DAMIAN

Isso me parece exagero, como todas as mulheres que tiveram aquela adaga dos infernos tiveram mortes horríveis? Faz dias que estou procurando mais informações sobre essa maldita adaga, não que eu me importe com tudo isso, por que não sei bem até onde me importo de verdade e onde minha curiosidade começa. Mas ter em mãos um objeto capaz de desvendar o futuro, é uma vantagem inegável. O problema é que até agora, em meio a todas as pesquisas, só achei desvantagens concretas. Todas as mulheres que a possuíram terminaram a vida em meio a um desastre.
–Ei moleque! – Barbara entra na biblioteca da mansão segurando a mão de Chloe, sua filha mais velha, que logo se solta e vem correndo para o meu colo, a seguro por reflexo, a levantando para meu colo.
– Tio Dam! – ela abraça meu pescoço e tenho que admitir, ela é mais forte do que se faz parecer.
–Oi Chloe. – tiro ela do centro a ajeitando em uma perna e volto minha atenção aos pergaminhos a minha frente. Essa menina tem, se é que é possível, a soma da persistência do Dick como a teimosia de Barbara, por isso não adiantaria colocar ela no chão ou falar para ela sair de perto de mim, por que ela iria sorrir com aquela carinha meiga e me abraçar ainda mais forte. Se você pensa que eu estou com problemas, imagina o que ela faz com o meu pai, não duvidaria se Chloe subisse nas costas do velho Wayne o usando como cavalinho imaginário.
–Tio Dam, mamãe comprou um montão assim de sorvete para mim. – estica os seus bracinhos indicando a proporção exagerada.
–Que bom, que bom. – continuo olhando os pergaminhos fingindo atenção para a pestinha.
– E trouxemos o seu favorito. – Barbara coloca uma sacola na ponta da escrivaninha. – Chocolate amargo para combinar com o seu humor encantador. – ironiza. – E o pior que quem lembrou do seu gosto foi ela ai. – olho para Chloe e ela tem aquele brilho de felicidade tipicamente inocente em seus olhos grandes e azuis.
–Obrigado baixinha. – agradeço sinceramente.
–O sorvete favorito do tio Dam é chocolate amargo, o do tio Tim é aquele vede com chocolate, do tio Jason é ... – ela parece se esforçar para lembrar. – café, do papai é pistache o da mamãe é de molango com chocolate, do vovô Jim é ameixa, do vovô Buce é cleme e o do Al é de chocolate. – não posso evitar de sorrir.
–E qual é o seu favorito? – pergunto realmente curioso.
–Eu gosto de tudo junto. – garota esperta.
–E gosta da dor de garganta depois também. – Barbara faz cara de brava e a menina se encolhe em meu colo. – O que você está pesquisando ai? – me pergunta virando um dos pergaminhos para ela. – Ah... o lance da Adaga. Você está muito ligado com a Isis não é mesmo? – procurei ali algum traço de escárnio, mas nada, apenas um observação que eu preferi desconsiderar da conversa.
–Todas a mulheres que tiveram a Katoptris tiveram mortes terríveis, algumas enlouqueceram, e depois morreram, e outras surtaram, mataram meio mundo e depois morreram. – mostro pergaminho por pergaminho para enfatizar o que dizia.
–Helena, Hipátia, Cleópatra, Joana D’arc, é eu também achei esses nomes. – Barbara sorri tristemente. – Mas tem nomes que não estão nesses pergaminhos Damian. – ela senta na cadeira a frete da mesa e me olha fixamente, apenas parte da minha consciência percebe que Chloe havia ficado misteriosamente quieta em meu colo. – Olha, essa adaga sempre esteve ao lado de mulheres que mudaram a história, algumas delas sim tiveram os finais trágicos, mas segundo alguns registros, na verdade segundo alguns boatos muitas mulheres as tiveram e nunca informaram a ninguém, ou melhor, eram poucas as pessoas que sabia da existência da Katoptris.
–Serio? E você pode dar nomes a esses boatos? – eu não queria me apegar a qualquer esperança, ou melhor, queria, eu já não estava me entendendo direito a essa altura.
