Anteriormente
O barulho da porta do outro lado batendo chamou a sua atenção, assim vendo o motorista do caminhão se ajeitar em seu banco e dar a partida.

- Desculpa lhe atrapalhar - iniciou seu pronunciamente - Mas o senhor seria Taisho Inuyasha ? - Kagome e Miroku voltaram sua visão para o cantor, para somente assim verem sua reação.

- Sim ... - respondeu - Porquê ?

- Minha filha é um grande fã sua - comentou - e eu queria saber se não lhe seria muito incomodo se lhe desse um autógrafo - disse entregado um pedaço de papel juntamente ao uma caneta. Apesar de ser rude e tudo quanto era coisa ruim que fosse, Inuyasha sabia que sem seus fãs não chegaria no patamar em que está atualmente, então, sem pensar duas vezes, pegou das mãos do motorista os objetos.

- Claro! - Disse o cantor - Qual seria o nome dela? - indagou-o.

- É.... Sayaka - Com sua resposta, Inuyasha apenas fez de sempre, assinou o cartão com seu nome e apenas acrescentou " para Sayaka ". Entregou-o novamente o papel e a caneta - Muito obrigado, Taisho-Sama, você nem imagina o quão feliz ela ficará - Os olhos de Inuyasha apenas voltaram-se para janela ao mesmo tempo em que ele emitia um som em sinal de afirmação.


Kagome, apenas como uma mera espectadora daquela cena, pode pressenciar um momento em que viu um Inuyasha que não parecia aquele cara durão que havia conhecido há apenas dois dias, mas sim uma pessoa ue apesar das controvércias, poderia ser alguém gentil caso soubesse como domar a fera.

Capítulo 5


Kagome traçava um pequeno sorriso enquanto observava Inuyasha, que parecia totalmente interessado em olhar pela janela, na qual, ainda se viam as gotas escorregarem sob tal. Ele parecia não prestar literalmente atenção aos ciscos de água que ali caiam. Inuyasha lhe remetia mais alguém em um momento pensativo, um momento de reflexão. Muitas vezes chegava a se perguntar se ele era realmente aquilo que ele ao menos demonstravar ser. Sentia que por detrás daqueles olhos dourados haviam guardados sentimentos que nem mesmo o mais íntimo dele ousava saber.


Os cabelos prateados ganhavam um tom de acentuado cinza quando a luz do nublado dia de chuva refletia em seus fios, cada linha que definia a cor de seus olhos poderiam ser vistas, podendo até deixar a impressão de verdes, já que perto das bordas negras o degradê do âmbar terminava em um tom próximo ao do limão. Mesmo com ele não totalmente direcionado para ela, Kagome conseguia ver com perfeição essas características.


O curvilhar de lábios que sua face mantinha já não se encontrava mais ali. Antes que pudesse ter alguma reação a mais em relação ao cantor ela virou-se para o motorista, podendo também ter uma certa visão de Miroku. O dono do guincho, que os havia ajudado, se ajeitava no banco até encontrar uma posição que julgava ser mais confortável logo em seguida colocando o cinto. ele deu a partido no veículo, porém sem sair do lugar ainda, apenas havia ligado o motor.


- Taisho-Sama, você prefere que eu deixe vocês na estação de trem da cidade anterior ? - perguntou sem se direcionar para os passageiros. Inuyasha tirou-se de seus pensamentos momentâneos e automáticamente virou-se para onde lhe parecia vir o timbre de voz que o acordára.


- O que foi ? - indagou-o como resposta, já que parecia não ter ouvido mesmo o que ele havia lhe dito.


— Acredito que como você não se afastou muito da cidade anterior, seria melhor ir para lá e aproveitar já deixar seu carro no concerto - dicertou finalmente direcionando-se para quem conversava.


— Apenas faça o que achar melhor - disse indiferente voltando-se para a sua atividade anterior de olhar para a janela imerso em seus pensamentos. Em concordância, o funcionário apenas assentiu e iniciou a manobra para que saíssem para o lado contrário que estavam indo.


