Palavras & Promessas

Epílogo 2, pt1 - You are my sunshine... ♫


Você é meu raio de sol, meu único raio de sol, você me faz feliz quando o céu está nublado, você nunca saberá, querida, o quanto eu te amo, por favor, não leve meu raio de sol para longe. — The Civil Wars - You Are My Sunshine

http://www.youtube.com/watch?v=gHa71o7qPE4

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1 de Outubro de 2004.

Aquele era seu primeiro dia em casa novamente e estava amando cada segundo daquilo.

O grande almoço em família aconteceu com tranquilidade com conversas, piadas, risadas e compartilhando lembranças. Ele estava feliz. Muito feliz.

Ele sinceramente tentava participar da conversa, escutava tudo e respondia em alguns momentos, mas não podia mentir, a sua atenção mais em sua Luz do Sol. Ela almoçava ao seu lado e sem perder o sorriso em nenhum segundo. Em alguns momentos dava comida na boca do pai, para mostrar o quanto a própria comida estava gostosa, então Edward retribuía o gesto. Ela estava tão grande, lembrava quando ainda tinha que alimentá-la e ela fazia uma grande bagunça. Não que agora não fizesse, porque tinha molho do purê em seu queixo, mas agora comia sozinha e independente como uma mocinha.

Foi inevitável soltar um suspiro, sua menina estava crescendo e uma hora não seria mais sua bebezinha doce...

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3 de Outubro de 2004.

Edward dormia confortavelmente em sua cama e com sua esposa. Após terem feito amor por toda a madrugada, ele não podia pensar em uma maneira melhor de passar a noite do que com o braço sobre sua cintura e o rosto em seu cabelo, respirando o delicioso cheiro de morango. Como tinha sentido falta daquilo. Mas ele foi acordado por alguém lhe empurrando.

Foi confuso sentir alguém empurrando suas costas, quando Bella estava a sua frente. Até que ouviu a voz de sua Luz do Sol.

— Nessie? — chamou ainda confuso e letárgico pelo sono.

— Sim, quem mais seria? Acorda papai! — ela disse ainda o sacudindo.

Ele estava sem camisa, mas tinha vestido um samba-canção, assim como Bella tinha colocado uma camisola. Eram aqueles pequenos cuidados que tinham por ter crianças em casa – faziam amor com a porta trancada, colocavam alguma roupa e a destrancavam, exatamente pra se algum deles resolvesse procurá-los.

Edward soltou a esposa e se virou na cama, para o lado onde Nessie estava. Um sorriso veio instantaneamente. Ela ainda estava de pijamas, rosto amassado pelo sono e cabelo bagunçado, era muito adorável que dava vontade de abraçá-la pra nunca mais soltar.

— O que você está fazendo acordada, Luz do Sol?

— Hora da escola, papai, você tem que me arrumar. — Nessie respondeu em seu tom petulante de 'não é óbvio?'.

— Claro, mas não é sua mamãe que lida com isso?

— Sim, mas hoje você tem que me arrumar e se arrumar também, assim você pode ir lá na escola, ter uma conversa bem séria com o Alec e eu vou dizer bem assim toooooooma. Você se esqueceu, papai?

Edward riu e escutou uma risadinha atrás dele, Bella tinha acordado.

— Mas é claro, como pude ter me esquecido disso.

— Que tal se a mamãe te arrumar como sempre, então o papai pode se arrumar e ele te leva? — Bella sugeriu.

— Tá bom! — Nessie pulou com um enorme sorriso satisfeito. — E agora eu preciso ir no banheiro bem urgentinho.

E ela saiu correndo.

Rindo, Edward se virou para Bella novamente. E ela tinha um enorme sorriso no rosto. Primeiro o sorriso da filha, então o sorriso da esposa, só precisava o sorriso do filho e seu dia ia começar da maneira perfeita, aqueles pequenos momentos fazia sua vida valer a pena.

— Você fica tão linda ao acordar... — a elogiou apaixonadamente. O sorriso dela apenas se alargou.

— Ô, muito linda. — ela ironizou. — Rosto amassado, sem nenhuma maquiagem, descabelada, mau hálito matinal, tô maravilhosa.

Edward riu.

— Pra mim você está perfeita. E você me parece tão feliz. — ergueu a mão e acariciou a bochecha dela.

— Eu tô feliz. Ou melhor, eu sou feliz. Fazia tanto tempo que eu não dormia tão bem, sabia? Em um momento eu acordei e pensei que tivesse sido só um sonho, então senti seus braços ao meu redor e voltei a dormir, porque você estava aqui de verdade. Senti saudades de fazer amor com você e então dormir nos seus braços. — Bella disse sorrindo.

