Sirius acordou de ressaca no domingo, sem ao menos ter forças para se levantar e tomar o café da manhã, pois sempre que tentava sair da cama, a dores de cabeça e estômago o faziam desistir.

Fora somente no período da tarde, que o estudante conseguiu abrir os olhos por completo e se sentar em sua cama, e assim que o fez, percebeu que os três amigos já despertados, o encaravam com atenção.

—O que foi? – Perguntou irritado, ao sentir a cabeça latejar um pouco mais, por ter aberto a boca para fazer aquela pergunta.

—Nós é que perguntamos o que foi. – Respondeu James – Depois que a Mcguire foi embora, você ficou falando coisas do tipo “ela sabe, ela sabe de tudo” e capotou, e nós queremos saber o que aconteceu.

—Ela descobriu que ele é louco por ela. – Zombou Pedro, fazendo James e Remus rirem.

—Calem a porra da boca. – Reclamou Sirius, exaltado – A risada de vocês faz a minha cabeça doer mais.

—Daqui a pouco passa, toma um pouco de água para ajudar. – Mencionou Aluado, levando um copo com o líquido, para que o amigo tomasse.

—Agora fala para a gente, o que a Mcguire te disse. – Pediu Potter, se sentando ao lado de Black.

—Eu não tenho certeza do que ela disse, eu estava muito bêbado quando nós nos sentamos naquele sofá. – Explicou. – Eu nem sei se consegui beijar ela.

—A gente não ficou olhando, mas se vocês se pegaram, ela não gostou muito, porque logo foi embora. – Apontou Potter.

—Então nós não ficamos, é impossível uma garota não gostar dos meus beijos. – Retrucou Black.

—Tá, mas o que você acha que ela te falou? – Questionou Pettigrew.

—Que eu sou o Peludinho. – Afirmou, angariando a reação de espanto dos demais Marotos.

—Como assim? – Perguntou Pontas, alarmado. – Como ela descobriu isso?

—Sei lá como aquela cobra descobriu. – Reclamou Sirius, se deitando na cama. – Eu não quero mais pensar, isso faz a minha cabeça doer.

—E se ela denunciar o Sirius para algum professor? – Questionou Pedro – Ele é um animago ilegal.

—E eles poderiam chegar à conclusão de que nós também somos. – Concluiu Potter.

—Eu não acho que ela denunciaria a gente. – Defendeu Lupin.

—Aquela pilantra me enganou ontem, eu não duvido que ela possa fazer isso. – Rebateu Sirius, posicionando o travesseiro por cima de sua cabeça.

—E se nós lançássemos um feitiço de esquecimento nela? – Sugeriu Rabicho.

—Você está louco? – Repreendeu Lupin – Pode dar errado e ela se esquecer de tudo.

—O Remus tem razão. – Afirmou Potter – E mais, toda a escola sabe que a Mcguire e o Sirius têm uma rixa, se ela perder a memória do nada, todo mundo vai acusar ele.

—Então o que vocês sugerem? – Questionou Pedro, preocupado.

—Eu vou falar com ela. – Afirmou Black, ao retirar o travesseiro de sua face – Primeiro eu jogo um verde para ter certeza de que ela sabe do Peludinho e se souber, vou pedir para que ela não espalhe o que descobriu.

—Mesmo que a Lizzie aceite, como você vai ter certeza de que ela vai manter a promessa? – Questionou Aluado.

—Eu vou pedir para fazer um voto perpétuo com ela. – Respondeu Almofadinhas.

—E o que você vai dar em troca? – Perguntou Potter.

—O que ela quiser. – Respondeu, dando de ombros – O que ela pode pedir de tão ruim?

—Você está falando de uma aluna da Sonserina. – Apontou Pedro, com uma sobrancelha levantada.

—Seja lá o que for, eu vou ter que fazer. – Disse Sirius – Eu não posso arriscar que ela conte para outras pessoas a respeito do meu segredo, e elas cheguem à conclusão de que vocês também são animagos ilegais.

—Espero que ela aceite o acordo. – Mencionou James.

—Eu também. – Disse Black, posicionando o travesseiro por cima de seu rosto, novamente.

(...)

Após o término do jantar e ao perceber que Elizabeth havia saído do Salão Principal, Sirius se apressou para que pudesse alcançá-la, como de costume.

—Mcguire, eu preciso falar com você. – Chamou Sirius, ao correr no sentido da jovem.

—Pois não. – Disse Lizzie, se virando para encarar o rival.

—Sabe aquilo que você me disse ontem à noite? – Questionou, no intuito de saber se a garota confirmaria as suas suspeitas.

—Eu te disse tantas coisas, Black, seja mais específico. – Retrucou Elizabeth.

—Você sabe do que eu estou falando. – Reclamou.

—Eu não tenho ideia, do que você está falando. – Disse cinicamente, com um sorriso em seu rosto.

