Past said hello

There are things in this place


POV Elijah Mikaelson

Guardei a máscara depois daquele dia. Mas tentar desvendar algo quando se tem tantas falhas, se mostra algo impossível de ser feito. Não consigo compreender o que vi naquela noite.

Apenas um dos olhos como sendo de um vampiro, mas mesmo sendo um não os mostramos a menos que estejamos sobre ataque ou com os sentidos apurados. Nada daquilo fazia sentido.

Ela também possuía um toque singular as demais pessoas. A troca de energia feita a partir do leve toque de nossas mãos, foi diferente de tudo o que eu já havia sentido. Sensação que ia muito além do vampirismo.

Voltei para a hospedaria, onde estou até agora. Não me permiti deixar a cidade sem saber quem era aquela garota. Tenho o orgulho grande demais para simplesmente ignorar aquela noite.

As vezes me pego analisando aquela máscara prateada incontáveis vezes, tentando entender a quem ela pertencia. Como seria possível ver alguém e mesmo sabendo que ela era de carne e osso e que até mesmo chegamos a dançar... Por que em minha mente ela ainda me parece tão... irreal.

Procuro em minha mente alguma lembrança que possa me fazer entender quem seria de fato ela, mas nada me vem a cabeça. O que só faz a sensação de irrealidade aumentar. Porém aquele toque... Nunca poderia ter sido uma ilusão.

Já estou há tantos dias confinado naquele quarto que já me sinto exausto mentalmente. Coloco a máscara de lado e vou tomar um banho, deixo que a água morna me relaxe e me faça pensar com mais clareza.

A única coisa que me vem a cabeça é voltar a pessoa que me fez estar naquele baile. Saio do chuveiro e visto uma roupa, saindo em seguida para voltar ao bar.

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Quando entro no bar, sou reconhecido pela mesma mulher que me serviu da primeira vez em que estive aqui. Ela me lança um sorriso surpreso enquanto me aproximo do balcão.

- Olha só, para alguém que só estaria de passagem até que está demorando bastante. Mudou de ideia? - Dou um leve sorriso lateral.

- Acho que estou começando a gostar do lugar. É bastante eclético - Faço um sinal para que ela encha meu copo com uma dose de whisky - Não vi você lá no baile. Teve outros planos?

- Eu não fui. Quem ficaria aqui para ajudar os rejeitados a afogarem suas mágoas? - Disse ela como se fosse uma nobre obrigação, eu apenas dou uma leve risada - Mas e você, se divertiu?

- Foi bastante surpreendente - Digo segurando o copo com as duas mãos.

- De que maneira?

- Várias formas - Faço com que tais palavras soem misteriosas.

- Por que estou achando que tem mulher envolvida entre essas suas palavras? - Ela me olha se apoiando no balcão. Eu nada respondo, apenas dou um gole.

Ela solta uma risada.

- Acho que descobri o real motivo de ter ficado. Não quero ofende-lo, mas você me parece um homem de alta classe e de bastante conhecimento do mundo. É difícil compreender o fato de estar interessado por uma simples garota aqui de Mystic Falls - Ao ouvir isso, paro para analisa-la com maior atenção.

— Parece que conhece muita gente na cidade - Digo com os olhos um pouco estreitos.

- Depende de quem está procurando.

- Se conhece bem as pessoas daqui, significa que está aqui a bastante tempo - Pela primeira vez ela demonstra desconforto perante minhas palavras.

- Onde quer chegar com isso? - Olho para suas mãos e em seguida para a janela entreaberta para iluminar o ambiente, que nesse momento se encontra com poucas pessoas.

- Um belo anel você tem em sua mão - Digo olhando para sua mão - Imagino que não goste de tira-lo.

Nesse momento ela tenta retirar sua mão de cima do balcão, mas não é rápida o suficiente. Então consigo segurar seu pulso com uma de minhas mãos e começo a puxar de maneira lenta o anel. Ela faz menção de usar a outra mão para retirar a minha, mas eu digo.

- Se eu fosse você não faria isso, não vai querer que as pessoas que estão presentes aqui descubram o seu pequeno segredo - O anel agora está bem na ponta de seu dedo magro - Acho que eles não devem ter noção de que você é uma vampira e de que tem sérios problemas com o sol.

Percebo em seus olhos que ela está em choque com toda a situação.

- O que você quer? - Sua voz demonstra nervosismo.

- Apenas uma pequena informação - Digo brincando com anel nas ponta de seu dedo.

- Você poderia consegui-la sem usar esses... Métodos - Diz ela entre os dentes.

- Na verdade não, pois não quero que você se lembre disso - Começo a hipnotiza-la.

