
– Chegamos aí em 30 segundos. Enrrola. – Falou.
– Claro nos falamos mais tarde então, um abraço. Tchau. – Falei e desliguei. – Reuniões com a banda, sempre me tirando tempo. Mas então, onde estávamos?
– Você eu não sei, mas eu ia tomar banho.
– Ótimo, tomamos juntos. – Falei e logo o policial veio e falou com ela.
– Senhorita Michelle? – Perguntou e ela assentiu. – Temos um mandado de busca na sua casa, podemos entrar?
– Não, vocês não podem invadir a minha casa. – Ela falou assustada.
– Não só podemos como vamos, enquanto isso... – Falou erguendo as algemas – Você fica presa aqui. – Disse prendendo ela e a sentando no sofá da sala.
Não deu um minuto e logo todos o outros policiais estavam vasculhando a casa.
– Brian, você já pode ir embora, já viu que não vai dar para fazer o que queria hoje. – Ela falou olhando para mim.
– Tá louca? Vou procurar minha filha agora, ou tu acha mesmo que eu queria ficar com você de novo? – Falei olhando para ela. Entrei na casa e fui para o segundo piso procurar pela minha pequena. Os outros policiais já estavam procurando, fui direto a uma porta que estava fechada à chave, chamei um dos homens para me ajudar a arrombar.
Fale com o autor