Mesmo sendo de felicidade naquele momento, Edward não gostava de ver lágrimas brilhando nos olhos dela. Ainda mais sendo o responsável por elas. Aproximou-se e beijou sua testa, deixando os lábios em sua pele por alguns segundos.

— Eu amo você, Bella. — sussurrou.

— Eu sei. — ela sorriu. — Por isso que você voltou pra mim.

— Exatamente.

— Agora é melhor a gente se levantar, porque logo a Nessie estará gritando por nós e o EJ também. E eu me lembro de que certa pessoa me disse que ia lidar com choros e fraldas sujas dele com o maior prazer.

— E eu vou mesmo. — Edward sorriu. — Esperei meses por esse momento e vou fazer com prazer.

Enquanto eles iam para o banheiro, escutaram o grito de Nessie os chamando, que o fez rir. Ao menos estavam apenas os dois e os filhos na casa – era a primeira vez apenas os quatro.

Bella teve tempo apenas de usar o vaso, escovar os dentes e lavar o rosto antes que Nessie voltasse a chamá-la. De camisola, ela foi arrumar a filha e preparar o café da manhã deles, enquanto Edward tomava banho.

Tomou seu banho, escovou os dentes e fez a barba, vestindo jeans e uma camisa de flanela para levar Nessie na escola. Sabia que a pequena queria que ele fosse com a farda e botas de combate, mas não se sentia pronto para usar aquele uniforme novamente. Podia não ter nenhum tipo de estresse pós-traumático, mas não queria trazer nenhuma recordação com aquela roupa.

Estava indo para as escadas quando escutou o choro do EJ vindo de seu quarto.

— Edward? — Bella chamou do quarto da Nessie.

— Eu lido com ele, pode deixar.

Sorrindo, entrou acendendo a luz do quarto do filho. Respirou fundo, adorava aquele cheirinho de talco e perfume infantil. Se naquela idade o quarto de Nessie parecia um algodão doce, o de EJ parecia uma nuvem, todo decorado em azul e branco.

O pequeno se agitava no berço, chorando e exigindo por atenção.

— Ei, ei, o que aconteceu, companheiro? — perguntou suavemente ao pegá-lo no colo, afagando suas costas. — Está tudo bem.

EJ se acalmou instantaneamente no colo do pai, mas com um beicinho e as lágrimas ainda em seus olhos. Edward sentiu que sua fralda estava quente e sorriu.

— Claro que você não queria apenas o papai aqui, você não é tão específico quanto sua irmã, só queria alguém que trocasse sua fralda, certo? Certo? — o agitou sorrindo e o pequeno riu. — Então vamos trocar essa fralda.

Segurando-o com apenas um abraço, sorrindo para os tapas e puxões de cabelo cheios de animação que recebia, foi para o banheiro no quarto dele e abriu o chuveiro na água morna, o chuveirinho dele estava aberto e colocado dentro da pequena banheira infantil branca sobre o suporte.

Enquanto ela enchia, voltou ao quarto e despiu o pequeno no trocador, separou uma muda de roupa pra ele e voltou ao banheiro.

O banhou cuidadosamente e ele parecia adorar aquilo. Sentado na banheira, ele agitava a água com um sorriso enorme no rosto. Edward só podia rir, mesmo que tivesse acabado de se trocar e agora estivesse sendo molhado. Quando terminou de enxaguá-lo, o enrolou numa toalha com capuz e o levou de volta pro quarto.

— Você é sempre tão animada assim ou apenas felicidade pelo papai? — brincou.

EJ respondeu em sua linguagem própria, cheia de vogais e repetições sem sentido. No trocador ele também ficou calmo, apenas agitando as pernas enquanto Edward passava pomada antiassadura, talco e uma nova fralda.

— Então você está pronto para a nossa missão de hoje, companheiro? Vamos levar sua irmã pra escola e ter uma conversinha com o menino que vem falando coisas ruins pra ela.

EJ balbuciou e agitou os braços.

