Overwatch - Heartless

"Estou... viva?" - Widowmaker


28 de Dezembro

Base da Talon

Widowmaker

*

A maior arma da Talon estava na maca médica branca, totalmente inconsciente.

Luzes pairavam sobre ela, em foco denso. Uma moça parava de pé a seu lado, mãos para trás.

Na verdade, ela foi intencionalmente adormecida. Seu corpo inteiro estava relaxado, inconsciente do que estava a sua volta. Escuridão silenciosa sem qualquer pensamento ou imaginação estava cercando ela, engolindo-a. Enquanto isso, Moira a observava cautelosamente. Surpreendentemente, ela não tinha seu sorriso arrogante de sempre. Em vez disso, ela parecia perdida em pensamentos, até que a porta abrindo e uma pergunta súbita edesviou sua atenção de sua paciente.

— Como ela está?

A figura preta encapuzada do outro lado da sala tinha voz rouca e prepotente. Reaper observava as duas de longe. Mesmo que ele não parecesse interessado na situação, ele ainda mantinha um olho na moça de pele azul.

— Espero que esteja fazendo seu trabalho direito. - ele rosnou.

Moira inclinou o queixo de Widowmaker para observar seu rosto de perto.

— Sua condição parece relativamente estável por enquanto - suas longas unhas arranhavam a pele azul da assassina. - Sabe, talvez da próxima vez você deveria me avisar antes. Para que preparasse sua droga com antecedência. - ela o encarou de soslaio. - E não preciso lembra-lo que leva tempo, não é?

— Dá um tempo. - Reaper disse, impaciente - É o seu trabalho realizar exames regulares.

— Me parece que é bastante conveniente para você me culpar por seus próprios erros. Ela é prioridade sua, Moira. Eu apenas deixo tudo nos conformes.

Moira virou-se à inconsciente Widowmaker. Riu baixinho, nada divertida.

— Ah, é uma pena que você esqueça a injeção dela. É tudo que a mantém nos conformes. Sem isso... - Moira suspirou - ela torna-se suscetível a relembrar velhas lembranças. Perder o controle que impusemos. E você quer isso, não é, Gabriel?

Desta vez, Reaper não respondeu.

Mesmo que a falta de resposta a incomodasse, Moira permaneceu imóvel e esperou pacientemente por alguns segundos. Uma vez que ela percebeu que ele nada diria, ela bufou.

Você vai levar a culpa por isso - a cientista crescentou.

— Sempre levo. Não se preocupe, doutora. - ele disse, ácido - E se algo acontecer, eu vou lidar com as suas consequências. - respondeu baixinho. - Basta voltar ao trabalho.

Enquanto Moira não tinha intenção de discutir com seu comando, ela não hesitou em revirar os olhos para mostrar sua irritação flagrante.

Tentando ignorar a presença de Reaper, ela lentamente se aproximou de sua mesa de laboratório de química para começar. O recondicionamento neural de Widowmaker exigiu injeções quinzenais de drogas. A droga sintetizada deveria ser injetada sob a pele, através de uma seringa de tamanho regular. A ausência de injeções pode resultar em resultados indesejáveis, como a lavagem cerebral prestes a se desgastar.

Mesmo que Moira odiasse admitir, ela nem sabia a extensão total dos possíveis resultados. E não queria que Reaper também soubesse. Era imperativo que Amelie passasse pelo ciclo perfeitamente, sem falhas. Do contrário...

Enquanto a geneticista se concentrava absorta, Reaper permaneceu próximo e se assegurou de que tudo estivesse sob controle. Tudo parecia normal até um som alto ecoar pelos corredores, seguido do um som de alarme.

Reaper grunhiu alto e tirou suas espingardas, bufando.

— Merda...

Moira pegou sua mochila, equipando-a o mais rápido que pôde. Ela odiava ser interrompida no meio do seu trabalho.

— Eu vou cuidar dos intrusos. Você fica aqui, sendo a boa e velha doutora. Não deixe Amélia sozinha. - ordenou Reaper sem sequer encará-la.

— Você precisa de alguém que o cure caso algo saia do controle, meu caro. Ou você vai negar isso? - ela rebateu. - Burrice não estava no seu currículo, Sr. Reyes.

