Pegando Um Famoso

Capítulo 1 - L.A.


Me besliquei pela milésima vez deitada naquele sofá com um sorriso de ponta a ponta. Será que eu estava sonhando? Bem acho que não... Mas era algo bem parecido. Aqui estava eu deitada no sofá do meu apartamento ( bem, não é realmente meu, afinal é alugado) em L.A., isso mesmo senhoras e senhoras, eu, Maria Luiza Amarante estou aqui realizando o maior sonho da minha vida! Fazendo um estágio na Summit e morando sozinha em L.A. . Tem algo que eu ainda quero nessa vida? Ah sim! Um homem, mas isso não vem ao caso agora. Afinal não deve ser tão difícil arranjar algum gringo bonito e conseguir meu Green card. Gargalhei da minha cena patética. Nunca fui daquelas que corre atrás de homem, mas pensando bem... Depois de namorar dois anos um canalha eu me mereço um recomeço.

‘’ ALL BY MYSELFFFFFFFF’’ meu celular tocou me irritando profundamente. Apesar de essa música ser o hino mundial da fossa, eu a amava, e ela me fazia rir.

- Alô? – falei com uma voz manhosa.

- CARLOTA JOAQUINAAAA – uma voz estridente saiu do meu celular.

Gargalhei de alegria.

- Diz Maria Antonieta! – Sorri relembrando as brincadeiras de infância com a minha melhor amiga.

- Como você tá coisa? Nem me ligou quando você chegou aí. Já estou com saudades de dividir esse muquifo com você. – Ela suspirou. – Apesar de que... Estou pensando em alugar seu antigo quarto para algum gatinho, sabe?

- Idiota! – sorriu e me joguei novamente no sofá. – Desistiu do seu Romeu?

- É claro que não! Só estou pensando em novas opções. – Ela fez uma pausa. – Mas me fala como tá tudo ai? Você já comeu? Como é o apartamento? Tem dois quartos? Porque eu quero te visitar!

- Já estou no meu apartamento. – Sorri. – Na verdade é um quarto e sala, ou seja, não se anime.. mas é perfeito para mim. – Mordi meu lábio inferior. – Ai Nina que saudade de você. – Fiz biquinho. – To tão animada para meu primeiro dia de trabalho, será amanhã!

- Ai amiga... é tão bom ver você realizando seu sonho! – ela riu. – Agora eu tenho que desligar, afinal não sou rica pra tá gastando rios na conta do celular, e arranja logo um computador pra gente se falar por Skype, não vou ficar te ligando sempre. Você não vale isso tudo! – Ela gargalhou.

- Troço! – Eu ri. – Eu amo você. Muito, se cuida.

Desliguei o telefone e o joguei na mesinha do centro. Senti um arrepio na coluna quando eu percebi que estaria sozinha em L.A. sem amigos, sem minha mãe, sem ninguém, mas isso não seria por muito tempo, logo eu faria amizades. Levantei do sofá de dois lugares e andei em direção até o banheiro, precisava de uma ducha gelada para acalmar meus músculos. Meu banheiro foi minha parte favorita no ‘’apertamento’’. Apesar de ser apenas um quarto e sala o banheiro era gigante, acho que caberia até uma banheira. Logo depois do meu relaxante banho, peguei meu caderninho de compras e comecei a listar algumas coisas que eu precisaria comprar para a decoração, precisava deixar essa joça com a minha cara, tudo ali era muito branco, não tinha cor, e havia pouco móveis, também precisaria de uma cortina para separar a sala de quarto. Joguei meu caderno no chão e me esparramei na cama, eu nunca fui muito organizada mesmo.

Acordei logo cedo e me arrumei para o meu primeiro dia de estágio, sorri ao me ver no espelho, eu parecia realmente alguém para ser levada a sério. Eu vestia uma calça skinny preta bem colada, uma blusa cinza longa e um casaco vermelho pesado por cima, nós pés um sapatilha preta, peguei minha bolsa azul marinho, minha querida companheira de todas as horas e sai do apartamento, feliz e dando o primeiro passo para o meu futuro.

Peguei um taxi de rua e entreguei o endereço para o motorista. Ele me informou que sabia onde era, eu sorri com a noticia. No radio tocava I’m not your toy de La Roux, o que me deixou mais confortável, essa musica era trilha para minha horas de pré balada com a Nina.

- Chegamos. – O motorista sorriu e me encarou.

- Obrigada. – Peguei e sai do taxi.

Fiquei admirada com o tamanho do prédio e suas quantidades de janelas, ao todo ele deveria ter uns 12 andares. Sorri quando encarei a entrada no estilo borboleta, andei devagar assimilando aquilo tudo que estava acontecendo: Eu, Maria Luiza, que nunca tive sorte na vida estava estagiando em uma das maiores empresas de cinema. Era tudo um sonho, eu sabia, e eu aproveitaria tudo antes de acordar.

- Bom dia. – uma moça me fitou e sorriu.

- Bom dia, meu nome é Maria Luiza Amarante, sou do Brasil, e estou aqui porque consegui a vaga de estágio. – Mordi o lábio.