–Margareth Tacher durante os primeiros anos como primeira ministra da Inglaterra, Isabel Bowes-Lyon durante os anos finais da Segunda Grande Guerra, Tamar da Geórgia por boa parte do seu reinado, Mochizuki Chiyomi na maior parte de sua vida, sem falar em todas as outras mulheres que mudaram o mundo e nem temos consciência disso. – ela respira parecendo colocar a mente em ordem. – A Adaga só aparece quando o mundo precisa dela, ou melhor, quando o mundo precisa dela é há mulheres dispostas a lutar por ele. Isis foi escolhida por um motivo. – Barbara vem até mim e pega Chloe que estava adormecida em meus braços. –O surto de açúcar no sangue dela parece que acabou. – sorri olhando para filha. – Vou indo, por que preciso passar no gabinete do meu pai. – ajeita a filha em seu colo. –Damian. -ela se vira para mim já na porta. – A história raramente conta finais felizes por vários motivos, mas o principal deles é que finais felizes não causam impacto, a maioria das pessoas não se impressiona com guerreiros que morreram de velhice sentados em uma poltrona confortável em frente a lareira, mas todos sabemos que finais assim acontece, não são sempre, mas acontece.
Barbara sai pela porta me deixando outra dúvida, eu sabia que as coisas poderiam ter um final aceitável agora, mas a pergunta era: qual a diferença de Thatcher para Hipátia? Além é claro, do tempo menos bárbaro, será que alguma coisa poderia ter feito a Adaga se rebelar contra o seu receptáculo?
Olho novamente para os pergaminhos e a imagem de Joana D’arc salta aos meus olhos. –Porra! – me levanto deixando o sorvete derretendo sobre a mesa. – Desculpe Chloe. – desço até a caverna a procura de algum comunicador. – Tim?
‘Qual é o problema moleque?’ Tim era uma pessoa normalmente muito bem educada, ou pelo menos era isso que o povo falava, mas isso nunca se aplicou a mim, mas tudo bem, por que eu não ligo, e por que eu sou bem pior.
–Isis, localize ela.
‘Olha ele está apaixonado, e está usando o irmão mais velho para satlkear a paixonite dele.’ eu sei que ele está tentando me irritar e juro, ele está atingindo o seu objetivo.
–Faz o que eu mandei ou a Cassandra vai descobri aquele arquivo em que você salva as de fotos dela.
‘Que merda de arquivo?’ Ele tinha caído.
–Aquele com fotos nuas que você conseguiu tirar. – um sorriso de satisfação se molda em meu rosto.
‘Eu não tirei merda de foto nenhuma. ’
–Fato, mas até você conseguir provar, vai levar muito tempo, sem falar em todos os hematomas pelo seu corpo.
‘Okay moleque insuportável, mas dá próxima vez um simples ‘por favor’ já é o bastante.’ demora um tempo até que consegue localizar Isis. ‘Ela está em Central na STAR Labs.’
–Me manda para lá, agora!
‘Claro, pedindo com essa educação.’ e em um piscar de olhos eu estava parado a porta do escritório de Caitlin e Cisco, Isis estava sentada com todos a sua volta, saio correndo com medo de que seja tarde demais.
–O que você viu? – Caitlin passa um copo de água para Isis enquanto espera uma resposta.
–Não! – grito chamando a atenção de todos para mim. – Isis, não diz nada.
–Qual é a sua moleque? – Connor grita bem irritado, mas particularmente, eu não dou a mínima, e acho que vou trocar meu codinome de Robin para moleque. – O que você está fazendo aqui?
–Estou tentando salvar a vida da sua irmã.
Passo por todos, puxo Isis pelo braço e a tiro arrastada da sala, eu apenas ouvi ao longe Luna falar com Connor para que ele nos deixassem por um tempo, mas não me importei tanto a ponto de me virar e agradecer a compreensão da única pessoa que parecia estar pensando ali. Levo Isis até a parte de fora do laboratório, e aponto os degraus da escada para ela se sentar, me encosto no corrimão e fico em silencio por um tempo.
–Vai me dizer por que me impediu de contar que o meu...
–Silencio! - a interrompo antes que ela faça uma besteira. – E o seguinte, não sabemos do que essa Katoptris gosta ou não gosta, mas vamos tentar reduzir ao máximo a possibilidade de um final ruim para essa história. – eu olho para Isis e percebo que alguma coisa que ela viu está a abalando muito. –Vai por mim Isis, você não vai querer acabar em uma fogueira.
–O que? – diz em choque.
–Essa é a informação concreta que tenho. Algumas mulheres tiveram essa Adaga, algumas morreram de velhice, outras de formas muito desagradáveis. – precisa criar um ponto para que ela entendesse. - Isabel Bowes-Lyon morreu por pneumonia é isso que eu desejo para você.
–Você quer que eu morra colocando os meus pulmões para fora? Valeu Damian mas vou tentar a sorte com o pessoal lá de dentro. – Isis começa e levantar, ela não tinha entendido, mas pensando bem nem tinha como a culpar.
