No meio da noite de segunda-feira, os quatro amigos se encontraram na entrada do Salão Principal, para que pudessem caminhar até a cabana de Hagrid.

Por se tratar de um horário irregular para que saíssem do castelo, os alunos utilizaram a capa de invisibilidade de Henry, para que não fossem impedidos de ir ao encontro do meio-gigante, pois como combinado, eles assistiriam uma novela junto de Rúbeo e naquele dia, seria feita a exibição do primeiro capítulo.

Como previam e por causa do artefato do lufano, os amigos não tiveram qualquer problema para chegar até a residência do amigo.

—Crianças, entrem que já vai começar. – Anunciou Hagrid, animado – Eu fiz alguns bolinhos de abóbora para a gente comer.

—Hagrid, você é perfeito, saiba disso. – Comentou Lizzie, entrando na cabana e já conseguindo sentir o cheiro do doce.

Assim que todos se sentaram em suas cadeiras, em frente à televisão mágica, a trama iniciou-se com uma abertura musical, apresentando o nome dos atores que fariam parte da dramatização.

—Nossa, essas duas donzelas são muito parecidas. – Comentou Hagrid, ao final da abertura – Só que estão vestindo roupas diferentes.

—E uma delas parece ser a ruim da história. – Argumentou Frank. – Conheço esse tipo de personagem de longe.

No início da narrativa é exibido a casa de uma das personagens principais, nomeada por Paulina Martins, que demonstra plena preocupação com a mãe que está doente.

—Essa Paulina parece ser uma boa filha, já gostei dela. – Comentou Hagrid, atento com a imagens que passavam bem diante de seus olhos.

—Ela deve ser a mocinha da novela. – Comentou Lizzie, antes de enfiar um bolinho de abóbora na boca.

—A mãe dela está bem doente, coitada. – Afirmou Henry, compadecido com a situação da personagem.

ApĂłs se despedir da mĂŁe para ir trabalhar, Paulina se encontra com o namorado, que nĂŁo demonstra ser um bom companheiro e age de maneira duvidosa, quando o assunto casamento vem Ă  tona.

—Mas esse Oswaldo é um insensível, não gostei dele. – Afirmou Hagrid, indignado com o modo com que o rapaz tratava Paulina – Ele deveria tratá-la como uma dama, e não de qualquer jeito.

—Xii, esse aí não quer casar com ela, olha a cara dele, gente. – Comentou Raven, tão atenta quanto os amigos.

—Ela merece alguém melhor. – Afirmou Frank, recebendo a aprovação dos amigos, referente ao seu comentário.

—Espero que seja aquele bonitão que aparece na abertura. – Comentou Lizzie. – É bem melhor que esse cara.

—Nem para levar ela no trabalho, ele serve. – Bufou o meio-gigante – Definitivamente, eu não gostei desse cara.

Após se despedir da namorada, o personagem Oswaldo inicia uma conversa por telefone com uma mulher chamada Lurdes, à qual ele declara que vai encontrá-la em breve e deixará a cidade em que vive.

—Ele tem outra? – Afirmou Raven, revoltada –Que babaca.

—Ainda bem que ele vai embora. – Afirmou Henry.

—Tadinha dessa Paulina, já sofre com a mãe doente e agora com o imprestável do namorado que vai deixá-la sozinha. – Lamentou Hagrid.

Após a cena do namorado combinando de se mudar, é apresentada uma nova personagem denominada de Paola Bracho, que está se divertindo no clube da cidade, local aonde Paulina trabalha.

—Ué, mas como é que ela cortou o cabelo tão rápido? – Perguntou Hagrid, confuso pela semelhança entre as duas mulheres.

—Essa é outra personagem, Hagrid, é outra pessoa, lembra que no começo mostrava duas mulheres? – Explicou Frank.

—Ah, é verdade. – Respondeu o meio-gigante, esclarecido.

—Pensei que na história, as duas fossem irmãs gêmeas, mas pelo jeito, elas nem se conhecem. – Comentou Raven, durante a cena em que Paulina entra no banheiro, em que está Paola.

—Paulina e Paola, até os nomes são parecidos. – Comentou Frank.

Depois do encontro entre as duas mulheres, no banheiro do clube, a novela muda o foco para outro nĂşcleo de personagens, a famĂ­lia Bracho.

—Quem são esses agora? – Perguntou Hagrid confuso.

—Devem ser parentes da Paola. – Respondeu Mcguire.

A história agora, dá ênfase à situação de uma senhora que aparece acamada.

