Ouçam http://www.youtube.com/watch?v=c1O9DyFLIKo

Eu toquei seu rosto e ela fechou os olhos, não que eu tenha pretendido isso antes, mas vê-la tão frágil e não poder tocá-la era uma tortura. Meus lábios tocaram suas bochechas, onde o rastro das lágrimas ainda estava visível e ela voltou a abrir os olhos com um sorriso fraco nos lábios, eu queria lhe sorrir também.
- Você está segura aqui – eu disse lhe piscando e Rose maneou a cabeça assentindo, ela sabia que sim.
Ela estava fraca e suas pernas pareciam bambas, como se não pudesse sustentar seu próprio peso sobre elas, então eu a peguei no colo novamente para colocá-la sobre a minha cama – enrolada em uma toalha – e então procurei uma camisa e uma bermuda minha, de quando eu era mais novo – que mamãe fazia questão de manter sempre bem limpinha e guardada – e Rosalie a vestiu.
Confesso que só então eu parei para olhá-la, não como uma vítima ou com pena pelas marcas em seu corpo, nem com meu ódio contido por tudo que havia acontecido, eu simplesmente a estava vendo como uma mulher – porque eu já poderia considerá-la assim.
Seus seios haviam crescido e a camiseta os deixava um pouco em evidência, sabe a ondulação da camiseta naquela região, e ela havia crescido também...
Mas não era para pensar em nada disso, não mesmo, eu devia manter-me calado e, talvez, afastado. Bastou olhá-la para ver que não, eu não poderia me afastar, mesmo que seu corpo começasse a afetar o meu, esses pensamentos uma hora iriam embora.
- Você tem certeza de que não vai se meter em problemas por causa disso? – ela perguntou com o cenho franzido, parecendo mesmo preocupada.
- Sem problemas – eu disse dando de ombros. – Você pode ficar aqui, eu só não sei o que falar para sua família...
- Mamãe vai surtar – ela resmungou cruzando os braços.
- Você pode conversar com ela amanhã, sabe, essas marcas no seu braço devem diminuir um pouco – ela suspirou, certamente não poderia aparecer assim na frente da senhora Hale, senão um escândalo estaria formado.
- Você tem razão – ela disse com um sorriso fraco no rosto.
Eu apenas assenti, então veio os segundos de silêncio. Mas nosso costume era não deixá-lo por muito tempo, mesmo que surgisse o assunto mais trivial de todos.
- Eu vou pegar alguma coisa pra gente comer – eu disse abrindo a porta do quarto.
- Pra mim não precisa – ela disse agora voltando a demonstrar seu abatimento.
- Precisa sim – eu disse com um sorriso fraco. – Ou vai dizer que não sentiu saudade dos meus sanduíches? – ela riu, mesmo que fraco, ao menos era uma distração. – Ou melhor, das cookies da mamãe – ai sim ela assentiu. – Ótimo! – eu voltei a me aproximar, tocando seu rosto. – Você está segura aqui! – ela assentiu veemente. – Eu vou ali pegar e já volto, rapidinho – disse lhe dando uma piscada e ela sorriu. – Então eu vou cuidar de você...
Isso era o que eu mais queria.