Como tudo na vida passa, eu sabia que era só questão de tempo.
Naquela época Rosalie completaria dezenove anos, mas a data havia passado batida.
A senhora Hale havia ido se juntar a nós, e durante o dia ela cuidava de Rose, para que, pela noite, o senhor Hale viesse buscá-la, então era minha vez de cuidar de minha preciosa.
Essa foi a única época em que meu corpo conseguiu se manter afastado sem o menor protesto, porque, interiormente, eu também ainda me encontrava de luto.
A primavera havia desabrochado tão belamente naquele ano, mas nem isso animava minha Rose, seus olhos pareciam mais opacos e todas as noites ela me recebia na porta, mas já não havia toda aquela animação. Excitação.
Naquela noite Rose havia chorado mais do que nas outras, a primavera estava prestes a se despedir e os olhos de minha amada encontraram-se ainda mais tristes. Naquela noite Rosalie não havia dormido, nem eu, porque ela só conseguia chorar. A comida que ingeria voltava e eu não sabia mais o que fazer.
Ao menos eu sabia o motivo de todo o choro... Estava marcado no calendário, seria o provável dia para o nascimento de nosso bebê.
E os dias seguintes foram iguais, e eu sabia que Rosalie estava se deprimindo pensando em tudo que estava perdendo, ela psicologicamente havia se preparado para noites mal dormidas e um bebezinho agarrado ao seu seio, intervalos entre mamadas e fraudas, e nada disso estava acontecendo.
Segundo a senhora Hale era um processo natural, e, com o passar dos dias Rose deveria melhorar, acordar para a vida.