Palavras de Heagle

A vergonha do dia seguinte.


- Marietta, Marietta! Mariieeeetta! Abre que queremos saber o que aconteceu! – gritava Mel, socando a porta da minha sala. Levantei assustada, cambaleando, tentando me situar. Estava saindo do meu quarto, rumo a sala, para ver o que aquela lazarenta queria.

- Porra, caralho, deixa eu dormir. – berrei em resposta, destrancando a porta.

Bem, como eu tinha acabado de acordar... estava com uma camisola um “pouco” transparente, a cara amassado e o cabelo armado. Tá, se só a Mel visse meu estado, legal, eu estaria no lucro. Mas adivinhem quem estava com ela, querendo saber da fofoca?

- AVENGERS? MEL? EIN? – berrei, tentando fechar a porta. Lógico, não consegui.

- Vai Marie, conta o que houve... já deu pé na bunda do seu marido? – brincou Zacky, dando uma gargalhada muito alta. Isso atraiu a atenção de outra pessoa na casa, que, como eu, estava com roupas de dormir. No caso... uma boxer.

- Marie, que barulho é... esse? – perguntou Hugo, surgindo no meio da sala.

Minha cara queimou. Queimou de vergonha, de constrangimento, de... tudo.

- Ér... Marie... tta... ér... sua safadjeeeeenha! – riu Melissa, entrando no apartamento. Graças a Deus, os meninos do Avenged continuaram na porta, contemplando minha cara de vaca, e meu corpo de... ah, deixa pra lá.

- Melissa, que ideia foi essa de surgir aqui? – resmunguei, puxando-a pelo braço.

- Ah foi mal, nós queríamos saber se você...

- Então esse daí é seu marido? – disse Matthew, bem alto, para que Hugo ouvisse. Ah não, se os dois brigassem... eu ia enfartar!

- É, meu marido. – concordei, com relutância, desejando que tudo aquilo acabasse. – Bem, tudo muito lindo, tudo muito maravilhoso, mas todos vocês, vazam.

- Qualé, Marie, não vai nos convidar para o café?

- Synyster Gates... TCHAU.

- Tá bom, tá bom, mas saiba, Best feia, nunca fui tão mal tratada assim na minha vida! – reclamava Melissa, enquanto eu a empurrava. – Olha, sua gorda, eu vou me vingar, ouviu? EU ME...

- Bom dia. – e sem dar a chance para um motim revolucionário, tranquei a porta.

- Ér... seus amigos? – perguntou Hugo, voltando para o quarto. Passei as mãos pelo rosto e ri.

- É, pelo menos, é pra ser.

- Lamento, Marie, mas tenho que ir. Tinha que estar no hotel ontem... e olhe as horas, 10 horas! – murmurou Hugo, vestindo-se com pressa.

- Hum... e... vai embora?

- Não, acredito que eu passe os feriados por aqui. Eu te prometo que ligo avisando.

É, eu vou acreditar em você, Hugo.

Com pressa, despediu-se de mim, dando um beijo bem... caloroso (ui). Saiu pela porta... deixando-me ali, paradona, sem saber se aquilo era verdade ou não.

Não sei... algo que me diz que... eu esperaria um bom tempo. Um bom... tempo.