- Ah claro... Você conseguiu a vaga de estagiaria intercambista não é? – ela sorriu e pegou alguns papeis e saiu de sua mesa. – Meus parabéns... Venha me siga. – Ela foi andando em direção o elevador. – A propósito, meu nome é Anna.

- É um prazer Anna. – Ela sorriu e entramos no elevador.

Paramos no terceiro andar e andamos pelo corredor até chegarmos em uma sala com uma porta de vidro.

- Aqui será sua sala. – Ela sorriu.

Havia uma mesa redonda de madeira com pequenas divisórias, algumas gigantescas estantes e quatro Macbooks distibuidos em duas mesas no canto da parede, as paredes eram brancas e tinha um símbolo da Summit emoldurado perto da enorme janela.

- Essas são Dulce e Emma. – Ela apontou para duas garotas que me fitaram curiosas. – Elas irão trabalhar aqui com você. Dulce é da Argentina e Emma da Alemanha, ainda falta uma estagiaria. – Ela sorriu. – Fique a vontade, jajá eu volto com o primeiro encaminhamento de trabalho para você.

- Tudo bom? – A ruivinha dos olhos verdes sorriu e me abraçou. – Eu sou a Emma e ela a Dulce. – Apontou para a morena dos cabelos castanhos amarrados em uma trança.

- Tudo ótimo, só estou nervosa. – Sorri.

- É normal. – Foi a vez de Dulce falar. – Venha, sente-se conosco. – Ela sorriu e eu e Emma nos sentamos. – Você é a brasileira não é?

- Sou sim. – Sorri. – Cheguei ontem aqui, estou morando a algumas quadras daqui.

- Ah que então nós devemos ser vizinhas. – Emma disse animada. – Estou morando em um quarto e sala no prédio Vernon.

- Não acredito, eu também! – Falei animada.

Começamos a rir com a coincidência. Dulce morava na mesma rua que o prédio em que, agora, trabalhávamos. Seu apartamento era um pouco maior, mas ela iria dividir com a outra estagiaria que ainda não havia chegado de Portugal. Sorri ao saber que haveria outra pessoa que soubesse falar minha língua. Depois de conversarmos um pouco, começamos nosso trabalho. Fiquei um pouco frustrada ao saber que meu trabalho era ler alguns roteiros e divide-los entre bons, ruins, e excelentes. Me animei quando Dulce me falou que essa parte só seria por duas semanas, nós estávamos sendo preparadas para exercer todas as funções dentro de uma empresa de cinema, e por isso tínhamos que estagiar em todas as partes. Fiquei feliz ao saber disso, essa empresa levava os estagiários a sério.

O dia passou rápido e logo Emma e eu estávamos voltando para casa. Resolvemos dividir um táxi, mas antes paramos em uma pizzaria para jantarmos, afinal, nem eu, nem ela ainda tínhamos tempo de fazer compras para a casa. Começamos a conversar e percebi que Emma era um amor de pessoa, e sua avó era brasileira, fiquei encantada com as coisas que ela contava sobre seu país, e marcamos de que nas nossas férias iríamos para a Alemanha para ela me mostrar tudo ao vivo, vibrei com a idéia.

Cheguei em casa exausta, e mesmo assim sem sono. Peguei o controle de liguei a Tv, estava passando um especial de The O.C. fiquei feliz, eu amava aquela série, e sabia muito bem qual era o episódio, era o que Jackson Rathbone fazia uma participação especial. Suspirei, ele era tão fofo, era uma das minhas paixões platônicas. Adormeci no próprio sofá.

- Bom dia meninas! – Dulce falava animada enquanto eu e Emma sentávamos.

- Oi oi querida. – Emma a abraçou. – Alguma novidade?

- A melhor de todas. – Ela sorriu misteriosa. – Temos reunião hoje com uma diretora, que está produzindo algum filme de vampiros ai, e adivinha? Ela está precisando de uma mão direita. – Ela sorriu mostrando todos os dentes.

- Caramba! – fiquei surpresa. – Só uma vaga? - fiz biquinho.

- É... Isso é uma pena, e o ruim é que a locação do filme é em Portland. – Ela suspirou. – Eu odeio frio!

- Hm... E qual é o nome do filme? – Emma perguntou.

- Crepúsculo, parece que é uma série de livros...

- CRÉPUSCULO? – gritei surpresa. – Crepúsculo vai virar filme? – meus olhos brilhavam.

- Você já leu os livros? – Perguntou Dulce rindo do meu entusiasmo.

- Já, sou fã da Stephanie Meyer, a escritora, será que eu vou conhecê-la? – Mordi meu lábio.

- É bem capaz Malu... Já que ela escreveu o livro, então ela deve ficar por dentro do filme também.

Eu estava mais do que animada, era algo inexplicável, eu amava toda aquela série, cada personagem, e agora ele viraria filme, e melhor, eu poderia ajudar a fazer aquilo se tornar verdade. Eu precisava conseguir essa vaga, era tudo que eu precisava.