ISIS

Se esse é o conceito de romantismo que Damian, precisaria com urgência, rever o meu namoro. Sei que depois do acontecimento que o encontro do Connor havia se tornado, não posso dizer que me agradaria um restaurante, vinho e uma escolta armada até os dentes, mas uma pipoca, refrigerante, um bom filme na sala de cinema da mansão Wayne, não mataria ninguém.

De qualquer maneira essa era a minha ideia quando Damian enfim me convidou para um encontro, não que alguma coisa seja normal com a combinação explosiva das nossas personalidades, mas o que realmente me perguntava era de onde ele havia tirado a ideia que correr a noite a caça dos capangas da família Falcone, pode ser nomeado como um encontro, ainda mais romântico? Minha cabeça dava voltas enquanto corria ao seu lado na parte suja da cidade de Gotham, não que ela tenha uma parte limpa, mas quando digo suja estou englobando todos os aspectos de sujeiras que quer dizer: drogas, crime organizado, corrupção, trafico de armas, prostituição e sim, restos e detritos, acho que até esgoto.

–Os Falcones comandam essa parte da cidade a anos. –Damian fala quando enfim paramos no beiral de um prédio.

–Se fosse eles, contrataria um novo pessoal da faxina, por que isso aqui está um horror. –entorto o nariz ao ver um traficante passar um pacote para dentro de um carro que havia acabado de parar, enquanto duas prostitutas acompanhavam um sujeito asqueroso para um beco escuro.

–Eles ganham muito com isso. A População descente da cidade não interfere nos seus negócios, enquanto a outra parte, a maior, sabem que vão conseguir o que precisam aqui. E nada nessas ruas acontecem sem que os Falcones tenham um belo lucro em cima. –aponta para as ruas como se andasse em uma feira de exposições.

–Bela maneira de controlar o fluxo. –não sei o que dizer, até mesmo o nosso pior bairro, o Glades, em nada me fazia lembrar isso aqui. Meu olhar passeia por entre toda aquela podridão quando para em um prédio perto, onde um menino parecia querer se esconder na escada de incêndio, da janela onde ele havia saído, consigo captar um barulho forte de briga, parecia que alguma coisa feia estava acontecendo lá dentro, queria me esgueirar para perto da criança e protege-la, mas não podia, não sem comprometer o que quer que há na mente perturbada Damian. – Há pessoas descentes morando aqui, pessoas inocentes. –não entendia como o Batman deixava isso acontecer.

–Existem. -Damian fixa o olhar na criança escondida, dispara um gancho parando ao lado do menino, o sigo e parece que a criança está a ponto de ter um ataque, não sei se era medo, ou felicidade.

–Você é real. –olhava para o Robin como se ele fosse a encarnação do Papai-Noel, Fada-do-dente e Coelhinho da Pascoa, tudo junto. Damian o pega no colo e segue para o topo do prédio.

–Fique aqui, e só saia quando tudo estiver calmo. –explica pacientemente, e nem sabia que ele era capaz disso, não com alguém que não fosse a Chloe e o Al.

–Meus amigos não vão acreditar. – a criança diz embasbacado, nem parece ter me notado.

–Qual o seu nome? –pergunto para ele.

–Bobby.

–Mostre isso a eles Bobby. –Damian entrega um pequeno morceguinho, que consigo identificar como uma escuta, e pula para o outro prédio. Bagunço o cabelo do garoto para me despedir e sigo Damian até um lugar bem distante.

–Existem pessoas inocentes morando aqui, por isso que meu pai há anos vem tentando implantar um sistema de reconstrução social nessa área, mas sempre foi barrado pelos políticos corruptos que os Falcones mantem na folha de pagamento. –Mas isso vai mudar hoje.

–Como assim hoje? –não que seja um encontro de verdade, mas agora pelo menos a noite está ficando mais interessante.

Damian se vira e o imito, e a alguns prédios de distância, posso ver vários membros dos vigilantes de Gotham se aproximando rápidos e silêncios como sombras na noite, Asa Noturna e Robin Vermelho vinham pelo Sul, Mulher Gato se esgueirava pelo prédio mais próximo de nós, Batgirl, Capuz Vermelho e Caçadora, discutiam algo de maneira acalorada, quase um bate-boca, Batwoman, Morcega negra, e Batwing, eram os mais discretos com exceção é claro, do próprio Cavaleiro das Trevas, ele não era a sombra, era a própria noite.