–Não. – a puxo de volta me sentando ao seu lado no degrau, tentando recomeçar e explicar tudo a ela. - Isabel Bowes-Lyon morreu de pneumonia aos cento e dois anos é isso que eu desejo a você Isis, eu quero que você viva muitos anos e morra deitada em sua cama com um cachorro deitado em seus pés enquanto assiste algum filme idiota de comedia romântica. Eu não quero que você morra aos dezenove anos queimada em uma fogueira ou aos vinte sendo espancada por fanáticos religiosos dentro de uma catedral.
–Acho que isso é um desejo de ... seja feliz nessa vida? – tenta enquanto me olha como se eu fosse um bicho esquisito e exótico que ela não sabia se era venenoso ou não.
–Mais ou menos isso. Mas a questão é que o pouco que sabemos são de contos como o da Helena ou da Joana D’arc, principalmente da Joana, ela contou a todos as visões dela, e por isso foi considera uma bruxa e morreu queimada. – tento resumir.
–Ela morreu por que a Igreja achou que era uma bruxa. -diz cética. -Não acho que pessoas que convivem com alies e meta humanos, irão me condenar ao mesmo fim.
–Em sua primeira visão, você me procurou e pediu para que não te fizesse perguntas, por quê? – acho que eu tinha conseguido um jeito de explicar o que eu queria a ela.
Isis para e pensa. -Deduzi, que Helena não falava por algum motivo.
–E estava certa, seguiu seus instintos. Normalmente os nossos instintos estão certos.
–Damian eu não vou conseguir. – ela fala com os olhos cheios de lágrimas, e isso de alguma forma faz algo dentro de mim se apertar um pouco. – O que ela me mostrou agora a pouco... Eu não sei o que fazer.
–Vamos achar um jeito. Eu vou te ajudar. – não entendo por que queria ajudá-la, por que estava tão envolvido, mas já era tarde, eu estava nisso até o pescoço.
–Isis. – ouço Cisco a chamar perto da porta. – Eu acho que eu sei o que você viu.

ISIS

De todas as torturas do mundo, nunca imaginei em ser bombardeada por imagens do meu pai sendo espancado até a morte, por um dos homens mais gentis que eu conheço. Clark parecia estar transtornado pelo ódio, enquanto seu punho acertava meu pai vezes seguidas, e posso te garantir que vi a luz sair de seus olhos. Ele dosava sua força, como se quisesse que o arqueiro sofresse, sentisse cada osso de seu corpo se partir, antes de dar fim a sua vida, aquilo, foi a coisa mais cruel que já vi em minha vida. Os dois estavam na fortaleza da solidão, e o último ato de meu pai foi lançar uma flecha com algo pendurado, para fora do forte, em seguida os lazeres dos olhos de Clark atravessaram seu crânio.
Me diz como superar isso? E o principal, como impedir o homem mais forte do mundo? Talvez se eu fosse o Batman, Shazan ou se eu fosse o J'onn J'onzz, talvez e só talvez, pudesse impedir isso de acontecer, mas eu não sou. Sou uma garota a quem o destino, muito perversamente, deu essa maldição. Eu posso ver o futuro, não posso dividir com os outros, e principalmente não posso salvar as pessoas com quem me importo. Agora estou sentada, de novo no escritório do Cisco e da Caitlin com todas essas pessoas me olhando.
–Me diz uma coisa Isis, você consegue entender os meus poderes? – Cisco para a minha frente me olhando como se eu fosse uma criança.
–Para ser sincera, não muito. Sei que você consegue rajadas de vibrações, isso é útil para quebrar coisas e afastar seus inimigos, e tem esse lance de não ficar parado em lugar nenhum, é muito confuso para mim. – o que os poderes do Cisco tem a ver com essa visão?
