Pov's Michael

Era uma manhã fria e sombria,com as nuvens negras ameaçando despejar a chuva a qualquer momento.Eu estava de braços dados com Raquel,enquanto segurava o guarda-chuva negro sobre nós.

Todos os presentes ali estavam com vestes negras e também seguravam guarda-chuvas.O padre rezava uma última vez pela alma do meu pai,antes de enterrarmos o seu caixão.

—Alguém gostaria de falar mais alguma coisa?-questionou.

Um silêncio constrangedor se instalou no local.

—Eu-declarei.

Raquel me encarou surpresa e apenas lhe lancei um sorriso fraco.Entreguei-lhe o guarda-chuva e caminhei até o caixão,que ainda estava fora.

Suspirei derrotado,passando a mão sobre a madeira do caixão.

—Pai...o senhor cometeu muitos erros-comentei-Mas amar não foi um deles e é isso,lhe salvava de entrar de imediato na profunda escuridão.Mesmo o odiando,você nunca desistiu de mim e fez de tudo para que eu fosse feliz novamente.Eu te amo e te perdoo por tudo o que fez.Espero que encontre a mamãe logo e descanse em paz.

O caixão começou a ser descido lentamente e todos começaram a jogar rosas vermelhas na cova.Ouvi os trovões soarem.A chuva cairia logo.

(...)

Mais tarde...

Respirei fundo quando eu e Raquel entramos em casa.Fechei a porta atrás de mim e tirei o terno,ao mesmo tempo que os sapatos.

Observei minha esposa tirar as sapatilhas,pôr a bolsa em cima da mesinha de centro e sentar no sofá,abraçando as pernas.Seu olhar parecia perdido e vazio.

Meu coração se apertou.A morte de nossa filha com certeza abalou mais à ela do que a mim,afinal,quem estava carregando a bebê no ventre era ela.Esse tipo de relação sempre era muito forte e fazia um estrago quando era rompida.

Sem falar nada,caminhei até ela e me sentei ao seu lado,envolvendo meus braços ao seu redor.

Ouvi Raquel suspirar.

—O que vamos fazer agora?-indagou atordoada.

Suspirei.

—Superar-afirmei-Superamos o seu acidente.Vamos superar isso também.

Ouvi o telefone tocar.Era o meu.

Tirei o aparelho do meu bolso e atendi.Era o Stoico.

—Fala Hofferson-pedi.

—"Michael,pegamos ele—declarou me fazendo arregalar os olhos-Pegamos o Kevin".

(...)

Na delegacia...

Eu e Raquel observávamos através da janela transparente,Kevin sentado dentro da sala,sendo interrogado.Ao analisar suas feições,percebi que ele não estava com medo ou muito menos arrependido,o que fez meu sangue ferver de raiva.

—Onde pegaram ele?-questionei para Stoico,sem tirar os olhos de Kevin.

—Pegamos ele no aeroporto,tentando fugir do país-respondeu o loiro rapidamente.

—Quantos anos ele pode pegar,Stoico?-perguntou Raquel intrigada.

—Ele pode ser condenado à morte-revelou me fazendo encará-lo-Ele não matou só Mordu e Katherine.Ele tem muitas mortes nas costas,sem falar no tráfico de drogas.

Voltei meu olhar para Kevin.

—Que a justiça seja feita-desejei.

(...)

Três anos depois...

Eu caminhava tranquilamente por entre os túmulos,segurando a mão de Chris e o guiando.Raquel estava do meu lado,com Peter no colo.

Chris e Peter eram os filhos que eu e Raquel tivemos.Chris tinha três anos e Peter um ano.

Quanto ao que aconteceu com Kevin Silvys,ele foi condenado à morte,através da cadeira elétrica.Mas,foi morto e abusado pelos companheiros de cela antes disso acontecer.

Paramos em frente ao túmulo de meus pais,onde estavam bem ao lado do outro.

"Mordu Jordan Brown
Homem bondoso e pai amoroso".

"Katherine Camps Dunbrooch Brown
Mãe incrível e maravilhosa".

Sorri.

Mesmo com todas as dificuldades,o amor dessa família permaneceu e venceu as lutas.Por mais difícil que seja,nós ficaremos juntos...para sempre.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.