Ataque

Eles voltaram á Bahia Naufrágio, Johnny e Will esperavam alegremente a bordo do Holandês que praticamente estava na entrada da Baía. Os marujos se sentiam mais cansados do que nunca, a maioria estava sujo ou com roupas maltrapilhas - mais que o normal - principalmente Jennifer, seu cabelo e sua roupa linda nem existiam mais simplesmente não passavam de trapos.

Johnny recebeu Elizabeth com um sorriso e um abraço caloroso , os marujos que haviam se aventurado entraram no grande forte da Baía para descansar, os lordes piratas que haviam ficado lá já tinham um plano de guerra e contaram brevemente para a tripulação do Pérola e do Vingança.

Elizabeth descansava depois de ter se lavado, seu corpo doía por toda parte, sentir o macio dos lençóis e de uma boa cama era maravilhoso pra ela. Ela fechou os olhos por uns segundo e tentou dormir mas logo despertou com uma voz - a voz de Jones- ela se levantou da cama assustada quando olhou pro canto viu um homem, não um homem normal, havia tentáculos em sua barba, sua pele era viscosa e seus olhos eram cruéis, ela soube quem ele era.

–O-o que você quer? -ela gaguejou.

–Quero te dar um aviso - ele sorriu calmo.

–Seja breve - ela respirou fundo.

–Vim falar sobre Will...-ele deu outro sorriso, mas dessa fez falsamente.

–O que tem pra falar dele? - ela cruzou os braços.

–Ele não é quem você pensa que é, o coração dele Elizabeth já não está mais com você, ele bate inteiramente por Jennifer, se quer mesmo saber eles já até se beijaram - ele falou como se não houvesse sentimento algum naquelas palavras.

Os olhos de Elizabeth se encheram de lágrimas, ela não queria acreditar. Ela sempre fora tão corajosa e forte e estava ali chorando -Prove! - disse ela com dificuldade de esconder as lágrimas.

E com um movimento de Jones ela pôde ver as cenas, os dos se beijando, os olhares, os sorrisos como ela fora tão boba?Como não havia percebido?

–Chega! -ela gritou e logo as imagens saíram da cabeça dela - o que você quer?

–Nada - ele sorriu - só um aviso. - e então desapareceu.

Elizabeth nunca havia feito algo precipitadamente, mas agora era não se importava mais pois a raiva que ela sentia era bem maior que o auto - controle, ela não podia acreditar ela se sentia traída, depois de todo aquele tempo em que passou esperando Will e todos os dias que ela ia na beira da praia e abraçava o baú que continha o coração de Will contra o peito escutando aquelas batidas ritmadas e lembrando do calor do corpo de Will de seus abraços olhando o Horizonte assim como prometera esperando por ele incessantemente, esperando o dia que ele surgiria no horizonte trazendo de volta o coração dela que sem querer ele também havia levado .

Tudo aquilo não passou de nada, será que ela nunca significou nada para Will?Talvez sim, mas não mais. Ela estava com tanta raiva que colocou a culpa toda em Will.

Em passos fortes ela correu até a praia onde um dia eles tinham cravado suas espadas juntas e começou a cavar assim revelando um baú estranho, ela se lembrou do dia que Will a entregou o baú e pediu pra ela cuidar com carinho e ela assentiu, como pode ser tão estúpida?Suas lágrimas desciam mais rapidamente ela não conseguia se conter, ela encostou o ouvido perto do baú escutando a batida forte do coração e se lembrando que um dia ainda o mesmo pertenceu a si.

Ela pegou o baú e correu para o Holandês seus olhos flamejavam.

–Onde está Will? - ela disse um pouco alto de mais.

–Na cabine como sempre - disse Bootstrap assustado.

Ela entrou em passos fortes na cabine abrindo a porta violentamente.

–Como você pode? - disse ela entre soluços.

–Do que você está falando? - disse Will assustado.