–Nosso encontro é na verdade uma faxina? –falo incrédula.

–Está mais para uma invasão. –dá de ombros. -Com um nome desses você não poderia estar de fora. –não aguento e começo a dar risada me lembrando da cara que meu pai fez quando contei qual seria o meu nome de batalha, e o comentário que pairou em casa de que estava andando muito tempo com o pessoal de Gotham. Cara, eles estavam certos.

–O que é tão divertido cunhada? –Asa Noturna para ao nosso lado e tenho que me controlar para não engasgar com a própria saliva, ‘Cunhada?’.

–Nada. –me atenho a dizer, com vergonha de mais para tentar a sorte com palavras mais complexas.

–Pronta para ser batizada e entrar para a família? –Batgirl senta sobre o beiral observando o futuro campo de batalha, enquanto Damian fingia arrumar alguma coisa em seu cinto.

Essa noite seria interessante.

DAMIAN

Sei que essa não é a ideias de encontro que Isis tem em mente, mas achei que ela se sentiria inclusa nessa maluquice que é o nosso conceito de família, se participasse da extração dos Falcones na nossa cidade. Sem falar o quanto Isis ficava atraente enquanto lutava, em grandes batalhas, precisava usar todo o meu foco e força de vontade para não ficar admirando sua leveza e precisão felina, admito, por vezes, mais que o saudável, me vi a admirando como um idiota, apesar que agora posso observar livremente, essa era uma vantagem em estarmos namorando, a desvantagem são as piadinhas de todos a minha volta, mas eles que se danem, afinal ela era incrível e valia cada momento em que preciso me controlar para não socar os dentes do Tim, ou dar uma rasteira em Jason, vou a forra quando eles estiverem como eu, faço questão. Mas por que estava pensando neles mesmo? Ainda mais quando Isis está a minha frente parecendo se divertir muito batendo na cara de pelo menos quatro caras ao mesmo tempo, enquanto cuidava de um imbecil sobrinho do Alberto, gritando que ele não deixaria o legado da família ser destruído. Imbecil, ele nem imagina que a mãe dele teve um caso com um membro importante da máfia rival, os Marones, nove meses antes dessa criatura a minha frente nascer, por que se soubesse com certeza teria uma crise de identidade.

–Gostando? –grito por cima do barulho da cabeça do idiota se chocando com a parede, ele cai inconsciente, mas sobreviveria.

–Você sabe como fazer uma garota se sentir especial. Faz isso com todas? -Sorri antes de saltar sobre um carro em movimento, quebrando o braço (fratura exposta, só para deixar registrado) de um sujeito que apontava uma arma para Morcega-Negra.

–Que outras? –um sorriso bobo surge em meus lábios, Isis sempre seria a única.

As ruas estavam tomadas pelo caos, fazia mais ou menos uma hora que tínhamos começado a ‘limpeza’, como Isis havia chamado, aquilo na verdade era só uma distração, a verdadeira diversão estava por conta de Batwing e Caçadora, e claro, o próprio Batman.

Era incrível o que três, talvez quatro gerações de crime bem organizado podem fazer. Os Falcones não haviam começado como muita coisa, eram, como todos os outros criminosos da década de vinte, só mais um traficante de álcool na época da lei seca. Mas com a demanda de novas substancia, eles se tornaram algo maior, começaram a traficar drogas mais pesadas, traficaram armas nas docas de Gotham nos anos das guerras de gangues, e cocaína da Colômbia nos anos oitenta, mesmo com a insanidade de vilões como o Coringa, Charada e Pinguim que se deu início do século XXI, Carmine Falcone conseguiu sobreviver em seus negócios e expandir, tendo sempre em sua folha de pagamento policias, políticos, promotores, juízes, e aqueles que ele não podiam comprar, os poucos, eram sempre encontrados em algum beco sujo de Gotham. Carmine foi sem duvida o homem mais forte da sua família por anos, porém após a sua morte, e mesmo membros rivais tentando absorver seus negócios, seu filho mais amado, Alberto Falcone não deixou que isso acontecesse, ele de alguma maneira era mais letal que o próprio pai, beirava a insanidade de vilões como Chapeleiro e Espantalho. Ele é tão cruel quanto bem sucedido, um gênio, e isso o tornava mais perigosos que qualquer outro membro da sua família, e por isso ninguém ousava interferir em seus negócios, até hoje.

