DAMIAN

—Você não deveria estar felicitando os noivos? – a voz irritante do Tim consegue ser a coisa que mais odeio nele, e olha que a lista é grande.

—Celebrei o casamento, ninguém me disse que também teria que ficar pajeando o casal. –reclamo olhando por cima dos seus ombros, Tim estava concentrado nos monitores da sala principal da Star Labs. Todos os demais estavam na comemoração do casamento dos Hawke’s, com exceção do meu pai que já havia desaparecido, não sem antes deixar as coordenadas da nossa ilha na costa grega, caso o casal consiga partir para a lua de mel algum dia. –O que é isso? –aponto para uma lista de nomes no alto do monitor a esquerda de Tim.

—São os prisioneiros que estão dentro do Acelerador de Partículas. -haviam nomes perigosos. –Precisamos retirar os prisioneiros. Arkham tem capacidade de aguentar esses metas humanos?

—Lyla vai leva-los para uma prisão secreta da ARGUS. – me explica com a concentração voltada para o projeto do acelerador. -A única cela que estará em funcionamento vai ser a que o Wally vai ficar, para não desestabilizar esse brinquedinho. – Tim bate em uma das telas que mostrava o Acelerador.

—Como vamos colocá-lo lá dentro. Pelo que conheço de Wally não é homem de fugir da briga, principalmente das dele. – não podia julga-lo quanto a isso, o que é uma pena, gosto de apontar os defeitos do cabeça de fosforo.

—Ele sabe que esse é o melhor caminho. E se não aceitar por bem, Caitlin está trabalhando em um sedativo mais forte, na verdade está mais para uma tequila turbinada. – sorri. -Segundo ela, se um humano com um metabolismo normal tomar A Tequila, entraria em coma alcoólico e morreria em seguida, acho que vou arriscar as chance quando tudo acabar.

—Idiota. – reviro os olhos.

—Vai sentir falta de mim, irmãozinho?

—Vai sonhando. – respondo suprindo a vontade de bater a cadeira na cabeça dele.

—Vocês dois parecem crianças. – Sara entra carregando dois pedaços de bolo em mãos.

—Wally não está por aqui. – dou de ombro respondendo quase mecanicamente.

—Eu sei. – olha para os dois pedaços de bolo como se entendesse o porquê da minha associação. –Trouxe para vocês. Na verdade, usei o bolo como desculpa para saber se a cela de Wally já está pronta. De todas as maneiras que eu pensei em trancar meu marido em uma sala, essa não era nem de longe a mais divertida. –fala mecanicamente olhando para a cela em uma dos monitores, Tim e eu estremecemos com as imagens que se formavam em nossas cabeças.

Sara nos passa os pedaços de bolo trazido às pressas de uma confeitaria de Nova York, para um bolo que tinha sido desmontada suas partículas em um local e montado novamente aqui, estava incrivelmente agradável.

—Minha mãe vai levar esses com ela, – aponta para a lista dos vilões do Flash. –assim que o casamento acabar.

De repente as telas mudam sozinhas para várias imagens de Keystone, a cidade estava sofrendo uma ataque coletivo, dezenas de prédios pegando fogo e a ponte que ligava as cidades irmãs tomada por bombas, a costa se levantando em um imenso tornado.

—Vai Sara, coloca o Wally dentro daquela cela de algum jeito, agora! –Tim grita, enquanto Connor, Luna e os Queens passam pela porta, em seguida os Flash’s surgem já vestidos ao meu lado.

—Precisamos ganhar tempo para o Wally. –Felicity se senta ao lado de Tim, e Luna para ao lado dela.

—Me manda para lá, Felicity. –Laurel diz, já vestida como Canário Negro, e Tommy entra às pressas atrás dela, com a roupa semelhante à da Liga dos Assassinos.

—Eu vou com ela, e ganhamos tempo para vocês armarem um plano. –o Arqueiro Negro diz, indo com a Canário em direção ao teletransporte.