–Mais ou menos isso. – ele contém o riso, bom saber que a minha burrice o diverte. Cisco abre uma lousa holográfica a nossa frente, tive vontade de pedir uma caneta e um caderno, por que tinha a impressão que começaria uma aula, e que essa matéria valeria pelo menos 90% das minhas notas finais. – Esse é o universo. – e em nossa frente surge um monte de estrela e planetas, alguns buracos negros, enfim, a ilustração do universo. – A maioria das pessoas pensam que isso aqui é tudo. Digo, tudo mesmo, que todas as histórias que já existiram se passaram aqui, que todas as fórmulas matemáticas e romances, que nada, além disso, existe. Mas não é verdade. – e de repente toda a sala ficou repleta de ilustrações semelhantes aquela a minha frente. – Isso é conhecido como multiversos. 52 infinitos distintos. – olhei para a Connor e para Luna esperado que eles dissessem as falas de algum filme, mas estavam impressionados, acho que todos ali estavam. Cisco meche em alguma coisa e agora a sala é repleta de pequenas versões do planeta Terra. –Existem tantas versões da terra quanto versões do universo, 52 por tanto. – ele para em frente uma e aponta. – Nessa daqui os seres humanos não existem, por que os dinossauros não foram extintos, nessa aqui ouve um holocausto nuclear e acabou com toda existência, virando um bloco enorme de gelo, nessa aqui as crianças já nascem com toda as informações existentes na cabeça, um sistema de aulas intrauterinas, causa mais abortos espontâneos, afinal uma coisa é fugir da escola enquanto estamos formados, outra é quando o seu pulmão não está totalmente desenvolvido, brincadeira. – ele aponta para outro planeta. – Nesse aqui Batman é casado com a mulher gato e tiveram uma filha como Robin. – olho para o Damian que tenta esconder a cara de choque. – Você está entendendo a onde eu quero chegar?
–Sim, acho que entendi...
–Não, você não entendeu. -ele assovia antes de se sentar na mesa a minha frente. -Essa é a semelhança aos meus poderes, todos esses universos existem no mesmo lugar, ao mesmo tempo. E estão em constante vibração que é a única coisa que os separa.
Se aquilo era verdade, se tudo estava acontecendo ao mesmo tempo... – O que eu vi não vai acontecer aqui? – por um momento eu me enchi de esperança, mas logo ela se desfez, em algum lugar, não aqui, mas em algum lugar o meu pai iria morrer do mesmo jeito.
–O que você viu está acontecendo aqui. – Ele puxa um dos hologramas até uma das terras estar em suas mãos. – Aqui está acontecendo uma guerra, já faz algum tempo. Muitos já morreram, as vezes por pessoas que diria ser impossível cometer esse ato. – Cisco olha para Damian, foi rápido, mas consegui captar. – E Isis, não tem nada que você possa fazer para alterar. Cada Terra tem o seu destino, melhor cada Terra tem os seus roteiristas. Você não pode alterar o script dos outros mundos, mas você pode ajudar a escrever o roteiro perfeito para essa Terra.
–Mas como ela vai saber quando ela está vendo essa realidade e não qualquer outra? – Luna diz com uma voz tímida.
– É mais ou menos como ver um reboolt de um filme, às vezes os atores são outros, mas vivendo os mesmos personagens, outras vezes a mesmas histórias com pequenas modificações e novos finais. – Cisco diz enquanto desliga a lousa.
– É como ver 007 com os nove atores que já o interpretaram? – Connor aperta levemente o meu ombro me apoiando.
–Não poderia ter escolhido explicação melhor. – Cisco sorri voltando para os seus computadores.
–Então vou ter que aprender a diferenciar o que posso ou não fazer, sem contar nada a ninguém. – olho para Damian que é o único que realmente parece entender o que eu estou passando. - Será que em algum desses planetas tem uma de mim que tem uma vida normal e chata?
–Sim, ela é um porre, mimada, patricinha e ninguém gosta dela. – Cisco sorri com a imagem. – Posso dizer sem sombra de dúvidas, de todas as Isis que existem você é a mais legal.
–Claro, claro... Como se você fosse jogar na cara que eu sou insuportável. –tento respirar para aliviar a pressão em meu peito. – Acho melhor eu ir para casa.
– Eu te levo. – Connor se prontifica, eu o puxo para um canto, precisava conversar com o Damian.
–Leva Luna, eu peço para o Damian me levar. –Connor não gostou da ideia. – Eu preciso falar com ele. – concorda de má vontade, mas parece não estar afim de me causar mais irritação, não por agora.
Eu precisava agradecer a Damian, e talvez desabafar, e ele era a pessoa mais improvável, mas me sentia confortável em falar dessas maluquice, ele me ajudou, e sei que vai continuar me ajudando.

DICK

–Fala que tem um bom motivo para me tirar de casa em um dos poucos momentos em que a Barbara saiu com as crianças e eu tenho uma hora inteira de sossego. – reclamo enquanto desço os degraus da Caverna.
–Preciso treinar e não estou afim de bater em um robô sem vida. – Bruce já estava totalmente vestido, faltando apenas a maçará. Sorrio, essa era a sua maneira de pedir conselhos, palavras em meio a socos e chutes, algumas pessoas preferem fazer isso enquanto comem uma fatia de cheesecake, particularmente eu prefiro a versão do Wayne, ajuda manter a forma, e preciso me manter em dia com a mulher que tenho. Vou até o vestiário, e me troco rápido.