A trajetória não seria muito longa, porém o silêncio deixava o ambiente cada vez mais perturbador. Aquela ausência de palavras, a única coisa que se podia ouvir eram as gotas de água grossas que quando entravam em contato com a superfície emitiam um barulho alto. Inuyasha não estava se sentindo completamente incomodado com aquela situação, não tinha mais nada que pudesse fazer, apesar do pequeno percentual de raiva que insistia em ficar na sua cabeça, porém essa parte já era de sua personalidade rude e auto-destrutiva.


Tirou um pouco do embaçado do vidro lhe proporcionando um pouco de visão do mundo afora. O vento permanecia forte, a vegetação que predominava por aquela região balançava rudemente com tamanha violência com que a ventania as levava, os pingos de chuva caíam em tamanha velocidade que, ás vezes, tinha a impressão de que iriam atravessar o vidro, tanto que nesses momentos, por uma reação instantânea de seu corpo, suas pálpebras se fechavam automáticamente, mesmo com ele sabendo que aquilo nunca haveria de ocorrer.


Sua cabeça se encontrava em um vazio total, como se ele finalmente tivesse achado a fórmula para que seus pensamentos lhe parassem de atormentar ao menos um pouco. Não sabia se sentia bem com aquilo, todavia, lhe estava proporcionando um momento tranquilo entre ele e ele mesmo, onde, sua cabeça não o enxia de coisas ou até lembranças.


Pela primeira vez em muito tempo, não sabia exatamente o quanto, poderia dizer estar completamente sem o que lhe frustrar. Sinceramente, nem pensar em uma coisa que o deixaria feliz o faria mais calmo do que naquele momento em que aceitou sua situação.

Os olhos azuis escuros estavam atentos a cada perímetro daquele rosto inerte no nada, desprovido momentâneamente de pensamentos. Olhando-o daquela forma ele parecia uma criança a tentar se entreter com o que lhe restava. Não poderia adivinhar o que se passava na mente do cantor , mas também nada lhe indicava que algum dia saberia. Era imprevisível o que ele poderia fazer a cada momento. Concordava que ele nunca parecia satisfeito ou feliz com algo, mas Inuyasha tinha seus momentos mais pacíficos. Como aquele em que se contrava agora.


Sua expressão ainda era dura, porém esbanjava mais um ar inocente do que de alguém que poderia defender a si prórpio. Todo seu exterior forte talvés fosse apenas um muro para aprisionar toda a fraqueza que ele tenha mantida em seu interior. Enchergar além daquele poço desprovido de qualquer sentimento que não fosse bruto não era uma tarefa fácil. Havia ainda uma parcela de chance de estar errada. Não era uma profissional ou uma adivinha. Nem psicologia era seu forte. Só apenas pressentia aquilo.

Uma forte barreira a fim de esconder de si mesmo suas fraquezas

Fosse essa a melhor definição ou não, sabia que seu consciente só sabia lhe dizer aquilo sobre aquele que havia acabado de conhecer. Mesmo com o pouco tempo de convivência já poderia tirar algumas poucas conclusões sobre o ser sentado ao seu lado. Tinha tudo que mais desejava, ou melhor colocando, tudo que qualquer jovem desejava, suas tatuagens de caveiras e rosas demonstravam ter um passado sofrido e ao mesmo tempo as melhores lembranças vinham de lá, poderia estar errada, mas tudo que ali tatuado parecia de grande significância para ele, e, além de tudo isso, Era uma pessoa difícil de se lidar, poderia afirmar isso com uma absoluta certeza, quem diria Miroku que o tem como melhor amigo.


Kagome mirou suas íris azuis-marinho para a estrada, o vidro estava um pouco embaçado, mas nada que atrapalhasse a visão.