—Bom, ao menos conseguimos nos casar. –Connor dá de ombros, seguindo Oliver para se trocarem.

—Vocês vão precisar de mim. –Wally protesta ao ver o tamanho do dano em sua cidade.

—Por isso você vai entrar naquela maldita cela, agora.

—Odeio presenciar brigas de casal. –Dick murmura, entrando ao lado de Barbara. O irônico é que nunca vi nenhum casal brigar mais do que esses dois, na vida. E eu namoro uma Queen.

—Posso trazê-lo até aqui. –Wally continua protestando.

—Não poderíamos te usar na luta, se quiser trazê-lo Wally, é simples. –Cisco entra na sala parando ao lado do Barry. –Assim que entrar no acelerador, toda a Força da Velocidade em seus sistema pode causar uma explosão do tamanho da que deu os poderes ao seu pai, tio... ainda não me acostumei com o parentesco.

—Estamos perdendo tempo. –reclamo, mas ninguém parece me ouvir, até que Luna pega uma mala militar que estava em um canto do convex.

—Nós temos como atrair o Zoom. –diz colocando a mala sobre uma das mesas.

—Não vamos fazer isso! –Felicity diz, e todos nós apenas nos olhamos constrangidos por não fazer ideia do que diabo está acontecendo.

—Não precisa ser realmente ela. –Luna continua, abre a mala e joga o uniforme verde da Artêmis nas mãos de Sara, no momento em que os Diggle’s entravam no convex, vemos os dois congelar na porta.

—Eu preciso fazer isso. –Sara olha para os pais, segurando o uniforme nas mãos. –Foi a minha vida que esse filho da mãe tirou, no meio de todos vocês que compraram a nossa batalha, Wally e eu somos os que estão sendo privados de tudo! –Diggle olha para Lyla por um momento, e os dois parecem conversar em silêncio. –Eu me sinto grata por ter uma família que se preocupa, por ter todos vocês, mas sou capaz de lutar as minhas batalhas, posso ser útil quando estão lutando para vingar uma morte que nem mesmo aconteceu. Eu não morri no dia do meu casamento, mas parece que todos ainda acreditam que sim, e estão presos ao que sentiram naquele dia. Agora, a cidade onde moro está sob ataque, o herói dela vai precisar ficar preso, e eu vou atrair Zoom até aqui, não é uma escolha de qualquer um de vocês!

—Sara. –Diggle sussurra o nome da filha, e Lyla estende a mão para ela. Assistimos constrangidos os três se abraçarem e eles dizerem coisas no ouvido dela. –Tem certeza?

—Claro, sou filha de vocês, sei me cuidar. –sorri, recebendo um beijo de Lyla. –E você? –ela se vira em direção ao Wally, que parecia estar a ponto de explodir a qualquer momento.

—Eu vou para a cela, só não morra dessa vez. –Wally a beija, e desaparece, segundos depois o vemos na cela.

—Bom, acho que é isso então. –Felicity se vira incomodada. –Robins, Nightmare, Spartan e Flash. Vou deixá-los na ponte. –ela olha em nossa direção com o semblante cansado. –Se cuidem, por favor.

—Nós vamos ficar bem, mãe. –Isis vai em direção a ela e beija seu rosto. –Parabéns Lu. –repete o gesto com Luna e seguimos em direção a teletransporte.

FELICITY

Todas as vezes que estamos em batalhas como essa, me pego pensando como seria a minha vida se Oliver não fosse o Arqueiro Verde. Talvez nós nem mesmo nos conhecêssemos, ou estaríamos casados agora, mas se por algum motivo nós estivéssemos juntos me imagino criando Connor e Isis em uma fazenda, com vacas. E sim, Connor é meu filho independentemente de qualquer coisa, mesmo em minhas fantasias onde nada dessas merdas existam, ele ainda seria meu, e bem, um pouquinho da Sandra, eu meio que dependo dela para ele existir.

