O clima de Natal já era bem evidente pela cidade: os diversos comércios enfeitados, neve para todo lado e, principalmente, os presentes, eram as minhas partes favoritas. E este ano será diferente, pois será o meu primeiro Natal namorando a Nico.

Nós estávamos inseparáveis nesses últimos dias. Apesar de tudo aquilo ser novo para mim, eu me sentia mais feliz do que nunca. No fim das contas, Eli tinha razão: ser honesta comigo mesma e com a Nico foi a melhor coisa que me aconteceu recentemente. Por falar na Eli, ela também tem estado bem ocupada com Nozomi. Nós trocamos mensagens diariamente e ela sempre me ajuda com conselhos e coisas do tipo.

Estava nesse momento deitada em minha cama, olhando por teto e refletindo sobre tudo enquanto Eli falava com Nozomi no celular. As duas estavam aos poucos tentando entender o que sentem, Eli teve coração partido no passado e ainda está reciosa com relação a Nozomi, enquanto ela tentar ao máximo ser sincera a tudo que está sentindo.

— Tudo bem nos falamos depois, eu te amo. — Eli se despede ao telefone.

— Eu te amo é ?

— B-bem é que ela falou primeiro daí eu...

— Tudo bem Eli, eu tava brincando com você. Mas afinal como vocês estão agora ?

— As vezes parece que estou vivendo um anime de romance sabe ?

— Eu também, mas a Nico também não é fácil de lidar.

— Vocês estão com problemas ?

— Não, mas é apenas o jeito dela. Eu entendo que eu também não sou fácil de lidar.

— Isso te incomoda ?

— Um pouco. Mas eu sei que se eu quero ouvir algo dela eu tenho que tomar a iniciativa.

— Acho que o problema é que vocês duas são meio "tsundere"

— Eu só acho meio constrangedor ficar falando dos meus sentimentos, já foi difícil pra gente se entender.

— Mas você terá que tomar a iniciativa.

Eli tinha razão. Por mais difícil que fosse para mim, ela estava certa: eu não sou muito de falar de sentimentos, e ela também não. Sinto meu celular vibrar perto de mim; era uma mensagem da Nico. Ela queria sair hoje à noite. Ela não comentou nada sobre presentes, mas acho que seria uma ótima chance para trocarmos os nossos. Se falar sobre meus sentimentos era difícil, talvez um presente fofo pudesse falar por mim. Eli precisava voltar para casa, então abri o portão para ela e corri para tomar um banho e me arrumar. Aquilo me deixava muito ansiosa. Não importa quantas vezes aconteça, nesses últimos dias eu estava verdadeiramente feliz como nunca fui.

(...)

O centro comercial de Tóquio sempre fica lotado nos feriados, mas no final do ano é quando tudo fica dez vezes pior. Eu e Nico andávamos pela rua procurando alguma loja boa para comprarmos presentes. Eu precisava segurar sua mão para não perdê-la de vista. Ela parecia encantada com absolutamente tudo o que via, enquanto eu não achava nada de muito interessante para dar a ela. Eu não tinha ideia se ela pensava em me dar algo ou não, mas, sinceramente, nem me importava muito com isso. Só o fato de ela estar ao meu lado na minha época favorita do ano já era tudo para mim.

Acabei encontrando uma loja de pulseiras e achei uma muito bonita; acho que poderia combinar com ela. Para não deixar dúvidas, perguntei a ela o que achava, e ela aprovou. Claro que fingi que estava comprando para mim.

— Nico, a gente pode parar um pouco?

— Claro, quer descansar um pouco?

— Bem, na verdade, eu queria te dar algo. Feliz Natal, Nico.

— Maki, você… disse que era para você. Eu acho que sou tão desligada que não me dei conta de que podia ser para mim.

— Eu gosto desse seu jeito. Aqui, me dá seu braço, eu coloco em você.

— Uau, é linda. Muito obrigada, Maki. Na verdade, eu também comprei algo para você ontem.

Era um colar com uma pedra na cor roxa. Ela me disse que era para combinar com a cor dos meus olhos.

— Obrigada. Eu amei.

Nós ficamos ali sentadas por uns minutos. Essa sensação era ótima; eu tinha vontade de abraçá-la ali mesmo e não soltá-la nunca mais.

— Eu adoro essa época do ano, e você?

— Eu também gosto. Embora eu ache que esse ano não irei receber visitas do Papai Noel.

— Do que você está falando?

— Eu beijei mais de uma garota este ano, então... Além disso, eu menti para os meus pais.

De repente, começo a ouvir a risada de Nico. Ela parecia estar se divertindo, e eu fico sem entender nada.

— O que é tão engraçado?

— Me perdoe, Maki. Eu juro que não vou estragar a sua inocência.

Ela segura meu queixo, levantando minha cabeça, e se aproxima para um beijo. Um milhão de coisas passam pela minha mente nesse momento. Não sei o que fazer ou pensar. Nossos lábios se tocam por alguns segundos, e ela se afasta antes que eu pudesse aproveitar.

— Me perdoem, papai e mamãe. Eu não fui uma boa menina este ano.

— Maki, eu quero te dizer algo.

— Claro, pode falar.

— Eu amo muito você. Eu sei que não digo isso com a frequência que deveria, mas andei pensando e acho que preciso ser mais honesta com você e comigo mesma.

— Nico... Você não faz ideia do quão feliz eu fico ao ouvir isso. Eu sei como é difícil se abrir e sei que não sou fácil de lidar. Você tem razão, eu também preciso ser mais honesta com você.

Eu aproximo nossos rostos e dou um beijo, tentando transmitir os meus mais sinceros sentimentos.

— Esse beijo representa tudo o que eu sinto, e se você não consegue ouvir... Eu te amo, Nico Yazawa.

Nico sorri e nos abraçamos, sentindo o calor uma da outra em meio ao frio do inverno. As luzes de Natal piscavam ao nosso redor, criando um cenário perfeito para aquele momento inesquecível.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.