–De tudo, você e Jennifer eu sei! Como pude ser tão burra?Esse tempo todo você estava me fazendo de boba, você me traiu - ela gesticulava loucamente.

–Deixa eu te explicar - ele ficou tenso.

–Explicar o que? - ela chorava - que você me fez de boba?Que estava rindo de mim?Por favor, eu não preciso disso.

–Eu não te traí e nem te fiz de boba! Não nego que estou apaixonado por Jennifer mas não passou de um beijo, eu ia te contar na hora certa quando tudo acabasse, eu juro. Nunca daria um passo com ela entes de falar com você. - ele gritou.

–Um beijo - disse Elizabeth - já é muita coisa Will, quer saber?Você não entende, não esta no meu lugar. Acabou, tudo entre nós acabou. Se é que existiu algo um dia. - ela jogou o baú no chão da cabine e saiu.

Will se sentia triste e chateado, ele nunca quis magoar Elizabeth. Ele ia contar de verdade ele só estava esperando o momento certo, ele se sentia totalmente acabado.

Elizabeth voltou ao forte da baía, ela queria gritar a bater em Jennifer mas se segurou, não podia simplesmente fazer isso. E, Johnny. Ela contaria pra ele depois, bem depois, quando tudo acabasse.

*****

Jennifer estava acordada desembaraçando os nós dos cabelos com os dedos na frente de um espelho. Em seu quarto na baía Naufrágio havia uma pequena lamparina cuja a chama que estava acessa dentro dele ardia dando uma iluminação precária para seu quarto. Jennifer tirou o vestido branco que o homem misterioso da fonte a havia dado, simplesmente estava todo esfarrapado e sujo devido a luta ela colocou uma tipica roupa que ela usava com suas confortáveis botas, ela não se importava com as aparências.

Metade das garotas se preocupavam o quão magras eram ou se seus cabelos continuavam perfeito já ela não, quer dizer, ela não era perfeita mas a falta de preocupação dela deixava-a com uma beleza natural que era muito rara de ser encontrada naquela época.

Havia um balburdia na sala de reuniões, Jennifer muito curiosa foi ver o que estava havendo, os piratas discutiam sobre alguma coisa.

–Não sabemos em que números eles estão, podíamos chamar mais piratas - disse Ammand.

–Bobagem , quantos mais Jones pode ter? - argumentou Rosalina.

–Exatamente isso, não sabemos. - disse cavalheiro Jocard.

–O que faremos? - Barbossa parecia desorientado olhando alguns mapas e dando ordens á Pintel.

Jack e Teague estavam em um canto da sala bebendo rum.

–Acharemos o maior numero possível de aliados - disse Teague.

–Não podemos correr riscos, lembram -se da luta com Beckett não? - Elizabeth surgiu do outro lado da sala com os olhos inchados.

–É complicado, não? - Johnny cochichou para Jenny.

–Eles são indecisos e não aceitam ser contrariados. -ela riu.

–Porque vocês não vão procurar ajuda e me deixam aqui na Baía cuidando de tudo? - Jack se levantou.

–Você?Cuidando de tudo?Até parece, você não vai conseguir fugir Jack. - Angélica disse em um tom brincalhão.

–Eu tento - Jack riu - bom, vocês podem mandar eu e Jennifer ao Marie Celeste - o navio de Jones - para negociar, quem sabe ele muda de ideia?

–Duvido muito - rosnou Barbossa.

–Jack está tramando alguma coisa - disse Jennifer séria.

–Honestamente, digo que não . Sou a pessoa menos suspeita aqui - disse Jack.

–Não faça joguinhos, Sparrow. - Barbossa apontou sua pistola para Jack.

– Já disse que tento - Jack riu e fez o mesmo que Barbossa.

–Maldito - bufou Barbossa - você merece morrer - ele colocou o dedo no gatilho.

–Você não pode fazer isso, precisa de mim - zombou Jack.

–Preciso? - disse Barbossa.

