Já era a quinta curva que o carro dava. Steve tinha contado desde que saiu do orfanato, escoltado, e foi colocado junto com seu melhor amigo Bucky num carro com janelas tampadas. Suas mãos tremiam... por que tinha que ser tão fraco. Suspirou. Levantou o rosto e avistou Bucky. O mesmo, ainda com as mãos sujas de sangue, encarava o chão. Não tremia como Steve, porém como um bom amigo, Steve sentia que ele estava mal:

—Bucky !

—Cala boca Steve...

—Temos que conversar...

—Não, não temos.

—Mas... você viu o que aconteceu alguns minutos atrás ! Aquele não é seu normal, você ouviu que ele falou ... colocaram drogas na gente !

—Então por que será que eu fui o único a matar um cara ??_Disse num tom de ironia.

—Eu não sei... mas vamos nos virar, assim como sempre fizemos ... Juntos !_Tocou o ombro do amigo que levantou o rosto, aquela frieza não estava tão presente.

—Steve... me prometa uma coisa !

—Fale...

—Não importa o que acontecer, não mude o que você é ! Ok ??

—Ok..._Sorriu fraco._O que será da gente agora ??

—Não importa... tenho meu irmão comigo !_Deu um soco fraco no ombro do amigo.

Os dois riram um para o outro.

(...)

—Muito bom trabalho agente Rot !_Disse um homem de preto.

—Sempre faço o meu melhor..._Sorriu com escárnio.

—Eu sei... agora temos que ver o destino dos dois !

—Eu já sei o destino de Bucky... treinará comigo !

—Ele é seu agente Rot... mas você sabe as consequencias disso, além do mais aqueles dois são difíceis de separar ! Não temos um suporte suficiente para guarda os adolescentes aqui, deveram ser colocados em famílias aos olhos da sociedade, claro, repleta de agente para ficar de olho neles ! Os outros não podem suspeitar dessa nossa iniciativa !

—Tem razão, mas como vão ser treinados !

—Aceita ser um pai de mentira...

—Acho que não tenho muita cara de pai de família senhor !

—Eu sei...porém é o único jeito de treinar o projeto 68 para o que vem no futuro !

—Tem razão... mas e o outro ??

—O outro ?? Ainda é fraco... porém ela passará por alguns projetos aqui dentro ! Logo será adaptado a uma família assim como Bucky, um tempo sozinhos vai lhes fazer bem !

—O problema é se vai ser fácil doma-los separados...

—Tem razão ! Mas eu tenho um plano !

(...)

Wanda finalmente abriu os olhos. Num pulo quase caiu da cama em que estava. Olhou em volta e tomou conta que estava num cela. A mesma roupa que quando foi sedada e levada para sei lá aonde. Não sabia onde estava ,nem como iria fugir dali. Foi até o espelho que a separava do resto do mundo. Socou algumas vezes, porém nada. Olhou para o corredor, vários guardas conversando e alguns quietos na sua, como se aquilo fosse totalmente normal. Tentou usar seus poderes porém não funcionavam, começou a se desesperar. Olhou novamente para o espelho e viu várias pessoas em outras celas. Na cela em frente uma garota de cabelo rosas pastel sentada no chão abraçando o próprio joelho. Usava um macacão azul meio largo. Os olhos verdes esmeraldas eram tão claros que pareciam artificiais. Os cabelos lisos com as pontas encaracolados eram bem peculiares pela coloração, misturado com o olho, só a tornava mais “esquisita”. Sua pele era extremamente pálida, no pescoço um colar de metal o que fez Wanda cerrar os olhos.

Olhou para baixo e percebeu que também usava o mesmo colar. Voltou a socar o vidro e gritou:

—Ei ! Me tirem daqui ! Onde estou ?? O que fizeram com meu irmão ??

—A número 551 tá muito agitadinha ..._Comentou um dos guardas.

