Ficar sozinho antes não era algo que incomodava John antes, na verdade até apreciava, aquela falta de som antes era o sinônimo de paz, o silêncio agora o incomodava mais do que tudo, o silêncio gritava.

Não deveria ser assim, não deveria doer desse jeito, ele não o conhecia há tanto tempo assim, e mesmo se não fosse assim ele sempre teve a consciência que nada dura para sempre e o mesmo vale para pessoas, elas entram na sua vida e logo vão embora, mas contra a sua racionalidade cada instinto nele dizia que não deveria ser assim.

Quando conheceu Sherlock ele só queria alguém com que dividir o apartamento e nada mais, ele queria algo simples, algo genérico. Ele não queria precisar de alguém desse jeito naquela época, e ele agora não queria ter dele apenas o violino na sala acumulando poeira, o desenho da carinha feliz pinchado no papel de parede, a outra poltrona permanentemente desocupada e o constante silêncio.