XENA

Acordei com o peso de Gabrielle sobre meu corpo, ela estava deitada praticamente em cima de mim, afastei sua franja loira e beijei sua testa, sai da cama devagar para não acorda-la, coloquei uma roupa apresentável e desci até a cozinha para buscar o café da manha. Tessália estava lá, mexendo em uma panela.

— Às vezes eu acho que você dorme aqui.

Ela sorriu da minha brincadeira.

— Talvez eu durma. O que mais tenho a fazer?

— Você podia namorar?

Ela me olhou confusa, e disse em tom de diversão.

— Meu tempo já passou, o que eu tinha de fazer, já fiz.

— Bom, nunca se sabe.

Houve uma pausa, ela continuou mexendo a panela.

— Eu vim buscar o café da manha, porções dobradas.

Ela sorriu afetuosamente, preparou uma bandeja e me deu. Sorri em agradecimento. Caminhei pelos corredores, imaginando se Gabrielle já tinha acordado. Deixei a bandeja na mesa da câmara externa, Abri a porta do meu quarto, ela continuava dormindo, me sentei na cama, acariciei sua face, ela despertou lentamente e levou um susto quando abriu os olhos e me viu. Tentei confortá-la

— Calma, está tudo bem, eu trouxe o dejejum. Vamos comer.

Ela se levantou rapidamente, Sentamo-nos à mesa, ela estava desconfortável, calada.

— Gabriele está tudo bem? Você está estranha.

— É que isso tudo está acontecendo tão rápido, e eu sinto como se já te conhecesse.

Surpreendeu-me saber que ela tinha a mesma sensação que eu.

— Eu também tenho essa sensação. Não tenho pressa Gabrielle, se você estiver desconfortável com alguma coisa eu posso tentar mudar.

Segurei sua mão que estava sobre a mesa. Ela disse hesitante.

— Nunca imaginei que você fosse assim tão compreensível, e boa.

Perguntei-me se era hora de confessar algumas coisas.

— Eu já fiz coisas horríveis na minha vida, eu diria até desumanas, decidi mudar recentemente, cada dia que se passa minha culpa aumenta, nunca conseguirei paz, hoje parte dessa hostilidade que mantenho é fingida, apenas para impor respeito. Sei que não preciso pedir mais mesmo assim quero que mantenha essa nossa conversa em segredo. Posso confiar em você?

Foram mais que algumas palavras foi uma confissão, não queria engana-la, se ela me quisesse teria que ser assim do jeito que sou, mesmo que eu seja uma pessoa horrível. Ela segurou minha mão mais forte.

— Pode confiar em mim, Xena. Prometo manter sigilo.

Olhamo-nos carinhosamente.

— Gostou de dormir aqui comigo?

Disse enquanto passávamos pela câmara externa a caminho da saída.

— Muito. E você gostou da minha companhia?

Abri a porta sorrindo.

— Bom. Você não ronca, então acho que gostei.

Ela riu e eu também. Nesse momento Demétrio coronel meu exercito, passou sorrindo maliciosamente.

— Conquistadora vejo que se divertiu essa noite.

Olhei para Gabrielle, ela me pareceu ofendida com o comentário inoportuno do coronel. Sem pensar duas vezes saquei meu punhal e o pressionei contra o pescoço do homem, encostando-o na parede, disse com um ódio verdadeiro.

— Algum comentário agora Demétrio? Aprenda a controlar sua língua ou acabará sem ela, é meu primeiro e ultimo aviso.

Sai caminhando deixando o homem caído no chão com as pernas bambas, Gabrielle me seguiu. Percebi que ela estava triste. Coloquei meu braço em volta de seus ombros, abraçando-a.

— Você ficou ofendida com o que aquele porco disse?

Ela não levantou a cabeça para me olhar.

— O que ele disse, foi apenas um preludio do que todos no palácio vão falar.

Agora eu havia entendido a preocupação de Gabrielle, ser conhecida como “a puta da Conquistadora”. Não seria fácil para ela se sentir a vontade com os escravos que vieram de sua aldeia, talvez perdesse a amizade até da própria irmã. O que eu podia fazer para mudar isso? Quero tê-la sempre por perto, então me afastar não é uma opção. Eu posso matar qualquer um que falar alguma coisa mais acho que Gabrielle não vai gostar dessa ideia. Vou ter que pensar mais sobre isso.

— Gabrielle se alguém te ofender, fale comigo, garantirei que essa pessoa nunca mais repita.

Ela me olhou com ternura, sorrindo.

— A senhora se preocupa com o que dizem de mim?

Senti minha face corar, ha anos não ficava assim, envergonhada. Desviei o olhar, reparei que ela tinha voltado a formalidade depois que saímos dos meus aposentos.

— Não te considero o que eles vão dizer de você.

— Minha senhora, não quero que ninguém morra ou se machuque por isso, me acostumarei com a situação.

Deixei-a na cozinha, segui para o campo de treinamento, lutar sempre me acalma, me ajuda a meditar.

GABRIELLE

Trabalhei na cozinha a manhã toda pensando em Xena, nas nossas conversas, nos nossos beijos. Percebi alguns olhares tortos dirigidos a mim, não dei importância. Queria saber se Lila e Pérdigas já sabiam onde eu havia passado a noite e qual seria a reação deles. Aceitar a rejeição da minha irmã por uma coisa que eu ainda nem tinha feito seria muito difícil. Téssalia me informou que estava na hora do almoço da conquistadora, peguei a bandeja e respirei fundo, estava ansiosa para vê-la.