–Me lembro da última vez que fizemos isso. –mudo um pouco do assunto enquanto usava uma faixas para enrolar meus pulsos. –Você me convenceu a continuar a fingir minha morte, e me infiltrar na Spyral. –me viro vendo Bruce estralar o pescoço e vestir a máscara, ele joga a minha em minha direção.
–Coloque. –ordena, e subimos para o segundo nível da caverna. –Você se deixou ser morto, quando deveria continuar lutando, teve apenas o que mereceu.
–Acho justo que essa se torne nossa tradição, como um tribunal particular. –ele se prepara para o combate, e eu tomo posição. –Só não quebre meu nariz mais uma vez. –um sorriso perverso surge no canto de seus lábios antes de avançar em minha direção.
–Por que acha que Damian pode cuidar do caso Amazo? –pergunta avançando contra mim.
–Ele começou a se enturmar, a fazer amigos, é o mínimo de uma infância comum que seu filho pode querer ter. Somos treinados para derrotar a Liga, ele sabe como fazer, e o time do Arqueiro também. Connor e eu, vamos acompanhar de perto. –seu cotovelo atinge em cheio meu nariz, e em seguida sinto a dor latente. –Merda Bruce! –reclamo sentindo o sangue escorrer, e vejo um sorriso em seu rosto, o que me faz revidar com um chute em seu estômago. –Chloe já começou a chamar “meus dodóis” de “carinhos do vovô”.
–Chloe é uma garota esperta. –ele se levanta em um salto, já me socando na sequência, o impacto do golpe me lança em direção a um dos antigos suvenires do Alfie. –Está querendo entregar uma missão de prioridade 1, nas mãos de garotos Dick. Isso é no mínimo irresponsável. –ele não pensa realmente isso, ou não teríamos começado esse “treino”.
–Eles são bons. –murmuro em meio a um sussurro de dor, mas me levanto em seguida, indo para cima dele com força total. –Quero que Damian faça parte de algo, além do que somos, acho justo que ele tenha amigos e entenda o que é ser parte de uma família que não lhe foi imposta, ser parte de uma coisa que ele escolheu. –o acerto por vezes seguidas, mas Bruce pega um de meus pés, me girando e consequentemente me derrubando mais uma vez. –Ele gosta de Isis. –conto e Bruce para pôr um segundo, sem conter a surpresa. Eu aproveito sua distração para um dar um golpe mais forte na lateral esquerda do seu corpo, se não fosse a armadura ele estaria com pelo menos duas costelas trincadas, o golpe o pega em cheio, o lançando no chão. –Não desse jeito, apesar de Wally pensar que é... Damian a respeita e se preocupa com ela.
–Está disposto a arriscar tudo por uma interação entre Damian e o resto do mundo? – Bruce fica em posição a minha frete, mas parecia não querer mais lutar o imito e apenas nos estudamos pelos próximos segundos.
–Por favor deixe ele interagir com o mundo e levar um belo de um chute no traseiro daquela baixinha Queen, isso lavaria a minha alma. – Tim está sentado nos degraus observando o show, acho que só estava faltando pipoca. – Aquele idiota precisa apreender a conviver com as pessoas, e talvez Isis, se tiver metade do charme da mãe, consiga lidar com ele melhor do que todos nós juntos.
–E o Amazo? – parece desistir da luta o que automaticamente me torna o vencedor.
– Connor é um membro oficial da Liga, Wally é um gênio em mecânica e ciência, Isis e Sara são tão letais como todos nós, e Damian tem aquele charme natural de uma britadeira. Eles dão conta, e o Dick já falou que vai estar observando, eu vou estar observando. – Tim tinha sempre bons argumentos.
–Eu também. – Jason para ao lado de Tim. – Não sei se isso ajuda alguma coisa. Mas eu ajudei a trazer aquela peste de volta a vida, não estou afim de repetir o processo, e sim ele precisa levar um pé na bunda de alguém, só para melhorar aquele astral dele. – Ótimo, não era sempre que três de quatro Robins concordavam em fazer alguma coisa juntos, então, agora era oficial, isso ia dar muita merda, mas pelo menos seria divertido.
–Digamos que vocês tenham me convencido, quem de vocês vai tentar convencer o Oliver? – Bruce começa a descer voltando para o nível principal da Caverna.
–Isso é uma coisa de família. – Tim ironiza mas tinha toda a razão. -Connor se resolve com o pai, e se precisar de ajuda, ele que te peça.
–O que vocês dois estão fazendo aqui na cidade? – mudo de assunto me dirigindo ao Jason e ao Tim.
