Paulina e Carlos Daniel - Perdoa-me

-Não suportaria Saber que outro homem te toca.


–Carlos Daniel, - Respirou profundamente. Ela, nervosa começou a andar inquieta de um lado para o outro. –Acho que não te devo mais explicações de minha vida pessoal.

Carlos Daniel bufou. –Você o Ama? Ele provoca em ti tudo isso que provoco quando me aproximo de teu corpo? –perguntou com os olhos marejando. –Ele faz amor contigo como eu faço? –Sua voz foi um fio.

–Isso não lhe diz respeito. –Tentou evitar as perguntas dele.

–Um dia juras-te que seria apenas minha, que seria minha de corpo e alma pra sempre. Não foi apenas uma, foram inúmeras vezes que juras-te. –Uma lágrima desceu dos olhos dele.

–Carlos Daniel, por favor, eu...

–Quantas vezes falaste em meu ouvido enquanto fazíamos amor, que eu seria o único homem de tua vida? –Ele baixou o olhar. Paulina tentou engolir o choro, mas uma lágrima percorreu o contorno do rosto dela. –Queria voltar no tempo, voltar até aquela tarde em que fizemos amor na banheira, queria ter ficado ali contigo, sem ir pra nenhum lugar, ficar pra sempre em teus braços. –Ele secou o rosto e Paulina virou-se de costas, tentando esconder-se. –Não suportaria saber que outro homem te toca. –Falou quase inaudível.

Paulina sentiu seu coração apertar-se dentro de seu Peito. “-Se ele soubesse que sou apenas dele, que tentei tirar os traços dele de meu corpo, mas não consegui.” Pensou.

–Saia de minha casa. Agora. Por favor. –Pediu engolindo o choro.

–Paulina, por favor... –Sua garganta ardia tentando segurar o choro..

–Por favor peço eu. Saia de minha casa, esqueça-me. Nosso casamento já acabou a muito tempo. –Uma lágrima desceu de seu rosto. Ela a secou rapidamente e virou-se para ele. –Por Favor, saia de minha casa. Pode ligar-me quando quiser para ver as Crianças, mas não quero nenhum contato contigo além disso. –Falou baixando o olhar.

–Eu Te amo Paulina... –Sussurrou ele entre as lágrimas.

–Não faça as coisas mais difíceis. –Pediu ela tentando não chorar.

–Paulina... –implorou.

Ela, tentando não desabar, caminhou rapidamente até a porta e a abriu. Seu coração clamava para que ele ficasse ali, com ela, nem que fosse a ultima vez. Carlos Daniel a olhava parado, imóvel no meio da sala enquanto as lágrimas desciam de seus olhos.

–Por favor... –Suplicou ela com a voz embargada pelo Choro.

Carlos Daniel sem mais pensar, Caminhou até a porta e parou frente a ela. Seu coração doía, ela não o queria mais. Seu corpo suplicava por tocá-la. E assim o fez. Aproximou-se rapidamente dela, e sem mais demora, acomodou a mão em sua nuca, e puxou seus lábios contra ele. Paulina ficou imóvel. Carlos Daniel apenas pressionou seu lábios aos dela com força, em uma despedida. Ele queria mais, mas não ousou fazer. Afastou seus lábios e colou suas testas enquanto as lágrimas não cessavam. Paulina afastou seu corpo do dele rapidamente. Ali ele realmente entendeu. A passos Largos, Saiu da casa sem olhar para trás.

Paulina fechou a porta e ali mesmo, sentou-se ao chão. Seu coração mais uma vez estava machucado, e a dor era insuportável;

–Preciso tirar você da minha vida... –murmurou para si mesma.

Ali, ela chorou por mais de uma hora. Seu rosto estava inchado e o coração ferido. Paulina pegou sua bolsa sobre o sofá e acabou percebendo que Carlos Daniel havia esquecido o Paletó ali. Com todas suas forças ela chorou. Paulina pegou o tecido com calma e o levou até o rosto. Inalando profundamente o cheiro dele que estava impregnado na roupa e em toda a alma dela, abraçou a peça e subiu as escadas.

Paulina foi até o closet e colocou o paletó sobre a poltrona. Sem cessar o choro, tirou o sapato e o guardou. Ela tirou o vestido e o jogou em um canto qualquer do local. Saindo dali apenas com uma peça de roupa, caminhou até o quarto e pegou o roupão sobre a cama. Ela seguiu para o banheiro, e logo tomou um banho quente para relaxar e acalmar-se. Ela ficou mais de uma hora no chuveiro, tentando amenizar aquela dor em seu peito enquanto as lágrimas misturavam-se as gotas de água quente.

Paulina vestiu seu pijama rosa e jogou-se a cama. O que mais desejava era dormir e não acordar por longos dias. Seu pensamento começou a remoer os últimos fatos da ultima semana. Após refletir bem sobre um deles, e decidir que tinha de arrumar um rumo novo a sua vida, levantou da cama e caminhou até o closet . Pegando sua bolsa, voltou para o quarto e jogou-se na cama mais uma vez. Paulina retirou da bolsa o celular, e procurou um número em sua agenda eletrônica. Encontrando-o, iniciou a chamada. Bastaram alguns segundos e uma voz masculina ecoou pelo autofalante do celular:

–Paulina?

–Sim Juan, sou eu. Estou Ligando para dizer que aceito. Aceito ser sua noiva.