Cada movimento de nossa cria parecia uma nova descoberta, os primeiros dias foram os melhores, logo nos primeiros dias eu havia dispensado minha mãe e minha sogra de vez, nós tínhamos de nos virar sozinhos e às vezes elas mais atrapalhavam do que ajudavam. No início seria engraçado se não fosse trágico, Victor estava dormindo num berço ao pé de nossa cama, e algumas vezes ao me levantar de noite eu havia chutado a parede, ou a cama, sem falar na vez que fui procurá-lo em seu quartinho.
Fora a confusão minha e de Rose, Victor era o bebê perfeito. Inclusive com suas mamadas e que eram perfeitamente reguladas de três em três horas ele agarrava o seio, algumas vezes, de tão cansada Rose nem abria os olhos. Apenas se sentava na cama enquanto eu o pegava e colocava em seu colo.
Eu havia aproveitado para tirar férias do trabalho, assim poderia ajudá-la com o bebê, e eu também não queria perder nenhum momento, tudo parecia muito incrível para desperdiçar.
O único momento em que eu recusava ajudá-la era para trocar fraldas – era nojento. Como uma criaturinha tão pequena e que só mamava podia fazer tanto estrago?
Já que eu não iria ajudá-la com a hora de trocar, Rose acabou me ensinando a banhá-lo, assim, enquanto ela dava um jeito na fralda, eu cuidava de nosso pequeno príncipe.
Rosalie que insistia em chamá-lo assim, e pelo jeito que ele se comportava, até parecia com um.
Nosso pequeno e belo príncipe e cada vez que eu o encarava, principalmente durante as noites quando eu ficava a niná-lo depois que Rose lhe dava de mamar, eu a dizia para ir dormir e ficava alguns instantes com aquela criaturinha encantadora em meus braços. Era nesses momentos que eu tentava imaginar como seria se tudo houvesse dado certo com nosso primeiro bebê, se Rose não houvesse sofrido um aborto agora eu estaria aqui, talvez, ninando meu segundo filho.
E depois de sentir a sensação de ser pai eu só me perguntava porque não havia acontecido antes, porque era incrível e cada vez que eu encarava aquele par de olhos claros e aquele sorriso ainda sem dentes eu sentia vontade de passar por isso mais um milhão de vezes.
Era nesses momentos que eu tinha mais certeza ainda de minha decisão.