Paulina e Carlos Daniel - Perdoa-me

Nos Braços da Mãe... e "Não quero ver você com um namorado!"


Paulina ao chegar na porta do apartamento, tirou a sapatilha e entrou descalça. Imaginou que as crianças estavam dormido. Ela vai até seu quarto. Ao abrir a porta, encontra os três deitados em sua cama, dormindo abraçados. Ela não pode segurar uma lágrima. Ela sorriu, e cuidadosamente acostou-se ao lado de Lizete, que mesmo com toda a delicadeza da mãe ao deitar, despertou.

–Mãe! –Disse com a voz alta.

–Shh! –Disse ela pondo o dedo na boca da menina.

–Desculpa mãe, desculpa... –Pedia a menina já chorando.

–Sh... não chora. Já passou.

–Mas... –Ela já estava soluçando.

–Vocês não tem culpa dos meus erros, nem dos erros de seu pai. –Uma lágrima caiu.

–Desculpa, eu não quis...

–Shh... Dorme filha, dorme... está tudo bem.

Lizete aconchegou-se nos braços dela e logo dormiu, sentindo-se segura nos braços da mãe, em um abraço cumplice.

Paulina demorou a dormir. Lembrou das palavras dos filhos, das Palavras de Juan, e tentou assimilar tudo em sua mente. Tentou organizá-la. Depois de mais de duas horas acordada, afagando os cabelos da filha, ela conseguiu dormir.

O dia amanheceu. Paulina acordou e deu-se conta que estava sozinha na cama. Rapidamente levantou e foi atrás dos filhos. Chegando na cozinha, encontrou uma bela mesa de café. Lizete fazia o café. Paulinha passava geleia nas panquecas, e Gabriel arrumava as louças na mesa.

–Bom Dia Mãezinha! –Disse os três em coro.

–Bom Dia Meus amores! –Respondeu ela com a mesma empolgação. –O que temos pra hoje?

–Panquecas, café, suco, biscoitos! Um monte de coisas! –Disse Gabriel empolgado.

–Nossa! –Ela sorriu ao ver como os filhos estavam contentes.

Eles tomaram café na mais bela harmonia. Assim que começaram a tirar a mesa, o telefone celular de Paulina tocou. Ela foi atender.

–Alô?

–Bom Dia! –Era Juan.

–Bom Dia!

–Não te acordei, né?

–Não! Eu estava tirando a mesa do café.

–hum, liguei para ter certeza que não havia me passado o número errado. –Ele ri.

Paulina cai na gargalhada.

–Viu, não enganei você!

–È! Bom, gostaria de saber se poderíamos tomar um suco, um café, hoje a tarde.

–Bom, eu tenho que levar minha filha ao aeroporto as 14:00hrs e depois estou livre.

–Então você aceita? Diz ele empolgado.

–Claro. Aonde quer que eu te encontre?

–Bom, eu.. gostaria de te buscar, se importa?

–ham... é que... –Ela fica confusa. –Tudo bem, que horas?

–Passo ai as 15:00hrs, está bem?

–Ok.

–Até mais Paulina.

–Até logo Juan.

Paulina Desliga o Telefone e encontra Lizete, Paulinha e Gabriel parados atrás dela.

–Com quem a Senhora estava falando mamãe? –Pergunta Paulinha séria.

–Quem era? –Conclui Gabriel?

–Quem é Juan? –Pergunta Lizete.

–Era só o que me faltava... o que vocês querem hein? –Pergunta Paulina com as mãos na cintura, louca para rir.

–Queremos saber quem é! –Disse os três juntos.

Paulina cai na gargalhada.

–É um amigo!

–Amigo? –Pergunta Lizete com um nó na Garganta.

–Sim, um amigo.

Paulina sai e deixa as crianças na sala a olhando suspeitas.Ela vai para o quarto e toma um banho bem rápido. Veste uma calça jeans, uma sapatilha, e uma blusinha leve, lilás. Ela seca os cabelos com o secador, passa um lápis nos olhos, e um batom rosado. Paulina volta para a sala apressada.

–Onde você “Pensa” que vai? –Pergunta Lizete.

–Levar seus irmãos na escola, algum problema? Eu espero que não! –Diz firme.-Vamos Paulinha! Gabriel! Vocês vão se atrasar!

–Estamos indo! –Eles vem correndo com as mochilas em mãos.

–Quer ir junto Filha? –Ela pergunta para Lizete.

–Não! –Ela responde friamente.

Paulina ignora e sai para levar as crianças. Ela foi e voltou o caminho inteiro pensando na maneira como Lizete havia falado com ela. Algo estava errado, e ela não toleraria aquela falta de respeito.

Lizete pega o celular e liga para Carlinhos. Conta a ele que não conseguiu falar para a mãe que o Pai já sabia de toda a verdade. Em seguida conta da Ligação do “tal” Juan.

–Mas como assim um amigo! Isso não pode estar acontecendo! Não agora! –Disse Carlinhos.

–Mas esta! O que eu faço Carlinhos!?

–Esqueça. Volte pra casa normal, não diga nada a ela. Aqui, vemos o que podemos fazer.

–Esta bem.

Nesse momento Paulina entra na sala.

–Tenho que Desligar, assim que eu chegar em casa, conversamos. Tchau.

Ela nem espera Carinhos responder e desliga.

–Com quem estava falando mocinha? –Pergunta Paulina de pé frente a ela, que estava sentada no sofá.

–Com o Carlinhos.

–Temos que conversar! –Diz firme a menina.

–Sobre?

–Que atitude foi essa antes de eu sair? Isso é jeito de falar comigo?

–Desculpe mamãe, estava descontrolada. –Disse baixando a cabeça.

–E qual o motivo desse descontrole todo?

–Esse tal de Juan ai... quem é esse cara hein? –Disse Lizete segurando o choro.

–Ele é um amigo, apenas amigo. Conheço ele a dois dias apenas.

–E já vai sair com ele né?! –Diz a menina em tom de deboche.

–Lizete! Me respeite! E Afinal de contas, sou separada, e posso sair com quem eu quiser, a hora que eu quiser.

–Desculpa mãe.

–E pra que esse chilique todo?

–Não quero ver você com um namorado.

–Ele não é meu namorado!

–Mas pode se tornar, e eu não quero.

–Filha, -Ela abraça a menina que começava a chorar. –Você tem que entender que eu e seu Pai não estamos mais juntos. Já fazem dois anos meu anjo, dois anos. Não posso parar minha vida ali, e também não posso voltar no tempo e excluir aquele dia.

–Eu sei...

–Então... qual é o problema?

–Você ama meu Pai, e ele te ama, vocês tem que conversar! Você viu, Paulinha e Gabriel também sentem falta de casa, sentem falta do papai.

–Lizete, esse assunto a partir de hoje, esta encerrado. Vocês tem que entender! Eu e seu pai não vamos ficar juntos novamente! Não podemos! Vocês tem que entender.

–Mas vocês se amam! Qual o problema! –A menina diz alto.

–Filha, depois de 10 anos de Casamento, a amor não basta.

–O que preciso fazer pra você e o Papai pelo menos conversarem! Por favor!

O telefone de Lizete toca. Ela olha para a mãe que diz para ela atende-lo.

–Alô?

–Filha, como esta?

–Pai! –Ela abre um sorriso imenso.