Tudo começou a cerca de três semanas quando a Mulher Gato interceptou, uma conversa de um capanga Falcone, avisando que a encomenda estava na rota de entrega. Selina não é a pessoa mais sensata, não dá para ser quando você anda na corda bamba, pendendo cair seja para o lado do “bem” quanto para o “mau”, mas essa não é a questão, ela em um de seus lapsos de sanidade, entrou em contato com o Batman. O velho morcego então descobriu que a encomenda era um grande carregamento de explosivos plásticos, para destruir o centro empresarial da cidade. Falei, o Alberto é louco de pedra. Em resumos, estamos aqui como distração, as verdadeiras áreas de entretenimento estavam nas docas onde a Caçadora e Batwing eram as anfitriãs, impedindo os Falcones de pegar a encomenda, e é claro na casa do Alberto que era onde o Batman iria por para quebrar. E amanhã esse bairro receberia uma aprovação de investimentos financiados pelas Industrias Wayne.

‘Explosivos caíram na baia de Gotham, repetindo, os explosivos estão nadando com os peixes.’ Caçadora informa através do comunicador, e vejo de relance Isis dar um soco final em um sobrinho, do primo, do tio, da mãe da tia avó de Alberto, esse povo era ridículo, ele deve ter tanto sangue dos Falcones quando o valor nutritivo de um copo de refrigerante, inacreditável.

–Vem, vamos. –me aproximo de Isis e agarro a sua mão a tirando da diversão. – Agora eles cuidam do resto.

–Onde vamos? –me pregunta enquanto entramos no Batmóvel que estava escondido ali perto. –Por favor, não me diz que tem mais algum vilão maluco e megalomaníaco.

–Não, sou o mais megalomaníaco do resto da noite. -respondo em tom de brincadeira.

–E você realmente acha isso pouco? –questiona olhando através da janela tentando reconhecer o lugar, não me lembro de traze-la a qualquer lugar perto daqui. – Se você está pensando em um encontro agora... – ela procura um relógio no painel do carro, e dentro todas as coisas que ela poderia procurar, o relógio era a única coisa que não encontraria, isso e um sistema de som, para a tristeza de Tim e Dick, que reclamam até hoje por não poder ouvir uma música em batalha em nenhum dos vinte modelos que temos do carro.

–Agora é alguma coisa perto das quatro horas. -esclareço.

–Pois é, quatro horas. E estou nojenta de suada. Vamos deixar esse encontro para outro dia. – não consigo aguentar e começo a rir.

–Você está parecendo uma velha, toda reclamona. –ela fecha a cara.

–E você está muito feliz. Vou te trazer para socar mais gangsteres quando estiver carrancudo. –faz careta para mim e dou de ombros, isso provavelmente iria me fazer sentir melhor, não tem como negar. –Onde estamos? –me pergunta curiosa quando enfim paro o caro.

–Você vai ver. -saio do carro ela me segue sem fazer barulho, o local é calmo e escuro, como qualquer floresta as quatro da manhã, mas estava fácil de andar por causa da lua cheia e o céu estrelado.

–Se pretende desovar meu corpo, saiba que, bem provavelmente, minha mãe deve ter colocado um chip de rastreamento em mim, e se duvidar colocou um em você também. – me cutuca no ombro parecendo irritada.

–Acha que não sei me livrar de um chip simples de rastreamento? Isis por favor.

ISIS

–Não sabia que estava namorando um comediante. – implico, mas a verdade era que estava cansada, a semana havia sido exaustiva, não é sempre que trazemos a alma para um zumbi, apesar de ter valido a pena cada segundo de desespero, Tommy era uma pessoa incrível, e nunca antes havia visto a tia Laurel tão radiante quanto agora. Não era só Tommy que precisava da Laurel, era reciproco o bem que um fazia ao outro.

–No que você está pensando? – Damian me pergunta enquanto subimos uma pequena colina.