—Onde vai nos deixar? –escuto a voz de Oliver me tirando do meu devaneio, e o vejo ao lado de Connor, ambos vestidos como o Arqueiro Verde. –Felicity?

—Onde? –repito feito boba, com meu coração apertado em meu peito. –Bom, Sara e Luna tem um plano e vamos precisar de vocês nele.

—Nós gravamos uma mensagem, -Luna começa a contar. –com a voz de Sara. Precisam fazer com que todos os vilões a escutem, até que isso chegue aos ouvidos do Zoom, será como o áudio de um comunicador. Ele não pode perceber que é uma armadilha, então vamos fazê-lo entender que Sara tem sido mantida aqui por todo esse tempo. Ela vai aparecer em pontos específicos da batalha, onde o teletransporte alcançar e desaparecer em seguida, até que ele consiga segui-la, então vamos telo onde queremos. Teletransportando os dois para o centro do acelerador.

—Isso soa como algo relativamente seguro. –Lyla diz, parando ao meu lado.

—E quanto a Iris e os gêmeos? –Connor pergunta.

—Estão em Star City, na caverna com sua mãe, Phill e Joe. –respondo engolindo em seco. –Achamos melhor tirá-los das duas cidades.

—Que merda. –murmura, provavelmente pensando no estrago que os gêmeos fariam nas coisas dele.

—Estamos prontos. –Oliver informa quando Sara volta com seu uniforme.

De alguma forma estranha me sinto bem em vê-la novamente sob o capuz, talvez seja mesmo a coisa certa a se fazer. É engraçado o fato dela nunca ter conhecido a mulher de quem herdou o nome, mas Sara Diggle herdou muito mais coisas de Sara Lance, é uma guerreira impecável quase uma amazona, merece o nome que carrega. Deus como me sentia intimidada com a mulher que Sara foi, e minha filha sentiu o mesmo por Sara Diggle, é como se a história se repetisse. Mas espero que minha Sara tenha um final feliz.

Oliver vem em minha direção para me dar um beijo, quando olho para o lado vejo que Connor fazia a mesma coisa com a esposa dele, sorrio assistindo a cena. O carinho imenso entre os dois, enquanto trocavam palavras de incentivo. –Eles me lembravam tanto nós dois no começo. –devaneio.

—Não te lembram mais?

—Sim, mas não pelas mesmas razões de antes. –suspiro. –Me apaixonar por você me fez a melhor versão de mim mesma.

—Sou melhor com você.

—Eu sei. –respondo soando convencida sem querer. –O que quero dizer é que eles são melhores só por que o outro existe, não sei o que seria de um se perdesse o outro Oliver, e isso me preocupa. Eles estão tão felizes... –não conseguia deixar de sentir o aperto insuportável em meu peito.

—Eu vou trazer seus filhos de volta. –garante, tocando minha face.

—É bom voltar com eles, sabe como fico quando me irrita, e se morrer vai me deixar muito irritada! –ameaço o vendo sorrir. –É sério Oliver, por favor. –imploro.

—Vai ficar tudo bem. –ele pressiona os lábios contra os meus.

—Mãe, nós vamos voltar, sou um homem casado agora. –não consigo deixar de sorrir pela forma que Connor entoa as palavras, como se elas soassem estranhas aos próprios ouvidos. –Quem diria que um dia você escutaria isso sair da minha boca?

—Eu te disse que ela era seu unicórnio. –Sara empurra o ombro dele.

—Asa Noturna e Batgirl. –Luna chama para os mostrar o mapa da cidade. –Barry está lutando com o mago do tempo na costa de Central City. Robin, Nightmare e Red Robin estão tirando as pessoas da ponte e tentando impedir o Capitão Bumerangue de avançar. Temos o metamorfo aqui, e o Mestre dos Espelhos lá, -aponta para um ponto do mapa. –e vamos deixá-los aqui. –aponta para outro ponto. –O trabalho de vocês é impedir que qualquer outro que não for Zoom se aproxime de Sara. –estremece ao dizer. –Se cuidem.