— Eu sei, eu também me perguntei isso, como alguém pode ser ruim com alguém tão doce quanto a nossa Luz do Sol? Por isso nós vamos ir resolver isso. E você vai ter que se acostumar com isso, filho, como irmão será seu dever protegê-la. Aposto que ela vai ser igual sua mãe ou sua tia Rose, muito independente pro seu próprio bem, então não deixe que ela te engane com a história de que é irmã mais velha, você ainda deve protegê-la. Ela e todas as outras irmãs que você possa ter. — sorriu pra ele, enquanto arrumava seu short. EJ chutou o ar e Edward riu. — Não, você não pode chutá-los. Ao menos não ainda, você é pequeno demais pra isso. Mas quando crescer e aprender alguns golpes, você vai poder chutar comigo todos os garotos pra longe dela até que ela tenha quarenta anos, como a gente combinou. E você entende que não estou sendo machista, né? É só que não posso deixar qualquer bastardinho se aproximar achando que tem algum direito sobre ela, porque ela é a nossa Luz do Sol. A minha Luz do Sol.

EJ parecia estar rindo, mesmo sem compreender nada do que falava, ele sempre parecia sorrir ao ouvir 'Luz do Sol', e Edward terminou de vesti-lo.

— Obrigado pelo bom papo e toda a compreensão, companheiro. — pegando-o no colo, Edward beijou sua cabeça. — Que tal agora ir tomar café da manhã para encararmos a primeira batalha pela honra da sua irmã?

Quando chegou à cozinha com o filho no colo, Nessie já estava no banco alto junto ao balcão – usando o uniforme escolar e os cabelos presos em um alto rabo de cavalo, adorável –, enquanto Bella preparava o café da manhã – agora colocava leite em uma tigela com cereal pra Nessie, enquanto bacon fritava na frigideira no fogão.

— Aqui, Ness. — colocou o cereal na frente dela com uma colher junto. — Cuidado pra não se sujar. E você, bebê, está com fome?

— Na verdade, eu estou morrendo de fome. — Edward brincou.

— Estava falando com o meu bebê aqui. — ela se aproximou e pegou EJ de seu colo. — Você pode se virar, o bacon tá no fogo.

— Assim você me fere, mulher.

Enquanto Bella foi dar mamadeira pra EJ na sala, Edward beijou os cabelos da filha dando bom dia e terminou de fritar os bacons, depois foi fazendo ovos estrelados enquanto os pães eram torrados na torradeira.

Edward estava se divertindo naquela rotina matinal familiar e apressada. Bella deixava Nessie tomando café na cozinha, então alimentava EJ e subia para se arrumar, depois voltava para tomar café também e ia levar a filha na escola. Nessie sabia tudo que tinha que fazer depois – escovar os dentes, pegar suas coisas e esperar na sala.

Ele foi se familiarizando com tudo para ajudá-la nos próximos dias e quando tudo estava pronto, eles foram para o carro. Ajeitaram os pequenos em seus respectivos bancos, Edward foi no banco do passageiro e Bella dirigindo.

O lugar não ficava há mais de dez minutos de distância e, quanto mais próximos estavam, mais animada Nessie ficava. Quando Bella estacionou o carro, ela já estava quicando em seu banco.

Edward desceu do carro e foi abrir a porta pra ela, ajudando a descer sua mochila de carrinho e colocando a lancheira em suas costas. Depois de descer com EJ, Bella ativou o alarme e se aproximou.

— Olha, papai, tá todo mundo olhando pra gente. — Nessie disse radiante.

— Devem estar pensando que eu achei um novo marido. — Bella brincou.

— Então vaaaaaamos, temos que achar o Alec bobão.

— Estamos criando uma filha muito vingativa e você está apenas incentivando isso, Edward.

— Não é vingança, querida, é justiça. — Edward sorriu.

— Sim, mamãe, justiça.

Nessie foi puxando o pai pela mão, enquanto arrastava sua mochila com a outra. Bella revirou os olhos, era claro que nunca ganharia uma batalha quando Nessie e Edward se juntassem então apenas os seguiu.

Realmente, estava todo mundo olhando. Bella era acostumada a receber olhares das outras mães, era conhecida como a viúva do soldado, praticamente todas se aproximaram para lhe dizer o quanto sentiam muito, mesmo que nunca tivessem conhecido Edward e agradecer pelo sacrifício que ele tinha feto pelo país. A história do retorno de Edward não tinha se espalhado, porque como dizem, as notícia ruim chega rápido, então agora elas pareciam dividas entre cobiçá-lo e julgá-la por achar outro homem quando o marido herói de guerra estava morto. Bella apenas sorria para elas, se soubessem ao menos metade da história.

Nessie os levou até o parquinho da escola, que ficava na lateral do prédio. Não tinha mais nenhuma mãe com eles, apenas alguns meninos brincando no escorregador.

— Alec! — ela gritou e todos olharam.

Edward precisou rir, eram todos quase da mesma altura de Nessie – tinha um pouco mais alto e outro menor –, mas tinham uma pose de valentões de filmes adolescentes.