Pensava em Miroku mais como um fiél companheiro do que um melhor amigo, apesar de parecer estar lá para Inuyasha para o que desse e viesse, muito provávelmente tinha a mesma visão que ela, de que algum dia o dono dos longos cabelos prateados deixaria essa grande barreira invisível cair e demonstrar o que tanto guarda. Claro que sem invadir o espaço pessoal do cantor, deixando cair aos poucos o muro.
Não sabia se existia ao menos o muro, ou se já havia tido algum progresso, mas alguém. algum dia, o deixaria mudado. Poderia ser qualquer pessoa, contanto que o deixasse mais adépto ao mundo, ela ficaria lisongeada e agradecida.


Confessava não ser do tipo completamente dócil e cheia de amor, mas, quando se dava com um caso igual o dele, não sentia medo ou superioridade em relação a pessoa, sentia apenas como alguém que teve situações na vida que o levaram a aquilo, porém isso também depende da reação de cada um. Ela teve uma vida muito complicada também, mas nem por isso saiu por ai agindo de forma bruta com os outros. Não o conhecia o suficiente para ter outros argumentos, entretanto, suas intuições lhe afirmavam que o caminho que ele havia seguido não era o mais adequado.


Repentinamente Inuyasha moveu-se chamando a atenção de Kagome que o olhou, percebendo que ele ajeitavasse para dormir. As pálpebras dele tinham uma pausa muito grande entre abrir e fechar, dando-lhe a afirmação de que seus olhos já pesavam. O cantor deu mais uma ajeitada em sua posição, apenas encostando sua cabeça ao vidro e deixando o sono o levar. Naquele hotel talvés ele não tivesse descansado nada. Sabia que durante a noite anterior ele somente havia dirigido e não pregado os olhos.


Apesar de ela também não ter dormido naquele hotel, ela ao menos tinha descansado algumas horas no carro, juntamente a Miroku, porém esse havia dormido tanto em um, quanto em outro. Era o que estava melhor restaurado entre eles.


Uma profunda expiração se fez presente em seu ser. Kagome fechou os olhos, estava em uma situação que nunca se imaginara. Sendo provávelmente um peso aos ombros de um e, ao menos, um vislumbre aos olhos do outro. Reencostou sua nuca ao encosto do banco em que estava. Não podia acreditar, mas concordava com Inuyasha, apesar de ele não deixar transparecer, ela sabia que estava sendo apenas um fardo e odiava se sentir daquela maneira. O cantor não fazia aquilo com o compaixão por ela, ele fazia mais como um favor. Queria se afastar o mais rápido possível.


Quando em relação ao cantor, se sentia sufocada. Ele lhe olhava de uma maneira tão desprezante que nem poderia definir em palavras o que sentia quando a encarava daquela forma. As gélidas orbes as vezes lhe traziam uma sensação não muito agradável. Se tinha medo ? Não! Diria apenas receio. Receio do que por trás das íris douradas poderiam estar pensando. Pessoas como ele são imprevisíveis, porém de forte personalidade. Muitas vezes acreditam que sua opinião é o que prevalesce, entretanto, entrar em um concensso é o essencial para a melhor convivência para com o outro, mas ele não parecia se importar com o que os outros pensavam.


Em compensação, Miroku se importava com o próximo mais do que ele mesmo. Apesar de toda a pose de conquistador e os a mais, ela acreditava que ele não seria o braço direito de Inuyasha se não tivesse fé no potêncial do melhor amigo. As coisas que ele tinha conhecimento sobre o cantor com certeza seriam de melhor ajuda do que o que ela possuia somente naquelas horas em que o conhecia. Saber o que se passava na cabeça de Inuyasha poderia ser considerado um previlégio para poucos.


Suas pupilas por breves segundos voltaram para aquela figura adormecida ao seu lado, para logo se depararem novamente com a paisagem a sua frente. Dormindo ele mantinha uma expressão razoávelmente gentil, sua respiração era um pouco mais pesada que a de costume, seu peito se movia devagar, fazendo, consequentemente, com que o ar entrasse em seu corpo de modo suficientemente a enxe-lo.


ele finalmente estava tranquilo.