—Luna, eu vou voltar querida, não precisa chorar. –Dick diz implicando com ela, enquanto os cinco caminham para o teletransporte, Barbara que não parecia se importar nem um pouco, se divertia com a chatice do marido, enquanto Oliver e Sara reviravam os olhos. –Cara, como conseguiu fazer com que ela se casasse com você?

—Eu não sei, como fez para conseguir a Babs? –Connor rebate.

—Luna é areia demais para seu caminhãozinho.

—Barbara é muito...

—Graças a Deus. –Luna murmura quando eles desaparecem, fazendo com que Lyla e eu a olhássemos sem entender. –Não aguento mais esses dois! –justifica, e sorrimos entendendo bem o sentimento.

LUNA

É sinistro ver todos lutando juntos, ao mesmo tempo, no mesmo lugar, parecia o presságio do apocalipse, como se a terra fosse se abrir em fendas de fogo e o do céu fosse cair raios negros. Acho que devemos estipular uma cota de bandidos e heróis por cidade, três de cada para ficar justo. Tenho que lembra de pedir a Laurel para fazer um pedido de emenda constitucional.

‘Gláuks.’ Sara me chama.

—Na escuta, Artêmis. – Felicity e Caitlin estavam cuidando de todos os pontos da cidade, minha única missão era não errar com a Sara. Em outras palavras, a vida da minha melhor amida, do amor do meu melhor amigo, da afilhada da minha chefe, da irmã postiça do meu marido e filha do cara mais decente que conheço, está nas minhas mãos, e não, não iria falhar com ela.

‘A transmissão do áudio, já está em circulação?’

—Sim, vários trechos já entraram por “interferência” nos comunicadores.

‘Vou entrar.’ Sara estava no alto de um prédio no centro de Keystone, no meio da confusão maior.

—Só uma flecha, é o suficiente. – indico, primeiro por que não poderia ser muita informação de uma única vez, depois por que ela já estava muito perto de Zoom, e temia pela sua segurança.

Vejo Sara dispara uma única flecha na perna do Capitão Bumerangue, que não cai, mas facilita muito Red Robin terminar o serviço ao lado do Robin e da Nightmare. Teleporto Ártemis para o outro ponto da cidade onde o Asa Noturna estava apostos para cobri-la se algo acontecesse.

—Aquele é o Onda Térmica? – só metade de mim ouve o espanto de Felicity.

— Ele está cobrindo John, contra o Metamorfo? - Caitlin parece mais espantada que Fel.

Perto de onde Dick estava com Sara, o Flash lutava com Mago do Tempo e com o Pião, Barry tentava manter a luta longe de pessoas inocentes, mas ele precisa abrir uma brecha para que Sara agisse. De maneira rápida Ártemis atingi uma flecha tranquilizante no Pião, dando tempo do Mago a visse entrando nas sombras de um beco mal iluminado. Dick aproveita a distração causada por Sara, e entra na luta contra o vilão que parecia ter visto um fantasma. Barry lança para o Grayson a “varinha” como diz o Cisco, que anula os poderes do Mordon e desaparece.

‘Zoom falou que ela estava morta, Ártemis era para estar morta.’ Mago repete, mas acredito que para si mesmo do que para o comunicador.

‘Você tem que se acostumar com essas coisas, meu chapa.’ Dick começa a lutar, mas parecia incrivelmente empenhado em matar alguém de raiva hoje. ‘Esse lance de morte não segura um de nós por muito tempo, deveriam desistir, isso pouparia vários olhos roxos no futuro imediato. ’

‘Estou oficialmente de volta Baby!’ Sara comemora indo para outro ponto da cidade.

—É está. – não posso impedir um sorriso fácil que surge nos meus lábios, era reconfortante vigiar minha amiga, mesmo em situações tão aflitivas.

