Ours Blood

Capítulo III - Eric Northman.



Agora eu encarava um homem. Loiro, pálido, e alto.

Eu agarrava seu braço tentando fazê-lo soltar, o que fazia ele apertar mais meu pescoço. Ele me olhava com curiosidade, seus olhos azuis estreitando. O homem devia ter no mínimo uns 25 anos.

Minha voz não saia de tanto que minha garganta era apertada.

Fechei os olhos e quando tornei a abri-los vi uma mulher, loira, alta e igualmente pálida atrás do que me apertava na parede.

- Termine logo com isso, Eric. Meus sapatos não estão apropriados para esse mato todo. – Ela disse olhando para a grama um pouco mais alta que tomava conta demais da metade dos fundos da casa. Calçava um salto mais alto que o que eu tinha acabado de tirar.

O homem que ela tinha chamado de “Eric” continuou a me fitar, e com um movimento rápido ele colocou seu rosto ao lado do meu, minha bochecha tocava a dele em certos pontos. Eric aproximou seu nariz de meu pescoço e cheirou.

- Essa aqui tem um cheiro diferente... – Seus olhos se estreitaram mais uma vez. Sua voz era grossa, mais que a de Patch talvez.

- Pelo amor de Deus, mate-a logo! – A mulher atrás de Eric bateu e o pé e resmungou quando a terra sujou a frente de seus sapatos.

Eu me contorci e tentava chutar o homem, tornei a fechar os olhos esperando que ele fizesse o que sua “parceira” tinha dito. Mas só o que fez foi soltar meu pescoço.

Cai de bunda no chão e recuei contra a parede encolhendo as pernas. Tossi enquanto tentava falar alguma coisa e tudo o que saiu foi:

- Fique... Longe...

- Se eu quisesse te matar já teria feito isso, não acha? – Ele se agachou a minha frente e me fitou.

Mais uma crise de tosse.

- O que... Você quer?

- O que você é? – Eric perguntou e virou um pouco a cabeço para o lado examinando-me melhor.

- Eric, vai logo com isso. – A mulher, para minha surpresa, me tirou do chão e me prensou contra a parede, mais violento e mais rápido do que Patch fazia. Ela abriu a boca e suas presas aumentaram de tamanho violentamente.

Gritei o mais alto que pude e ela colocou a mão em minha boca. Eric se pôs de pé na hora e colocou a mão no ombro da mesma.

- Pam, como seu criador, eu a proíbo de tocá-la. – Pam revirou os olhos e me soltou, continuei de pé, contra a parede. Eu queria gritar, correr, sair dali o mais rápido possível, mas eu estava paralisada sem saber o que fazer.

E criador? Que idiotice era aquela? Eu já lidava com seres sobrenaturais demais.

- Sério, Eric? O plano era vir para cá e sermos só nós dois! – Ela falava como se eu quisesse tirá-lo dela. – Foi por isso que você quis esquecer a Sookie.

Eric fez uma expressão triste quando ouviu esse nome. Quem diabos era Sookie? Quis perguntar, mas em vez disso puxei o celular de meu bolso, minha intenção era ligar para Patch, antes de Pam o puxar de minha mão e o estraçalhar com uma mão.

- O que vocês são?! – A voz finalmente saiu.

- Tolinha. Tem quantos anos? 15? – Agora ela se mantinha afastada, com os braços cruzados.

- 18. – Respondi friamente, olhei para os lados tentando pensar em alguma coisa.

- Bem, eu tenho mais de 200.

Balancei a cabeça negativamente, aquilo não era real, era? Minha cabeça já estava cheia demais. Anjos, nefilins e agora... Vampiros?

- Sua vez de responder. – Eric voltou a falar, ele me olhava dos pés a cabeça, demorando em minhas pernas, eu percebi.

- Humana.

- Você não é humana, seu cheiro...

- Chega! Eu vou embora, Eric, sabe onde tem que ir. – Pam jogou os braços para cima e num segundo desapareceu do local.

Olhei para onde ela tinha desaparecido e voltei meu olhar a Eric.

Vampiros. Eu não parava de pensar nisso, nem por um segundo sequer. Eu tinha visto vampiros. Imortais...

Patch tinha mentido para mim, inúmeras vezes ele dizia que não tinha nenhuma forma de eu me tornar imortal com ele. Patch provavelmente sabia da existência deles, era um anjo.

Eric ia me dar às costas quando, por um momento de pavor, eu pensei que nunca mais poderia velos. Desde pequena eu me interessava por vampiros e agora, eu tinha encontrado um.

- Ei, espere!

Ele se virou, teve que se curvar um pouco para me olhar nos olhos, ele devia ter 19,4 de altura. Ergueu uma sobrancelha e esperou.

Estava brincando com fogo, eu sabia disso, mas não podia deixar a chance escapar.

- Você é mesmo um vampiro?

- O que você acha? – Dessa vez ele mesmo mostrou as presas, maiores que as de Pam.

Olhei numa mistura de medo e admiração.

- Quero saber mais sobre você. – Soltei sem ao menos pensar.

- E espera que eu volte aqui para conversar com você sobre minha infeliz vida?

- Sim. – Mordi a lábio, mas ele só riu.

- Tenho gente para morder, pessoas para foder.

Senti meus olhos se arregalarem ligeiramente e eu me forcei a dar um passo a frente.

- Eu te dou algo em troca... – Negociando com vampiros. O que tinha dado em mim?

- Seu sangue.

- Não! – Quase gritei em resposta e levei minhas mãos ao pescoço.

- Não daí. – Ele se aproximou de mim, passou a mão pela minha coxa e parou um pouco a baixo de minha intimidade. – Essa veia é bem melhor. – Sussurrou em meu ouvido.

Respirei com dificuldade, ele estava perto, muito perto de meu rosto. Voltei a recuar contra a parede.

- Temos um trato? – Eric perguntou já se virando e me olhando por cima do ombro.

Por um momento perdi até o fôlego, eu suava frio.

- Mas eu mesma tiro o sangue. – Disse finalmente e Eric deu um sorriso malicioso.

- Fechado. Não conte a ninguém sobre nosso encontro. – E sumiu, deixando-me sozinha no quintal.