— Que? — o menino, que devia ser Alec, perguntou petulante. Ele era o menor do grupo, pálido e com cabelos negros.

— Então você é Alec? — Edward disse firme, usando a sua melhor voz de Capitão Cullen. E pareceu funcionar, porque o moleque perdeu toda a pose e pareceu com medo. — Então você é o menino que está dizendo coisas ruins para a minha filha?

— Eu... Ela... Não tem pai. — Alec murmurou com os olhos arregalados de medo.

— Eu tenho sim! — Nessie gritou.

— Sim, ela tem e eu sou o pai dela. E sabe, Alec, não gosto nenhum pouco de saber que tem um garotinho dizendo que a minha filha não tem pai porque ela é chata, mentirosa e ninguém gosta dela. Eu amo minha filha, só tive que ficar afastado por causa de um ferimento que eu consegui durante a guerra, porque eu sou um soldado também. E se tem uma coisa que todos vocês devem saber desde cedo é que não devem mexer com a filha de um militar

— O que eu disse? O que eu disse? Há! Tooooooma! — Nessie cantarolou vitoriosa e gargalhou.

Edward teve que fazer muito esforço para manter a pose de capitão e não rir ali mesmo, enquanto Bella escondia o rosto no corpo de EJ, rindo baixinho.

— Eu... Não sabia, desculpa. — ele disse abaixando os olhos.

— Não é pra mim que você tem que pedir desculpas, Alec, é para a minha filha e diga olhando no rosto dela.

— Tá. — ergueu a cabeça e olhou no rosto dela. — Me desculpa Nessie.

— Hum... Eu não sei se você merece minha desculpa.

— Nessie, se ele pode pedir desculpas, você pode aceitar e encerramos esse assunto aqui.

Nessie suspirou.

— Tá bom, tá desculpado, Alec.

— Muito bem. Agora eu espero não ter que voltar para resolver esse tipo de assunto novamente, eu não quero nenhum de vocês dizendo qualquer coisa que vá chatear a minha filha. Porque quando ela está chateada, eu fico chateado e vocês não vão querer ver um soldado chateado, estamos entendidos?

— Sim, senhor. — eles disseram juntos.

— Ótimo. Agora voltem a brincar, vamos Nessie.

Nessie não parava de rir enquanto se afastavam do parquinho.

— Isso foi tããããããão legal, papai! Vocês viram a cara dele? Eles ficaram morrendo de medo de você, eles quase fizeram xixi nas calças, bando de bobões! — ela disse rindo.

— Verdade, agora é só esperar que eles digam aos pais o que aconteceu e você terá que lidar com pais furiosos por você ter assustado os filhinhos dele. — Bella ironizou.

— Que venham. — Edward deu ombros. Não importava, o sorriso e animação de Nessie fazia isso valer a pena. Além do mais, tinha sido a primeira oportunidade de defender sua filha contra garotos e tinha adorado a sensação, ia adorar fazer isso muitas vezes durante sua vida.

— Obrigada, papai! — Nessie disse sorrindo, adorando ainda mais o pai.

Edward parou perto da porta e se virou pra filha, pegando-a no colo. Ela podia estar maior, mas era leve e ele já tinha recuperado sua força.

Você é minha Luz Sol, sempre vou defender você. Agora qualquer coisa que te disserem você me diz e eu venho resolver isso, está bem?

— Você é o melhor papai de todo o mundo!

Edward sorriu, abraçando-a de volta.

— Eu amo você, Luz do Sol.

— E eu amo muito você, papai. Mais que tudo, mais que a lua ida e volta. — ela beijou demorada e estaladamente a bochecha do pai antes de passar os braços ao redor de seu pescoço e abraçá-lo forte.

. . .

15 de Novembro de 2005.

Nessie estava indo descer as escadas, quando viu EJ correr para o próprio quarto, parecendo bem irritado.

Para uma criança de dois anos, ele podia ser bem temperamental e parecia estar ainda pior agora que não era o filho mais novo na família, agora tinham Nathan também. Como sua mãe dizia, tinha que ajudá-lo nessa transição, porque entendia bem como era deixar de ser filha unica se tornar uma irmã mais velha.

Foi para o quarto dele e entrou. EJ estava sentado em uma pequena cadeira junto a sua mesinha de colorir, rabiscava uma folha de sulfite com raiva e um enorme bico no rosto.

— O que aconteceu?

— Nada. — ele disse mal humorado. Parou de desenhar, deixou o lápis na mesa e amassou a folha de sulfite. Pegou outra folha na gavetinha da mesa e voltou a rabiscar com raiva.