Afinal, como a única curandeira de Talon, sua presença era necessária e ela estava muito consciente disso. Ela poderia contribuir com cura e danos em qualquer tipo de crise. Suas habilidades eram insubstituíveis.

— Não. Eu não penso assim. - ele murmurou com uma atitude arrogante. - Fique. - engatilhou suas armas. - Você sempre teve uma opinião elevada de si mesma, doutora. Não ache que pode ser mais do que já é.

Moira sorriu, bufando. - Ah, isso é irônico, especialmente vindo de você, Gabriel. Eu vou e fim de história. - ela passou por ele. - Vamos.

Através do som do alarme alto, alguns tiros distantes podiam ser ouvidos. A dupla rapidamente saiu da sala, deixando a inconsciente Widowmaker para trás. Moira se certificou de trancar a porta, tornando-a menos acessível para alguém possivelmente alcançá-la.

Lançou Amélie um último olhar, enquanto os portões de aço se fechavam.

**

Quando Amélie abriu os olhos, as coisas voltaram lentamente à foco. A luz em seus olhos a cegou, fazendo-a tapar com as mãos.

Uma dolorosa dor de cabeça a acolheu, e ela achou que as coisas não poderiam piorar. Seus olhos dourados olhavam ao redor, observando o estranho quarto branco frio.

— Onde... estou? - ela perguntou a si mesma.

Esta foi apenas a primeira pergunta que passou por sua mente. Ela tentou, mas não conseguiu se lembrar dos eventos que levaram àquele ponto no tempo.

Na verdade, quanto mais ela tentava lembrar, mais ela percebia que não conseguia se lembrar de nada. Uma aparente confusão tentou consumi-la. No entanto, ela não conseguia sentir nada. Era estranho para o corpo dela rejeitar esse conceito, que ele havia esquecido há muito tempo. Ela se levantou, apenas para encontrar-se olhando diretamente para as mãos, notando sua pele azul. Um espelho longe da maca chamou sua atenção - e o reflexo que ela percebeu ser dela.

— O... que diabos está acontecendo?

Suas mãos começaram a tremer em descrença. Os barulhos altos e visíveis do lado de fora não estavam ajudando a situação também. Ela tentou abrir a porta, apenas para descobrir que estava trancada. Ela pensou em pedir ajuda, mas hesitou. As palavras não saíam. Os sons se aproximaram e se transformaram em um jato pesado de tiros, soando em seus ouvidos. Seus instintos estavam dizendo para ela correr dali. Para ir o mais distante possível daquele lugar.

Amélie decidiu ouvir seus instintos. Primeiro, ela tentou encontrar algo para se proteger; no entanto, ela não conseguiu identificar nenhum tipo de arma por perto. Seus olhos então rapidamente olharam ao redor, tentando encontrar outra rota de fuga.

Talvez... - ela pensou, pegando rapidamente o objeto mais próximo que poderia alcançar, jogando-o na janela de tamanho médio.

Pegou o extintor de incêndio e arremessou contra a janela.

Uma grande rachadura se formou na superfície. Foi a resposta para sua busca.

Amélie continuou a bater na janela até que todo o vidro se despedaçasse em sua frente. Sem pensar mais, ela pulou, pousando os pés na terra molhada e fiapos de grama fora do prédio. Quando Amélie saiu e olhou para o céu, uma pequena gota de água caiu lentamente em seu rosto. Seu olhar encontrou nuvens cinzentas escuras que cobriam manchas no céu chvuoso. Claro que ia chover.

O cheiro de molhado alcançou-a, e ela respirou fundo, inflando o peito. Ela acelerou o passo em direção à floresta, na esperança de sair dali viva.

Seu coração parecia palpitar, mesmo que pouco, em seu interior. Uma sensação que ela sentia, de alguma forma, ter esquecido.

II

Ela não se machucou, pelo menos não fisicamente.

No entanto, ela estava sob uma enorme pressão mental. Pela primeira vez para sempre, sua mente estava em guerra própria. Perdida em seu próprio mundo, ela se viu arfando, nervosa, e seus braços firmemente abraçando seu próprio corpo frio. Seus pés, sem rumo, tentaram levá-la a algum lugar.