- Do que precisa? - Me pergunta ela, já sob os efeitos da hipnose.

- Você estava certa com relação a uma coisa. De fato há uma garota, mas não era qualquer garota. Havia algo nela.

- Então você quer saber se eu sei de quem se trata.

- Ruivas. Creio que não haja muitas por aqui. E é uma que eu procuro, na noite ela usava um vestido lilás e esta máscara - Retiro a máscara de dentro do meu paletó e coloco em cima do balcão.

Ela me lança um olhar confuso.

- Acho que você deve ter se confundido. Pois nunca conheci ninguém com essa aparência por aqui e não ouvi nenhuma pessoa comentando sobre uma garota que usasse tal traje.

- Como não?! A cidade é pequena, deve haver alguém que tenha visto algo - Digo já irritado, mas a resposta dela é a mesma .

- Mas vou lhe dar um conselho. Mesmo não sabendo quais são suas intenções. Porém se vai ficar nessa cidade é bom que saiba, há certas coisas que são melhores não serem descobertas.

Estreito os olhos para ela e ordeno que esqueça de todas as nossas palavras trocadas e em seguida saio. Irritado e com mais dúvidas pairando em minha cabeça.

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Passo o restante da tarde perguntando a pessoas que sei que estavam no baile naquela noite se tinham visto a misteriosa garota. Mas a resposta de todos é idêntica a da mulher do bar. '' Não vimos nenhuma garota com essa descrição ''.

Começo a duvidar de mim mesmo e não demora para que o desespero comece a crescer dentro de mim. Não era possível, como apenas eu me lembro dela.

Consigo até me lembrar com ricos detalhes que durante a dança, todos a olhavam. Como que agora nenhum deles se lembravam da fisionomia dela?!

Me agarrava a essa lembrança com toda a esperança que me restava depois de tantas respostas similares e todas traziam a mesma conclusão de que a garota com que eu partilhei a dança não passava de uma ilusão.

Voltei a hospedaria da mesma maneira que saí, sem nenhuma resposta.

Soco a parede e me sento na cama, colocando as mãos na cabeça. Tentando enxergar algum sentido nisso tudo, mesmo que mínimo. A única coisa que está ao meu alcance são as garrafas de bebida barata que estão no quarto. Uma a uma eu vou esvaziando-as ... Minhas ideias estão se esgotando.

A noite cai e preciso de ar. Saio do quarto e caminho sem rumo nas ruas daquela cidade que começou a mexer com a minha cabeça no exato momento em que pisei nela.

Me sento em um banco, numa praça deserta. Deve ser praticamente meia noite e depois de tantas tentativas sem êxito de descobrir o paradeiro dela ou simplesmente quem ela poderia ser, já começo a pensar para que cidade eu poderia ir. Pois não há mais nada para mim aqui.

Mas então algo desperta a minha atenção, vejo saindo de uma pequena loja uma mulher usando um vestido longo escuro, juntamente com um véu negro que cobre seu rosto por inteiro.

Inclino-me no banco e observo ela andar, é a primeira pista que tenho em dias. Levanto-me e começo a segui-la, tentando ao máximo fazer com que ela não note a minha presença.

Está caminhando em direção a floresta, estranho aquela rota mas não posso desistir agora. Ao adentrar no lugar, noto a escuridão e a dificuldade enxerga-la.

Sinto que a perdi e até mesmo os passos são difíceis de se escutar. Mas quando me viro, deparo-me com ela atrás de mim.

- Eu não quero machuca-la, eu apenas.... - Porém não consigo concluir nem mais uma palavra, pois uma forte dor aguda invade a minha cabeça e parece paralisar todos os meus músculos.

Penso que pode haver mais alguém aqui, pois só bruxas são capazes de produzir tal efeito em vampiros. Mas teria de ser uma extremamente poderosa para conseguir atingir um original.

- V-Você precisa.... Fugir. Acho que tem mais alguém aqui - Mas ela não demonstra nenhuma reação, permanece parada na minha frente. Mas a dor não diminui, é como se garras me cortassem de dentro para fora.

Começo a suspeitar de algo, mas se for realmente quem estou pensando é impossível que a minha suspeita esteja certa.

- O que você... é? - Me esforço para falar tais palavras. Mas aos poucos vou sentindo a dor diminuir e quando já tenho um pouco de minhas forças recuperadas avanço contra ela e a pressiono contra uma árvore a segurando pelo pescoço.

Repito a pergunta, dessa vez com mais firmeza.

- O que você é? - Então escuto a voz dela pela primeira vez.

- Acha mesmo que vai conseguir alguma resposta minha usando força bruta?

Continua...