Quando os momentos que eu pensava nunca mais aconteceram voltaram a me surpreender eu soube que não poderia duvidar de mais nada literalmente. Como se a conversa de dias atrás não houvesse sido o bastante, e minha resposta não houvesse lhe parecido definitiva, bastou passar um par de dias e ali estava, parado bem a minha frente depois de entrar no meu lugar de trabalho, meu pai.
- O que você quer aqui? – achei melhor ser curto e grosso.
- Vim ver o meu filho – ele disse e eu revirei os olhos, chegava a ser repugnante só tê-lo perto de mim.
Isso me fazia lembrar do porque de cogitar aceitar sua proposta, pelo menos eu me veria livre de sua repugnância. Assim “nós” nos veríamos livres de qualquer assunto que pudesse envolvê-lo...
Só de vê-lo parado ali pensei se já estivesse com meu filho nos braços, se o bebê já houvesse nascido e meu pai pensasse em chegar perto. Só de pensar meu sangue fervia e, antes mesmo que me desse conta, a palma de minha mão começava a palpitar após eu ter cravado meus dedos ali.
Ah se ele pudesse sumir...
- Eu quero saber o que você andou pensando – ele disse sentando-se em umas cadeiras que ficavam de frente para minha mesa.
Tudo para que, caso alguém passasse, pensasse ser ele apenas mais um cliente do banco.
- Já teve minha resposta – eu disse tentando parecer firme.
- Mas não me parece que você está completamente certo sobre isso...
- Eu já lhe disse...
- Então repita! – ele disse batendo com a palma sobre minha mesa. – Eu sabia – ele disse ao perceber que eu nada responderia. – Por isso eu resolvi vir aqui, queria deixar algumas coisinhas claras... Há tempo filho. As revoltas no sul pararam, não há nenhuma ameaça, eu só queria treiná-lo, mas já que você não parece interessado agora, eu decidi que posso esperar até seu filho nascer.
Então ele saiu. Simples assim.
Acredite querida, até agora me culpo por não ter lhe dado uma resposta bem dada.