A qualquer lugar.

O céu cuspia a chuva mais rápido quando ela começou a descer pelo único caminho que pôde achar através da floresta. Ela era uma massa escura azul e ambulante escondida nas sombras da floresta. Seu corpo inteiro estava encharcado da cabeça aos pés, e pedaços de seu cabelo escuro e úmido grudavam no pescoço e nos ombros. Ela não estava usando roupas adequadas para o tempo chuvoso, seu macacão colante revelando muita pele. Apertado em sua pele, revelava suas pernas e cintura, e boa parte de seu decote. No entanto, apesar de estar encharcada de sua pele exposta, ela parecia imperturbável pela frieza do clima.

Amelie esperava que ninguém notasse sua ausência. A última coisa que ela queria era ser pega por alguém.

Mais abaixo no caminho, folhas enferrujadas e galhos balançaram. Com o vento aumentando e a tempestade mais intensa, houve uma árvore em particular que a chamou atenção. Por baixo dos pingos de chuva, Amelie forçou sua vista, cerrando os olhos. Não era óbvio de relance, mas uma figura escura se escondeu nas sombras, sua forma deixando de ser simplesmente umapequeno vulto veloz.

Thunc!

Amélie sentiu uma flecha disparar contra ela, atingindo a árvore a seu lado.

E se ela não tivesse reflexos acelerados, haveria um buraco em sua cabeça naquele momento. Antes que ela pudesse reagir, outra flecha voou contra ela.

Mérde!

Sua mão tentou alcançar seu rifle inexistente enquanto se esquivava da outra flecha. Ela pausou assim que seus dedos se fecharam em nada. Seus olhos se arregalaram, como se isso a atingisse de alguma forma - por que exatamente... ela sentia que teria um rifle em mãos?

A moça conseguiu se recuperar de seu choque inicial, rapidamente se escondendo atrás da árvore perfurada, seu peito subindo e descendo, a adrenalina bombeando através de suas veias frias. O objetivo de seu predador era mata-la, obviamente - ela estava em desvantagem. As opções corriam por sua cabeça, tentando encontrar uma maneira de sair viva. A maioria deles parecia estúpida e ela ficou mais desesperada com a ideia de sair dali detrás.

— Eu não tenho intenção de lutar! - ela gritou, seu sotaque francês ocultos sob os trovões da chuva.

Mesmo que o vento carregasse o som de sua voz, seu predador ainda podia ouvi-la. De repente, uma grande estrondo atrás dela, criando um ruido metálico.

Pequenos ruídos de metal cortavam o vento, fazendo-a se abaixar ainda mais atrás da árvore. Eles se aproximaram cada vez mais até que pararam, fazendo-a ouvir apenas os pingos que caíam. Houve silêncio mortal. Amelie ouviu o som de uma flecha e a corda de um arco a ser puxada.

- Dê-me uma razão pela qual eu deveria acreditar nisso, mulher! - gritou alguém.

A voz era japonesa e rouca.

Ela não o conhecia. Ela não conhecia suas intenções. No entanto, apesar de todas as razões pelas quais ela não podia confiar nele, a pergunta lhe deu uma pequena dose de esperança. Enquanto ela ainda tinha suas dúvidas, talvez ela pudesse fazê-lo ouvi-la.

Amélie não tinha nada a perder.

— Porque, mesmo se eu quisesse, eu não tenho nenhuma arma comigo... - ela admitiu. - Se você estiver disposto a baixar sua arma, poderá ver por si mesmo. Eu só quero sair daqui. Isso é tudo...

De trás da árvore, ela não conseguia ver o olhar no rosto do estranho nem como ele posava. Amélie podia ouvi-lo se arrastando e mudando de posição.

A voz voltou, através do som da chuva torrencial.

— Uma atiradora sem sua arma? Você está tentando me enganar? Mostre-se imediatamente! - desta vez mais alta e mais hostil.

Amelie teve leve sensação de que estava pronta para ser alvejada ao planejar se mover dali.