–Barbara mandou uma mensagem, avisou que a Chloe fez questão de comprar sorvete para a toda a família. – Tim sorri.
–Realmente razão forte o suficiente. – começo a rir dos dois marmanjos que estão completamente entregues a minha filha. Ela é um gênio. Acho que é genético, e a Barbara concorda, são não exatamente com que lado ela tinha puxado isso.
–Quero ver você ficar de sorrisinho quando estiver passando pelo que o Oliver está com a Isis. – meu sorriso se desmancha. Jason sempre sabe ser inconveniente.
–Tenho mais trinta anos para descobrir isso.
–Fique feliz se tiver dez. Agora é melhor subir e colocar um bife na cara de cada um, por que vocês estão horríveis.
–Jason, se você não calar a boca, vai ficar pior. – ralho irritado enquanto todos os outros dão risada do meu iminente sofrimento.

CONNOR

Entro em casa já no final da tarde, deixei Luna na QC a alguns minutos, parece que Felicity precisava dela para algo relacionado aos balanços da empresa. Vou direto para a cozinha, faço um sanduíche com tudo o que encontro na geladeira, esse é um dos raros momentos em que minha vida parece ser normal. Como sem pressa, protelando não pensar em Isis, e no que pode acontecer com ela. Meia hora depois estou subindo para meu quarto, não tinha nada de mais nele, era o menor da mansão, fiz questão de que fosse, o que mesmo assim era muito mais espaço do que precisava. As paredes eram brancas, um jogo de moveis escuros e roupas de cama brancas, na minha escrivaninha havia um computador, uma foto de família, e ao lado da minha cama, uma da minha mãe, Sandra. A única decoração além das fotos era um lança dardos pregado na porta.
Guardo minha mochila dentro do guarda roupa, e vou para o banheiro tomar banho. Minutos depois, enquanto sentia a água sobre meu corpo, escuto a voz dos meus pais, que pareciam ter acabado de chegar, era melhor fazer logo muito barulho, antes de os encontrar se agarrando em algum lugar da casa. Desligo o chuveiro, me enrolo na toalha, e saio em direção a as vozes, encontrando minha mãe sentada no sofá ao lado de Luna, que ainda usava o mesmo vestido laranja que colocou para me acompanhar a Central City, seus olhos quase saltam das orbitas antes de passá-los por meu corpo lentamente.
–Só vim avisar que estou em casa. -digo a vendo desviar os olhos e Felicity segurar o riso.
–Ah Luna, desculpe por isso. -diz olhando para a garota sem jeito. -As crianças tem medo de não nos contar que estão em casa e bom, Oliver e eu... Esquece, é informação desnecessária. -dá de ombros e eu mesmo sinto meu rosto queimar de vergonha.
–Mãe!
–O que é? Eu já parei de falar! -se defende. -Chamei Luna para jantar hoje. -aponta para minha amiga. -Vou ir ajudar seu pai, faça companhia a ela. -fala saindo em direção a cozinha.
–Vem, vamos para meu quarto. -digo a ela que engole em seco me olhando de forma estranha, por um segundo pensei que minha toalha havia caído.
–Você es... está sem rou... roupa e mo... molhado. -fala apontando para meu abdômen, e preciso segurar o riso, por deixá-la nervosa.
–Prometo que não vai ver mais nada, além disso. -garanto, estendendo minha mão para ela que aceita um tanto sem jeito.
Ela entra em meu quarto e eu pego uma camisa e um jeans, indo me trocar no banheiro, e a deixo observando minha falta de decoração, o que não a surpreende tanto quanto eu pensava. Me visto, e quando volto a vejo sentada na beirada da minha cama com a foto da minha mãe em suas mãos. -Sente falta dela? -pergunta olhando para a foto.
–Converso com ela uma vez por semana, quando não estou lá. -me sento a seu lado, com os nossos ombros se tocando.
–Por isso não te conhecia antes. -comenta e a olho confuso. -Você estava com sua mãe.
–Passei alguns meses lá, mas minha mãe está segura, e Milo cuida bem dela. -sorrio devolvendo a foto para minha mesa de canto. -Felicity precisa de vigilância vinte quatro horas, e meu pai tem um mundo para cuidar além dela, isso sem falar de Isis. -suspiro passando a mão por meus cabelos.
–Queria poder fazer algo para ajudar, no caso de Isis. -tomo sua mão pequena com a minha, e observo suas unhas vermelhas.
–Já está ajudando. -respondo com um sorriso agradecido, mas havia algo desconhecido em seu rosto. -O que aconteceu?