XENA

Treinei longas horas com os meus soldados, derrubando um por um. O tempo passa e mesmo assim esses soldados nunca conseguem me derrotar, nem em treinamento. Voltei para os meus aposentos na hora do almoço, tomei um banho e sai nua até meu armário. Ouvi batidas na porta da câmara externa.

— Quem é?

Disse com minha rispidez corriqueira.

— Gabrielle, minha senhora.

Olhei meu corpo nu, sorri maliciosamente.

— Entra Gabrielle, deixe a bandeja na mesa e vem aqui, por favor.

Abri a porta do meu armário. Ela entrou, fiquei olhando qual seria sua reação ao me ver completamente nua. Primeiro ela me olhou boquiaberta, depois ficou vermelha, virou de costas. Falou gaguejando, de costas para mim.

—Eu... Desculpa, Xena... Minha senhora, eu...

Senti vontade de rir de seu constrangimento, mais consegui me controlar, disse segurando o riso.

— Calma Gabrielle, olhe para mim.

Ela se virou devagar, olhou-me de cima a baixo, tinha expressão de desejo. Fingi não perceber.

— Eu tenho uma reunião importante, o que sugere que eu vista?

Foi a melhor desculpa que encontrei para explicar meu nudismo.

— Não entendo muito Xena, mais o preto é lindo e me parece formal.

Parece que ela tem bom gosto, eu também escolheria o vestido preto.

— Ótima escolha Gabrielle.

Vesti-me na sua frente, ela estava envergonha mais também me parecia excitada.

— Gabrielle me ajuda a fechar aqui.

Disse me virando de costas. Vi que ela se aproximava vagarosamente fechou o zip, acariciando minhas costas timidamente, deixei que fizesse o que queria, começou a massagear minhas costas, minha excitação estava crescendo cada vez mais, a umidade no meio das minhas pernas aumentou rapidamente Disse num sussurro.

— Gabrielle você esta me excitando.

Virei-me de frente para ela, seus olhos verdes estavam escurecidos de desejo, nos beijamos ardentemente, senti suas mãos abrindo o vestido que ela acabará de fechar, empurrei-a até a cama devagar, terminei de tirar o meu vestido, fiquei novamente nua sob seu olhar, deitei sobre ela colocando minha perna entre as suas separando-as, beijei-a com suavidade, sentindo o gosto de sua boca na minha, coloquei minha mão por baixo de sua blusa, acariciei seu seio, interrompi o beijo, para despi-la, o fiz devagar apreciando o momento, tê-la assim nua em minha cama totalmente entregue parecia um sonho. Beijei seu pescoço sugando devagar, ela soltou um leve gemido, desci até seus seios lambendo, chupando com a mesma suavidade, sem esquecer que tudo isso era novo para Gabrielle. Subi para olha-la nos olhos.

—Tem certeza?

— Tenho, quero ser sua Xena.

Sorri para ela acariciando seu rosto, beijei-a ternamente, desci novamente beijando todo seu corpo, cheguei até seu sexo e lambi, devagar, sugando levemente, quando vi que ela estava completamente excitada introduzi dois dedos forçando devagar a sua entrada, ela soltou um murmúrio de dor, continuei devagar, ela começou a mover os quadris, comecei um movimento de vai e vem mais rápido com os dedos, subi beijando seu corpo, beijamo-nos com paixão e desejo, Gabrielle gemia baixo, timidamente. Senti seus músculos se contraindo apertando meus dedos. Vi ela amolecer nos meus braços, beijei-a suavemente, deitei e puxei-a, colocando sua cabeça em meu tórax. Esperei ela conseguir falar alguma coisa, fiquei passando a mão pelos seus cabelos.

— Xena, foi incrível.

Sua voz ainda parecia cansada. Sorri, sabia que ela tinha gostado mais ouvir de sua boca me agradou bastante.

— É foi mesmo incrível.

Levantei sua cabeça delicadamente, dei um singelo beijo nos seus lábios.

— Vamos tomar um banho?

Gabrielle assentiu com a cabeça. Tomamos um banho e almoçamos juntas.

GABRIELLE

Sai dos aposentos de Xena um pouco atordoada com o que havia acontecido, foi incrível o jeito que ela me tocou, as sensações que causou não só no meu corpo mais também na minha alma, no meu intimo sinto que agora tanto meu corpo quanto o meu coração pertencem a ela. Será que estou apaixonada? Se não estivesse apaixonada me entregaria daquele jeito? Seria uma loucura ter sentimentos pela conquistadora ou acreditar que ela tem sentimentos por mim?

Cheguei à cozinha, distraída perdida em meus pensamentos.

— Gabrielle, pelos deuses você está bem?

Pérdigas me deu um susto, ele estava ansioso, preocupado, com raiva, eufórico nunca tinha o visto assim.

— Estou. Você que não parece bem.

Ele me abraçou, pensei em Lila. Estava começando a me preocupar.

— Aconteceu alguma coisa com Lila?

Desprendi-me dos seus braços queria ver seu rosto.

— Não Lila está bem.

Não estava entendendo mais nada.

— Então por que isso tudo?

Ele abaixou a cabeça.

— Estão comentando que você passou a noite nos aposentos da conquistadora, e que foi levar o almoço e só saiu agora, preocupei-me com seu bem estar, pensei que ela poderia ter te machucado ou te obrigado á...

— Pérdigas...

O interrompi calmamente, será difícil para ele aceitar que a conquistadora não me abusou, e que eu me entreguei por que assim eu quis, sem nenhuma pressão, além da de resistir vê-la nua.

— Pérdigas, precisamos conversar.