—Não se faz de sonsa, garota. – Protestou o estudante, se aproximando totalmente de Mcguire.

—Então me fala o que eu te disse ontem, porque eu não sou a Jean Grey para saber o que você está pensando. – Retrucou, percebendo a feição de frustração de Sirius.

—Você me disse, que sabe que eu sou o Peludinho. – Jogou a informação, sem paciência de tentar jogar mais verde para a garota, afinal ele sabia o quanto ela era astuta.

—Você é o Peludinho? – Perguntou, fingindo estar indignada, porém e sem conseguir sustentar a farsa, começou a rir da cara do inimigo – Brincadeira, eu realmente sabia disso.

—Eu vim tentar fazer um acordo, para que você não conte isso a ninguém. – Informou Sirius.

—E qual seria o acordo? – Questionou, desconfiada.

—Nós fazemos um voto perpétuo, em que você promete não revelar a ninguém, que sabe que eu sou um animago e em troca, eu faço o que você quiser. – Ditou Black, encarando a garota com atenção.

—O que eu quiser? – Perguntou, interessada.

—Você não ouviu o que eu disse? – Questionou, sem paciência.

—Bom, essa proposta é bem interessante, mas eu preciso de pelo menos um dia para decidir o que eu quero de você. – Apontou Mcguire.

—Mas você vai aceitar, né? – Questionou.

—Vou. – Respondeu, de prontidão

—Ótimo. – Disse aliviado.

—Algo mais? – Perguntou, com as mãos na cintura.

—Foi muita sacanagem o que você fez comigo ontem, ficou me prometendo que a gente ia ficar na festa e tudo não passou de um plano sujo. – Apontou, aparentando estar chateado com a toda aquela situação.

—Sacanagem foi o que você fez, se passando por Peludinho para se aproveitar de mim. – Retrucou, Lizzie.

—Você deveria me agradecer por eu ter te livrado daquele filho da puta, que falou mal de você para os amiguinhos. – Revidou.

—A questão toda é: e se o Nicholas não fosse um babaca? Eu teria perdido a oportunidade de conhecer melhor um cara legal. – Apontou – E você não teve a ideia de arruinar os meus encontros, porque sabia que ele era um imbecil, você só fez isso para se vingar de mim. – Disse, irritada – E pensar que eu fiz carinho na sua barriga e beijei o seu focinho.

—Não sei qual é o problema de você fazer tudo isso, sem que eu esteja na minha forma de animago. – Se defendeu, dando de ombros – Mas pera aí, eu acabei de me lembrar que ontem, você me disse que presenciou a minha transformação, não foi?

—Foi sim, e daí? – Respondeu.

—Então quer dizer que você me viu sem roupa. – Apontou, agora com um sorriso malicioso em seu cenho.

—Infelizmente eu vi. – Confirmou, ainda mais irritada.

—Aposto que você gostou do que viu. – Se gabou.

—Nem um pouco. – Afirmou Mcguire.

—Você está mentindo, eu sou lindo nu. – Retrucou.

—Não é não. – Afirmou – Mas não precisa ficar chateado com a minha opinião, se a qualidade da nudez é assim tão importante para você, meu conselho é que continue na forma de cachorro.

—Você não deve ter visto direito. – Apontou, indignado – Dá uma olhada nessa belezinha. – Se virou, para que a garota pudesse comtemplar a sua traseira – Minha bunda é linda.

—Eu já disse que não é. – Afirmou, virando o rosto para o lado. – Como você consegue ser tão chato.

—Pera aí, é que eu estou vestido. – Apontou, começando a desfivelar o cinto.

—Você é louco, eu não quero ver isso. – Reclamou, tapando os olhos com as mãos.

—É rapidinho e.... – Explicava Sirius, antes de ser interrompido por uma voz feminina que se aproximava polvorosamente do local.

—Sr.Black, o que está acontecendo aqui? – Questionou McGonagall, que estava espantada com aquela cena incomum.

—Mine, eu... – Sirius tentou explicar o ocorrido ao afivelar o cinto, mas logo foi interrompido por Elizabeth.

—Só porque eu disse que quero trabalhar no hospital St. Mungus quando me formar, ele quis me fazer analisar um furúnculo que nasceu nele. – Explicou Lizzie, encarando a diretora que ainda estava sobressaltada com o ocorrido. – Mas eu não tenho qualquer conhecimento disso, ainda.

—Sr.Black, nós vamos agora visitar a Madam Pomfrey, e se ela não encontrar qualquer furúnculo em seu corpo, eu vou ter que reportar o caso ao diretor Dumbledore. – Afirmou, zangada – Onde já se viu, manchar a decência dessa escola com uma estripulia de nível tão baixo – Repreendeu – Aliás, menos 20 pontos para a Grifinória por esse comportamento extremamente inconveniente, e srta. Mcguire, eu peço desculpas por você ter sido submetida a esse absurdo – Minerva pegou uma das orelhas de Sirius Black e o puxou, para que ele a acompanhasse até a enfermaria do castelo – Vamos logo.