Apesar de não enxergar com exatidão o que se tinha além do vidro da frente, poderia dizer que estavam bem próximos a cidade, afinal, não haviam se afastado o suficiente para que desse ao menos uma hora de viagem de volta até lá.


Os minutos que se extenderam pela viagem foram mais rápido do que imaginaram. Com a cabeça emergida em pensamentos o tempo restante em que permaneceram sentados naquele banco fluíu como os fortes ventos daquele dia. Quando se viram, já estavam dentro da pequena metrópole em frente a estação de trem.


— Chegamos - anúnciou o motorista assim que estacionara na estação.


Kagome olhou para o lado e Inuyasha ainda estava, aparentemente, em um sono profundo. Tinha dó de acordá-lo, ele parecia tão relaxado dormindo daquela maneira e o cantor também tinha uma expressão tão dócil que nem parecia que quando acordado a face emburrada apareceria novamente. Nem parecia ser ele mesmo.


- Inuyasha!!! .... acorda! - Miroku, como se estivesse adivinhando seus pensamentos, passou-se por frente de Kagome esticando seu braços para balançar o amigo. Surtindo efeito, o cantor acorda um pouco assustado dando um pequeno salto no pequeno espaço do banco que estava. Seu olhar dourado se fixou amedrontado por alguma fração de segundos ao vidro da frente, logo em seguida voltando-se para os dois que ainda o olhavam.


— Chegamos ? - indago olhando de um para o outro. Mais uma vez a expressão brava havia voltado a tona, mesmo apenas segundos após ter voltado do sono. Miroku apenas assentiu como resposta a Inuyasha, que voltou-se novamente para frente enquanto revirava os olhos e uma de suas mão trilhava caminho de sua testa até terminar por levantar a sua franja. Um hábito que já parecia ser típico dele. Um longo e profundo suspirou resoôu por seus lábios enquanto sua mãos passavam por seus olhos os coçando.


Ao som da porta se abrindo, todos se viraram para a parte do motorista, onde o homem que os havia conduzido até tal ponto estava se retirando do veículo para os ajudar a retirar tudo o necessário do carro. Entendendo o recado, eles começaram a sair um por um para poderem pegar seus pertences.


Inuyasha ainda estava meio sonolento e lerdo para já ter que fazer tal esforço. Havia dormindo tão bem que nem parecia que tinha descansado em um banco junto a mais duas pessoas. Achava que havia sido um sono que julgava ser até melhor do que quando estava em sua cama. Sem sonhos. apenas um tempo deprovido de qualquer forma de trabalho de seu cérebro. Descanso total. Queria ter a chance de voltar, mas j+a era impossível, pois a sua mente já havia voltado á ativa.


Seus olhos ligeiramente abertos podiam ver o homem subindo a parte do guincho do caminhão para poder pegar as coisas do automóvel do cantor. O funcionário ia pegando uma á uma todas as malas e pertences pessoais que ficavam dentro de coisas como o porta-luvas e o porta-malas.


Aos poucos seu carro foi ficando vizívelmente vazio. Tudo, mesmo as coisas que deveriam permanecer no carro, agora estavam em suas mãos. Ainda não acreditava que tudo aquilo havia acontecido em menos de algumas horas, como era possível? Parecia um pesadelo.


- Bom ... - pronunciou-se o dono do guincho, enquanto colocava mais algumas malas ao chão - estas são suas últimas bagagens, Taisho-Sama! - terminou com um leve sorriso direcionado para Inuyasha, que apenas o encarou sem mudar de expressão - espero tê-los ajudado, irei imediatamente levar seu carro para o concerto.


— Claro ! - respondeu Miroku, vendo que o amigo iria tratar o homem com o desprezo de sempre - Arigoto gusaimasu! - Agradeceu o baterista enquanto se reverênciava para o funcionário. Kagome apenas repetiu o mesmo gesto com as mesmas intenções.