—Olha. –Felicity chama minha atenção para um monitor que mostra Zoom mudando de rota.

—Ártemis, ele já sabe. – informo, e o aperto em meu peito se reforça.

‘Essa era a intenção.’ Ela não se abala.

—Lyla levou os últimos prisioneiros. – Cisco entra correndo do convex. – Mas ainda temos que nos preocupar com Thawne.

—Connor é com você. – notifico meu marido, que Sara estava a caminho. Connor olha a distância Canário Negro, e Tommy lutando contra o Trapaceiro e sua série de explosivos em formas bizarras, sei que estava em cólicas para participar da luta, mas Connor sabe se controlar quando necessário.

—Lembra quando ele se juntou com o Homem Brinquedo? – Cisco se volta para Caitlin que estremece com a lembrança. – Foi pior que qualquer filme do Chuck.

Sara aparece ao lado de Connor, de novo no alto de um prédio, os dois começam a atirar flechas nas bombas do trapaceiro que explodiam antes do tempo. A cada local Sara aparecia por mais tempo, quase como uma miragem se concretizando.

—E o B2 mudou novamente o curso. - Cisco aponta para o ponto azul no mapa que nos dava a localização do Zoom.

—B2? –Caitlin pergunta incapaz de se conter.

—Barry chama o Flash Reverso de Bananão, então o Zoom se tornou o B2, tipo Banana de Pijamas, não se lembra? –paro de prestar atenção neles, e volto a coordenar os teletransporte de Sara.

Mudo Sara de lugar sem aviso, a levando para o próximo ponto, onde Barbara a esperava, dando liberdade para Connor entrar de vez na batalha contra o Trapaceiro. Batgirl estava afastada, a sombras onde Barry lutava agora com Grodd, Isis, que havia acabado de chegar da luta contra Bumerangue e Jason que também tinha chegado agora, a davam cobertura, mas Grodd parecia nem sentir as investidas dos dois.

‘Odeio Macacos.’ Capuz Vermelho reclama, o que foi uma péssima ideia por que o gorila enlouqueceu de raiva.

‘Merda!’ Isis pragueja.

‘Preciso de mais tempo aqui, Gláuks.’ –Sara diz, e aponto para Cisco. Ele vai para o centro do teletransporte e o encaminho para a batalha, liberando Sara para voltar a transitar.

—Como combinado Ártemis, e essa guerra termina hoje. – precisávamos de paciência, se não tudo estaria perdido.

‘Sim, termina hoje.’ –mais pareciam preces as palavras de Sara, e um arrepio desconfortável percorre minha coluna. Artêmis entra na luta, agora por um tempo maior, o suficiente para ela gravar uma flecha com as próprias mãos no braço de Grodd. Batgirl a tira do círculo de alcance do Gorila, e eu a teleporto no momento exato que Hunt chega ao local.

‘Ele me viu.’ Sara confirma para Oliver, que estava a esperando no último ponto, onde Abra Kadabra lutava contra Speed e Arsenal.

‘Já está acabado Ártemis.’ Oliver confirma a Sara, a abraçando antes de entrarem na Luta. Quatro arqueiros experientes juntos, era como ver cenas de guerras épicas, com chuvas de flechas caindo do céu, quase Troia, só que sem as pernas do Brad Pitt e do Erick Banner, sem falar do gracinha do Orlando Bloom. Mas claro que sou acordada do devaneio bom que eram as pernas do Pitty no começo dos anos 2000, já que Zoom estava próximo.

—Pronta? – alerto Sara.

‘Me deseje sorte, Gláuks.’

—Você não precisa. –respondo com minha garganta embargada. -Três, dois... – e aciono teletransporte no momento exato que Hunt alcança Sara. Deus, acho que nunca tive tanto medo na vida.

Pelas câmeras espalhadas no Acelerador de Partículas, vejo o momento exato que os dois chegam, Sara se acostuma quase que imediatamente, já Hunt cai no chão sem entender ao certo o que estava acontecendo. Zoom tenta se levantar, mas a gravidade era diferente, pesada, então leva um tempo para que consiga se mover.