A palavra "atiradora" trouxe de volta memórias tontas, que não pareciam pertencer a ela. Nestes pedaços de lembrança borrados, ela recordou uma imagem fraca de uma mulher egípcia, seguida por uma silhueta de homem com uma máscara de caveira. Então, sentiu uma pontada em seu rosto.

Como se tivesse levado um tiro. E após tal sensação, fora a imagem dela. De uma mulher, cabelos negros. Pele bronzeada.

Deserto. O calor escaldante do Egito sobre sua pele.

Tropas americanas. Armaduras de combate azuis. Um rifle em suas mãos. Algumas imagens sangrentas de vítimas. Amélie estremeceu e mordeu o lábio inferior. Por que ela não conseguia lembrar as coisas corretamente? Por mais que ela não quisesse obedecer ao comando daquele estranho, não havia muito mais que ela pudesse fazer.

Mesmo que ela tentasse fugir, provavelmente receberia uma flecha no crânio de qualquer maneira.

D'accord, então... (Tudo bem) - ela murmurou obedientemente. Com hesitação e movimentos cautelosos, Amélie olhou devagar pela fresta da árvore.

Engolindo em seco, ela levantou as mãos no nível do peito e se fez totalmente visível. Seu corpo estava tenso, pronto para fazer um movimento repentino.

Bem em frente a Amélie, o homem a encarou, suas feições surgindo na luz do luar.

Ele usava um casaco que chegava até o pescoço e tinha um design intrincado na manga esquerda. Sobrancelhas de penas puxavam para dentro, fazendo seus olhos se contraírem com cautela. Piercings fizeram pequenas marcas brilhantes em seu rosto e seu cabelo era puxado para cima em um pequeno coque. Um arco preparado completou seu olhar hostil, o qual fora apontado diretamente à ela.

O homem baixou o arco, embora mantendo as mãos prontas sobre ele.

— Explique-se. - ele ordenou, com tom mais relaxado.

Amélie soltou um suspiro, soltando a tensão em seus pulmões. Seus lábios se separaram, e ela deu leve passo a frente.

— Eu não posso... - seu olhar era frio e distante, sem a emoção adequada, assim como sua voz. O que quer que ela estivesse pensando, ela definitivamente não estava mostrando-o.

Ele estralou os dedos no arco. - O que quer dizer?

Seu corpo rígido relaxou um pouco, mas permaneceu em guarda. - Eu não me lembro de nada.

Amelie não podia ter certeza, mas sua reação parecia algo que ela disse ser uma mentira completa. Ele quase parecia ofendido, como se ela questionasse sua inteligência. No entanto, ela tinha de ser alguém com alguma boa influência negativa para causar essa reação.

Alguma coisa, Amelie havia feito.

— Você se atreve a fazer truques comigo, "mulher aranha?" - ele disse duramente, erguendo a flecha. - Eu entendo que você pode ter habilidades excepcionais, mas eu não vou ser ridicularizado. Eu posso mata-la aqui e agora, então seria sensato dizer apenas a verdade para mim.

Algo estalou em sua mente.

Principalmente suposições que ela tentou juntar no momento.

— Uma... atiradora de elite com habilidades excepcionais? - Amélie se perguntou e permaneceu em silêncio, sem saber como responder.

Ela não sabia como convencê-lo. Não importa o que ela ia dizer, ele provavelmente não iria acreditar nela de qualquer maneira e ela não o culpava por isso. Ela provavelmente teria feito a mesma coisa se estivesse no lugar dele. Um pensamento cruzou sua mente.

Eles provavelmente pertenciam a lados opostos, o que explicaria sua desconfiança ainda mais. Mais uma vez, ela só podia supor. Se isso era uma coisa boa ou ruim, não era a questão aqui. Mas também significava que o homem não estava ali para levá-la de volta para o lugar que ela acabara de fugir.

Uma coisa a menos à se preocupar.

— Olha, eu não sei que tipo de conflito está acontecendo atualmente. Embora eu possa ter pertencido a um lado. Mas atualmente não estou tomando nenhum... - ela parou. - Digo... Logo antes de escapar, pude ouvir alguns tiros. Alguns deles devem ser de seus amigos. É por isso que você está aqui apontando a flecha para mim - ela tentou entender a situação. - Ajude-me a escapar e estou disposta a falar sobre qualquer coisa que eu possa lembrar.

