POV. Lily

Minha vida é uma bosta.

Só tenho um amigo.

Minha família me odeia. É.

Sou uma adolescente delinquente. Mudando de adjetivo, rebelde.

Quando pequena, aceitava tudo, era muito ingênua, não sabia o quanto a maioria da população mundial era ignorante. Depois de um tempo, aprendi a dizer foda-se, aprendi a odiar o ser humano, percebi que o mundo já já vai despencar, com a quantidade de filhos da puta que ele abriga. Pois é.

Enfim, vocês não estão aqui pra saber o que eu acho do mundo. Ou estão? Ok, mas de qualquer forma, não estou aqui pra dizer isso. Estou aqui pra dizer como eu conheci os 5 caras mais fodas desse planeta. Como? Vão saber.

Carter, meu melhor amigo, é a única pessoa no mundo que me entende (antigamente, meu pai também, mas ele morreu quando eu tinha 15 anos). Sempre que o visito, roubamos bebida e ficamos bebendo em seu quarto e ouvindo seus discos. Uma vez (não gosto nem de lembrar) ficamos tão bêbados que acabamos transando. No dia seguinte, quando acordamos, não foi uma sensação agradável pra nenhum dos dois. Desde então, ele manteve um estoque de anticoncepcionais no quarto, pra caso acontecesse de novo. Mas graças a Goku, não aconteceu. E espero que não aconteça. Mas agora, vamos ao que interessa.

Tudo começou quando eu decidi fugir de casa, e Carter quis ir comigo, pos ambos morávamos em casas escuras e entediantes numa vila em Lafayette.

Combinamos de nos encontrar num sábado de manhã, às 11:30.

Quando chegou o dia, acordei, vesti um shorts jeans, uma camiseta do Guns n' Roses e calcei meus coturnos. Minhas coisas mais importantes estavam guardadas em duas caixas, e eu levava uma mochila com algumas roupas. Acendi um cigarro, peguei minha caixa de discos de vinil e desci as escadas em direção a garagem. Minha velha kombi me esperava lá.

- Hey, que saudades. Faz tempo que não dou uma volta com você, Debbie. - sim, eu dei um nome pro meu carro. Pode me chamar de louca, sei que sou.

- Falando com a kombi, Lily? Será que os hospicios de Los Angeles já estão cheios? - disse Carter, abrindo o portão da garagem e pegando sua caixa no chão.

- Cale a boca, seu puto. Bom dia pra você também. - peguei a minha caixa e a dele e guardei na Debbie. Ele sorria.

- É empolgante fugir de casa assim, né?

- Muito, cara. Carter, me ajuda a trazer minha outra caixa pra Debbie?

- Tá, tanto faz.

- Valeu. Você só tem uma caixa?

- Sim, por que?

- Sei lá. Achei que você tivesse uma caixa só pras revistas Playboy.

- Ei, eu não tenho revistas Playboy!!!

- Ah é? - falei, abrindo a caixa dele e revelando vários discos de vinil e... uma coleção de Playboys. Um Carter vermelho roía as unhas ao meu lado. Quando olhei pra ele, deu um sorriso sem graça. Dei um tapinha no seu ombro. Ri. - Relaxa cara, sou sua melhor amiga. Vamos pegar a outra caixa e entrar na Debbie RUMO A L.A.!!!!

- YEAH!!

Subimos até meu quarto, pegamos a caixa e entramos na Debbie.

Depois de três horas de discos dos Beatles, chegamos na tão esperada Los Angeles.

- Carter, preciso beber. Vamos para o Rainbow.

- Por que para o Rainbow?

- PORQUE O RAINBOW É O RAINBOW!! ANDA LOGO COM ESSA PORRA QUE EU JÁ VOU SURTAR!

- Calma, calma.

Ele dirigiu mais um pouco, e logo chegamos no Rainbow. Carter estacionou na frente do bar e falei:

- Eu entro primeiro. - dei um passo a frente, entrando. Olhei para a primeira mesa, que estava mais perto da porta. Nesse momento, meu coração e meu cérebro quase explodiram, comecei a suar frio e minhas bochechas ficaram vermelhas, tudo em apenas um segundo. Saí depressa do bar e deparei com um Carter quase entrando. Empurrei-o e disse:

- Eu vi o Guns n' Roses.