—Coitada dessa senhora, está doente igual à mãe da Paulina. – Comentou Hagrid, na cena em que Vovó Piedade pedia o seu remédio a uma das empregadas da casa, revelando que esse tal remédio seria um tipo de bebida alcóolica. – No mundo dos trouxas, licor serve como remédio? – Perguntou, confuso.

—Não Hagrid, ela deve ser viciada em bebida alcóolica. – Respondeu Lizzie.

—Coitada dessa senhora. – Lamentou Hagrid apreensivo, por causa da situação em que estava a mulher idosa.

ApĂłs a cena no quarto da matriarcal, sĂŁo apresentados mais dois personagens: o marido e a cunhada de Paola, que discutiam por causa dela.

No meio da discussão, a empregada da casa avisa ao cônjuge de que a esposa está ao telefone, e que quer falar com ele. Na conversa, Paola mente ao informar o seu paradeiro, informando a ele, de que está nos EUA para a realização de alguns exames médicos, porém a mulher estava se divertindo em um clube, com outro homem.

—Ela está mentindo para o marido. – Apontou Frank. – Eu falei que ela não era flor que se cheire.

—E ele parece ser muito apaixonado por ela, pobre homem. – Lamentou, Raven.

Em seguida, a novela volta o foco na casa de Paulina, expondo que a mĂŁe estava passando muito mal.

—Pobrezinha da Paulina, a mãe não vai aguentar por muito tempo. – Comentou Hagrid, tristemente.

Após a cena da mãe, a atenção da novela se volta ao encontro de Paulina e Paola, que após ter repetido inúmeras vezes o quanto eram parecidas, oferece dinheiro para que a moça fique em seu lugar na casa da família Bracho, mas a pobre jovem recusa a oferta.

“Olha dona Paola, entenda, não tem dinheiro que valha para que eu cometa esse tipo de crime” Afirmou Paulina.

-Isso mesmo, menina! – Comemorou Hagrid, se levantando da cadeira.

—Não cai no papo dessa ruim. – Afirmou Frank, acompanhando o gesto do amigo.

ApĂłs receber a negativa de Paulina, a novela encerra-se com a sua mĂŁe quase sem vida, em cima da cama.

—Acabou? E agora? – Perguntou Hagrid, preocupado. – E a mãe da Paulina, o que vai acontecer?

—Calma Hagrid, amanhã a história continua. – Explicou Henry.

—Eu estou preocupada com a Paulina, pobre menina. – Lamentou, o meio-gigante.

—Bom, agora vamos embora, antes que dê o nosso toque de recolher. – Mencionou Raven, preocupada.

—Ah crianças, que felicidade ter vocês aqui comigo durante a semana, e ainda mais vendo essa tal de novela. – Afirmou Hagrid, contente. – Mas vão, antes que vocês arrumem encrenca.

No caminho para o castelo de Hogwarts, o quarteto conversava a respeito do plano de fazer a Poção Polissuco, e de quando Henry e Elizabeth iriam para pegar os ingredientes necessários.

—E se formos hoje? – Perguntou, Lizzie.

—Melhor vocês irem amanhã. – Respondeu Raven. – Amanhã o professor Borage e a professora Lovegood fazem um passeio à meia noite, ou seja, não há riscos de ele estar lá quando vocês forem pegar os ingredientes.

—E como você sabe disso? – Perguntou Mcguire, curiosa.

—Ele já disse isso durante uma das aulas. – Respondeu a corvina.

—Então vamos amanhã, Henry, para a nossa missão impossível – Afirmou Mcguire.

(...)

No dia seguinte, Elizabeth reuniu as três crianças, que a auxiliaram no plano Playmobil, mais Regulus Black, para que pudesse expor o plano que havia forjado contra Sirius Black e seus amigos, devido ao transtorno ocasionado à Sonserina no final de semana anterior.

—O plano é o seguinte, nós vamos fazer aqueles babacas acreditarem que ao comerem todos os feijões de todos os sabores, de uma vez só, que eles vão conseguir sentir um novo sabor, um sabor inédito. – Mcguire iniciou a explicação.

—Mas como eles vão acreditar nisso? – Perguntou Regulus.

—Durante essa semana, vocês três.... – Elizabeth apontou para as crianças – ...vão comentar, perto dos quatro, que quem comer todos os feijõezinhos de uma vez só, consegue sentir na boca um sabor exclusivo, que é mais gostoso do que todos os outros sabores bons.

—Já sei. – Afirmou Megan – Eu posso comentar que ouvi esse boato de alguém nos corredores, enquanto estávamos mudando de sala, e eles dois zombam de mim, por acreditar em uma besteira dessas.

—Perfeito. – Afirmou Lizzie, animada. – Mas essa conversa entre vocês tem que ser muito rápida, para que eles não desconfiem de que vocês estão falando isso, só para eles escutem.