Havia uma sensação de cautela ligada a ele.

Por um pequeno momento, ele a observava. Dado como seus olhos vagavam, Amélie se sentiu quase nua, como se ele estivesse escolhendo todos os cantos e recantos de seu corpo e postura.

— Hnf. - bufou. - Por que você quer escapar? - disse lentamente. - Você é conhecida suficiente por suas habilidades de atirador e ouvi falar dos crimes que você e sua organização causaram. Conhecida em todo o mundo. É uma peça desejada de muitas organizações que seu grupo homicida mataria para manter. Então, por que você iria querer fugir dessa cobiçada vida?

Não era difícil perceber o desdém que ecoava em sua voz. No entanto, não era isso que ela queria ouvir

Amélie congelou em seu lugar quando uma grande onda de desolação caiu sobre ela. Seus lábios se separaram brevemente para dizer alguma coisa; no entanto, nenhum diálogo apropriado saiu dela.

Ela nem sequer teve tempo para questionar a si mesma ou suas ações passadas. Naquele momento, ela estava mais preocupada com a incerteza que estava à sua frente. Quando ela quebrou seu silêncio, ela se sentiu mais perdida do que nunca.

— Então ... O que mais eu devo fazer? - ela perguntou, tentando encontrar algum tipo de direção. - Mesmo que seja a verdade, então o que? Eu não posso simplesmente voltar e deixar isso continuar... - tocou sua cabeça que parecia pesar a cada segundo. - Quando eu não consigo nem lembrar dos pecados que cometi... E-eu não quero esse tipo de vida. Não é uma razão boa o suficiente?

O silêncio durou.

O homem ainda apontava diretamente para o peito dela. Nada cruzou seu rosto e tornou difícil decifrar o que lhe passou pela cabeça. A dúvida estava em toda parte.

O homem baixou o arco e colocou-o no chão, descansando em suas costas. Do pacote detrás dele, ele puxou uma corda fina. Ele olhou Amélie, soturno.

— Se você está certa de escapar, então você não se importaria se eu amarrasse as mãos para a segurança. - declarou ele, se aproximando.

Ela sentiu frustração. Não alívio.

Ele olhou para suas mãos por um breve segundo. Aquele segundo foi tudo o que ela precisava. Amélie afastou a mão dele e então o chutou na virilha.

Morceau de merde! (Pedaço de merda !) - Amelie gritou.

Ela rapidamente se virou e correu para longe. Talvez, se ela agisse rápido o suficiente, ela poderia colocar alguma distância entre eles.

— Você não vai fugir tão facilmente! - ele latiu para ela, de longe.

No momento em que Amélie virou para olhar por cima do ombro, ela podia ver facilmente a postura dedicada que ele tinha com sua arma. Precisão perfeita alinhava seus braços, seus pés em perfeito paralelo com o tiro.

Era como se ela soubesse onde ele iria atirar. Como ele iria disparar.

Antes que Amélie pudesse pensar melhor, um estalo ecoou contra as árvores e, um segundo depois, uma flecha encontrou seu ombro. Dentro de outro segundo, uma flecha diferente fincou na base de seus pés. O que teria sido percebido como um tiro falso, era calculado para que seus pés pudessem tropeçar entre si.

Amélie caiu na lama e grama alta, batendo a cabeça no chão frio. Ela ficou chocada com a queda, sua visão turvando-se, acabando jogada em meio a chuva. Sentiu dor na cabeça, e sua consciência começou a desaparecer. Ela tentou se levantar, mas seu corpo não parecia cooperar. Quando sua visão ficou turva, os sons foram abafados.

A chuva caindo.

Os trovões ao fundo.

A última coisa que Amélie viu antes de perder toda a sua percepção foi um relâmpago embaçado no céu cinza escuro. E o sujeito japonês pairando sobre si, enquanto murmurava algo e a erguia do chão.

Mérde....

Foi tudo que Amelie disse antes de entrar em sono profundo.