—Da logo um susto para ela se acostumar a ficar quietinha !_Outro chegou e falou com um tom cansado.

—Pode deixar..._Ele apertou um botão e logo uma onda de choque elétrico veio do pescoço e passou por todo o corpo fazendo Wanda cair não chão ferida. _Vê se aprende mutante...

Tinha tanto nojo no tom do guarda. Nojo que Wanda nunca tinha vivenciado, afinal seus poderes eram escondidos de todos. Nunca teve muitas amizades no antigo internato, porém... não era nojo, ela só gostava de ser distante, mas aquelas palavras... “mutante”... tinha atingido o coração já ferido da garota. Lágrimas desciam pelo rosto da garota, ela levou as mãos ao colar:

—Não faça isso..._A rosada aconselhou.

Porém Wanda ignorou e tentou quebrar aquela coisa. Porém levou outra carga de choque maior ainda. Logo afastou as mãos e ficou esparramada naquele chão. A garota a sua frente levantou se aproximou de um buraco no vidro não notado por Wanda:

—Meu nome é Silver...

—Onde estou ??

—Todos perguntam isso ...

—Todos ??

—Todos os mutantes ... tem vários aqui !

Só ai que Wanda notou as outras celas, várias pessoas largadas, a maioria com alguns ferimentos ou ligados a tubos. Wanda começou a ofegar, cadê seu irmão ?? Onde estava ?? Aquilo era o caos.

(...)

—Fury !

—Sabia que viria a mim !

—É claro que sim...

—A muito tempo que não nos vemos...

—Não se faça de falso !

—Direta !

—Sempre fui...

—O que quer saber ??

—Eu disse para não por ela nisso, sempre quis afastar desse mundo !

—Mas é necessário e iminente !

—Seu crápula...

—Ou é isso... ou ele saberá !

—Maldito...

—Sabia que iríamos concordar..._Sorriu e foi em direção da moça de cabelos castanhos longos e olhos verdes escuros._Minha querida... vou até te dar um prêmio.

—Do que está falando ??

—Poderá ficar com ela...

—O que ??

—Seu nome agora é Elenor Romanoff._Sorriu e a mulher cerrou os olhos.

(...)

Estava nervosa, muito nervosa na verdade. Respirou fundo. Apertou mais a alça da mochila. Estava na América pela primeira vez. Várias pessoas, que estavam antes no mesmo avião que ela, passavam como se fosse inexistente. Afinal, estava quase lá. Foi andando esperando algum sinal divino aparecer apontando aonde deveria ir. Olhou ao redor e sentiu uma mão gorda no seu ombro:

—Que garotinha bonita... está perdida querida ??_Um homem alto e acima do peso apareceu, barba para fazer, usava uma roupa bem suja, uma camisa branca com jaqueta em cima, suja de molho._Quer ajuda ??

—Não me chame de garotinha... ou se arrependerá !_Pegou a mão do homem e torceu a mão para trás.

—Nat querida..._Ouviu uma voz ao longe.

Uma mulher, de aparência bem familiar para a ruiva. Os cabelos castanhos presos num rabo de cavalo. Usava uma calça rosa meio apertada, mostrando as belas curvas. Saltos anabela salmão. Uma blusa de botões branca com bolinhas pretas e um casaco de jeans claro. Nas mãos uma bolsa. Correu até Natasha e a abraçou apertado, apertado demais para uma desconhecida:

—Minha querida...que preocupação, quando o avião aterrissar a primeira coisa que tem fazer é me ligar...

—Han ?

—Sem han... para que te dei esse celular ?? Quem é esse ??_Olhou pro homem com ódio.

—E-eu e-estava t-tentando ajuda porém como você já chegou eu já vou indo..._Saiu correndo.

—Quem é você ??_Natasha perguntou.

—Meu nome não deve ser dito, porém me chamo Elenor Romanoff agora.

—Romanoff ??

—Sua nova “mãe”.