–Em Tommy. – respondo automaticamente.

–Serio, nosso primeiro encontro e está pensando em outro cara? –sei que ele queria apenas me distrair.

–Não sabia que fazia o a linha ciumento.

–Incrivelmente irracional. – se vira para mim me pegando no colo antes que possa ter qualquer reação.

–O que você está fazendo Damian?

–Você falou que estava suada e pegajosa. –fala, mas mesmo assim não faz sentido.

–Estou. Por aqui tem algum chuveiro para mudar essa situação? – pergunto com o braço envolta ao seu pescoço, e então percebo onde estamos. Gotham não é uma cidade muito arborizada, com exceção de dois locais, a cidade era praticamente concreto em cima de concreto, de qualquer forma havia o parque central, um local não maior que dois campos de futebol, todo coberto de grandes árvores, que formavam uma ilha verde refrescante em meio ao calor da cidade não era essa a ideia, por que saímos do centro da cidade, o que nos leva a segunda hipóteses, a represa de Gotham. –Você não vai fazer isso, não seria capaz. – ele seria, sinto isso no memento que ganha velocidade ainda comigo em seus braços, apenas me agarro mais ao seu corpo tendo a completa consciência que estou com o meu uniforme de combate e que aquilo era muito inconveniente.

Senti o frio da água da madrugada, antes do barulho, ou mesmo de me sentir molhada. E mesmo estando irritada com Damian, por que estava muito irritada mesmo, não consegui largar de seu pescoço, ele era a única fonte de calor disponível, me agarrava a ele como se fosse um cobertor quentinho.

–Esse é o meu lugar favorito em Gotham. –diz, com uma voz suave que me faz olha-lo. Sua cabeça estava voltada para o céu estrelado. –Me lembra as noites de treinamento que passava sozinho nas florestas que meu avô escolhia.

–Quantos anos você tinha? -sei que o treinamento de Damian havia se inicializado muito cedo foi feito na Liga dos Assassinos, ministrado pelo próprio Ra’s e Thalia Al Ghul, mas ele nunca fala a respeito.

–Não sei ao certo, seis, sete anos. – dá de ombros.

–Não faz isso. – Damian abaixa o olhar até nossos olhos se encontrarem, nossos narizes quase se encontravam, de tão colados que estávamos.

–Isso o que? –ele não sabia do que estava falando realmente, acho que nunca percebeu.

–Você ignora algo que te machuca, tirando a importância como se não fosse nada. É importante. – respondo o pegando se surpresa.

–Não percebia que fazia isso. – me aperta ainda mais a seu corpo. –Mas sei que isso. – indica com a cabeça nos dois. – Me faz bem.

–Aqui é lindo. –desconverso por que aquele olhar dele me faria derreter, mesmo quase congelando. -Deve ser refrescante em um dia de Sol, com os termômetros marcando 40º, talvez 50º. –ele joga a cabeça para trás em uma gargalhada que nunca o vi dar, ele exalava leveza, era tão mágico que até esqueci que a água estava em torno de -3º.

–Como estava dizendo, antes de você me interromper, esse é o meu lugar favorito, me lembra as florestas de treinamento, que de alguma maneira, foram épocas felizes para mim, dormia sob as estrelas, dando nome a cada uma delas, para me ajudar a localizar. – sorri nostálgico.

–Quais eram os nomes? – sorrio curiosa.

–Nenhum especifico.

Começa a nadar para a beira da represa, e o sigo. Em um cantinho em baixo de uma árvore, havia um pequeno baú, que não sei como havia aparecido, talvez estivesse ali desde o começo. Damian o abre e tira de dentro duas toalhas, uma calça, camiseta, um vestido, e outro saquinho. Ele havia penado nisso com antecedência, era um encontro de verdade. Me entrega a tolha o vestido e o saquinho, quando abro percebo que dentro tem roupas intimas, meu rosto de imediato pega fogo de vergonha, ele percebendo também fica constrangido.

–Pode se trocar ali atrás. -aponta para o canto onde provavelmente não daria visão. Vou até lá agradecendo internamente pela lingerie, se tem algo extremamente desconfortável e ficar com essas peças molhadas por baixo de uma roupa seca. Me troco e percebo quão delicado ele havia sido ao escolher cada uma das peças. Quando volto Damian estava esticado por sobre uma toalha, uma lanterna iluminava mais o local, ele segurava uma taça de vinho enquanto me olhava se sentar ao seu lado.