—E se eles não acreditarem no que a gente disser? – Perguntou o aluno Ricky.

—Na verdade, eles não vão acreditar só no que vocês disserem. – Respondeu Lizzie – Aí eu entro na jogada. – A estudante fez uma pausa – Não tem uma outra versão da caixinha de feijõezinhos, só com os sabores bons? – Perguntou Mcguire, obtendo uma resposta positiva dos sonserinos – Então, eu vou comprar uma caixa de cada versão e na caixa tradicional, eu vou colocar só os feijõezinhos gostosos. Como eu nunca experimentei esse doce, meus amigos vão ficar me pressionando para experimentar, e depois de muito insistirem eu vou perguntar o que aconteceria se eu comesse todos de uma vez só. Após receber uma resposta de que é uma loucura fazer isso, eu coloco tudo na boca e finjo que estou sentindo um sabor maravilhoso, que eu nunca havia experimentado antes.

—Eles vão ficar curiosos e vão querer fazer o mesmo. – Apontou Regulus, que assim como as crianças, estava impressionado com aquele plano de Mcguire. – Mas como eu ajudo nisso?

—Você precisa descobrir aonde o quarteto vai estar no sábado, em Hogsmeade. – Respondeu Lizzie.

—Provavelmente no Três Vassouras no final da tarde, mas eu confirmo para você. – Afirmou o aluno.

—Eu e os meus amigos vamos chegar lá bem cedo, e com certeza o Black vai querer sentar perto da gente, porque ele ama me provocar. – Mcguire revirou os olhos, em sinal de frustração – Aí esperamos uns minutinhos para não ficar muito na cara, e depois coloco o plano em ação. Eles vão ficar curiosos, vão experimentar a mistura e ter uma baita dor de barriga. – Afirmou Lizzie, fazendo os parceiros darem risada.

—Se eles estiverem em Hogesmeade quando forem experimentar, vão ter que correr atrás de um banheiro lá mesmo. – Zombou Nicky.

—Nossa, seria uma pena. – Debochou Elizabeth.

—Ei, você é boa nisso. – Afirmou Megan, impressionada – Quem te ensinou a ser assim?

—Meu tio, ele é o maior pregador de pegadinhas de todas as escolas de bruxaria do mundo, esses caras da Grifinória são amadores perto dele. – Informou Mcguire.

—E de você. – Apontou Regulus.

—Modéstia a parte, eu sou boa mesmo e o Sirius Black mexeu com a pessoa errada. – Afirmou Elizabeth.

(...)

Dentro do dormitório dos Marotos, os quatro jovens repousavam tranquilamente até que um deles, que possuía a particularidade de falar enquanto dormia, começou a lamentar em voz alta, fazendo com que os demais companheiros de quarto acordassem.

—Não foge de mim. – Reclamava Sirius, dormindo.

Os três amigos já acordados se entre olhavam sonolentos.

—Quem é que vai acordar, dessa vez? – Perguntou Pettigrew.

—Espera, eu quero ouvir mais. – Respondeu James.

—Não, vem cá. – Suplicava Sirius, se contorcendo na cama.

—Que maldade, eu vou acordá-lo. – Disse Remus, antes de ser interrompido por Potter.

—Não estraga a graça, Lupin. – Afirmou James, se sentando na cama de Black, em companhia dos outros marotos.

—Eu sou a garoto mais bonito de Hogwarts, por que você não quer ficar comigo? – Perguntava Sirius.

—É convencido até dormindo. – Debochou, Pedro.

—Querem apostar quanto, que ele vai falar o nome da Mcguire? –Perguntou James, zombando da situação.

—Não Mcguire, vem cá. – Pedia Sirius.

—Eu não disse. – Disse Potter rindo alto, fazendo com que Sirius acordasse.

—O que aconteceu? – Perguntou Black sonolento, se sentando na cama. – Por que vocês estão sentados na minha cama e rindo?

—Você falou dormindo de novo. – Respondeu, Remus.

—Falei é? – Perguntou, fingindo confusão.

—Ai Mcguire, fica comigo, eu sou a cara mais bonito de Hogwarts. – Zombou James, fazendo os amigos gargalharem, com exceção de Sirius.

—Vão se ferrar, eu não falei isso. – Retrucou Black.

—Ah! Falou sim. – Replicou Potter.

—Então era um pesadelo, e eu vou voltar a dormir. – Reclamou Sirius, se deitando e fechando os olhos.

—Espero que dessa vez, a Mcguire não te dê um fora – Provocou James, fazendo os outros garotos rirem novamente.

—Vão se ferrar! – Reclamou Sirius, colocando a coberta por cima de sua cabeça.