– O código piratas meu amigo, a corte não vai a batalha se um dos lordes não concordar em ir ou/e não estiver lá - Jack sorriu.

–Eu te odeio - Barbossa abaixou a pistola, assim também Jack;

–Vocês já perceberam? - começou Jennifer - Nós somos uma bomba maluca prestes a explodir a qualquer momento, não vamos derrotar Jones nunca, não desse jeito.

–Como se você soubesse de algo - Jack a desafiou.

–Bom argumento - ela riu - mas as palavras de um traidor perdem o charme, e ainda sim, não valem nada mais que cinzas.

–Você tem essa carinha bonita, mas não passa disso, pare de tentar fingir que você é uma pirata porque você não passa de uma menininha assustada - disse Jack.

Jennifer estava furiosa, jogou Jack contra a parede - e você?O que você é ?

–Parem! - disse Angélica.

Jack mantinha os olhos fixos em Jennifer.

–Vocês vão destruir uns aos outros antes que Jones o faça - disse Rosalina.

–E ainda nem falamos de Calipso - disse Barbossa.

–Que som é esse? - disse Gibbs.

–O que? - disse Elizabeth.

–Abaixem-se! - gritou Gibbs.

Uma bala de canhão passou zunindo pela sala arrancando metade da parede.

–O que foi isso? - perguntou Rosalina.

–Estamos sendo atacados - disse Teague.

–Como?Essa é a baía Naufrágio. É impossível! - disse Johnny.

–Nada é impossível - Jennifer ficou séria.

Outra bala de canhão acertou o lugar os corpos de Jack e Jennifer foram jogados longe batendo na parede, em seguida o lugar foi atacado por uma série interminável de balas de canhão , eles estavam tentando explodir o forte da baía, os piratas corriam para fora da baía pegando seus pertences e coisas preciosas o mais rápido possível.

Pedaços de madeira voavam para todos os lados tudo estava desmoronando, alguns caiam em cima de marujos que imediatamente morriam esmagados.

Johnny estava no meio de todos e não sabia o que fazer ele tentava correr mas os adultos trombavam nele o impedindo de passar até que um pedaço de madeira desmoronou em cima dele e o deitou preso. Elizabeth que já tentava chegar até lá ficou arrasada com a cena e tentou se espremer entre os homens para chegar o mais rápido possível.

Jennifer notou o que havia acontecido e se esquivou entre as balas de canhão correndo até Johnny o pegando no colo e o passando para Jack.

–Saia daqui! - disse Jennifer.

–E você?- Jakc ficou preocupado.

–Tudo bem - ela piscou.

Jack correu um Johnny nos braços. Elizabeth viu que Jennifer havia salvado a vida do filho dela mesmo que isso não mudasse nada ela deu um aceno de cabeça mais como um 'obrigada' e correu para a saída.

Piratas tentavam sair de todas as formas possíveis mais muitas saídas foram bloqueadas então na maioria das vezes as tentativas eram inúteis. Todos já haviam saído, Jennifer era a ultima lá dentro, vários lugares pegavam fogo, seus pulmões ardiam por causa da fumaça, ela viu uma saída logo á frente e correu freneticamente para ela.

Finalmente avistou todas as pessoas em correria entrando para os navios e sua mãe olhando para saída aguardando sua chegada.

Era tarde de mais.

Uma bala de canhão passou dentre o fogo caindo em cima da pólvora causando uma explosão, o corpo de Jennifer foi lançado pra frente e ela caiu desacordada, Angélica correu até lá para tirar Jennifer daquele lugar antes que fosse tarde,

–NÃO! - Jack foi correndo atrás das duas.

Quando Jack e Angélica chegavam perto de Jennifer houve outra explosão e os dois foram lançados para trás.

Ainda caída Angélica relutava em ir até Jennifer e salvá-la ela rastejava pelo chão indo até sua filha. Não aguentava mais. Ela tocou a mão de Jenny e segurou firme e depois apagou.