–Muito sofisticado. –ironizo e ele me reponde com um belo sorriso. Me oferece uma taça que estava ao seu lado, o vinho tinha um sabor encorpado, preenchia toda boca, era fascinante. –Delicioso. –ele tinha um gosto único, ou melhor, já havia sentido esse gosto antes, talvez mais forte e intenso, e mais único, mas com certeza era especial. – E como o seu beijo. – não percebo e quando dei por mim já havia saído.

–Por isso que o escolhi. –me envolve em um abraço, me fazendo deitar em deu peito. – Passei semanas procurando algo especial.

–Você realmente se preocupou com tudo. –estava admirada, nunca imaginaria que seria tão detalhista.

–Falei, que quando fosse um encontro você saberia. – responde e posso sentir seus lábios sobre o meu cabelo, ainda molhados. Me viro para ele perdida naquela íris azul céu, nos traços definidos de seu rosto, passo meus dedos pelos cabelos bagunçados e macios, Damian fecha os olhos com o carinho.

–Te amo tanto. –as palavras saem com uma prece dos meus lábios, como um ato de fé que nem sabia ser capaz de exercer. Damian abre seus olhos, e nele há tanta alegria, que se soubesse ser capaz de lhe dar isso antes, a muito já o havia feito.

Damian envolve seus braços em minha cintura e joga o seu corpo sobre o meu me fazendo cair sobre a toalha e as taças de vinho derramarem no tecido, parte do meu cérebro ficou triste por derramar algo tão bom, mas ele foi totalmente suprimido pela boca do Damian na minha e os nossos beijos melhores que qualquer vinho, champanhe ou qualquer outra coisa inventada pelo homem. Os beijos são intensos e por mais que não queira nos separamos, necessitando de ar.

–Então. – ele me olha enquanto volta encher nossas taças. – Quais são os nomes que você deu as estrela? –Damian se engasga com o vinho.

–Você não vai deixar passar essa não é mesmo? –nego com a cabeça e ele suspira frustrado e começa a explicar. –Sempre achei os nomes dados as estrelas bem idiotas, e olhar um mapa astral nunca foi meu forte, imaginar aqueles pontinhos formando um desenho era ridículo para mim, com sete anos era ainda pior. Então eu dava nomes que alguma coisa que fizesse sentido ao meu ver. Por exemplo aquela ali no horizonte. – ele apontava para a última estrelas antes da terra encostar com o céu. – A chamava de “Atrasada”, por que sempre era a última a aparecer. Aquela, tá vendo? – aponta para uma próxima a lua. –É a “Fui”, por ser a primeira a sumir. –me seguro para não rir. –lembre-se que tinha só sete anos.

–São fofos. Tem mais? –pergunto interessada.

–Hipólita. –aponta para uma estrela maior cercada de outras não tão brilhantes. – Ela é a rainha das amazonas e as outras estrelas ao redor são suas guerreiras. E aquela ali, a maior. –indica para um canto, a mais brilhante. –Dei um nome novo para ela a pouco tempo, indica a direção exata para Star. A chamo de Isis. – sorri constrangido.

–Já estava acostumada com a ideia de que namorar com você, seria algo mais fechado, que romance não se encaixaria no que somos. Mas você me deu mais, nem sabia que havia tanto de você para dar. –sorrio emocionada.

–Não sou romântico, Isis, sou quebrado. Só quero ser bom para você, mesmo quebrado, da maneira que você é para mim. Eu te amo, e te perder não é uma opção para mim, sem você posso me tornar uma casca vazia, é quem prende a minha alma ao meu corpo. Se tornou tão necessária para mim quanto o ar que respiro. Não digo que sem você morreria, não sou piegas a esse ponto. – sorrio com a sua declaração. –Mas sei que se não tiver você em minha vida, preferiria a morte. Não vou andar por aí como o Tommy andou, ou mesmo com os surtos que Jason tem. E a única coisa que impede isso em mim, é você. – me beija com carinho. – Obrigado.

–Não tem que me agradecer, você faz o mesmo por mim.