—Pode demorar o tempo que precisar. – Sara o observa tirando o capuz deixando os cabelos soltos. – Quero que veja com quem vai lutar, quero te derrotar em pé. – Zoom se levanta também tirando o capuz. – Você roubou a minha vida. – Sara encurta o espaço e disfere um golpe seco. – E eu vim recupera-la. – mais outro golpe, agora na lateral do corpo de Zoom, que cai.

—Isso é bom. – Hunt levanta a cabeça, seus lábios já inchados e sangrando. – Assim Wally vai ter uma segunda chance de aprender com os erros. Assim que eu te matar, dessa vez para sempre.

Hunt se levanta agora pronto para revidar aos golpes, mas Sara é mais rápida, mais experiente. Porém Hunt estava obcecado, e a cada novo golpe que desferia, mais ódio, podia ser visto em seu olhar, mesmo sem poder acessar sua velocidade, em seus olhos era como se raios se moviam ali, igual aquele personagem Raiden daquele filme ruim do Mortal Kombat.

‘Precisa terminar com isso.’ Ouço Wally através dos comunicadores ligados a sua “cela”. Hunt então vê Wally, o que o deixa ainda mais motivado.

—O Acelerador não está aguentando. –Felicity chama minha atenção me despertando para os meus monitores.

—Está tendo uma interferência. - vejo os gráficos de energia oscilando.

—Não, os motores estão superaquecendo, mesmo só com o Zoom. – Caitlin aponta para os gráficos. – Precisamos recuperar a estabilidade, está interferindo na cela de contenção do Wally e do Thawne.

Antes que pudéssemos fazer alguma coisa, uma explosão ocorreu sobre os nossos pés, Wally bate desesperado na porta de sua cela, a gravidade ainda estava sendo mantida no Acelerador, mas não duraria por muito tempo.

—Barry. – Caitlin chama o Flash pelo comunicador. – Thawne está solto.

Me viro para Felicity que tentava de todas as maneiras segurar a estabilidade do Acelerador, mas não tínhamos mais que três minutos, a gravidade também não estava totalmente estabelecida no andar inferior onde Thawne estava desacordado. Barry aparece ao nosso lado, com o uniforme rasgado, e um hematoma, já cicatrizando em sua bochecha.

—Não pode entrar lá dentro. – Felicity o avisa. - A estrutura já está desabando, se você entrar lá agora, a primeira explosão desse Acelerador vai parecer luzes de festas de final de ano.

—Não vai importar muito. – a aviso vendo as luzes de emergência se acender enquanto Thawne recupera a consciência.

Vejo Sara começando a perder a luta, Zoom a pressiona contra a parede e soca diversas vezes seguidas a sua face. Entro em pânico ao me dar conta de que os socos estavam ficando mais velozes a cada segundo. Mudo para a cela do Wally, que tinha as mãos pressionadas contra o vidro.

—Temos que soltá-lo. –digo para Felicity que tinha os olhos cheios de lágrimas.

Dentro do acelerador, Wally permanece preso na cela. A gravidade é restabelecida e Hunter volta a ter acesso a velocidade, ao mesmo tempo que Thawne também, e Barry não está mais aqui, e sim em uma luta frenética com o Flash Reverso. As luzes falham uma vez, então tudo em nossa volta se apaga. Sinto a mão de Caitlin em meu braço, e consigo ver com dificuldade Felicity descalçando os sapatos dos pés.

—Nossa comunicação foi cortada. –Felicity sussurra para nós, com uma mão pressionada contra o comunicador em sua orelha.

—Sem energia não temos teletransporte. –sussurro de volta, vendo flashes de luz causados pelos raios amarelos de Barry, e vermelhos do Eddie.

