Past said hello

The humans haunt me


POV Elijah Mikaelson

- Do que se trata Elijah? - Pergunta o prefeito intrigado - Para que você venha nesse horário deve ser algo muito importante.

- Eu preferiria que não conversemos aqui fora, alguém poderia ouvir - Ele me analisa com seus olhos e é a primeira vez que consigo perceber o quanto são frios. Convive com vampiros há muitos anos, sabe quem tem que convida-los para entrar.

- É bem provável que o senhor não acredite naquilo que irei conta-lo, mas preciso dizer isso a alguém. Guardar esse segredo está começando a me matar - Tento transparecer o máximo de necessidade através dos meus olhos e ao mesmo tempo já começo a pensar no que falar em seguida. Assim que eu entrar estarei pisando em espinhos e não posso demonstrar um pingo de insegurança.

- Já que é algo tão importante e urgente, por favor entre— Ele diz a última palavra com uma leve relutância, mas finjo não notar e dou meu primeiro passo para dentro da casa.

Ele me guia dentro de sua residência, uma mansão que esbanja muito luxo, conforto. Com esculturas em mármore puro que me remetiam aos renascentistas, castiçais de vela e lustre detalhados com ouro. Pinturas exuberantes, mas apesar de ser carregada de arte e beleza o lugar parecia carregar uma aura sombria.

Ele me guia até uma sala menor, onde há uma lareira, duas poltronas grandes, livros em estantes e uma cristaleira cheia de bebidas.

- Por favor sente-se, vou ser servir um whisky para nós - Ele abre a cristaleira, pega a garrafa e serve em dois copos.

- Muito obrigado senhor prefeito - Digo pegando o copo.

- Por favor me chame de Hector. Hector Salvatore, agora por favor me diga o que trouxe você aqui nesse horário.

- Não sei bem por onde começar... e peço que por favor não me chame de louco. Um dia eu estava andando pela cidade a noite e... pude jurar que vi uma pessoa, pelo menos eu poderia jurar que achava ser uma pessoa, mas quando me aproximei mais notei que ele tinha presas... e olhos avermelhados. Era como se fosse...

- Um vampiro - Diz ele me completando e torço para que minha falsa história tenha soado pelo menos convincente.

- M-Mas como o senhor? Vampiros não existem isso é loucura.

- Você veio aqui na esperança de que eu não o achasse louco e conseguiu, não o acho. Muito pelo contrário fico grato que tenha me trazido essa informação. Agora me responda, poderia me descrever a aparência dessa pessoa?

- Não consegui enxergar bem, estava escuro. Vi que era homem e tinha cabelos um pouco compridos, mas espere um pouco quando você diz em vampiros está querendo dizer igual aqueles mencionadas em histórias de terror.... isso é loucura.

- Eles não são exatamente iguais aos das histórias, ao longo dos anos notamos que essas criaturas tem uma capacidade regenerativa absurda, há uma planta chamada verbena que prova queimaduras em suas peles, não conseguem andar a luz do sol, por isso você o viu só a noite. Mas uma coisa não muda para as histórias, são assassinos frios e cruéis que se alimentam do sangue de inocentes.

- Mas como sabe tanto? - Pergunto me fazendo de surpreso, eles sabem muito o cuidado tem que ser redobrado. Já estou muito longe para voltar a trás.

- Elijah, Mystic Falls é uma cidade especial. Minha cidade e nós moradores convivemos com vampiros desde muitos anos e por muito tempo tivemos que aceitar as condições deles e enterrar nossos entes queridos, mortos por estas criaturas. Então um dia decidimos que já bastava de tanto sangue derramado e resolvemos juntar os principais líderes da cidade e criar um conselho para combater os vampiros e agora depois de muito tempo lutando estamos conseguindo erradica-los da cidade. Mas como você mesmo viu ainda é algo que ocorre.

- Isso foi uma excelente ideia, depois de tantas mortes criar um conselho foi a melhor decisão. Quem mais é membro desse conselho?

- Porque tanto interesse no Conselho, perguntando assim parece que quer ser membro - Diz ele com um olhar de desafio.

- Haveria alguma chance? Quero dizer, eu teria alguma chance de entrar?

- Não funciona assim Elijah, você acabou de chegar a cidade, tem muito o que provar. Além disso eu não sou o único do conselho, então você teria que convencer outras pessoas.

- Então os chame que eu os convencerei. Sei que acabei de chegar e tenho todos os motivos para não entrar, mas sinto uma forte conexão com essa cidade e posso lhe garantir que tenho muito a oferecer - Ele me analisa com o olhar, vejo que está intrigado.

- De onde surgiu tão interesse? Agora a pouco não acreditava que vampiros pudessem existir e agora já quer participar do Conselho.

- Não gosto de injustiças, isso só foi reforçado depois que conheci alguém e esta pessoa me mostrou o quão injusto é pagar pelo que o outro fez. Se houve tantas mortes, quero ajudar a para-las.

- Gosto do seu tom decisivo Elijah, nesse caso... Benjamin! Venha até aqui por favor - pouco tempo depois, chega um homem de mais idade.

- Chamou senhor?

- Sim, peço que convoque o Conselho. O mais rápido que puder.

- Mas agora senhor? - Pergunta o homem curioso.

- Sim é urgente e por favor peçam que venham rápido que conseguirem.

- Sim senhor.

- Ah e mais uma coisa Benjamin, traga aqui aquela garrafa do meu vinho mais especial. Você sabe muito bem qual é - Diz ele lançando um olhar, que noto ser bastante subjetivo, para Benjamin.