—Está machucando, Mine. – Se queixou, Sirius.

—Eu espero que esteja mesmo. – Retrucou a diretora.

Disfarçadamente, Elizabeth sacou a sua varinha e apontou para a parte de baixo do corpo de Black, para que pudesse emitir o feitiço Furnunculus, o livrando de um problema maior, pois assim que chegassem à enfermaria, constatariam de que ele possuía um furúnculo em seu corpo.

No percurso até a ala hospitalar, Minerva continuava a repreender o comportamento de seu aluno, explicando o quanto danoso seria para ele, caso estivesse mentindo e que aquela atitude deplorável poderia resultar em uma expulsão.

—Sr.Black, eu espero muito que você não esteja mentindo. – Afirmou, antes de entrar na enfermaria e chamar a atenção de Madam Pomfrey, que se aproximou dos dois.

—O meu aluno me reportou, que está com um problema dermatológico e eu preciso saber se essa informação é verídica. – Explicou a diretora. – Ele disse que está com um furúnculo na parte traseira de seu corpo.

—Claro diretora, eu verifico a informação. – Disse a mulher, antes de se virar para encarar Sirius –Retire as calças e se deite de barriga para baixo naquela maca. – Ordenou a funcionária, que iniciou uma vistoria no corpo do jovem, assim que ele a obedeceu. – Quando que isso apareceu?

—Hoje. – Respondeu Black, de prontidão.

—Bom, você vai precisar ficar de repouso por uma hora e meia, após eu aplicar uma mistura para que essa ferida diminua de tamanho e se cicatrize. – Explicou, antes de se aproximar de McGonagall, que aguardava um posicionamento – O garoto estava certo, diretora, ele realmente possui uma infecção cutânea.

—Muito obrigada pela informação. – Agradeceu, aliviada, antes de se aproximar de Sirius que já estava coberto. – Você não deveria ter importunado uma aluna com esse seu problema, Sr. Black, deveria ter vindo direto para cá.

—É que eu fiquei com vergonha. – Afirmou o aluno.

—Você pode ser tudo nessa vida, menos tímido. – Retrucou Minerva – E sr. Black, não é dessa forma que se conquista uma donzela.

—Eu não estou tentado conquistar aquela donzela, Mine. – Rebateu.

—Bom, já que o Sr. está em boas mãos, eu vou me retirar para que elas façam o trabalho necessário para auxiliá-lo. – Disse a diretora.

—Mine, você pode avisar aos meus amigos que eu estou aqui. – Pediu.

—Aviso sim.

(...)

Ao ficarem sabendo do ocorrido, James, Pedro e Remus correram para a enfermaria do castelo para que pudessem ver como i estava.

—Por que você está deitado de barriga para baixo? – Questionou Potter, assim que chegou ao leito.

—A Mcguire fez um feitiço e colocou um furúnculo na minha bunda. – Respondeu irritado, ao contrário dos amigos que riam da situação.

—E o que você fez para ela? – Perguntou Remus.

—Isso não importa. – Respondeu impaciente – O que importa é que o nosso problema está resolvido, ela aceitou fazer o voto perpétuo comigo.

—E ela te disse o que quer em troca? – Questionou Rabicho.

—Não, ela pediu um dia para pensar. – Respondeu, Sirius.

—Isso não é um bom sinal. – Apontou Potter, alarmado.

—Ela vai ter tempo, para pensar em algo bem humilhante. – Afirmou Pedro.

—Eu não me importo. – Retrucou, Black – Eu só não quero que ela diga aos professores que eu sou um animago, e eles acabarem chegando até vocês. – Explicou – Além do mais, ela poderia espalhar essa informação para a Sonserina e eles chegarem à conclusão, do porquê de termos nos transformado em animagos ilegais.

—É verdade, eles poderiam de alguma forma ligar os pontos e chegar ao Remus. – Completou James.

—Sim, eles são bem astutos. – Afirmou Rabicho.

—Venenosos, você quis dizer. – Rebateu, Sirius.

—O importante é que a Lizzie aceitou a proposta, não vamos nos preocupar à toa. – Apontou Remus.

—Não é à toa Aluado. – Afirmou Black. – Nós não podemos deixar qualquer ponta solta, que faça alguém desconfiar do seu segredo.

—Eu sei. – Disse Lupin, cabisbaixo.

—Mas quando você vai poder sair daqui? – Perguntou Potter.

—Em uma hora. – Respondeu Sirius.

—Então nós te esperamos. – Afirmou James.

—Quem diria que os Marotos estariam cercando outro enfermo, que não fosse eu. – Apontou Lupin.

—E por causa de um furúnculo. – Completou Potter, fazendo os amigos rirem daquela situação absurda.