“Qualquer coisa que você faça será insignificante, mas é muito importante que você o faça. Você pode não saber qual é o significado da sua vida, e não precisa. Precisa apenas saber que ela significa alguma coisa. Toda vida tem um significado, mesmo que dure 100 anos ou 100 segundos. Toda vida tem. E cada morte muda o mundo do seu próprio jeito. Ghandi sabia disso. Ele sabia que sua vida significava alguma coisa para alguém, em algum lugar, de alguma forma. E ele sabia com muita certeza que ele jamais saberia o significado dela. Ele entendeu que viver a vida, deve ser mais uma grande preocupação, do que um entendimento. E eu também. Você pode não saber, então não leve isto por certo, não leve isso muito a sério. Não adie o que você quer, não deixe que nada o impeça. Apenas tenha certeza, de que as pessoas com que você se preocupa saibam e tenham certeza do que você realmente sente, porque só assim tudo pode acabar.”

— Remember me.

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Edward Cullen sempre soube o que seria quando crescesse; um soldado. Assim como, basicamente, toda a parte materna de sua família, principalmente o seu avô, o condecorado General Platt. Ele tinha morrido em combate há anos, mas Edward sempre amou ler a respeito e escutar alguns amigos dele – veteranos de guerra – contando histórias sobre seus feitos heroicos e suas medalhas.

Sua mãe, Esme, não aceitou essa ideia muito bem, não estava disposta a perder seu filho para a guerra, da mesma maneira que tinha perdido o pai. E Carlisle, seu pai, teria preferido que ele seguisse seus passos e fosse para a medicina, assim como sua irmãzinha, Rosalie, pretendia fazer. Mas no final, ambos acabaram aceitando que nada tiraria da cabeça de Edward que aquele era seu chamado e destino, ser como o avô lutando por seus ideais, lutando pelos inocentes e os fracos na vida militar.

E fora o sonho de crescer na vida militar, Edward nunca teve outras ambições – como uma esposa ou filhos. Na verdade sempre foi muito cético a respeito disso, a respeito de tudo principalmente amor. E ele sabia que o que o deixou daquela maneira foi ter o coração quebrado precocemente aos quinze anos pela menina por quem tinha alguns sentimentos, como ele mesmo dizia. Nunca tinha se interessado por menina alguma, mas ao se interessar, comprou uma caixa de bombom e a chamou para sair, mas ela pegou o chocolate e recusou o encontro. Ele lembrava exatamente daquele dia; se lembrava de voltar para casa, furioso com ela e si mesmo, correr para o quarto, chutar e jogar as coisas no chão até cair na cama, chorando.

Preocupada com o barulho, Esme subiu para o quarto e sentou na cama com o filho. Edward podia dizer qualquer coisa, mas nunca conseguiu recusar um carinho de sua mãe – não quando ela era tão amorosa e doce com suas adoráveis covinhas e cheirinho de mamãe que ela tinha. E quando ela perguntou o que tinha acontecido, ele deitou com a cabeça em seu colo e começou a contar tudo, enquanto ela corria os dedos em seu cabelo num carinho preguiçoso.

— Oh, meu querido, eu sinto muito que as coisas tenha sido desse jeito, mas não foi culpa de ninguém, essas coisas acontecem, nem sempre somos correspondidos. Pode ter machucado, mas ao menos você foi corajoso e tentou, é isso que importa, porque uma hora você irá ser corajoso e tentar com a pessoa certa, então essa pessoa vai te corresponder da maneira que você merece. — Esme sussurrou carinhosamente. — Assim que é o amor, não é algo que possamos controlar, apenas acontece.

— Se isso é amor, eu não quero. Amor é uma porcaria. — Edward fungou.

— Oh meu querido. — sua mãe riu, ainda mexendo em seu cabelo. — Cuidado com o seu linguajar e não seja tão amargo, você é muito novo e ainda terá muitas experiências em sua vida. E sim, muitas vezes o amor acaba sendo uma porcaria, mas como diria o vovô Cullen, você não pode vencê-lo, ainda mais sendo um Cullen.

— Como assim?

— O amor acontece, Edward. É complicado, mas também é simples, acontece. Você não pode vencer ou controlar, apenas acontece. E você é um Cullen, é o seu legado, sua benção e maldição. Sabe que seu pai também não acreditava muito em amor? Só em coisas provadas cientificamente e a medicina, até me conhecer é claro. E então quando conseguimos ficar juntos e ele me levou para conhecer a família dele, sabe o que o pai dele, seu vovô Cullen, me disse?

— Não — Edward ergueu a cabeça e fungou. — O que?

— Ele riu na cara do seu pai e disse "eu te avisei, filho". Carlisle tentou impedi-lo de falar, mas ele me disse. Ele disse "exatamente como eu, seu avô, seu bisavô, todos os Cullen, nós começamos arrogantes e cínicos, mas então encontramos uma mulher forte que nos atinge como uma grande tijolada na cara e caímos duro no amor, eu te disse que você iria encontrar o amor e ele te morderia na bunda, filho". — Esme riu. — E isso eu posso te afirmar, Edward, quando você encontrar a pessoa certa, isso vai te bater duro como uma tijolada na cara que vai fazer você cair duro no amor. E adivinhe? Assim como eu e seu pai, vai ser sério e será para sempre. E mudará toda a sua vida.

— Eu duvido.

— Podemos apostar, que tal?

— Tudo bem. Se acontecer, você terá que me dar 50 dólares. — Edward disse firme, claro que nunca aconteceria.

— Tudo bem, se prepare para arranjar e perder 50 dólares pra mamãe, filho. — Esme disse rindo e se inclinou para beijar sua testa.

Os anos se passaram e aos dezoito anos Edward se formou no ensino médio, então pode se alistar. Graças a sua herança familiar militar e notas, seu ingresso foi garantido e se mudou para Forte Benning, na Geórgia, onde se tornou recruta e começou seu treinamento.

E aos vinte, após seu treinamento básico e no primeiro como recurta ano na escola de infantaria, ele conheceu a filha do sargento Swan.

Estranhamente, na primeira vez que a viu, sentiu como se tivesse sido atingido por algo – talvez um tijolo na cara? –, então as palavras de sua mãe fizeram sentido. Assim como ele soube que estava 50 dólares mais pobre, também soube que ela estava certa, tudo mudou e mudaria para sempre.