—Podemos reestabelecer a conexão, se conseguirmos chegar ao gerador no terceiro andar. –Caitlin tira os saltos dos pés, e faço o mesmo.

—É arriscado demais. –Felicity diz, olhando para o estrago que estava sendo feito em nossa volta, sempre que uma de nós parecia estar prestes a ser pega pelo raio vermelho, o amarelo surgia do nada e o lançava para longe, então voltavam a se bater. –Caitlin, aqueles sedativos que usamos anos atrás, ainda existem?

—Não sei do que vocês estão falando, mas eu vou descer e soltar o Wally. –falo desesperada.

—Luna desce para soltar Wally, eu vou ligar o gerador, e Felicity os sedativos estão no terceiro armário a esquerda. –Caitlin aponta para a sala onde ficam as macas no fundo do convex.

Não fico por mais tempo para descobrir o que aconteceu. Corro pelos corredores orando para que se Deus ainda me escutasse, que Ele me ajudasse a chegar inteira e a tempo, na porta do acelerador. Ergo a saia do vestido, e tento impulsionar meu corpo com mais velocidade. “Você pensa demais, Lu. Se apenas seguisse seu instinto não seria tão lenta.” É o que Wally costumava dizer em nossos treinamentos. Passo a me focar em sua voz dentro da minha mente, e quando percebo estou na porta do acelerador, escutando a voz do Zoom, e alguns gemidos de dor vindos de Sara.

Retiro a tampa dos circuitos, e desconecto dois fios. É como fazer ligação direta em um carro, nada acontece e meus olhos começam a ficar embaçados pelas lágrimas. Tento pela segunda vez, e as luzes piscam antes de brilharem novamente. Caitlin conseguiu! Assim que os fios se tocam, a porta se abre e uso o monitor para trazer a cela de Wally, dando o comando de libertá-lo. Quando sinto algo me puxando em alta velocidade, e sou lançada contra a parede, dentro do acelerador. Sinto uma dor tão grande que só pode ser descrita como entrar em uma banheira cheia de gelo e piranhas que estivessem comendo minha carne, enquanto algo prendia meu pescoço, mantendo meu corpo a centímetros do chão, tornando impossível respirar.

—Solta elas, Hunter. –a voz do Wally estava irreconhecível, transtornada por ódio.

—Ou vai fazer o que? –questiona, me esforço para abrir os olhos e consigo ver Sara aos pés desse desgraçado que pressionava sua garganta pisando sobre ela.

—Qual é o sentido de tudo isso? Você quer que eu te mate? –Wally dá um passo lento em nossa direção e o aperto em minha garganta se torna mais forte, um gemido de dor escapa por meus lábios, e Sara já estava inconsciente. –Pensei que quisesse me tornar um herói melhor, mas o que está fazendo é me dar bons motivos para que me torne um assassino, não precisa ser assim Zoom. –Hunter solta uma gargalhada que gela meus ossos, e um raio passa pelos olhos de Wally e ao redor do corpo dele.

Não sei como descrever o que aconteceu a seguir, em uma fração de segundos vejo toda a minha vida passar por meus olhos. Meus pais dançando em frente a lareira, enquanto Phill e eu cantávamos desafinados. Minha entrevista de emprego com Felicity, a primeira vez que vi Isis e Oliver na QC, meu primeiro treino com o Wally, a voz de Sara saindo do meu pingente de estrela, o time reunido. E Connor, ele cantando o tema do Club Dos Cinco dentro de um elevador parado para me acalmar, cada parte de seu rosto perfeito, sua voz entoando os nossos votos de casamento e a certeza de que isso é mais do que muitas pessoas já tiveram em toda a vida.

Wally dá um passo para o lado no momento em que uma flecha verde passa raspando ao lado de seu corpo. Zoom me solta de forma abrupta para segurar a flecha que para a centímetros de seu rosto, e a última coisa que vejo é Connor correndo em minha direção com o rosto deformado pelo desespero. Então escuto meu nome, em um lamento atormentador.