— Eu posso desenhar com você?

Ele apenas deu ombros e ela sentou na cadeirinha a sua frente.

— Será que você pode me dar uma folha?

EJ hesitou, mas pegou uma folha na mesa e entregou a irmã, que começou a desenhar também.

Por vários segundos escutavam apenas o barulho dos lápis riscando as folhas, até ela quebrar o silêncio:

— Por que você subiu com raiva?Não estava com o papai?

Tava, mas aí o Nate acodou e a mamãe tá ocupada e o papai foi ficá com ele.

— E o papai mandou você subir?

— Não, mando eu esperá. — EJ ergueu a cabeça. — Mas eu num queria esperá, a gente tava bincando. É tudo Nate, sempe ele. Mas ele nem faz nada legal, só é um chato que chora, eu num gosto dele. Isso é o Nate... — e fez um barulho de peido com a boca.

Nessie gargalhou.

— Ah, agora eu entendi, você tá com ciúmes do Nate.

— O que é ciúmes? — ele franziu o cenho.

— Hum... É que você acha que o papai e a mamãe gostam mais do Nate do que de você, mas eu não entendo, porque você não tem ciúmes de mim.

— É que você é menina, pode um menino e uma menina, agora tem uma menina e dois meninos, isso não pode, num pecisava de mais um menino aqui.

Nessie apenas riu.

Pu quê você tá rindo de mim? Para, bobona!

— Você sabe que falou palavra feia, né? Vai dever um dólar ao pote.

— Tô nem aí, nem tenho um dólá memo. — ele agitou os ombros.

— Tudo bem, eu não vou falar a ninguém que você disse essa palavra.

Pu quê?

— Porque você é meu irmãozinho, é isso que irmãos mais velhos devem fazer, eles protegem seus irmãozinhos.

— Eu num sou um imãozinho. — EJ disse mal humorado.

— É sim, porque você é meu irmão mais novo. E sabe quem é seu irmãozinho? O Nate. Ele é mais novo que nós dois, por isso agora ele precisa mais da mamãe e o do papai. Ele é seu irmão mais novo, então você proteger ele.

— Eu num quero potegê ele, quero que ele vai embora. — ele bufou.

— Você só tá dizendo isso porque está com raiva, mas não vai ficar assim pra sempre, uma hora você vai perceber que é legal ter um irmãozinho. Eu gosto de ter você como irmãozinho.

— É que eu sou legal, o Nate não.

Nessie riu.

— É que ele é apenas um bebezinho de dois meses, mas ele vai crescer e ai você vai adorar ter um irmãozinho. Alguém pra brincar com você de coisas de menino, alguém pra colocar a culpa quando você fizer alguma coisa errada, existem alguns benefícios de se ter irmão, sabe.

— Hum... — EJ pareceu pensar na questão.

— Sabe, quando você a mamãe disse que eu ia ter um irmãozinho, eu disse que tinha que ser menino pra que eu fosse a unica irmã, mas sabe o que eles me disseram?

— Não, o que?

— Eu independente do novo bebê, ela e o papai sempre iam me amar da mesma maneira. E eles disseram a mesma coisa pra você, lembra?

— É... — EJ fez um beicinho.

— Viu? É porque a mamãe e o papai amam a gente. Eu, você o Nate. Eles não têm preferidos, mesmo que eu merecesse ser a preferida, é claro. Eles nos amam igualmente

— Você tem certeza? E se eles resolverem que o Nate é mais legal e me jogar fora?

— Não seja bobo, eles nunca fariam isso ou então já teriam feito há muito tempo, porque você continua sendo o mesmo chato de sempre. Você é o príncipe da mamãe e o garotão do papai, eles nunca vão deixar de gostar de você.

— Você me pomete? Pomete de dedinho? — ele esticou o braço sobre a mesa e lhe esticou o dedo mindinho.

— Eu te prometo. — ela entrelaçou suavemente o dedo mindinho ao do irmão e sorriu. — E você sabe que os Cullen levam suas promessas a sério.

E EJ finalmente sorriu.

Da porta, Edward observava tudo com um grande sorriso no rosto.

Deixou o pequeno Nate com Bella pra que pudesse explicar a situação a EJ, então viu Nessie ir primeiro. Por um momento pensou em intervir e acalmar as inseguranças de EJ – como ele ao menos podia pensar isso quando o amava mais que a própria vida? –, mas então deixou que Nessie lidasse com isso e ela o fez de maneira espetacular. Seu peito estava inchado de amor e orgulho de sua pequena Luz do Sol.