Ele apenas se reverênciou de volta como uma resposta ao agradecimento deles e seguiu caminho até a parte do motorista do caminhão, onde deu partido e fez sua rota até o mecânico mais próximo, assim, atendendo as necessidades que a Mercedes de Inuyasha precisava.
— Você poderia ter sido mais gentil, Inuyasha - proclamou-se Miroku tentando fazer o amigo rever suas atitudes.


— Eu estou morrendo de sono, não estou nem ligando para bons modos agora - respondeu em seu típico jeito ríspido e direto - agora, vamos! - apontou para a estação de trem bem atrás deles. Dessa vez quem revirava os olhos era Miroku, não sabia se por indignação pelo cantor agir daquela forma ou por ter de aceitar que o dono dos cabelos prateados é quem manda.


Inuyasha pegou algumas malas e, sem sequer esperar por alguma reação por parte dos dois, apenas traçou seu caminho em direção ao balcão onde pegaria os tickets para poderem embarcar no próximo trem com destino a Tókyo. Kagome e Miroku se entre olharam e repetiram o mesmo ato do cantor.


Em frente ao lugar onde pegariam as passagens haviam alguns acentos, que lhes remetiam aos dos portões do aeroporto, que foi onde os dois acabaram por sentar enquanto aguardavam o cantor a comprar as passagens. Como era um dia no meio da semana a fila estava práticamente vazia, com apenas três ou quatro pessoas a frente de Inuyasha. Não demorariam tanto assim. Talvés já até saíssem direto dali para se acomodarem em um dos vagões.


Kagome estava ansiosa para chegar á universidade. Não sabia exatamente o por quê, muito provávelmente por estar iniciando uma nova fase em sua vida, na qual seria livre dos julgamentos de sua mãe, livre para fazer o que quissesse. Se sentia liberta desde que havia saído de sua cidade. Uma cidadezinha do interior litorânea não lhe abrangia tamanha diversidade quanto Tókyo.


Uma das primeiras coisas que queria fazer era visitar a cidade e poder ver os grandes painéis iluminados do centro, ver os museus repletos de obras que jamais veria no lugar onde morava, ir a torre de Tókyo e comer em um daqueles restaurantes temáticos ou até, experimentar as comidas de diferentes etnias. Eram tantas possibilidades que poderia acabar adicionando coisas a sua pequena lista, mais tarde.


- Vamos, Kagome - Os azulados perdidos em meio aos pensamentos acabaram por acordar e se encontrar aos dourados, que era de onde vinha a voz rouca e, de certa forma, grossa que fizera-a sair de seus devaneios. Rápidamente ela se levantou e pegou as bagagens que levava consigo, havia sido mais depressa que imaginara. - O nosso trem vai chegar daqui a duas horas, então vamos procurar algum lugar para almoçar e voltar o mais rápido possível, ok ?! - Não sabia se aquilo era devidamente uma escolha ao uma ordem, entretanto, como seu estômago implorava por alimento, Kagome apenas o seguiu.


A autoridade que ele achava que tinha não lhe dava medo, se não quissesse comer não iria comer, Inuyasha não era dono da sua vida. Kagome sabia se situar em situações como essa, mas, já que estava sendo apenas uma intrussa e percebeu a personalidade mais do que marcante do cantor, ela não queria acarretar nenhum problema ou intriga.


Sempre era a mais paciente possível com qualquer um, mas sabia se defender também. Ela não conseguia se definir uma mulher do tipo frágil, porém não chegava a ser irritante e chata. Apenas sabia de seus direitos como um ser humano livre e lutava por eles. Já estava cansada de pessoas ordenando o que ela podia ou não fazer.


Depois de apenas alguns minutos de caminhada acharam um pequeno restaurante bem próximo a estação. Era um lugar bem aconchegante e refletia a algo acolhedor, com suas paredes pintadas em tons pastéis, as frentes feitas de vidro, alguns quadros de culinária pendurados bem aima das mesas e as mesas de madeira dispostas dentro do estabelecimento, que se encontrava um pouco vazia, devido a já ter passado do horário de almoço. Apenas alguns pequenos grupos de adultos estavam sentados em poucas mesas ao fundo.