–Não era um problema com a empresa, Felicity convidou as mães de Phill para uma reunião. -levanto seu rosto para olhá-la nos olhos, e reconheço o abismo que estava se formando dentro dela, é o mesmo que sinto sempre que vejo aquela maldita adaga e penso no que pode acontecer com minha irmã.
–Conseguiu algum acordo? -questiono e ela nega com um aceno.
–Disse a elas que podem ter a guarda dele, só quero poder passar um tempo com meu irmão. -dá de ombros, e aquilo parecia estar a matando por dentro, em um gesto inconsciente passo meu braço ao redor dela, fazendo com que sua cabeça repouse perto do meu peito. -É um inferno não poder o ver, e elas disseram no inquérito que eu sou quase que uma ameaça a vida dele. Phill é tu... tudo o que eu te... tenho. -entendo agora que Felicity não a trouxe para jantar, a trouxe para mim. Puxo Luna para mais perto, e a envolvo com carinho.
–Amigo estou aqui, amigo estou aqui...
–Sério Connor, Toy Story? -se desvencilha dos meus braços me encarando com incerteza, seus olhos cheios de lágrimas somados a seu rosto perfeito, a deixavam linda.
–Cantava isso para Isis quando ela era mais nova, sempre funcionava. -dou de ombros a olhando de lado e um sorriso triste se molda no canto de seus lábios, enquanto uma única lágrima escorre por sua face, e ela volta a se aconchegar em meus braços.
–Se a fase é ruim, e são tantos problemas que não tem fim, não se esqueça que ouviu de mim, amigo estou aqui. -canto baixinho, Luna consegue me fazer parecer um bobo na maior parte do tempo, mas seu choro parece se intensificar, não de uma forma ruim, como se estivesse desabafando. A puxo para ainda mais perto, e ela se prende a mim como se fosse seu bote salva-vidas. -Os outros podem ser até bem melhores do que eu, como os brinquedos são, porém, amigo seu é coisa séria, pois é opção do coração, viu. O tempo vai passar, e os anos vão confirmar as três palavras que proferi. Amigo estou aqui.
–Promete? -a escuto sussurrar com o rosto escondido em meu peito.
–Sempre. -respondo antes de dar um beijo no alto de sua cabeça, e meu celular toca em algum lugar do quarto, me obrigando a soltá-la. O encontro em minha mochila, Dick, Deus como ele consegue ser tão inconveniente? -O que quer? -pulo logo o papo furado.
‘Resolvi com o Bruce, agora é só convencer o seu velho, consegue fazer isso?’ parece que nem mesmo ele, está de papo furado hoje.
–Claro, vou falar com ele. -digo olhando para Luna que secava o rosto se recompondo. -Aqui, como conseguiu o convencer?
‘Um nariz quebrado, dois olhos roxos e todo o meu corpo dolorido, estou horrível. Boa sorte com o seu!’
–Obrigado, eu acho. -respondo desligando em seguida, e volto a me sentar ao lado de Luna.
–Precisa ir a algum lugar?
–Não agora. -digo passando meu braço por seus ombros. -Agora vamos pensar em como conseguir seu irmão de volta.
–Não sei se isso é o certo...
–Luna, o certo é aquilo que nos traz paz, e você definitivamente não está em paz, e duvido muito que Philippe esteja.
–Como sabe? -ela me olha com seus enormes olhos castanhos, cheios de lágrimas.
–Por que te conheço a pouco mais de quatro meses, e não teria paz se te deixasse. -as palavras escapam de minha boca, antes que minha mente processe, nos encaramos por um momento. Olho para seus lábios cheios e seus olhos estão nos meus, é como se o tempo parasse, quase sinto o magnetismo me atraindo em direção a ela, cada parte queria isso... Ambos sabíamos onde aquilo levaria, mas quero Luna em minha vida, preciso dela. -Vamos descer, meus pais devem estar terminando o jantar. -digo me levantando e cortando o clima. -Amigos. -sussurro para mim mesmo me virando em direção a porta.
–Como Penny e Sheldon! -brinca com a voz fraquinha.
–Bom exemplo, mas você é o Sheldon! -implico enquanto saímos do quarto.

ISIS

Damian e eu andávamos pelas ruas de Gotham, não sei se surpresa é o termo correto, mas chega perto do que senti, ao perceber que ele se lembrou de que eu disse que nunca andei por aquelas ruas de dia. Ele me mostrou os piores pontos, os mais violentos, o que ele gostava de chamar de “onde a diversão acontece”. A cada momento, percebia que se você ignorar toda aquela marra, arrogância, prepotência, e mania de grandeza, fica apenas um garoto legal, curioso e acima de tudo um amigo leal.