- Pode deixar senhor Salvatore - Ele sai e esperamos alguns minutos até que ele voltasse trazendo uma garrafa de vinho que me pareceu ser bem antiga, o mordomo pegou duas taças e serviu a mim e ao prefeito.

- Esse é o meu vinho favorito, por favor Elijah aprecie - o olhar que ele me lançou foi de desafio e eu entendi o motivo quando aproximei a taça aos meus lábios. Era nítido o cheiro de verbena que aquilo emanava.

Ele deve ter acrescentado ervas de verbena dentro da garrafa e a deixado em sua adega como a sua ''bebida favorita''. E quanto mais o tempo passou mais forte ficou a concentração de verbena nesse vinho. Mas não posso recusar ou ele descobrirá.

- Saúde - Ao colocar na boca consigo sentir de imediato os efeitos, tudo queima, tudo dói e por estar tão concentrada se torna um desafio disfarçar. Mas então me lembro do motivo pelo qual estou sentado nessa sala e o rosto de Audrey me vem a mente. Engulo sem deixar vestígios que senti dor - Esplendido.

Hector riu.

- Fico feliz que tenha gostado, agora só precisamos esperar meus convidados chegarem.

Inclino meu corpo da poltrona em direção a ele e digo com o mesmo tom de desafio.

- Com prazer - A espera levou cerca de vinte minutos, mas finalmente Benjamin entra novamente na sala.

- Senhor Salvatore, eles chegaram.

- Pois muito bem, mande que entrem - Em seguida entram um homem e uma mulher.

O homem é moreno, cabelos presos em um rabo de cavalo, uma discreta barba e olhos verdes claro. A mulher possuía cabelo grisalhos bem curtos, uma cicatriz pertos dos olhos castanhos e uma expressão dura no rosto.

Me levanto da cadeira junto com Hector.

- Elijah, deixe-me apresenta-lo este é Paul e esta é Natalie. São os outros dois líderes do Conselho além de mim e será a eles que você terá que convencer.

- E o que este rapaz deseja? - Perguntou Paul curioso.

- Este rapaz deseja entrar para o Conselho - Diz Hector.

- E ele lhe convenceu Richard? - Diz Paul.

- Convenceu, a minha primeira impressão sobre ele foi boa. Gostei da atitude, talvez surpreenda vocês.

- Então porque não levamos ele lá para baixo? Aí veremos se ele de fato é capacitado - Sugeriu Natalie.

- Perfeito, por favor Elijah nos acompanhe - Eu concordo com a cabeça e ele me guia até uma espécie de subsolo na casa. As paredes são feitas de pedras e há tochas de fogo para iluminar o local. Quando terminamos de descer as escadas damos de frente a uma porta de madeira que é trancada com grossas correntes.

Richard tira um molho de chaves de dentro de seu paletó e usa uma das chaves para abrir a porta. Mas nada poderia me preparar para o que eu vejo quando as portas se abrem.

É uma espécie de sala de tortura, com macas de madeira conectadas a cintos de couro. Prateleiras cheias de verbena, adagas e madeira. Há correntes presas as paredes e no teto, ao olhar para o chão sinto meu estômago embrulhar ao ver rastros de fluídos que aparentemente nunca foram limpos e sabe se lá a quanto tempo estão lá.

- Esta é a sala principal do conselho, trazemos os vampiros para cá e os fazemos falar acha que é capaz de fazer isso Elijah? - Pergunta o prefeito.

- Sim, perfeitamente - Depois de ter ajudado Klaus em sua jornada para se tornar um híbrido torturar alguns vampiros não é nada - É apenas isso que tenho que fazer?

- De fato a sua insegurança impressiona - Diz Paul se aproximando - Então para terminarmos com tudo isso, peço por gentileza estenda o seu braço.

- Por que? - Pergunto desconfiado.

- Você não deverá apresentar algo fora do comum, por favor estenda - Eu olho em seus olhos verdes e sem saber o que esperar estendo o braço.

Ele puxa uma faca de dentro do paletó e abre um corte em meu pulso. Fico sem reação, mas em seguida entendo ele quer ver o meu processo de cicatrização.

Já consigo sentir as células do meu corpo se multiplicando para fechar o corte, preciso pensar em algo o mais rápido possível para disfarçar isso. Então sem que eles notem o que estou fazendo seguro meu braço cortado com o outro e começo a estica-lo por baixo para fazer o corte abrir mais e com isso atrasar a cicatrização.

Paul está observando atentamente, mas parece que consigo convence-lo. Em seguida ele retira um lenço do bolso e me entrega.

- Use isto para estancar - Seguro o lenço e vejo quando ele olha para Richard e faz um sinal positivo com a cabeça. Estou quase lá.

Mas agora é a vez de Natalie se aproximar de mim com um andar seguro.

- Estou impressionada Elijah, você fará muito bem ao Conselho. E para que você chegue lá eu estou lhe dando o seu teste final, uma comprovação de que está do nosso lado.

- O que devo fazer?

- É muito simples, mas por alguma razão são poucos aqueles que fizeram. Para entrar no conselho você precisa nos trazer a cabeça de um vampiro.

Como farei isso? Como encontrarei um vampiro e o mais importante sem fazer com que ninguém fique sabendo?

- Terei quanto tempo?

- Um verdadeiro caçador sabre cumprir as ordens de maneira mais objetiva e precisa. Lhe daremos uma semana, se conseguir fico feliz em lhe dar as boas vindas ao conselho. Mas caso fracasse vamos ter que tomar alguma providência não muito agradável com relação a você Elijah já que você descobriu tudo sobre nós - Diz ela com um pequeno sorrisinho de lado.

Continua....