Estavam totalmnte ensopados, a tempestade ainda caía sobre a cidade e parecia não ter previsão para acabar.


Sentaram-se em uma mesa bem próxima á entrada, mais precisamente em frente aos vidros da frente, de onde poderiam ver a paisagem repleta de carros, arranhas-céus e pessoas andando na rua com seus guarda-chuvas. Kagome gostara daquele tipo de vista, apesar de ainda amar o interior e todo o verde que ele lhe proporcionava, tudo que era novo lhe agradava. A única vez que chegou a ver algo semelhante a uma cidade, foi quando foi visitar seus avós em Yorkshire, na Inglaterra.


A cidadezinha, apesar de também se localizar no interior, conseguia trazer um pouco da cidade grande consigo, com um centro repleto de prédios comerciais e lojas de diversas marcas. Não se importava muito com isso, mas só de ter o prazer de algo novo, lhe deixava feliz.


— Qual seria o seu pedido ? - perguntou o garçon diretamente para ela. Mais uma vez imersa em seus pensamentos, nem havia visto o cardápio que ele lhe entregou. Olhou para os meninos, que a encaravam de volta, muito provávelmente eles já tinham feito seus pedidos.


Em apenas alguns segundos, Kagome pegou o cardápio e deu uma rápida olhada, eles tinham uma variedade tão imensa de pratos que nem imaginaria qual queria. Uma coisa era certa, teria que ser algo que se comesse sem demora. Mas o que ? ... Confessava não saber nem o que metade daquele cardápio era, então, acabou optando pelo que sabia. Fechou o menu e entregou para o garçon com um pequeno sorriso simpático.


— Quero apenas uma panqueca de Okonomiyake - terminando de anotar o pedido, ele apenas fez um sinal positivo com uma de suas mãos e, logo em seguida, se virou seguindo até a cozinha. Como pode ser tão distraída?


— No que você estava pensando ? - Indagou o baterista assim que o atendente saiu.


— Nada demais - respodeu com sinceridade, quando o assunto era algo inovador, ela poderia facilmente se perder em sua mente.


— Entendo - finalizou o assunto.


Os minutos silênciosos que se passaram até que a comida chegasse foram bem confortáveis. Gostava de conversar, mas aquela ausência de som deixava tudo parecendo mais calmo e relaxante. O som da chuva parecia diminuir a cada segundo, tudo parecia agora passar tão rápido, o movimento lá fora, o tempo. Apenas haviam notado quando o garçon chgará com os pedidos, pois os pratos eram lentamentes colocados a sua frente.


— Aqui estão seus pedidos, senhores - proclamou-se retirando a todos de seus devaneios, fazendo-os ver o prato lentamente ser colocado a sua frente. Todos pegaram suas talheres e iniciaram a refeição. Kagome estava com tanta fome que não sabia se aquilo seria o suficiente para sustenta-la pelas próximas horas.


— Então, Kagome... - Disse o baterista dirigindo-se a dona das íris azuladas - de onde você é ? - diria que ele estava apenas a perguntar aquilo para terem ao menos alguma conversa, entretanto, ele parecia mesmo querer saber.


— Eu venho de uma cidadezinha do interior litorânea, não tem muita importância - sua resposta foi breve e clara - mas e vocês ?? ... - perguntou enquanto pegava mais uma pequena porção de sua panqueca com os Hashi´s - de onde são ? - indagou terminando o processo de mastigar e engolir.


— Eu nasci em Tókyo mesmo - Miroku apontou para si - mas o Inuyasha nasceu em Yokohama e veio para Tókyo há apenas alguns anos - falava enquanto direcionava o dedo indicador para o amigo - Não é mesmo ? - mirou sua pupila para o cantor, que o encarava e apenas assentiu a pergunta. Kagome deu um singelo curvilhar de lábios, não sabia o que responder.