–Estava pensando sobre seu codinome, Nightmare. -comenta enquanto caminhávamos rumo a mansão dos Wayne.
–O que tem ele? -questiono olhando para meus tênis, enquanto andava entre os tijolinhos da calçada.
–É perfeito. -afirma fazendo com que o olhe espantada, seu rosto normalmente sem expressão, tinha apenas uma sobrancelha erguida, enquanto analisava meu espanto. -Falo pela Katoptris e suas visões. Não há definição melhor do que “pesadelo”.
–Eu que o diga. -respondo em um sopro de voz, ainda com a imagem da lobotomia feita pelo Superman em meu pai.
–Não vai acontecer. -diz olhando para frente, como se pudesse ler os meus pensamentos. -Cisco já explicou, é apenas um universo paralelo ao nosso.
–Você me lembra seu pai. -solto com sarcasmo, e já começo a avistar a fachada imponente da mansão.
–Maldita genética. -responde igualmente sarcástico, mas quando o olho de lado, posso ver um sorriso em seu rosto.
–Por que estamos indo a sua casa? -resolvo mudar de assunto.
–Por que estou com fome.
–Minha mãe nos chamou para jantar lá, te disse isso.
–Claro, nesse caso vou corrigir. -ele limpa a garganta, antes de abrir o portão, e o segurar aberto para mim. -Eu não quero ir a sua casa.
–Isso não é educado. -reclamo revirando meus olhos. -E já confirmei que iríamos.
–Não vamos. Mas tenho certeza que meu pai vai gostar de te receber aqui para o jantar. -tem momentos em que ignorar toda essa pompa dele é muito difícil. -Ele não te assusta como assusta a Sara não é?
–Você não se assusta com facilidade, quando seu pai é Oliver Super Controlador Queen. -respondo. -Esse não é o ponto Damian, nós vamos jantar na minha casa. -afirmo com naturalidade.
–Garota, eu fui a Central City por sua causa, não conhece o conceito de “obrigado”?
Me aproximo dele, invadindo propositalmente seu espaço pessoal. Ajeito o colarinho de sua jaqueta de motoqueiro, o que o faz olhar espantado para minhas mãos, seguro neles e fico nas pontas de meus pés para dar um beijo em seu rosto, o que o paralisa par um segundo e preciso segurar o riso. Para finalizar, dou a ele meu melhor sorriso, isso derruba até mesmo o Super Controlador, Damian desfaz por um momento o semblante irritado/entediado de sempre, e parece apenas um menino super desenvolvido para sua idade.
–Obrigada, de verdade. Não só por hoje, mas por tudo o que tem feito por mim, e por meus amigos, desde o dia em que invadiu minha casa.
–Por nada... -ele dá dois passos para trás, parecendo estar atordoado.
–Onde eu posso esperar você tomar banho? -pergunto entrando na mansão, e ele me segue parando em minha frente.
–As pessoas sempre fazem o que você quer, não é? -semicerra os olhos me olhando de cima.
–Às vezes, mas sempre pensei ser por coincidência. -dou de ombros.
–Não sou como essas pessoas. -afirma e eu concordo com um aceno.
–Claro que não. -digo séria o olhando nos olhos. -Você é filho do Batman, não vejo um universo em que não faça o que quer.
–Exato.
–Então... Onde te espero? -bato minhas mãos em meus bolsos olhando ao redor, e vejo Bruce de braços cruzados na porta que dava para o corredor, nos observando com um pequeno sorriso de lado, Sara não dormiria por três dias se visse isso.
–Sala de TV, primeira porta à direita no corredor. -ele aponta o caminho. -Fique à vontade.
–Obrigada. -sorrio com doçura. -Saímos em meia hora.
–Tudo bem. -responde me dando as costas, e me viro em direção a sala.
–Isis. -Bruce cumprimenta quando passo por ele, ainda com o mesmo sorriso.
–Sr.Wayne. -paro a sua frente sorrindo educada. -Meus pais te convidaram também. -informo, mesmo sabendo da fama dele em recusar esse tipo de coisa.
–Me chame de Bruce. -diz simpático, definitivamente, Sara estaria tremendo de medo agora.
–Bruce. -testo sorrindo.
–Muito melhor. Preciso mesmo falar com seu pai. -franzo o cenho espantada por sua falta de protesto. -Fique à vontade, como Damian já disse, desço com ele em menos de meia hora. -diz me dando as costas. Okay... Isso foi fácil demais, até mesmo para mim.