Que tal dar mais uma puladinha de tempo, e irmos para dia 25 de julho, vésperas do aniversário da criatura denominada como “Matthew Sanders”, ou Ogro Engibizado!?

Isso, faltavam apenas seis dias para o aniversário daquele “pequeno” bebezão, e eu, Syn, Mel e Zacky estávamos correndo na velocidade da luz para fazer todos os preparativos, sem que ele suspeitasse. Preparativos do que? Oras... da festa surpresa que faríamos!

Tá, vou situar vocês, para que não reclamem depois que fui rápida demais, e que estão boiando. Pra alívio de alguns (e infelicidade de outros, como a do próprio Ogro), Hugo não morreu. Foi apenas uma palpitação no coração por estar agitado demais naquele dia. Por recomendação do médico, foi para Alemanha, passar um tempo em uma clínica de repouso. Voltaria só em Outubro, quando viajaria pro Brasil, para passar o fim de ano com a família.

Matthew estava... um pouco “menos pior”. Digo... continuava saindo para as baladas, dormir fora de casa, mas ao menos, preocupava-se em dizer que chegaria tarde (ou que nem chegaria). Comigo, manteve aquele clima de “não vou te matar, mas sou orgulhoso e não vou ceder até você pedir desculpas”. E com os amigos, voltara a ter aquele companheirismo foda que eu tanto apreciava.

Pronto? Pronto então. Voltemos aos preparativos da festa, que prometia! Queríamos bombar Londres inteira, fechando a boate mais foda da região. E, particularmente, o fato de eu estar MUITO empolgava chegava até a assustar. Sei lá... quando Matthew fez trinta anos, fizemos as pazes, depois de um período de brigas. Quem sabe dessa vez tudo se repetisse? Estava disposta a ceder. Mas só um pouco.

- Mano, vai ser do caralho! – berrou Zacky, pulando como um canguru com pulga na bunda. – MULHERES, MULHERES, MUUULHEEEERES!

- Zacarias, você só pensa em mulheres? – questionei, arremessando-lhe a almofada. Estava interrompendo justamente o plano de como levaríamos Matt a boate sem que ele percebesse.

- Não... – respondeu, depois de pensar um pouco. – Penso também em adolescentes, mas aí é pedofilia.

- Quanta merda sai dessa boca, meu caro. – riu Melissa, puxando-o pelas calças. Por pouco, achei que ele ficaria pelado ali mesmo, pela intensidade do puxão. – Vai, deixa de putice e vamos decidir quem vai enrolar Matthew.

- Eu acho que podíamos fazer assim: sempre que eu peço pro Matt ficar em casa, por qualquer motivo, ele fica. Ele deve favores pra mim, aquele lazarento. Posso pedir nesse dia que ele fique aqui me esperando, porque vamos beber juntos. Finjo que briguei com Melissa e preciso dele. Daí eu ligo aqui... enrolo... venho, busco ele... e TCHARAM! – arquitetou Syn, arqueando as sobrancelhas. – Simples, não?

- Uau! Diga-me como não pensei nisso antes. – ironizou Melissa, considerando o projeto muito óbvio, mas eficiente. O namorado não hesitou em acenar-lhe o dedo do meio, mostrando a língua.

- Pau no seu cu. Ou melhor, o meu.

- Tá, vai ser isso então? Tem certeza que vai dar certo, Syn? – perguntei, certificando-me que nada daria errado. Já bastava meus aniversários serem uma merda. Não esperava que o ele também se tornasse.

- Vai na fé, Mariettinha. A noite do dia 31 vai ser inesquecível. Anotem que eu digo.

Synyster estava certo: de fato, a noite do dia 31 seria inesquecível...