— Quantos anos você tem ? - Um questionário bem simples, ele sabia como conversar e dar continuidade. Devia fazer isso com frequência. Talvés até fosse algum tipo de conquistador de mulheres.


— Tenho 19 anos.


— Apenas 4 anos mais nova que eu - mumurou aparentando estar surpreso - achei que fosse mais velha. Inuyasha me contou que você entrou em medicina. Geralmente levam-se 3 anos para se conseguir passar em uma área tão concorrida - O cantor automáticamente a olhou, esperando algum tipo de reação vinda dela em relação a ele, porém nada. Não sabia se o fato de ele ter comentando seu curso com Miroku fazia alguma diferença, apesar de não se importar - E é apenas dois anos mais nova que o nosso querido Inuyasha - O tapa na costas foi o que acordou o dono dos cabelos prateados, que agora vira que as belas orbes azuis, naquele momento, estavam o encarando. Aqueles segundos em que seus olhares estavam pregados um ao outro. Definir o que sentiu ele não sabia, mas não era algo de certo ruim. Talvés estivesse atraído por sua beleza, mas seria algo passageiro.


Rápidamente desviou-se para outra perspectiva, aquilo era muito constrangedor para ele. Kagome era bonita, tinha que admitir, mas isso não contava como alguém que o fizesse querer namorar ou algo do genêro. Apenas uma atração temporária. Como todas as outras com quem ficou.


O resto da refeição passou-se com os dois conversando sobr assuntos aleatórios. Terminando, retirou-se sem pronunciar uma palavra que fosse e deixou-os sem entender. Ambos olharam enquanto ele saia e se reencostava em uma das colunas bem a frente do restaurante. Ele estava comum casaco de couro preto, provavelmente por conta das tatuagens, já que por lei, em local público no Japão, coisas como os símbolos que ele mantinha em sua pele, não poderiam estar á mostra.


A mão direita do cantor seguiu caminho até seu bolso, que foi onde ele tiou uma pequena cartela com alguns cigarros. Pegou um maço enqaunto sua outra mão pegava o isqueiro para acender. Com o processo terminado, ele elevou um pouco de sua cabeça parecendo apenas querer respirar um pouco enquanto inalava a nicotina.


Sem pensar, Kagome se levantou.


— O que você vai fazer ? - Miroku perguntou preocupado - você é louca se você for até lá!


— Só vou resolver alguns pendentes - respondeu sem sequer olha-lo. cada vez mais ela o impressionava, a dona dos cabelos negros-azulados com certeza possuia demasiada coragem para ir de encontro ao cantor, que, naquele momento, parecia só querer relaxar.

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- O que você faz aqui ? - indagou Inuyasha notando a presença de um corpo conhecido ao seu lado. Parecia repetido aquela cena das orbes azuis-marinhas lhe encarando, esperava apenas não virar rotina. Olhando-a, ela não dava indícios de que iria lhe responder. Já sem qualquer chance de ter uma reação dela, apenas revirou seus olhos enquanto emitia um som de impaciência.


Repentinamente, ela havia se reverênciado bem a sua frente, o que era aquilo? O que estava acontecendo ? Sentia suas bochechas queimarem em rubor, sempre faziam aquilo pra ele, mas não de maneira tão repentina. Aquilo o deixou impressionado. Geralmente as pessoas que o conheciam o evitavam, todavía, Kagome estava sendo a coragem em pessoa ao estar ali, em um momento que deveria ser somente dele.


— Arigatou - iniciou sua fala assim que voltou-se a posição ereta - por toda a ajuda que vocês me deram - A sinceridade daquelas palavras foi como um tiro em seu peito, o que poderia responder para tal ato de coragem dela?


— Você não poderia ter feito isso depois que chegasemos em Tókyo?? Porque ainda vamos viajar juntos - Kagome abaixou a cabeça um tanto quanto envergonhada.


— Eu sei, é que eu queria te ... - ela parecia procurar algo em seus bolsos enquanto tentava terminar a frase - te pagar por tudo que eu acabei me aproveitando de você - disse já com o dinheiro em mãos e os entregando ao dono dos olhos âmbares, que apenas observou aquele gesto e não sabia como reagir. Todos tiravam proveito dele e de sua fortuna, mas ela lhe estava devolvendo o favor que ele lhe havia prestado ? - e também tinha medo de esquecer de lhe agradecer por tudo, então, eu quis aproveitar este momento que você estava sozinho para vim falar com você.


— Então porque não agradeceu ao Miroku ? - Sua surpresa era mais que evidente. por muitas vezes dirigiam-se ao baterista, que funcionava também de porta-voz para qualquer coisa que quissessem falar para ele.


— Convenhamos que o Miroku esta mais do que agradecido só pelo fato de eu estar aqui - Inuyasha não conseguiu evitar de rir, então a garota já havia percebido a personalidade de conquistador de seu amigo ? Talvés ela fosse uma a menos em sua lista só pelo intelectuo de ter notado e não ter caído na sua lábia.


— É, acho qe você está certa - completou, fazendo ambos rirem.Não era algo que se via todo dia. Por fim alguém que não era levada pelas sábias palavras amorosas de Miroku. Sempre via o amigo se dando bem com qualquer que fosse a garota, sendo a maioria delas nem se dando conta. Era hilário e ao mesmo tempo ridículo a forma com que elas se apaixonavam por ele facilmente, muito provávelmete por isso ele nunca tenha se fixado a alguém.


Ele sabia como ser o Romeu perfeito para cada tipo de Julieta, era incrível. Muitas vezes usava isso como tática para afastar as indesejadas de perto de si. Chamava Miroku e em questões de segundos ela nem mais sequer o via. Surgiam-lhe muitas gargalhadas ao relembrar tais momentos. Agora estava em dúvida se o engraçado era as mulheres caindo em suas lábia, ou Kagome que havia percebido e nem sequer se importou.


— Pra falar a verdade eu nem tinha certeza absoluta se ele era desse jeito mesmo, mas agora, vendo você rir dessa forma, eu acho que acertei !


— É ! - respondeu Inuyasha proliferando os últimos resquícios de umor que coninha - adivinhou bem, muitas não adivinhariam - terminou dando uma tragada em seu cigarro.


— Eu acho quase que bem óbvio ! - Apesar de ter parado de rir, Inuyasha ainda tinha um pequeno sorriso, somente com os lábios, estampado em sua face, não por Kagome, mas sim por não conseguir parar de pensar que Miroku tinha uma conquista a menos - Desde que eu o encontrei já havia achado que ele agiria de tal forma, porém agora eu tenho convicta certeza.


— Talvés seja porquê você é médica, ele nunca tentou com uma médica antes.


— Mas.... eu ainda não sou médica - disse arqueando ambas as sobrancelhas.


— Mas só o seu QI elevado já é um fator a mais, diferente de todas as atrizes e cantoras que Miroku conquistou, elas com certeza não tinham cabeça pra pensar que nem você - falou logo se arrependendo, pois a expressão de intelectual que Kagome fizera logo após suas palavras indicava que ele havia dito algo que não se adequava ao que se passava na cabeça dela.


— Saiba que existe mais de uma forma de inteligência, e eu acredito que cantores e atrizes ainda podem ser até mais inteligentes do que médicos, entretanto, eles optaram pelo que eles gostam e não o que a sociedade acha que eles tem que fazer só porque conseguem fazer matemática avançada - Ela deu de ombros, mas antes que o cantor pudesse demonstrar sua opinião, Kagome começou a andar para dentro do restaurante, o deixando sozinho novamente. Como ela se opunha contra ele daquela forma ? Seguno ela, sua mãe não a deixava nem sequer ouvir rádio, então, acreditava que ela não podia opinar sobre o mundo do entretenimento. Aquilo que ela havia dito era inválido. Ele sabia com funcionava, ele via tudo acontecer, então, óbviamente, ele tem um ponto mai forte que o dela.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.